Crimes de Periclitação de Vida e Saúde (continuação)
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- Samuel Tuschinski Alcaide
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1 LEGALE
2 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde (continuação)
3 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Abandono de incapaz Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono
4 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Trata-se de crime próprio, respondendo apenas aquele que tem o dever de cuidado, de guarda, de vigilância ou de autoridade
5 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Pena: detenção (6 meses a 3 anos) Todavia: - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: reclusão (1 a 5 anos) - Se resulta a morte: reclusão (4 a 12 anos)
6 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Aumenta-se um terço: - se o abandono ocorre em lugar ermo; - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos
7 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Curiosidade: decidiu-se (RT 541/396) pela responsabilização pelo abandono em concurso com furto de empregada doméstica que após o furto deixou as crianças da casa sozinhas
8 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Exposição ou abandono de recém-nascido Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria
9 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Trata-se de crime próprio, pois quem pratica é a genitora ou o genitor do recém-nascido abandonado
10 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Há elemento subjetivo do tipo: para ocultar desonra própria
11 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Pena: detenção (6 meses a 2 anos) Porém: - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave a pena é de detenção (de 1 a 3 anos) - Se resulta a morte a pena é de detenção (de 2 a 6 anos)
12 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Omissão de socorro Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública
13 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Pena: detenção (de 1 a 6 meses, ou multa) No entanto, a pena será aumentada: - pela metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave (ou gravíssima) - triplicada, se resulta a morte
14 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Condicionamento de atendimento médicohospitalar emergencial Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial (Lei /12)
15 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Pena: detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa OBS: a pena é aumentada em dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave e ate o triplo se resulta morte
16 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Maus-tratos Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina
17 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde Pena: detenção (de 2 meses a 1 ano, ou multa) Todavia: - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave (ou gravíssima): reclusão (de 1 a 4 anos) - Se resulta a morte: reclusão (de 4 a 12 anos)
18 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos
19 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde LEGISLAÇÃO: Lei da Palmada
20 Crimes de Periclitação de Vida e Saúde LEI Nº , DE 26 DE JUNHO DE Altera a Lei n o 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, e altera a Lei n o 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
21 A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1 o A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 18-A, 18-B e 70-A: Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas (segue)
22 socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considerase: I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: a) sofrimento físico; ou b) lesão; II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (segue)
23 a) humilhe; ou b) ameace gravemente; ou c) ridicularize. Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (segue)
24 I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; V - advertência. Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (segue)
25 Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações: I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos; (segue)
26 II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência (segue)
27 contra a criança e o adolescente; IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente; V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo; (segue)
28 VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção. Art. 2 o Os arts. 13 e 245 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, passam a vigorar com as seguintes alterações: (segue)
29 Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. Art (VETADO). Art. 3 o O art. 26 da Lei n o 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), passa a vigorar acrescido do seguinte 9 o : Art (segue)
30 9 o Conteúdos relativos aos direitos humanos e à prevenção de todas as formas de violência contra a criança e o adolescente serão incluídos, como temas transversais, nos currículos escolares de que trata o caput deste artigo, tendo como diretriz a Lei n o 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), observada a produção e distribuição de material didático adequado. (NR) Art. 4 o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 26 de junho de 2014; 193 o da Independência e 126 o da República.
31 Rixa
32 Rixa Rixa Participar de rixa, salvo para separar os contendores
33 Rixa Trata-se de uma briga generalizada, uma contenda entre três ou mais pessoas com vias de fato recíprocas Foi criada para evitar a dificuldade da prova de quem causou lesões num tumulto generalizado
34 Rixa Pena: detenção (de 15 dias a 2 meses, ou multa) No entanto: - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave ou gravíssima (rixa qualificada), aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção (de 6 meses a 2 anos) somada a pena do crime mais grave
35 Rixa Atenção: na rixa qualificada há responsabilidade objetiva
36 CRIMES CONTRA A HONRA
37 Honra Calúnia Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime Atenção: caluniar é imputar a prática de fato (conduta)
38 Honra Pena: detenção (de 6 meses a 2 anos, e multa) OBS: receberá a mesma pena quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga
39 Honra OBS: É punível a calúnia contra os mortos.
40 Honra Exceção da verdade Admite-se a prova da verdade, salvo: - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; - se o fato é imputado contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível
41 Honra Difamação Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação Atenção: difamar é imputar a prática de um fato
42 Honra Pena: detenção (de 3 meses a 1 ano, e multa)
43 Honra Exceção da verdade A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções
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