WORKSHOP INTRODUÇÃO À MÚSICA
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- Thalita Araújo Ferretti
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1 WORKSHOP INTRODUÇÃO À MÚSICA
2 INTRODUÇÃO Nos dias de hoje, é quase impensável querermos uma televisão a preto e branco em deterimento de uma televisão a cores e acontece porque a partir do momento em que a cor entrou nas nossas casa, abriu-se um mundo muito mais alegre, bonito e completo. Na música passa-se exactamente a mesma coisa. Podemos nos limitar a ouvir e ouvir música a preto e branco, ou optar por ouvi-la a cores. Partimos desta perspectiva que serve de base para o enquadramento teórico deste workshop, e que é também uma forma de mostrar com mais clareza o objectivo deste projecto, que é sem dúvida predispor os alunos a desenvolver a capacidade a ouvir musica a cores através de uma abordagem muito particular desenvolvida pelo Músico/Compositor Sandro Norton. Iremos definir música, enquadra-la numa perspectiva histórica, e fazer referência aos elementos básicos que a constituem. Falamos também da riqueza dos diversos estilos musicais que se resumem no fundo à quantidade infindável de combinações dos 12 tons que constituem o Universo Musical. Os elementos musicais referidos anteriormente não vão ser decifrados em cinco dias, no entanto abre-lhes uma pré-disposição para desenvolverem todo esse processo. A continuidade depois com as aulas de música lecionadas no colégio irá apoia-los para esse conhecimento O objectivo deste workshop não é para formar músicos mas sim um workshop para dar uma iniciação e um despertar diferente para a música.
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4 A MÚSICA A música (do grego "musiké téchne", a arte das musas) constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Atualmente não se conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias. A música expandiu-se ao longo dos anos, sob variadíssimas vertentes: educacional, militar, terapêutica(musicoterapia), lúdica, tem presença central em diversas atividades colectivas, como os rituais religiosos, festas e funerais, sendo de um modo geral considerada uma Arte. Há evidências de que a música é conhecida e praticada desde a pré-história. Provavelmente a observação dos sons da natureza tenha despertado no homem, através do sentido auditivo, a necessidade ou vontade de uma atividade que se baseasse na organização de sons. Embora nenhum critério científico permita estabelecer o seu desenvolvimento de forma precisa, a história da música confunde-se, com a própria história do desenvolvimento da inteligência e da cultura humana. Entre as linguagens artísticas, a música é uma das mais acessíveis e presentes no quotidiano dos alunos. A escola, no entanto, tem um papel muito importante no contato da criança com esse tipo de manifestação cultural. A ela, cabe garantir que se tome consciência dos elementos que fazem parte da linguagem musical (o som e o silêncio, os diferentes timbres dos instrumentos, a noção de ritmo, etc): conteúdos de uma iniciação à música.
5 A MUSICA NA EDUCAÇÃO As diferentes abordagens para o ensino da música, começando pelas aulas de música que fazem parte do programa das escolas, atividades desenvolvidas com os pais, a participação em workshops, eventos musicais, espetáculos de música, entre outros tipos de atividades, desenvolve habilidades, define conceitos e conhecimentos e estimula o aluno a observar, questionar, investigar e entender de maneira lógica os seres vivos, o meio em que vive e os eventos do dia a dia, através da musicalidade. Além disso, estimula a curiosidade, imaginação e o entendimento de todo o processo de construção de forma sonora e descontraída. A introdução à música na escola, não é apenas como experiência estética, mas também como facilitadora do processo de aprendizagem, como instrumento para tornar a escola um lugar mais alegre e receptivo e, também ampliar o conhecimento musical do aluno. Afinal, a música é um bem cultural e seu conhecimento não deve ser privilégio de poucos. Sendo assim, consideramos este workshop uma oportunidade para uma convivência com os diferentes gêneros, explorando estilos, proporcionando uma análise reflexiva do que é apresentado e permitindo que o aluno se torne um sujeito mais aberto e mais crítico em suas escolhas pela vida.
