25 a 28 de novembro de 2014 Câmpus de Palmas
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- Afonso Gesser Bergmann
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1 A PREVALÊNCIA SOROLOGICA E FATORES PSICOSSOCIAIS E COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS AO HIV SÍFILIS E HEPATITES VIRAIS EM ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS Vinícius Alves Moura 1 ; Bruna Leal Parreira 2 ; Thiago Augusto Ferraz Lopes 3 ; André Luis Bandeira 4 ; Flávio Augusto de Pádua Milagres 5 1Aluno do Curso de Medicina; Campus de Palmas; viniciusalves@uft.edu.br PIBIC/UFT 2Aluno do Curso de Medicina; Campus de Palmas; brunalealparreira@gmail.com 3Aluno do Curso de Medicina; Campus de Palmas; thiagoaugusto100@gmail.com 4 Aluno do Curso de Medicina; Campus de Palmas; Andre.coy@hotmail.com 5Orientador do Curso de Medicina; Campus de Palmas; flaviomilagres@mail.uft.edu.br RESUMO Objetivo: Apresentar dados sobre as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)em universitários e analisar comparativamente os resultados com os achados de outros estudos. Métodos: Estudo observacional, transversal, de aplicação de questionário e testagem sorológica para DSTs em universitário do Campus de Palmas da Universidade Federal do Tocantins, aprovado pelo Comitê de Ética da mesma instituição. Utilizou-se o programa Epi Info versão 7 para análise dos dados. Resultados: Foram analisados 115 questionários de universitários do campus de Palmas, 58 homens e 57 mulheres, predominantemente adultos jovens, solteiros, sexualmente ativos (91,3%). Observou-se entre a amostra razoável nível de conhecimento geral sobre DSTs, porém com discrepâncias quando se relaciona o nível de conhecimento com as atitudes e práticas. Quanto às testagens, apenas um dos participantes apresentou resultado reagente para sífilis, todos os demais apresentaram resultados não reagentes para os quatro testes oferecidos. Palavras-chave: DST; Universitários; Hepatite B; Hepatite C; HIV/AIDS. INTRODUÇÃO As Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) apresentam taxas crescentes de prevalência e incidência, sobretudo na população jovem brasileira (BRASIL, 2010; 2012). A realização de diagnósticos precoces para estas doenças, crônicas ou agudas, oferece maior qualidade de vida para os pacientes. (FANFAIR, 2014). Além disso, a identificação e mudança de comportamentos de risco também podem diminuir significativamente a chance de se adquirir DSTs. Página 1
2 O público jovem, sexualmente ativo, é comumente associado às DSTs e comportamentos de risco a despeito da facilidade midiática do acesso a informação quanto a formas de prevenção das DSTs (FANFAIR, 2014). Os universitários apresentam a sua disposição uma maior facilidade para aquisição e compreensão de informações em saúde, no entanto, caso a informação não seja eficaz em provocar mudanças, seja por não aprendizado ou por não adesão, essa população considerada instruída também estará exposta. MATERIAL E MÉTODOS O presente projeto trata-se de um inquérito realizado de forma observacional e transversal, em uma abordagem quantitativa, desenvolvido nas instalações do campus de Palmas da UFT, em ocasião de campanha ocorrida nos dias 22, 23 e 24 de janeiro de 2014 em período integral, com ampla divulgação prévia. No momento da ação, foram aplicados entre estudantes voluntários matriculados em algum curso do campus de Palmas da UFT um Questionário Epidemiológico e de Conhecimento Popular sobre DSTs, baseado em estudos anteriores similares a este (BRASIL, 2011; CAETANO, 2010; CAIXA SEGUROS, 2012; DESSUNTI, 2007), tendo por função conhecer melhor o perfil da amostra envolvida na pesquisa. Esses mesmos estudantes foram submetidos à testagem sorológica por meio de testes rápidos para hepatite B (VIKIA HBs Ag), hepatite C (IMUNO RÁPIDO HCV da empresa Wama Diagnóstica), sífilis (TR DPP Sífilis Bio-Manguinhos) e HIV (Rapid Check HIV 1 e 2). A execução dos testes rápidos foi realizada em três momentos, pré-teste, teste rápido e pós-teste, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, obedecendo aos preceitos de ética e sigilo. Os testes e profissionais habilitados para realização das testagens foram cedidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (SEMUS), em parceria com o núcleo de apoio Henfil. Para a análise dos dados coletados foram utilizados o software Epi Info 7, criado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e o editor de planilhas de dados do Office 2010, Excel 2010, da Microsoft. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi realizado um total de testagens em aproximadamente 200 pessoas para os quatro testes rápidos disponíveis, dos quais 156 se declararam universitários e Página 2
3 informaram seus números de matrícula para a equipe de testagem. Destes universitários, foi utilizada a amostra de 115 pessoas devido a exclusão de questionários por erros de preenchimento. A população participante da pesquisa é composta por 58 homens e 57 mulheres, predominantemente adultos jovens, com média da idade de 22,7 anos (16-44 anos), solteiros (87%) e a maioria se identificou em cor ou raça como parda, 46,0%. A amostra foi composta por acadêmicos de 18 cursos do campus de Palmas da UFT, sendo que maioria foi de acadêmicos da área da saúde, Medicina, Enfermagem e Nutrição, contabilizando 46,0%, sendo o curso de Medicina aquele com maior número de participante (38,3%). Quanto à vida sexual, 105 pessoas (91,3% da amostra) referiram ser sexualmente ativos, sendo que desses 93 se declararam heterossexuais (80,9%), 15 