A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A INCLUSÃO DO ALUNO COM TEA
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- Bárbara Estrada Teves
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1 A CONTRIBUIÇÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A INCLUSÃO DO ALUNO COM TEA Claudielda Nunes da Silva Santos 1 ; KesianeBelarmino da Silva 1 ; Rayana Priscilla Campos Santos¹; FrancyKelle Rodrigues Silva². RESUMO Eixo Temático: Práticas Educativas e Inclusão Na perspectiva da educação inclusiva,a escola deve se configurar como um espaço para todos.local este, onde os alunos poderão desenvolver conhecimentos a partir de suas próprias capacidades e podem expressar suas ideias livremente, desta forma contribuindo para a construção do cidadão, mesmo com suas diferenças. A Educação Física enquanto conteúdo curricular obrigatório é importante para desenvolvimento das competências, das relações sociais e habilidades motoras de todos os alunos, inclusive dos que apresentam alguma deficiência ou com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo deste estudo foi analisar as contribuições das aulas de Educação Física para a inclusão do aluno com TEA. Caracterizouse como um estudo de campo, de natureza qualitativa, do tipo descritiva. A amostra foi composta por 02 (dois) professores, sendo um de Educação Física e uma pedagoga, ambos fazem parte de uma escola pública do ensino fundamental no município de Marechal Deodoro AL e trabalham com alunos com TEA.Sendo utilizado como instrumento de coleta de dados uma entrevista semiestruturada. A análise dos dados foi realizada através da análise de conteúdo.os resultados mostraram que as aulas de Educação Física contribuem de forma positiva para a inclusão do aluno com TEA em contexto escolar, de forma que as vivências nessas aulas propiciarão melhorias no desenvolvimento das habilidades motoras e nas relações sociais deste aluno. Palavras-Chave:Educação Física. Transtorno do Espectro Autista.InclusãoEducacional. INTRODUÇÃO O referente estudo surgiu a partir da curiosidade dos pesquisadores em compreender quais são as contribuições das aulas de Educação Física para a inclusão do aluno com 1 Acadêmicas do Curso de Educação Física da Faculdade Estácio de Alagoas,claudielda.nunes@hotmail.com, kessiane_belarmino@hotmail.com, rayanacampos@hotmail.com, ²Docente do Curso de Educação Física da Faculdade Estácio de Alagoas, francykelle@yahoo.com.br
2 Transtorno do Espectro Autista (TEA). Entende-se que a Educação Física deve promover aos alunos com TEA, a igualdade de participação em relação aos demais alunos, de forma que os mesmos se sintam parte ativa do que está sendo desenvolvido. Na educação inclusiva a escola deverá criar meios para que o aluno tenha acesso e se sentir incluso. Pois, o direito à educação a todos os indivíduos está assegurado como consta na Declaração Universal de Direitos Humanos e reforçado pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos. Sendo assim, o acesso à educação é assegurado independentemente das particularidades individuais (UNESCO, 1994). Como componente curricular obrigatório da educação básica, a Educação Física, também deverá seguir esta proposta pedagógica da escola. A Educação Física no ambiente escolar poderá propiciar essa oportunidade a todos os alunos para o desenvolvimento de suas potencialidades, de forma em que os mesmos tenham condições em participar, sem seleção, objetivando a construção do indivíduo e a promoção da cidadania (BRASIL, 1998). As aulas de Educação Física poderão proporcionar ao aluno com TEA atividades que contribuam para seu desenvolvimento motor e melhore sua relação social, possibilitando ao mesmo a geração da autonomia, criticidade e reflexão, levando o aluno a geração de valores e objetivando a construção social do indivíduo (MARANHÃO; SOUSA, 2012). Desta forma, o estudo teve como objetivo analisar as contribuições das aulas de Educação Física para a inclusão do aluno com TEA. METODOLOGIA A realização do estudo écaracterizada pela pesquisa qualitativa que tem suas particularidades, pois se preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado. (MINAYO, 2001).O tipo de pesquisa foi a descritiva, tendo como objetivo analisar os fenômenos sem interferência do pesquisador (KӦCHE, 2013). A amostra foi composta por 02 (dois) professores, sendo um de Educação Física e uma pedagoga, ambos fazem parte de uma escola pública do ensino fundamental no município de Marechal Deodoro AL e trabalham com alunos com TEA.O professor de Educação Física formado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) foi nomeado como P1 e a pedagoga também formada pela UFALfoi nomeada como P2. