UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O PAPEL DA FIGURA FEMININA NA SOCIEDADE INGLESA ATRAVÉS DO ROMANCE ORGULHO E PRECONCEITO, DE JANE AUSTEN RESUMO

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1 UMA BREVE ANÁLISE SOBRE O PAPEL DA FIGURA FEMININA NA SOCIEDADE INGLESA ATRAVÉS DO ROMANCE ORGULHO E PRECONCEITO, DE JANE AUSTEN Jhonatas Garagnani de Souza Juliano Cesar Teixeira Paula Fernanda Leite de Carvalho (G-CLCA UENP/CJ) Fernanda de Cássia Miranda (Orientadora CLCA- UENP/CJ) RESUMO Neste artigo pretendemos analisar o papel da mulher na sociedade aristocrática inglesa do século XIX, retratada na obra Orgulho e Preconceito de Jane Austen, onde suas personagens trazem consigo as características predominantes dos costumes da época. A obra tem como personagem principal Elizabeth Bennet, onde ela tem em todo o momento que lidar com os problemas relacionados à educação, cultura, moral, casamento e classe social. O título Orgulho e Preconceito se definem basicamente na personalidade de Elizabeth Bennet e Darcy, que se apaixonam. Ela é orgulhosa e não se envergonha de ser de classe inferior e mantém uma opinião equivocada do Sr. Darcy, até que ela descobre que estava errada. Já o Sr. Darcy é preconceituoso com relação à classe social de Elizabeth, resistindo aos seus sentimentos por ser um homem rico, até o momento em que ambos não conseguem controlar o amor que sentem. A crítica presente na obra de Jane Austen pretende demostrar de forma detalhada a importância da mulher na sociedade, sendo esse um dos romances mais conhecido mundialmente. Introdução Neste artigo pretendemos analisar o papel da mulher na sociedade aristocrática inglesa do século XIX, retratada na obra Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito) de Jane Austen, onde suas personagens trazem consigo as características predominantes dos costumes da época. A obra tem como personagem principal Elizabeth Bennet, onde ela tem em todo o momento que lidar com os problemas relacionados à educação, cultura, moral, casamento e classe social. O título Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito) se define basicamente na personalidade de Elizabeth Bennet e Darcy, que se apaixonam. Ela é orgulhosa e não se envergonha de ser de classe inferior e mantém uma opinião equivocada do Sr. Darcy, até que ela descobre que estava errada. Já o Sr. Darcy é preconceituoso com relação à classe social de Elizabeth, resistindo aos seus sentimentos por ser um homem rico, até o momento em que ambos não conseguem controlar o amor que sentem. A crítica 932

2 presente na obra de Jane Austen pretende demostrar de forma detalhada a importância da mulher na sociedade, sendo esse um dos romances mais conhecido mundialmente. Jane Austen nasceu em Steventon, no condado de Hampshire, Inglaterra, em uma família pertencente à aristocracia rural. Sétima filha do reitor da paróquia completou a maior parte de seus estudos em casa. Na obra Pride and Prejudice (Orgulho e Preconceito) retrata com uma ironia sutil e um perspicaz diagnóstico psicológico o cotidiano da sociedade inglesa de sua época. Nossa autora nunca se casou e sua vida amorosa é um verdadeiro mistério. Pelo pouco que se sabe, teve pretendentes e chegou a receber um pedido de casamento que aceitou e logo em seguida recusou. Personagens femininos Elizabeth Bennet É a protagonista da obra. Mora com sua família em Hertfordshire, sendo a segunda de cinco filhas de um proprietário rural. Tem a personalidade forte e opinião própria, com uma tendência a julgar as pessoas pelas primeiras impressões. É inteligente, alegre, simples e sincera, mas não tinha conhecimento de música, canto, desenho, dança e idiomas modernos. Por isso não era considerada uma boa pretendente pela sociedade. Foi desprezada por Darcy e o tratou da mesma forma. Por ser persistente, resolve investigar o motivo de Bingley, um jovem de grande fortuna ter abandonado sua irmã Jane. Também não quis se casar com seu primo, o Sr Collins, mesmo ele sendo o futuro herdeiro dos bens de seu pai, já que não havia outro varão na família. Apaixona-se por Darcy, um homem reservado, sendo visto por muitos como orgulhoso devido ao seu status social. Ela mantém a opinião de que Darcy é um homem ruim por ter separado sua irmã de Bingley até que descobre que ele fez isso por causa do comportamento das irmãs mais novas, no qual ela também reprovava. Após ver atitudes que Darcy era um homem bom e que a amava, acaba mudando sua opinião e aceita se casar com ele, sem nenhum interesse em sua fortuna ou por conveniência. 933