homossexuais (13,0%) e sete bissexuais (6,1%). Em média, estes participantes referiram que a primeira relação sexual ocorreu aos 17 anos, variando entre 12 e 24 anos em ambos os sexos. Apenas um dos participantes apresentou resultado reagente para sífilis, o qual foi conduzido com a realização do aconselhamento pós-teste e referenciado para realização de novos testes e possível tratamento no Centro de Testagem e Aconselhamento. Todos os demais apresentaram resultados não reagentes para os quatro testes oferecidos. Do total da amostra, 64 pessoas (55,7%) responderam que nunca realizaram nenhum teste de detecção, sendo o principal motivo (76,6%) a falta de oportunidade. Desses participantes, 49,0% sabem onde realizar os testes gratuitamente. Em relação aos que referiram já ter realizado testes de detecção para DSTs durante a vida (51 pessoas ou 44,3% da amostra), apenas 21 referiram referiram ter realizado todos quatro testes de detecção propostos nesta pesquisa. A teste para HIV foi o mais realizado (44 pessoas), seguido de Hepatite B (29 pessoas), Hepatite C (27 pessoas) e Sífilis (26 pessoas). Assim como o estudo PCAP 2008, o critério para definir o conhecimento correto das formas de transmissão de DSTs foi realizado pelas respostas corretas correspondentes à cinco questões presentes no questionário: sabe que uma pessoa com aparência saudável pode estar infectado pelo HIV; acha que ter parceiro fiel e não infectado reduz o risco de transmissão do HIV; sabe que o uso de preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção pelo HIV; sabe que não pode ser infectado por Página 3
4 picada de inseto; sabe que não pode ser infectado pelo compartilhamento de talheres. Nesse estudo, a porcentagem de pessoas que possuíam o conhecimento correto das formas de transmissão de DSTs foi de73%, superior à encontrada no estudo PCAP 2008 (51,7%). As variáveis uso de preservativo na primeira relação sexual e uso de preservativo na última relação sexual, assim como na pesquisa PCAP 2008, foram utilizadas como indicadores de praticas de sexo protegido, obtendo como resposta, respectivamente, 69,5% e 53,3% da amostra de pessoas sexualmente ativas. Apesar do razoável nível de conhecimento geral sobre DSTs, existem discrepâncias quando se relaciona o nível de conhecimento com as atitudes e práticas. Por exemplo, 74,3% afirmaram que sempre se deve usar camisinha em um relacionamento estável, porém, apenas 23 afirmaram que fazem o uso regular dos preservativos em relações sexuais com parceiro fixo. Houve ainda uma diferença entre o comportamento quanto ao uso de preservativos com parceiros fixos e com parceiros casuais. No que se refere a relações sexuais com parceiros fixos nos últimos 12 meses (86,7% da amostra) apenas 23% sempre usou preservativo durante as relações. Já nas relações com parceiros casuais nos últimos 12 meses (55,2%), o uso de preservativos nestas foi bem maior com 51,7% referindo uso em todas as relações. Com relação a reação diante da oferta do uso de preservativo por parte de um parceiro estável, 27,8% referiram que desconfiariam de alguma traição por parte do parceiro e 47% pensariam que o parceiro poderia estar infectado com alguma doença sexualmente transmissível. Isso demonstra que há uma maior permissividade, por parte da própria população amostral, do uso inconsistente ou incorreto de camisinha entre parceiros fixos. Contudo, parceiro fixo nem sempre corresponde à monogamia, status sorológico conhecido e pequeno número de parceiros sexuais. Pouco mais da metade da amostra teve cinco ou mais parceiro durante a vida, 40,8% dos participantes referiram ter relações sexuais com parceiros fixos e casuais nos últimos 12 meses e, ainda, cerca de metade da população amostral nunca realizou testes de detecção para DSTs, apesar de terem algum comportamento de risco durante a vida. Página 4
5 Dos 114 participantes que responderam essa questão, 64,3% referiram uma baixa probabilidade de apresentar alguma DST, caracterizando suas chances como impossível (2,6%), quase impossível (22,8%) e pouco possível (39,5%). No entanto, em outras questões evidenciou-se que um percentual elevado da amostra apresentava diversos comportamentos de risco, como referido anteriormente. AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio da UFT. LITERATURA CITADA BRASIL. AIDS e DST. Boletim Epidemiológico. Ministério da Saúde. Brasília, ano VII, nº. 01, BRASIL. Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico. Ministério da Saúde. Brasília, ano I, nº. 01, BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira de 15 a 64 anos, Ministério da Saúde. Brasília, 2011, 130 p. CAETANO, M. E. et al. Sexual behavior and knowledge of sexually transmitted infections among university students in São Paulo, Brazil. International Journal of Gynecology and Obstetrics. v. 110, n. 1, p , jul CAIXA SEGUROS. Juventude, comportamento DST/AIDS: pesquisa nacional dos fatores determinantes de conhecimentos, atitudes e práticas em DST/AIDS e Hepatites virais, entre jovens de 18 a 29 anos. Disponível em: Acesso em: 07 mai DESSUNTI, E. M.; REIS, A. O. A. Psychosocial and behavioral factors associated to STD/AIDS risk among health students. Revista Latino-Americana de Enfermagem. v. 15, n. 2, p , mar.-abr FANFAIR, R. N. e WORKOWSKI K. A. Clinical update in sexually transmitted diseases Cleveland Clinic Journal of Medicine. v. 81, ed. 2, p , fev Página 5
Palavras-chave: promoção da saúde. doenças sexualmente transmissíveis. tecnologias educativas. adolescência.
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