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista semiestruturada, mediante autorização e compreensão dos profissionais presentes.sendo a análise de dados executada a partir da análise de conteúdo (BARDIN, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO CATEGORIA I Educação inclusiva na visão dos professores Esta categoria aborda a visão dos professores sobre educação inclusiva, mostrando o ponto de vista de ambos em relação a sua finalidade. Entende-se que a educação inclusiva tem como objetivo transformar a educação, fazendo que cada um tenha acesso aos seus direitos, direito à educação e à igualdade de oportunidades e de participação (SANCHES, 2011). Desta forma, os professores relataram sobre a educação inclusiva e suas concepções, vejamos os fragmentos de falas abaixo: P1: É uma educação voltada para inclusão, inclusão em termos de fazer com que os alunos se relacionem de formas iguais dentro do ambiente escolar [...] respeitando as diferenças [...] fazer com que o aluno que apresenta necessidade especial ou deficiência se torne um agente também da educação, participando das relações sociais estabelecidas dentro da sala de aula [...]. P2: A educação inclusiva é garantir o acesso de alunos com algum tipo de deficiência ou transtorno na escola regular, mas também é dar a oportunidade de igualdade a
3 todos. Pois, é importante que a criança desenvolva habilidades que ainda não conseguiu adquirir, participando e dando opiniões acerca daquilo que está sendo trabalhado. Observando as falas dos professores, foi possível perceber que ambos afirmaram que a educação inclusiva consiste na igualdade nas relações e nas oportunidades, levando em consideração as individualidades dos alunos. Neste sentido, para o desenvolvimento de uma sociedade inclusiva e igualitária, devese entender que a inclusão é a garantia do acesso ao espaço comum da vida em sociedade, caracterizada por ações de acolhimento e aceitação as diferenças individuais, e por proporcionar a oportunidade de desenvolvimento, com qualidade, em qualquer condição da vida (BRASIL, 2001). As escolas devem seguir a diretriz inclusiva, pois orienta as mesmas em suas práticas de forma que sejam preparadas para melhor combater as ações discriminatórias e fomentar boas práticas para a sociedade inclusiva, conquistando assim uma educação para todos (UNESCO,1994). Como foi relatado pelos professores e como mostra os documentos acima, a educação inclusiva é uma educação para todos, atendendo as necessidades e respeitando as particularidades de todos os alunos. Não é somente está matriculado na escola, é também participar de todas as atividades existentes nela. É está incluso no contexto escolar, atuante, para que possa se desenvolver como os demais. Para tanto, entende-se que na escola o aluno com TEA possui as mesmas condições de direito, tendo em vista suas limitações e necessidades, sendo a educação um direito de todos, considerando a educação inclusiva e seus princípios para desenvolver um trabalho eficiente e efetivar a inclusão. CATEGORIA II - Contribuição das aulas de Educação Física para a inclusão de alunos com TEA Esta categoria se trata das contribuições das aulas de Educação Física para a inclusão de alunos com TEA em contexto escolar. As contribuições que as aulas Educação Física exercem para as crianças TEA são evidentes e de grande importância, quando se é trabalhado com essas crianças exercícios psicomotores, que auxiliam no seu desenvolvimento (SILVA JUNIOR, 2012). P1: As contribuições são significativas [...] percebo que eles em si interagem, se relacionam da forma material e concreta [...] A questão motora é o seguinte [...] pego o aluno inicialmente com uma coordenação péssima, e percebo que a coordenação dele melhorou e aí eu percebo que foi o estimulo motor, o estimulo cognitivo, o estimulo social [...]. P2: [...] Melhoram a comunicação, os alunos passam a participar mais das aulas e interagir com os colegas e dependendo do caso, as aulas de Educação Física podem também contribuir para o desenvolvimento da fala e da coordenação motora [...]. Considerando os relatos dos professores percebeu-se a importância que as aulas de Educação Física têm para os alunos com TEA, contribuindo para o desenvolvimento social, como o motor e cognitivo. Trabalhar com as crianças com TEA formas que as ajudem a se desenvolver de maneira ampla é importante, principalmente, porque o transtorno dessas crianças afeta o seu desenvolvimento motor, cognitivo e social, então as estratégias que venham a ser trabalhadas com elas podem ajudar a melhorar seu desenvolvimento (SILVA JUNIOR, 2012). A prática de atividades físicas realizada nas aulas de Educação Física pode trazer muitos benefícios para o aluno com TEA, melhorando seu desenvolvimento motor e suas relações sociais (MARANHÃO; SOUSA, 2012). A atuação que as aulas de Educação Física exercem na vida da criança com TEA tem por finalidade desenvolver aspectos importantes, pois a mesma apresenta necessidade demelhorias
