Goiânia, 06 de junho de
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- Paulo Klettenberg Carneiro
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1 Goiânia, 6 de junho de 2.2. Exma. Dep. Onaide Santillo D.D. Presidente da Comissão de Meio Ambiente Assembléia Legislativa do Estado de Goiás Nesta. Cara Deputada, Aproveitando a oportunidade que será proporcionada pela audiência pública dos recursos hídricos por nós solicitada à V. Excia., a Associação dos Pescadores Esportivos de Goiás vem através desta propor uma discussão mais ampla com referência ao pacote verde proposto pelo executivo estadual. Preocupados com a situação dos nossos recursos hídricos, que gradativa, mas sistematicamente estão sendo contaminados pela ocupação humana desordenada, acreditamos estar em nossas mãos realizarmos as mudanças necessárias para a correção de rumos imprescindíveis a uma gestão ambiental integrada. Nossa visão sequer é crítica quanto às propostas apresentadas pelo Governo Estadual. Apenas acreditamos ser o momento adequado para solicitarmos que em outra oportunidade possamos discutir sobre as outras propostas, todas absolutamente relevantes para o meio ambiente. Observamos que é possível ampliar a discussão, através de propostas da sociedade que contemplem medidas complementares capazes de auxiliar no ordenamento da ocupação daquilo que consideramos ser a última fronteira agropecuária do planeta. Acreditamos na possibilidade de promovermos avanços consideráveis na política de recursos hídricos do estado, inclusive inovando em relação à política ambiental federal, uma vez que entendemos que as propostas apresentadas não apenas interagem, como também se complementam. Assim sendo, somente a título de exemplo, acreditamos que possamos inserir nas propostas sobre recursos hídricos, mecanismos que contemplem a adoção de uma política consistente e duradoura de práticas obrigatórias de conservação dos solos assim como propostas de recuperação de áreas degradadas. Finalizamos, solicitando que a Comissão de Meio Ambiente desta Assembléia Legislativa tão bem presidida por V.S ª, proporcione outra audiência pública específica para a discussão das outras propostas encaminhadas pelo executivo estadual de forma que todos os interessados possam contribuir para o aprimoramento da política ambiental do Estado de Goiás. Atenciosamente. João Carlos Kruel Sobrinho Presidente
2 Avaliação Potencial da Erosão Metodologia Para Avaliação de Perdas Anuais de Solos Por Uso Inadequado. Introdução: O presente trabalho foi realizado objetivando alertar os especialistas em recursos hídricos, os órgãos ambientais do Estado de Goiás e o Ministério Público, com informações relativas ao comprometimento dos nossos recursos hídricos pelo assoreamento causado pela forma inadequada de ocupação dos solos. Isto vem ocorrendo porque não existe a centralização e um planejamento por parte do poder público, além da permanente escassez de recursos para a realização de trabalhos relativos ao zoneamento ecológico/econômico no estado. Na verdade, para a execução de um trabalho objetivo que vise pelo menos minimizar o problema, passa pela constituição de uma equipe multidisciplinar e envolva vários órgãos e entidades não governamentais. A ignorância e a desinformação de algumas Ong s ambientais com relação ao problema, tem provocado desconfianças contra a execução de obras de infraestrutura no estado, prejudicando não só o poder executivo como a própria sociedade. Acreditamos que as informações obtidas, poderão ser adotadas em oportunidades que se faça necessário pois o volume em m3 de terra perdido devido à erosão existente é muito mais significativo do que qualquer obra de infraestrutura a ser realizada. Na verdade, se comparada qualquer obra de infraestrutura pretendida pelo poder público, com os volumes perdidos de terra anualmente, na casa de centenas de milhões de m3 no estado, a movimentação de terra, materiais diversos e dragagens necessários à realização das obras, tornam-se absolutamente irrelevantes. A estratégia sugerida, se contrapõe ao fato comprovado de ações organizadas por ONGs despreparadas tecnicamente, que se especializaram em combater projetos da maior relevância econômica e de resgate social, como é o caso das hidrovias, ferrovias e rodovias brasileiras ou ainda construção de hidrelétricas, que passam por imensas dificuldades para a realização até de audiências públicas, quanto mais da implantação das obras. O raciocínio é válido também no que se refere às obras ferroviárias e rodoviárias, embora estas sofram menores pressões das Ong s desinformadas, que através destas ações tem conseguido medidas protelatórias na execução destes projetos.
