A AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DO CURSO DE FISIOTERAPIA DA UNISUL REALIZADO NA APAE DE TUBARÃO SC NA VISÃO DOS, PROFESSORES

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1 A AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DO CURSO DE FISIOTERAPIA DA UNISUL REALIZADO NA APAE DE TUBARÃO SC NA VISÃO DOS, PROFESSORES DA INSTITUIÇÃO, PAIS E ESTAGIÁRIOS ENVOLVIDOS 1 SILVA, Juliano Alves da 2 MEDEIROS, Fabiana Durante de 3 RESUMO O propósito desta pesquisa foi verificar se os programas de eqüoterapia, judô adaptado e os atendimentos individualizados são benéficos na qualidade de vida dos alunos que são atendidos na Instituição. E também analisar o espaço físico os materiais utilizados; o relacionamento interpessoal, a qualidade de vida e função motora e também a satisfação dos pais e a qualidade da fisioterapia nos trabalhos desenvolvidos. A população foi composta por 34 pais de alunos da APAE, 31 professores da APAE, e 34 estagiários do curso de Fisioterapia da Unisul. O instrumento utilizado foi: uma entrevista estruturada com três a quatro perguntas elaboradas pelo acadêmico Juliano Alves da Silva juntamente com sua orientadora Fabiana Durante de Medeiros. A analise de estatística demonstrou que o relacionamento interpessoal foi considerado bom entre a população em estudo; o espaço físico e os materiais utilizados foram qualificados de bom a ótimo; a qualidade de vida e função motora houve uma melhora significativa, e os pais estão completamente satisfeitos com o trabalho desenvolvido e sendo também qualificada como bom os serviços prestados pelo curso de fisioterapia da Unisul dentro da APAE. Essa pesquisa servirá de referência para a realização de novas pesquisas, nos demais campos de atuação da fisioterapia. Palavras-chave: Judô adaptado, equoterapia, cinesioterapia, relacionamento interpessoal, qualidade de vida. 1 Artigo apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, ministrado pelo professor Agostinho Scheider 2 Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Unisul e Autor da pesquisa. 3 Professora Mestre do Curso de Fisioterapia e Orientador da pesquisa.

2 1 INTRODUÇÃO O Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL visa complementar a formação acadêmica em aspecto a prática profissional e adequar a prestação de saúde voltada ao atendimento das necessidades da população que são atendidas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE de Tubarão-SC. Dentre os programas desenvolvidos estão as atividades realizadas pela prática da eqüoterapia, as atividades do judô adaptado e os atendimentos individualizados que fazem parte do projeto Abordagem Interdisciplinar em Neuropediatria. Todo o indivíduo, principalmente aquele que apresenta lesão cerebral, que não trabalhar seu corpo de maneira correta, realizando suas atividades diárias normalmente, mantendo a função de todos os segmentos corporais, apresentará alterações de postura e movimento levando a encurtamentos musculares, limitações articulares, contratura e aderência. A fisioterapia tem fundamental importância para a prevenção, manutenção e tratamento das seqüelas causadas pelas doenças neurológicas. Em instituições como a APAE, o número de alunos é grande que precisam desenvolver atividades e o Curso de Fisioterapia da Unisul, oferece desde o mês de maio de 2001, diversas atividades dentro desta instituição. Portanto, a presente pesquisa tem como objetivo, verificar este programa fisioterapêutico desenvolvido na APAE é eficaz e, se este melhora a qualidade de vida e função motora dos alunos dessa Instituição. Para tal, foram desenvolvidas ações específicas como: observar se o espaço físico e os materiais utilizados são adequados; verificar as atividades

3 desenvolvidas; verificar o relacionamento interpessoal entre os pais, professores da Instituição e estagiários do 7º semestre do Curso de Fisioterapia da Unisul; observar a eficácia e qualidade do tratamento e também analisar a satisfação dos pais com o trabalho desenvolvido. 2 A FISIOTERAPIA EM BENEFÍCIO DA APAE 2.1 Eqüoterapia Candiota (1999), a eqüoterapia é aplicada por uma equipe técnica multiprofissional e interdisciplinar, sob supervisão médica. Sendo esta equipe formada por psicólogo, pedagogo, fisioterapeuta, instrutor de equitação, e fonoaudióloga. Sua aplicação é adotada regularmente na recuperação de pessoas necessitadas de cuidados especiais. Esse método terapêutico foi reconhecido pelo Conselho Regional de Medicina em 1989, quando foi criada a ANDE-Brasil em Brasília-DF. Medeiros e Dias (2002), a eqüoterapia tem como objetivo auxiliar na aquisição e desenvolvimento das funções psicomotoras, por intermédio da utilização do cavalo como instrumento terapêutico, exigindo do cavaleiro o planejamento e criação de estratégias desenvolvendo e/ou potencializando as habilidades motoras e as atividades conceituais diversas.