3 Elizabeth começou a compreender, então, que o Sr. Darcy era o homem que mais lhe convinha, tanto pelo seu temperamento como pelas suas qualidades. O seu gênio, embora o oposto do seu, vinha ao encontro dos seus desejos. Tal união apenas resultaria vantajosa para ambos. A espontaneidade e naturalidade de Elizabeth contribuiriam para suavizar o seu espírito e melhorar também as suas maneiras. Ele, por seu lado, teria um benefício ainda maior a receber com a segurança do seu julgamento e a sua experiência do mundo. (Cap L, p.183) Jane Bennet É a filha mais velha do casal Bennet, considerada a mais bela jovem do local. Prefere ver apenas o lado bom das pessoas. Identifica-se mais com sua irmã Elizabeth, em quem confia e troca confidências. É doce, reservada, sensível, e se apaixona por Bingley, um jovem rico que aluga uma propriedade em Netherfield, e passa alguns dias lá com sua irmã Caroline e seu amigo Darcy. Ele é facilmente influenciável pela opinião de outras pessoas, que o fizeram acreditar que Jane não parecia demonstrar reciprocidade no relacionamento, por isso ele vai embora sem dar explicações a ela. Jane fica confusa e desapontada com o acontecido, porém não gosta de demonstrar seu sofrimento para a família. Após ouvir os conselhos de Darcy que tenta reparar o erro por ter interferido no relacionamento de seu amigo, Bingley retorna a Netherfield e pede Jane em casamento, sendo finalmente felizes. Sra Bennet A esposa de Mr Bennet e mãe de Elizabeth e suas irmãs. Frívola, ansiosa, inadequada e pouco inteligente, é suscetível a ataques, tremores e palpitações. Seu modo de ser superior a vizinhança e querer a todo custo casar as filhas para que não fique na miséria após a morte de seu marido, causa embaraço em Jane e Elizabeth. Sua filha favorita é a mais 934

4 jovem, Lydia, a quem tudo permite e mesmo sendo nova já frequenta bailes. Abaixo uma breve descrição de sua personalidade: [...] É uma mulher de inteligência medíocre, cultura rudimentar e temperamento incerto. Quando irritada, procurava refúgio nos nervos. A principal ocupação da sua vida era casar as filhas e o seu passatempo as visitas e os mexericos. (Cap. II,p.4) Lydia Bennet É a mais jovem das irmãs Bennet, é descrita como frívola e teimosa. Socialmente, gosta de flertar com os militares que estão alojados em Meryton. Foge com o oficial Wickham, um homem conquistador e persuasivo que a principio se aproxima de Elizabeth, dizendo que conheceu Darcy no passado, sendo ele o culpado por ter lhe tirado a herança que receberia. Porém ele oculta que é um interesseiro viciado em jogos, e que Darcy tinha razão nos fatos que ocorreram. Lydia não demonstra remorso pela vergonha que causou para a família, já que seu pai precisou da ajuda de seu tio Mr Gardiner e de Darcy, que acaba resolvendo a situação em oculto. Quando retorna casada à casa de seus pais age como se tivesse feito algo maravilhoso, e que suas irmãs tem inveja de sua situação. - Bem, mãezinha - disse ela, quando voltou à sala -, que acha do meu marido? Não é um homem encantador? Estou certa de que todas as minhas irmãs me invejam. Só lhes desejo tanta sorte como a minha. Precisam todas de ir a Brighton. É o sitio ideal para se arranjar um marido. Que pena, mãe, não termos ido todas! (Cap. L, p. 186) Kitty Bennet É a quarta irmã Bennet, é teimosa e tão tola quanto sua irmã Lydia, e vive à sombra dela. Quando sua irmã foge, ela se sente importante por ser a primeira, a saber, do ocorrido. Como ela gostava de imitar a irmã, provavelmente fugiria com algum militar. Mas o pai, já prevenido lhe avisou: 935

