PROCESSO E PROCEDIMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE
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1 PROCESSO E PROCEDIMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE
2 PROCEDIMENTO E DEVIDO PROCESSO LEGAL Quando a lei fixa um procedimento, o juiz deve observá-lo (como regra), ainda que haja concordância das partes para sua inversão ou supressão. Garantias vinculadas ao devido processo legal: garantia ao procedimento integral e a garantia ao procedimento tipificado. Há para a parte a garantia de que o juiz irá observá-los integralmente. Em virtude da garantia ao procedimento tipificado, não se admite a inversão da ordem processual ou a adoção de um procedimento por outro.
3 DIREITO AO PROCEDIMENTO Garantia fundamental - conexão com os direitos fundamentais Princípio da economia processual: por vezes, a inversão de algum ato processual ou da ordem de inquirição de testemunhas, contando com a concordância das partes, pode ter efeito positivo, permitindo a rápida solução do processo, sem prejuízo a qualquer direito fundamental dos envolvidos.
4 PROCEDIMENTO COMUM: ORDINÁRIO, SUMÁRIO E SUMARÍSSIMO Ordinário: crime cuja sanção máxima é igual ou superior a 4 anos de pena privativa de liberdade. Sumário: crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 anos de pena privativa de liberdade. Sumaríssimo: infrações de menor potencial ofensivo.
5 PROCEDIMENTOS ESPECIAIS O procedimento do júri Procedimento dos crimes falimentares (Lei /2005) Procedimento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos Procedimento dos crimes contra a honra Procedimento dos crimes da Lei de Drogas (Lei de 2006) Procedimento de restauração de autos
6 PROCEDIMENTO COMUM: PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 1) Recebimento da denúncia ou da queixa: completa a formação do processo e inaugura a instrução. 2) Peça acusatória - rol de testemunhas: até o máximo de oito 3) Juiz: ordena a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias ( Na citação por edital, o prazo da defesa começa a correr a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído
7 PROCEDIMENTO COMUM: PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 4) Resposta à Acusação - deve conter toda a matéria de defesa: preliminares (falhas e vícios), justificações (excludentes), oferecimento de novos documentos, provas a serem realizadas e apresentação do rol de testemunhas, até o máximo de oito. Se citado, o réu deixa de apresentar Defesa Prévia, deve o juiz nomear defensor (prazo de 10 dias). Se o defensor constituído não oferece defesa prévia o réu pode ser considerado indefeso, nomeando-se defensor dativo ou indicando-se defensor público. Importância da Defesa Prévia: possibilidade do juiz de promover a absolvição sumária, antes mesmo de dar início à instrução.
8 HIPÓTESES DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA a) existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato b) existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; c) quando o fato narrado evidentemente não constituir crime; d) quando estiver extinta a punibilidade do agente
9 ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA Equivale ao julgamento antecipado da lide (na esfera cível). Contra essa decisão, cabe apelação. Não ocorrendo absolvição sumária, deve o juiz designar dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, a intimação do acusado, de seu defensor, do MP e, se for o caso, do querelante e do assistente.
10 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO Testemunhas fora da Comarca: expedição de precatória A audiência de instrução e julgamento deve ser única. Ouvem-se o ofendido, as testemunhas de acusação e defesa, nessa ordem (exceto para as ouvidas por precatória), os peritos, acareações, reconhecimento de pessoas e coisas. Finalmente, interroga-se o acusado. A parte que arrolou a testemunha pode desistir do seu depoimento, sem consulta à parte contrária. Entretanto, o juiz poderá ouvi-la.
11 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO Terminada a instrução, oralmente, as partes podem requerer diligências, cuja necessidade surja das circunstâncias ou fatos apurados até então Determinada a realização das diligências, não haverá debates nem julgamento. Concluídas aquelas, as partes devem apresentar alegações finais, por memorial, em cinco dias. O juiz tem 10 dias para sentenciar.
12 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO Inexistindo requerimento de realização de diligências, ou sendo indeferido qualquer pedido nesse sentido, haverá os debates orais com 20 minutos para cada parte, prorrogáveis por mais 10. Havendo mais de um acusado, cada qual terá o seu tempo individual para se manifestar. Se houver assistente de acusação, terá ele 10 minutos. Nessa hipótese, concede-se mais 10 minutos para a defesa.
13 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO O método para registro da audiência deve ser, como regra, o de gravação Não sendo possível, tudo deve ser reduzido a termo em forma resumida. Considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, o juiz pode deferir a apresentação de alegações finais, por memorial, em 5 dias, sucessivamente, proferindo sentença, depois, em 10 dias
14 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO A inversão da ordem das testemunhas, como regra, não deve ocorrer, mas, em homenagem ao princípio da economia processual (hoje, constitucionalmente previsto no art. 5.º, LXXVIII, CF) não havendo insurgência das partes, é possível. Se o réu não comparece à audiência, onde seria interrogado opção pelo direito ao silêncio, declinação do direito de audiência Presença do réu indispensável (reconhecimento) pode ser conduzido coercitivamente.
15 PROCEDIMENTO COMUM: PROCEDIMENTO SUMÁRIO Recebida a denúncia ou queixa, contendo rol de até 5 testemunhas, ordena-se a citação do réu para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias. Deve fazê-lo por intermédio de seu defensor (constituído, dativo ou público). A defesa prévia deve conter toda a matéria de interesse do acusado, inclusive preliminares, justificações, oferecimento de documentos, especificação de provas e rol de testemunhas, até o máximo de 5.
16 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO Apresentada a defesa prévia, pode o juiz absolver sumariamente o réu. Caso não o faça, designa audiência única de instrução e julgamento. Na audiência tomam-se as declarações do ofendido, os depoimentos das testemunhas, eventuais esclarecimentos dos peritos, acareações, reconhecimento de pessoas e coisas. Ao final, interroga-se o réu Se houver testemunhas a ouvir por precatória, deve o magistrado expedir a carta, sendo que é possível ouvir testemunhas, residentes em outra Comarca, por videoconferência
17 AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO Finda a instrução, realizam-se os debates orais. As partes têm 20 minutos cada para apresentar suas considerações finais. Pode haver a prorrogação de 10 minutos para cada. Se houver assistente de acusação, terá10 minutos, acrescendo-se igual período à defesa. A seguir, o juiz deve proferir a sentença no termo de audiência. Autoriza-se a gravação de depoimentos e debates. No procedimento sumário, não se prevê a juntada de memoriais (alegações finais devem ser orais).
18 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO A Lei 9.099/95, inspirada na celeridade e simplificação procedimental, previu a possibilidade de transação penal para as infrações de menor potencial ofensivo (contravenções penais e crimes com pena máxima não superior a dois anos). Não ocorrendo transação penal, o procedimento segue o rito da Lei 9.099/95
19 PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO Os debates são orais. Por analogia ao CPP, cada parte pode manifestar-se em 20 minutos, prorrogáveis por mais 10. A sentença será dada no termo, dispensado o relatório.
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