4 2.2 Judô Adaptado Maia, Martins e Drigo (1999), o judô é um esporte de grande penetração no país, mas mesmo assim pouco estudado. Consideremos a possibilidade da utilização desta prática, em auxílio no desenvolvimento e melhora na qualidade de vida de portadores de deficiência mental leve. Melhoria essa em relação às características psicomotoras e podendo assim aperfeiçoar a vida pela prática dessa atividade. Lazzarin (2003), relata que o judô adaptado são movimentos e técnicas do judô tradicional que são adaptados a realidade das crianças portadoras de alguma necessidade especial. 2.3 Atendimentos individualizados Ratliffe (2000) cita que os sistemas de tratamento têm focalizado a coordenação do débito motor, a facilitação das respostas de endireitamento e de equilíbrio, o controle dos estímulos sensoriais e o desenvolvimento de habilidades funcionais entre outras abordagens. Kishimoto (1999), os brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, sua utilização deveria criar momentos lúdicos de livre exploração nos quais prevalecem as incertezas do ato e não se buscam resultados.

5 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Foram entrevistados trinta e um professores, trinta e quatro pais e trinta e quatro estagiários com idade entre 15 e 45 e + anos e com escolaridade de analfabeto à pós-graduado, Os professores da APAE são em sua maioria do sexo feminino (96,8%), entre anos de idade, 22,6% e anos de idade, 19,4%. Os pais que freqüentam a APAE são em sua maioria as mães (85,3%) com idade entre anos, 26,5%; e anos e 40-45, 20,6%. Os estagiários dos 7º semestre do Curso de Fisioterapia também são em sua maioria mulheres (67,6%) e tanto o sexo masculino como o feminino tem idade na sua maioria entre anos, (97,1%). 3.1 Relacionamento Interpessoal Para Chiavenato (2000), o relacionamento interpessoal envolve necessariamente duas pessoas, cujo nível de interação deve ser bastante elevado e, sobretudo dinâmico. Na visão dos professores, 61% da população considerou ter um bom relacionamento com os professores da Unisul e com os estagiários, 26% consideraram ótimo o relacionamento entre as partes e 13% consideraram regular o relacionamento. Nenhum entrevistado considerou ter um mau relacionamento entre as partes envolvidas na pesquisa. Na visão dos pais, 62% consideram ter um ótimo relacionamento com os professores da Unisul e com os estagiários de Fisioterapia e 38% essa população

6 consideram ter um bom relacionamento. Nenhum dos pais entrevistados considera o relacionamento regular ou ruim. Na visão dos estagiários entrevistados, 64% considerou ter um bom relacionamento com os professores da APAE e com os pais; 21% consideram ter um relacionamento regular ou pouca a troca de informações entre as partes envolvidas. 15% consideram ótimo o relacionamento entre as partes e nenhum considera ter um relacionamento ruim. 3.2 Espaço Físico e Materiais Segundo Muniz e Teixeira (2003), o serviço da fisioterapia deve ser montado preferencialmente no andar térreo e sem escadas. Caso tenha mudança de nível, o acesso deve ser feito por rampas revestidas com material antiderrapante e corrimões laterais com angulação menor que 60º de inclinação para maior facilidade de deslocamento do paciente sem maior gasto de energia. Dentro do espaço físico e materiais utilizados durante a sessão de fisioterapia, na visão dos professores, 58% consideraram ter um bom espaço físico e materiais e 42% consideram o local e os materiais de ótima qualidade. Nenhum entrevistado considerou regular ou ruim os materiais e espaço físico inadequado para a sessão. Nesta parte da pesquisa, 56% dos pais consideraram o espaço físico e os materiais de ótima qualidade e 44% consideram o espaço físico e seus materiais de boa qualidade. Nenhum entrevistado considera o local regular ou ruim.