3 Goiás - Uso do Solo ,24%,54% 4,% 11,27% 4,21% 29,2% 8,53% 2,35% 27,84% Permanentes Temporárias em descanso (96) Pastagens naturais (96) Pastagens artificias (96) Unidades de Conservação Matas/savanas (96) Área do Estado ha Reserva Legal (est.4%) Passíveis de ocupação Uso do Solo % Permanentes ,54 Temporárias ,53 em descanso (96) ,35 Pastagens naturais (96) ,84 Pastagens artificias (96) ,2 Unidades de Conservação ,21 Matas/savanas (96) ,27 Reserva Legal (est.4%) , Passíveis de ocupação ,24
4 Hectare ( ha ) Evolução da Área Cultivada Estado de Goiás 1996/ Arroz Milho Soja Tonelada ( t ) Evolução da Produção Estado de Goiás 1996/2 Arroz Milho Soja Área( ha ) Arroz Milho Soja Total Cultura( t ) Arroz Milho Soja Total t / ha Evolução da Produtividade Estado de Goiás 1996/2 Arroz Milho Soja Incremento % Incremento da Área e Produção de Arroz, Milho e Soja Estado de Goiás 1996/ Área Produção t/ha Arroz 2, 1,95 Milho 3,87 4,44 Soja 2,27 2,76 Evolução Incremento(%) Área/ha , Produção/t ,1
5 Incremento% Incremento da Cultura de Soja Estado de Goiás 1996/ Área Produção Produtividade Cultura ( Soja ) Incremento% Área/ha ,83 Produção/t ,2 Produtividade t/ha 2,27 2,76 21,62 Incremento% Incremento da Cultura de Milho Estado de Goiás 1996/ Fonte : Dados Estatísticos IBGE Área Produção Produtividade Cultura ( Milho ) Incremento% Área/ha ,9 Produção/t ,12 Produtividade t/ha 3,87 4,44 14,65 Incremento% Incremento da Cultura de Arroz Estado de Goiás 1996/ Área Produção Produtividade Cultura ( Arroz ) Incremento% Área/ha ,8 Produção/t ,56 Produtividade t/ha 2, 1,95-2,34
6 12.. Goiás 2 Ocupação do Solo 1.. Hectare( ha ) Permanentes Temporárias Lavoura de Soja em descanso (96) Pastagens naturais (96) Pastagens artificias (96) Unidades de Conservação Matas/savanas (96) Reserva Legal (estim.4%) Passíveis de ocupação Ocupação Área/ha % Permanentes ,,54 Temporárias , 4,16 Lavoura de Soja , 4,37 em descanso(96) , 2,35 Pastagens naturais(96) 9.5., 27,84 Pastagens artificias(96) , 29,2 Unidades de Conservação ,58 4,21 Matas/savanas(96) , 11,27 Reserva Legal(estim.4%) , 4, Passíveis de ocupação , 12,24 Total ,58 1,
7 SITUAÇÃO DE NORMALIDADE - EROSÃO TOLERAVEL Goiás 2 Perdas Anuais de Solo (Estimadas) Permanentes , Temporárias , em descanso , Pastagens naturais , 9.5. Pastagens artificiais , Unidades/ Conservação , Matas/ savanas , Reserva Legal (est. 4%) , Passíveis de Ocupação , Total * * Critério adotado para perdas baseados em médias da literatura disponível Cenários Critério Adotado Para o Cálculo Propostos Saldo Perdas(saldo*2) AreaD *Perda Perdas Totais Conservador Moderado Pessimista Situação Proposta Para Estudo da Degradação em Pastagens Artificiais Cenário Tipo de Solo Degradação % Área Degradada ha Perda ton/ha pp em mm Conservador Cambissolo , 13 Moderado Latossolo , 16 Pessimista Podzólico , 18 Critério Técnico: Nas pastagens em bom estado, perdas anuais de 2, ton/ha/ano
8 Goiás - Perdas Anuais de Solo/ton/ha/ano Cenário Conservador Matas e Savanas Unidades de Conservação Pastagens artificiais Pastagens naturais Reserva Legal Est. 4% Passíveis de ocupação Permanentes Temporárias Lavoras em Descanso Condições do Estudo: Latosolo com p.p. 13mm/anuais Perdas Anuais de Solo em ton/ha/ano - Goiás 2. Área tipo Área utilizada Perda Total Permanentes Temporárias Lavoras em Descanso Pastagens naturais Pastagens artificiais Unidades de Conservação Matas e Savanas Reserva Legal Est. 4% Passíveis de ocupação Total Perdas Evitáveis