4 no seu desenvolvimento como a motricidade, a tomada de consciência, de imagem do corpo, de espaço e a capacidade de adaptação e cooperação (HOLLERBUSCH, 2001). De acordo com a fala dos professores e dos autores citados, percebe-se que as aulas de Educação Física contribuem de forma positiva para a inclusão do aluno com TEA em contexto escolar, no que tange o desenvolvimento das habilidades motoras e a socialização. Suas dificuldades devem ser trabalhadas por meio de atividades que propõem incluir e melhorar seu desenvolvimento, deste modo as aulas devem seguir uma perspectiva inclusiva onde o professor deverá oportunizar ao aluno a participação em todas as atividades realizadas, porém, respeitando as diferenças. CONSIDERAÇÕES FINAIS A escola, como facilitadora do processo inclusivo deve se preparar para atender os alunos de forma individual e coletiva, buscando o desenvolvimento e a construção social do indivíduo. O professor também precisa estar preparado, pois para que a inclusão aconteça é necessário que o mesmo entenda sobre inclusão e conheça seus alunos para melhor escolher e aplicar os métodos de ensino.o aluno com TEA apresenta comprometimento em algumas áreas importantes como a interação social, a comunicação e o comportamento, muitas vezes apresentando resistência em participar das atividades. Suas dificuldades devem ser trabalhadas por meio de atividades que proponham sua inclusão, poispossibilitarãomelhorias no seu desenvolvimento. Deste modo, as aulas de Educação Física devem seguir uma perspectiva inclusiva onde o professor deverá oportunizar ao aluno a participação em todas as atividades realizadas, porém, respeitando as características individuais de cada um.assim, as aulas de Educação Física poderão contribuir de forma positiva para a inclusão do aluno com TEA em contexto escolar, de forma que as vivências nessas aulas propiciarão melhorias no desenvolvimento das habilidades motoras e nas relações sociais, configurando assim, resultados positivos de acordo com os comprometimentos que o transtorno gera ao aluno. REFERÊNCIAS BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 70 ed.lisboa, Portugal: LDA, BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEEPS, Disponível em: < arquivos/pdf/diretrizes.pdf>. Acesso em: 12 de mar BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física, 3º e 4º ciclos, v.7, Brasília: MEC, KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica. Teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 32 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, MARANHÃO, Brenda Salenna da Silva; SOUZA, Moises Simão Santa Rosa de. Educação Física, Transtorno do Espectro Autístico (TEA) einclusão escolar: Revisão Bibliográfica. Universidade do Pará, Disponível em: < em: 12 mar MINAYO, Maria Cecilia de Souza. Teoria, Método e Criatividade. 18 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
5 SANCHES, Isabel. Do aprender para fazer ao aprender fazendo: as práticas de educação inclusiva na escola.revista Lusófona de Educação, v.19, n.19, Disponível em: < Acesso em: 06 de jun. de SILVA JÚNIOR, L.P. Avaliação do perfil motor de crianças autistas de 7 a 14 anos frequentadoras da Clínica Somar da cidade de Recife - PE. Campina Grande, Universidade Estadual da Paraíba, Disponível em: < dro%20silva%20j%c3%banior.pdf>. Acesso em: 04 de jun. de UNESCO. Declaração de Salamanca.Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. Brasília: MEC,1994. Disponível em: < mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 13 de mar HOLLERBUSCH, R. M. S. L. O desenvolvimento da interacção social das crianças com alteração do espectro do autismo: estudo exploratório da influência da educação física na promoção do relacionamento interpessoal. Universidade do Porto, Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física, Disponível em: < Acesso em: 11 mar
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