7 Para os estagiários, 65% consideraram o espaço físico e os materiais utilizados como bom; 32% relatam que são ótimos e 3% consideram regular o espaço físico e materiais utilizados. 3.3 Qualidade de Vida e Função Motora Para Paschoal (2000), a Organização Mundial de Saúde (1947) definiu saúde como o estado de completo bem estar físico, psíquico e social e não meramente ausência de doença ou enfermidade. Esta definição é integradora é abrangente, mas utópica, pois talvez um completo estado de bem estar não seja possível alcançar. Na visão dos professores, relacionada à qualidade de vida dos alunos com o trabalho desenvolvido pelos estagiários de Curso de Fisioterapia da Unisul, 75% da população constatou que o trabalho é ótimo e que os alunos apresentam melhora na qualidade de vida em sala de aula. 22% acharam que o trabalho da fisioterapia proporciona pouca melhora e 3% consideraram que não houve melhora na qualidade de vida. Sendo que 88% dos pais entrevistados relatavam que melhorou significativamente a qualidade de vida de seus filhos com o trabalho desenvolvido pela fisioterapia dentro dos programas desenvolvidos; 12% da população entrevistada consideraram pouca melhora na qualidade de vida de seus filhos e nenhum pai respondeu com ineficaz o trabalho da fisioterapia. Frente aos estagiários, 88% da população verificou que o trabalho desenvolvido por eles melhorou bastante a qualidade de vida dos alunos por eles

8 atendidos, 9% considerou uma pouca melhora na evolução e 3% dos entrevistados não analisaram nenhuma evolução dos alunos com o atendimento. 3.4 Qualidade da Fisioterapia Frente a qualidade dos trabalhos prestados pelos acadêmicos da Unisul, 68% da população relata que a qualidade do trabalho desenvolvido é bom; porém, 29% da população considera ótimo o trabalho e 3% considera o trabalho regular. Nenhum entrevistado considerou o trabalho ruim. 3.5 Satisfação dos Pais Com a presente pesquisa, podemos observar que 74% dos pais estão completamente satisfeitos com o trabalho desenvolvido pela fisioterapia, 26% consideram-se satisfeitos com o trabalho desenvolvido e nenhum pai está insatisfeito com o trabalho da fisioterapia. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a realização desta pesquisa, com a obtenção dos dados pesquisados e a correlação com a literatura, observou-se que os atendimentos oferecidos pelo curso de fisioterapia dentro da APAE tiveram bons resultados, alcançando objetivo de satisfação das três populações envolvidas no que envolve a

9 qualidade de vida, o espaço físico e os materiais utilizados, e o relacionamento interpessoal. Os acadêmicos estavam aptos para trabalhar com o tipo de população que está presente na APAE; o setor de fisioterapia está de acordo com o que a literatura considera ideal, no aspecto físico e na utilização de materiais; o relacionamento principalmente entre estagiários e pais precisa ser trabalhado de forma mais significativa. A qualidade de vida e função motora apresentou melhora tanto em sala de aula quanto em casa, e os pais estão muito satisfeitos com os trabalhos desenvolvidos pelo curso nessas três modalidades terapêuticas. Este trabalho pode ser usado como caminho para novas pesquisas nos demais campos da fisioterapia. REFERÊNCIAS CANDIOTA, C.F. Programa de equitação aplicada a educação: modelo teórico e prático In.: I congresso Brasileiro de Eqüoterapia. Brasília: ANDE, CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2000 KISHIMOTO, T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1999 LAZZARIN, V.E., et al. Avaliação motora dos portadores de síndrome de down praticantes de judô adaptado. In.: Anais do 2º congresso cientifico do 7º meeting. Florianópolis: MAIA, M.A.; MARTINS, C.J.; DRIGO, A.J. Judô para portadores de deficiência mental: uma possibilidade esportiva. Disponível em < acesso em 25/07/03.

10 MEDEIROS, M.; DIAS, E. Equoterapia: Bases e fundamentos. Rio de Janeiro: Revinter, MUNIZ, J.W.C.; TEIXEIRA, R.C. Fundamentos de administração em fisioterapia. São Paulo: Manole, PASCHOAL, S.M.P. Qualidade de vida do idoso: Elaboração de um instrumento que privilegia sua opinião. São Paulo: [ Dissertação de mestrado Faculdade de Medicina, USP] RATLIFFE, T. K. Fisioterapia clínica pediátrica. São Paulo: Santos, 2000.