9 Goiás Perdas Anuais Solo / ton / ha / ano Cenário Moderado Permanentes Temporárias Lavoras em Descanso Pastagens naturais Pastagens artificiais Unidades de Conservação Matas e Savanas Reserva Legal Est. 4% Passíveis de ocupação Condições do Estudo: Solo Podzólico com p.p. de 16 mm/anuais Perdas Anuais de Solo em ton/ha/ano - Goiás 2. Área tipo Área utilizada Perda Total Permanentes Temporárias Lavoras em Descanso Pastagens naturais Pastagens artificiais Unidades de Conservação Matas e Savanas Reserva Legal Est. 4% Passíveis de ocupação Total Perdas Evitáveis
10 Goiás - Perdas Anuais de Solo Cenário Pessimista Matas e Savanas Reserva Legal Est. 4% Unidades de Conservação Passíveis de ocupação Permanentes Temporárias Lavoras em Descanso Pastagens naturais Pastagens artificiais Condições do Estudo: Cambissolo com p.p. 18 mm/anuais Perdas Anuais de Solo em ton/ha/ano - Goiás 2. Área tipo Área utilizada Perda Total Permanentes Temporárias Lavoras em Descanso Pastagens naturais Pastagens artificiais Unidades de Conservaçã Matas e Savanas Reserva Legal Est. 4% Passíveis de ocupação Total Perdas Evitáveis
11 Conclusão: Este trabalho evidentemente não foi desenvolvido com um rigor científico aprofundado, mas tem um cunho técnico suficiente para, numa visão macro do problema, justificar as preocupações com a forma desordenada de ocupação das regiões Centro Oeste e Norte do País. É interessante ressaltar que a princípio se imagina que as maiores perdas de solos, ocorrem em função da ocupação agrícola, quando na verdade elas estão ocorrendo com muito maior intensidade em função da degradação das pastagens cultivadas como também pelo uso inadequado de implementos agrícolas (grade aradora) na formação das mesmas. Ocupação Área/ha % Permanentes ,,54 Temporárias , 4,16 Lavoura de Soja , 4,37 em descanso(96) , 2,35 Pastagens naturais(96) 9.5., 27,84 Pastagens artificias(96) , 29,2 Unidades de Conservação ,58 4,21 Matas/savanas(96) , 11,27 Reserva Legal(estim.4%) , 4, Passíveis de ocupação , 12,24 Total ,58 1, Para um melhor entendimento do trabalho realizado, optamos por demonstrar que embora tenha se verificado uma grande expansão das lavouras de soja (cargas agrícolas), ela representa somente 4,37% da ocupação das terras no estado de Goiás. Neste caso é fácil demonstrar que a preocupação de determinadas Ong s é infundada com relação à agricultura, até porque os produtores rurais na sua grande maioria (85%) já vêm utilizando práticas de conservação dos solos como o plantio direto, que além de reduzir significativamente as perdas causadas pela erosão, também provoca uma redução considerável de insumos tóxicos ao meio ambiente. Finalizando, esclarecemos que para um trabalho de maior detalhamento sobre o assunto possa ser realizado, é desejável que sejam concluídos os estudos de zoneamento já iniciados pelo IBGE, pois dados atuais sobre que tipos de solo estão sendo utilizados pelas pastagens, são imprescindíveis para que seja possível obter-se informações conclusivas. Por outro lado, os dados coletados e aqui analisados com certeza são adequados ao trabalho proposto, servindo de alerta para inevitáveis conseqüências ao meio ambiente, com o lento porém contínuo comprometimento dos nossos recursos hídricos. Engº Agrº João Carlos Kruel Sobrinho Presidente Eng.º Leo Bento Dir. Meio Ambiente
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