Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 1
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1 Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 1
2 ELABORAÇÃO Bráulio Matias de Carvalho - Médico Infectologista- ISGH Selma Furtado Magalhães - Gerente de Risco - ISGH COLABORADORES Jamile de Sousa Pacheco Paiva Enfermeira CCIH HGWA FORMATAÇÃO Elayne Cristina Alves Carneiro Comunicação Visual ISGH Silvânia Oliveira Teixeira Comunicação Visual ISGH DATA Última Revisão em 03 de fevereiro de 2014 Por: Maria Jeane Amorim Araujo VALIDAÇÃO Selma Furtado Magalhães Gerente de Risco ISGH Flavio Clemente Deulefeu Diretor Técnico ISGH Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 2
3 SUMÁRIO 1. Introdução Objetivos Objetivo Geral Objetivos Específicos Definições Higiene Simples das Mãos Higiene Antisséptica das mãos Fricção Antisséptica das Mãos com Preparação Alcoólica Operacionalização Uso de Água e Sabão Uso de Preparações Alcoólicas Uso de Antissépticos Técnicas de Procedimentos Indicadores Indicador Obrigatório Indicador Recomendável Cuidados Especiais Cuidado com o uso de luvas Referências Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 3
4 1 INTRODUÇÃO A Estratégia multimodal das Diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre Higienização das Mãos em Assistência à Saúde está sendo implantada nas Instituições geridas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) após planejamento e adaptação dos instrumentos à nossa realidade. Trata-se de uma medida proposta pela OMS em âmbito mundial que traduz as recomendações sobre a higiene das mãos, acompanhada por inúmeras ferramentas práticas a serem prontamente implementadas nos serviços de saúde. Tem como finalidade atingir ampla divulgação das Diretrizes e reduzir os riscos associados às infecções relacionadas à assistência à saúde. Cinco componentes críticos estão envolvidos no seu desenvolvimento: 1 - Mudança de sistema que consiste na infraestrutura necessária para as práticas de higienização das mãos; 2 - Utilização de Ferramentas de comunicação e educação especialmente direcionadas para Os Cinco Momentos para a Higienização das Mãos e para os procedimentos corretos de higienização antisséptica das mãos com preparações alcoólicas e higienização simples das mãos; 3 - Monitoramento da adesão à higienização das mãos e do retorno positivo sobre esta adesão; 4 - Lembretes constantes no ambiente de trabalho, participação ativa e retorno positivo aos indivíduos e organizações; e 5 - Apoio dos níveis mais altos da administração e envolvimento de líderes institucionais. Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 4
5 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Aumentar a adesão às práticas de higienização das mãos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Reduzir a transmissão de microorganismos e, consequentemente, reduzir as infecções relacionadas à assistência à saúde. Melhorar as estruturas para higienização das mãos. Aumentar o uso de produtos para higienização das mãos; Melhorar a percepção sobre higienização das mãos; Melhorar o conhecimento sobre higienização das mãos. 3 DEFINIÇÕES Higiene das mãos é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higienizar as mãos para prevenir a transmissão de micro-organismos e consequentemente evitar que pacientes e profissionais de saúde adquiram Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o termo engloba a higiene simples, a higiene antisséptica, a fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica, definidas da seguinte forma: Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 5
6 3.1 HIGIENE SIMPLES DAS MÃOS Ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum, sob a forma líquida. 3.2 HIGIENE ANTISSÉPTICA DAS MÃOS Ato de higienizar as mãos com água e sabonete associado a agente antisséptico. 3.3 FRICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS COM PREPARAÇÃO ALCOÓLICA Aplicação de preparação alcoólica nas mãos para reduzir a carga de micro-organismos sem a necessidade de enxague em água ou secagem com papel toalha ou outros equipamentos PREPARAÇÃO ALCOÓLICA PARA HIGIENE DAS MÃOS SOB A FORMA LÍQUIDA: Preparação contendo álcool, na concentração final entre 60% a 80% destinada à aplicação nas mãos para reduzir o número de micro-organismos. Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulação para evitar o ressecamento da pele PREPARAÇÃO ALCOÓLICA PARA HIGIENE DAS MÃOS SOB AS FORMAS GEL, ESPUMA E OUTRAS: Preparações contendo álcool, na concentração final mínima de 70% com atividade antibacteriana comprovada por testes de laboratório in vitro (teste de suspensão) ou in vivo, destinadas a reduzir o número de micro-organismos. Recomenda-se que contenha emolientes em sua formulação para evitar o ressecamento da pele. Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 6
7 4 OPERACIONALIZAÇÃO As mãos devem ser higienizadas em momentos necessários para a prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde causadas pela transmissão cruzada pelas mãos. 4.1 USO DE ÁGUA E SABÃO Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. Ao iniciar o turno de trabalho. Após ir ao banheiro. Antes e depois das refeições. Antes de preparo de alimentos. Antes de preparo e manipulação de medicamentos. 4.2 USO DE PREPARAÇÕES ALCOÓLICAS ANTES DE CONTATO COM O PACIENTE Para proteção do paciente, evitando a transmissão de micro-organismos oriundos das mãos do profissional de saúde e gestos de cortesia e conforto. Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto APÓS CONTATO COM O PACIENTE Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 7
8 Para proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do próprio paciente ANTES DE REALIZAR PROCEDIMENTOS ASSISTENCIAIS E MANIPULAR DISPOSITIVOS INVASIVOS Para proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal) ANTES DE CALÇAR LUVAS PARA INSERÇÃO DE DISPOSITIVOS INVASIVOS QUE NÃO REQUEIRAM PREPARO CIRÚRGICO Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos APÓS RISCO DE EXPOSIÇÃO A FLUIDOS CORPORAIS Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes AO MUDAR DE UM SÍTIO CORPORAL CONTAMINADO PARA OUTRO, LIMPO, DURANTE O CUIDADO AO PACIENTE Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de micro-organismos de uma determinada área para outras áreas de seu corpo. Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 8