5 - Tu, ires a Brighton! Não te deixarei ir nem a Eastborn, que fica aqui ao lado. Nem por cinquenta libras. Não, Kitty, pelo menos aprendi a ser prudente, e tu irás sentir os seus efeitos. Nenhum oficial entrará jamais, daqui para o futuro, em minha casa, nem que esteja só de passagem pela localidade. Os bailes ser-te-ão absolutamente proibidos, a não ser que permaneças o tempo todo junto de uma das tuas irmãs. E nunca passarás por esta porta sem primeiro provares que passas diariamente dez minutos de forma sensata. (Cap. XLVIII, p. 176) Mary Bennet É a mais franca das irmãs Bennet e também a mais distante da família. Não gostava de ir a bailes ou participar de qualquer divertimento. Preferia ficar trancada em seu quarto fazendo leituras e refletindo. Ela não se poupa de criticar a frivolidade das irmãs Lydia e Kitty. Distancia-se de qualquer comportamento que possa ser moralmente reprovável. - É um acontecimento deveras desagradável; e provavelmente será muito comentado. Mas nós devemo-nos opor à maré da maledicência e derramar sobre os nossos corações feridos o bálsamo do consolo fraternal. (Cap. XLVII, p.170) Charlotte Charlotte é a melhor amiga de Elizabeth Bennet. É uma jovem sensível e inteligente. Porém, pela idade e por não ser tão bonita, já não era considerada uma boa pretendente. Por ser rejeitado pelas irmãs Bennet, Mr Collins pede Charlotte em casamento, que imediatamente aceita, mesmo sem não ter nenhum amor por ele, pois poderia lhe oferecer um futuro decente. [...] Charlotte chegar ao fim da sua vida como uma velha solteirona. [...] [...] A própria Charlotte se mostrava radiante. o Sr. Collins, com efeito, não era um homem sensato, nem agradável, tão-pouco; em 936

6 convívio tornava-se terrivelmente enfadonho.[...] Como deves saber, eu não sou uma romântica. Nunca o fui. Apenas desejo um lar confortável; e, considerando o carácter do Sr. Collins, as suas relações e situação na vida, estou convencida de que as probabilidades que se me oferecem de vir a ser feliz com ele são tantas quanto às da maioria ao darem tal passo. (Cap. XXII, p 80). Lady Catherine de Bourgh Uma aristocrata dominadora e orgulhosa, que gosta de humilhar quem não é de sua classe social. É tia de Darcy e faz de tudo para que ele se case com sua filha, comparando-a com Elizabeth com relação a conhecimentos de música, canto, dança, pintura e idiomas modernos, que são vistos como fundamentais para ser considerada prendada e tenta impedir que Elizabeth se case com Darcy. Ficou indignada com o casamento do sobrinho, mas por fim seu ressentimento passou pela grande afeição que sentia por ele. Conclusão Conclui-se que com a análise feita no romance através das personagens femininas, é possível perceber que o papel da mulher na sociedade inglesa do século XIX era relegado apenas ao plano familiar, pois com a falta de perspectiva social e por causa das regras impostas socialmente, a mulher era vista apenas como um objeto de uso para o matrimônio. Percebe-se que a sociedade era totalmente preconceituosa em relação ao papel da mulher. O que se levava em conta com as mulheres de classe inferior eram as possibilidades de um bom casamento, para poder se alcançar enfim alguma estabilidade financeira. Jane Austen acaba por focar-se na mulher que consegue ter todas essas características, que tem uma boa relação familiar, que se casa sem interesse e sim por amor, no que se refere a protagonista, visando um panorama geral de como o orgulho e o 937

7 preconceito encontrava-se presente na burguesia de sua época, sem deixar a essência feminina ser perdida. Mesmo não sendo feminista, a autora retratou Elizabeth Bennet com uma característica que diferenciava das outras personagens e também das mulheres daquele período, não sendo submissa ao domínio patriarcal e com agilidade de pensamento e arguição, conforme verificado no presente romance. Referências AUSTEN, Jane (s/d), Orgulho e Preconceito, Rio de Janeiro: Bruguera. ISBN Trad. Lúcio Cardoso. AUSTEN, Jane (2008), Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice) Edição Bilíngue, São Paulo: Editora Landmark. ISBN Tradução e notas Marcella Furtado. AUSTEN, Jane (2006), Orgulho e Preconceito, São Paulo: Martin Claret. ISBN , Coleção "A Obra Prima de Cada Autor", n. 243, 316 p. AUSTEN, Jane (s/d), Orgulho e Preconceito, Círculo do Livro. ISBN, 352 p. HALLEWELL, Laurence (1985), O livro no Brasil: sua história, São Paulo: EdUSP. ISBN , Coleção Coroa Vermelha, Estudos Brasileiros, v. 6 AUSTEN, Jane (2010), Orgulho e Preconceito, São Paulo: Abril. ISBN , Tradução de Lúcio Cardoso. Para citar este artigo: CARVALHO, Paula F. L. de; SOUZA, Jhonatas G. de; TEIXEIRA, Juliano C. Uma breve análise sobre o papel da figura feminina na sociedade inglesa através do romance Orgulho e preconceito, de Jane Austen. In: IX SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA SÓLETRAS - Estudos Linguísticos e Literários Anais... UENP Universidade Estadual do Norte do Paraná Centro de Letras, Comunicação e Artes. Jacarezinho, ISSN p