6 UMA NOVA ABORDAGEM A música é feita de sons. Todas as melodias, todas as músicas escritas até hoje foram feitas com 12 sons. Qualquer que seja o método e o objectivo estético, a música tem 4 elementos básicos de organização: A melodia, ritmo, baixo e contraponto. Esta classificação existe meramente para facilitar a aprendizagem, e devem ser entendidos na sua forma mais básica, mais empírica, mais bruta. Vai permitir ao aluno formar uma base de entendimento e de uma forma quase inconsciente começar a apreciar e fazer uma interpretação diferente quando ouvir obras de Debussy, Mahler, Mozart, Bethooven, Bach, entre outros. Estes elementos vão ser abordados neste workshop, não de uma forma teórica exaustiva mas de um modo muito prático e facilmente assimilável para os alunos. O entendimento desses 4 elementos, permite também explorar outros estilos musicais e fazer brincadeiras entre eles. Um exemplo é usar a música africana com acordes de bossa nova e com uma melodia de jazz, ou seja, abre um universo de possibilidades musicais que estão muitas vezes na origem do aparecimento de novos estilos musicais. A abordagem é feita através de técnicas que Sandro Norton aplica nos seus workshops, e que já foram usadas com sucesso em Inglaterra onde fez demonstrações e concertos, convidando alunos e músicos a sentirem a música numa perspectiva bastante diferente daquilo que estavam habituados. Já os Ingleses dizem - Learn, Assimilate and then Inovate - a música é aprender, assimilar para depois inovar.
7 CULTURA MUSICAL Os alunos ficarão não só com noções do instrumento musical propriamente dito em termos de técnica mas também de música na sua essência. O sentido que Sandro Norton dá às suas aulas não é de modo nenhum dirigido apenas para a guitarra. Ele encara a formação músical num plano orquestral, que confere uma visao mais ampla e mais completa do universo musical. Os alunos vão explorar a natureza do som acústico das notas, o porquê das notas serem colocadas de determinada maneira, ter uma noção dos acordes existentes, os encadeamentos que podem ser feitos e seu resultado e o que faz a distinção entre os vários padrões musicais, desde o padrão clássico, jazzístico, bossa nova, africano ou de qualquer cultura musical.
8 MAIS QUE APRENDER... APREENDER Uma das formas bastante usada para a aprendizagem da música é sem dúvida a Internet. As vantagens da Internet são inquestionáveis! É, sem dúvida, a Internet que facilita a vida a muita gente, dado que qualquer dúvida pode ser lá esclarecida, qualquer assunto pode ser lá explorado, qualquer informação pode ser lá divulgada! Esta grande enciclopédia multimédia é, não só uma fonte de informação e conhecimento, mas também uma fonte de lazer e diversão. Há acesso imediato a livros, partituras, arranjos, demonstrações no Youtube, aulas online para aprender a tocar qualquer tipo de instrumento, e se por um lado isso é muito bom,por outro, toda a informação músical que está acessível carece de interpretação e de se certificar que vêm de uma fonte fidedigna. O resultado pode ser a aprendizagem mecânica de acordes sem haver compreensão e um entendimento básico da linguagem musical, o que naturalmente, numa fase posterior irá revelar lacunas e falhas na aprendizagem. Daí a vontade de levar este workshop às escolas onde vai ser abordado e trabalhado a questão da Percepção Musical. Músicos como Mahler, Jobim, Debussy, Piazolla, Bach, Mozart, entre outros, interpretavam música e compunham música mediante um estilo e regiam-se pela imaginação artística, não estando presos a standards que é o que se verifica nos dias de hoje com a internet e com métodos de ensino usados em algumas escolas de música. Existe uma tendência em determinadas filosofias de ensino, para transmitir conteúdos formatados, pré-definidos, que são adquiridos de forma passiva, e que constituem uma barreira à capacidade crítica e à liberdade de explorar esses conteúdos.
9 O DESPERTAR DA MENTE É claro que as regras e a existência de um encadeamento lógico para o entendimento são precisos para facilitar a aprendizagem e para adquirir a técnica do instrumento, no entanto é preciso dar espaço para à exploração musical propriamente dita. O aluno que começe a identificar os sons, a reconhecer e a decifrar os intervalos, começa também a desenvolver um processo mental que o desperta para uma sensibilidade para os sons que o pode levar a compor, e aí começa um processo que irá seguir para toda a vida. Este modo de estar musical irá permitir uma abrangência que leva o individuo a não se limitar apenas a um instrumento, a um determinado rítmo ou estílo musical porque tem a capacidade de ver a música como um todo, e lhe abre a posibilidade de usar a imaginação para explorar música. Neste ponto, não há barreiras para o conhecimento e então parte do conhecimento musical para o instrumento, e não o contrário. Existem maneiras diferentes de se ouvir música, e tal como foi referido no início, podemos literalmente ouvir musica a preto e branco ou a cores. O objectivo principal deste workshop é abrir aos alunos a possibilidade de ouvirem musica a cores!
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