9 Exemplo: troca de fraldas e subseqüente manipulação de cateter intravascular. Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com freqüência na rotina profissional. Devemse planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na seqüência: sítio menos contaminado para o mais contaminado APÓS CONTATO COM OBJETOS INANIMADOS E SUPERFÍCIES IMEDIATAMENTE PRÓXIMAS AO PACIENTE Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de roupas de cama, ajuste da velocidade de infusão de solução endovenosa ANTES DE CALÇAR E APÓS REMOÇÃO DAS LUVAS Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos OUTROS PROCEDIMENTOS Exemplos: manipulação de invólucros de material estéril. 4.3 USO DE ANTISSÉPTICOS Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 9
10 HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de micro-organismos multirresistentes; Nos casos de surtos DEGERMAÇÃO DA PELE No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros. CINCO MOMENTOS DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 10
11 4.4 TÉCNICAS DE PROCEDIMENTOS HIGIENE SIMPLES DAS MÃOS: 1. Molhe as mãos com água; 2. Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir toda a superfície das mãos; 3. Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si; 4. Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa; 5. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais; 6. Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimentos de vai-e-vem e vice-versa; 7. Esfregue o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita utilizando-se de movimento circular e vice-versa; 8. Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo movimento circular e vice-versa; 9. Enxague bem as mãos com água; 10. Seque as mãos com papel toalha descartável; 11. No caso de torneiras de fechamento manual, para fechar sempre utilize o papel toalha; Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 11
12 HIGIENIZAÇÃO ANTISSÉPTICA: ANTISSÉPTICO DEGERMANTE E ÁGUA; A técnica de higienização antisséptica é igual à utilizada para a higienização simples das mãos, substituindo-se o sabonete líquido comum por um associado a antisséptico, como antisséptico degermante. Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 12
13 FRICÇÃO ANTISSÉPTICA DAS MÃOS COM PREPARAÇÃO ALCOÓLICA: Os seguintes passos devem ser seguidos durante a realização da técnica de fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: 1. Aplique uma quantidade suficiente de preparação alcóolica em uma mão em forma de concha para cobrir todas as superfícies das mãos; 2. Friccione as palmas das mãos entre si; 3. Friccione a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos e vice-versa; 4. Friccione a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados; 5. Friccione o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento vai-e-vem e vice-versa; 6. Friccione o polegar esquerdo com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se de movimento circular e vice-versa; 7. Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo um movimento circular e vice-versa; 8. Quando estiverem secas, suas mãos estarão seguras. Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 13
14 5 INDICADORES Os seguintes indicadores de desempenho devem ser utilizados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para a mensuração da melhoria da adesão às práticas de higiene das mãos: 5.1 INDICADOR OBRIGATÓRIO a) Consumo de preparação alcoólica para as mãos: monitoramento do volume de preparação alcoólica para as mãos utilizado para cada pacientes-dia. b) Consumo de sabonete: Monitoramento do volume de sabonete líquido associado ou não a antisséptico utilizado para cada pacientes-dia. Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 14
15 5.2 INDICADOR RECOMENDÁVEL c) Percentual (%) de adesão: número de ações de higiene das mãos realizados pelos profissionais de saúde X 100 número de oportunidades ocorridas para higiene das mãos Nota: o retorno da informação à Direção do estabelecimento e aos profissionais pelo resultado dos indicadores deverá ser providenciado pela CCIH. 6 CUIDADOS ESPECIAIS 6.1 CUIDADO COM O USO DE LUVAS O uso de luvas não altera nem substitui a higienização das mãos, seu uso por profissionais de saúde não deve ser adotado indiscriminadamente, devendo ser restrito às indicações a seguir: Utilizá-las para proteção individual, nos casos de contato com sangue e líquidos corporais e contato com mucosas e pele não íntegra de todos os pacientes; Utilizá-las para reduzir a possibilidade de os micro-organismos das mãos do profissional contaminarem o campo operatório (luvas cirúrgicas); Utilizá-las para reduzir a possibilidade de transmissão de micro-organismos de um paciente para outro nas situações de precaução de contato; Trocar de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente; Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 15
16 Trocar de luvas durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo; Trocar de luvas quando estas estiverem danificadas; Nunca tocar desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas; Higienizar as mãos antes e após o uso de luvas. 7 REFERÊNCIAS BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA. Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasília, BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA.Higienização das Mãos em Serviços de Saúde. Brasília, Disponível em:< Acesso em: 03 de fevereiro de 2014 BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA. RDC n. 42, de 25 de outubro de Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do país e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 out BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ANVISA. Segurança do Paciente em Serviços de Saúde Higienização das Mãos. Brasília, ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - OPAS/OMS; AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MINISTÉRIO DA SAÚDE ANVISA/MS. Manual para Observadores. Brasília, DF, 2008a. Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 16
17 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - OPAS/OMS; AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MINISTÉRIO DA SAÚDE ANVISA/MS. Guia para Implantação. Um guia para implantação da Estratégia Multimodal da OMS para a Melhoria da Higienização das Mãos. Brasília, DF, 2008b. Protocolo de Higienização de Mãos ISGH Página 17
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