Ministério da Agricultura e do Abastecimento MA Instituto Nacional de Meteorologia INMET Coordenação Geral de Agrometeorologia CAg

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1 Ministério da Agricultura e do Abastecimento MA Instituto Nacional de Meteorologia INMET Coordenação Geral de Agrometeorologia CAg Endereço: Eixo Monumental Via S-1 Tel.: / Fax: / Previsão: BRASÍLIA / DF CEP.: BRASIL PROGNÓSTICO TRIMESTRAL Trimestre: Jun/Jul/Ago O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), com base nas informações de análise e prognósticos climáticos, fornecidos por modelos numéricos de médio e longo prazo dos principais Centros Meteorológicos Mundiais e análise dos mapas de padrões máximos e mínimos de precipitação (ver mapas), divulga este prognóstico sobre as condições meteorológicas que poderão ocorrer neste período em todo o País, bem como suas principais características. As águas no oceano Pacífico equatorial apresentam padrão de neutralidade, embora na costa do Peru e do Equador estejam ocorrendo anomalias de temperatura negativa (Fig.1). Os modelos de previsão de anomalias de temperatura estão prevendo aquecimento das águas do oceano Pacífico equatorial para os próximos meses, indicando para a possibilidade para o segundo semestre do surgimento de um evento "El Niño" (Fig.2).

2 Fig.1

3 Fig.2 Tem-se observado desde janeiro anomalias positivas de temperaturas da superfície do mar em grande parte do oceano Atlântico sul, em toda a costa leste do Brasil, com valores de

4 até 3ºC ao sul de 20ºS. Foram observadas, no começo de maio, anomalias de temperaturas negativas na costa do Rio Grande do Sul, do Uruguai e da Argentina (Fig.3).

5 Fig.3

6 Climatologicamente, o período é caracterizado pela redução das chuvas nas regiões sudeste, centro-oeste e sul da região Norte, com o pico da onda de "CHEIAS", nos afluentes da margem esquerda do rio Amazonas, ocorrendo no final do mês de junho. Na costa leste do Nordeste continua a estação chuvosa, diminuindo a partir de agosto, enquanto que, no semi-árido, tem o término do período chuvoso em junho. Outra característica do trimestre é o declínio nas temperaturas. Nas regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-oeste do País, há ocorrência de "GEADAS" e queda de "NEVE" na região Sul e as "FRIAGENS" no Mato Grosso e sudoeste da região Norte. A partir de julho, diminui a umidade relativa do ar no estado de Goiás e Distrito Federal, devendo atingir valores inferiores a 15% nos meses de julho e agosto. REGIÃO NORTE A característica predominante no período é o decréscimo gradativo dos totais pluviométricos em grande parte da Região, de norte para sul, com exceção do estado de Roraima, onde ocorre incremento dos totais pluviométricos mensais. No litoral e nordeste do Pará, o fenômeno das brisas favorecem a instabilidade formando aglomerados de nuvens responsáveis pelas chuvas. No mês de junho, os valores de precipitação oscilam entre 240 e 400mm no norte e noroeste do Amazonas e grande parte de Roraima e os índices máximos (superiores a 400mm) concentram-se no norte do Estado. Os valores abaixo de 60mm ocorrem no sul do Pará, Rondônia, Tocantins e leste do Acre. Em julho, os índices pluviométricos máximos mensais entre 180 e 360mm ocorrem no extremo norte de Roraima e noroeste do Amazonas. Os menores índices pluviométricos, inferiores a 20 mm, ocorrem nos estados de Rondônia, Tocantins, sul do Pará e Amazonas. O mês de agosto apresenta o máximo de precipitação em Roraima e noroeste do Amazonas com valores oscilando de 180 a 300mm; os mínimos no sudeste do Pará e Tocantins com valores inferiores a 10mm. Prevê-se que os totais pluviométricos mensais ocorrerão ligeiramente abaixo do padrão climatológico no centro e sul do Amazonas, Acre, litoral e centro do Pará. As demais áreas apresentarão valores próximos dos padrões climatológicos. As temperaturas não apresentarão variações significativas na região. As máximas oscilam entre 32 C e 36 C e mínimas de 18 a 24ºC, atingindo valores entre 15 C a 18 C no sul do Pará, Tocantins, Rondônia e Acre. Devido às massas de ar frio que atingem o sudoeste da Região no período (FRIAGEM), as temperaturas sofrerão declínio com mínimas podendo atingir valores próximos a 12 C. REGIÃO NORDESTE O trimestre é caracterizado pelo final da estação chuvosa da região semi-árida. Na costa leste, as chuvas continuam, ocasionadas pelas perturbações de Leste, quando associadas às frentes frias oriundas do sul, provocando as maiores precipitações em 24 horas, principalmente no litoral entre Natal e Salvador. A partir de agosto, as chuvas diminuem consideravelmente no leste da Região. Os valores máximos de precipitação, em junho,

7 oscilam entre 300 e 460mm no litoral da Paraíba e de Pernambuco; os valores inferiores a 10mm ocorrem no centro e sul do Maranhão, sudoeste do Ceará, oeste de Pernambuco, centro-oeste da Bahia e no Piauí com exceção do litoral. Em julho, os índices máximos variam de 300 a 460mm no litoral da Paraíba e de Pernambuco; os menores valores ocorrem no Piauí, centro e sul do Maranhão, sul e oeste do Ceará, sudoeste do Rio Grande do Norte, oeste de Pernambuco e centro-oeste da Bahia, com valores inferiores a 10mm. Em agosto, os valores máximos oscilam entre 120 e 240mm no leste dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas; valores inferiores a 10mm ocorrem no Piauí, centro, sul e leste do Maranhão, centro, sul e oeste do Ceará, oeste dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco e centro-oeste da Bahia. Para o trimestre, prevê-se condições de chuva ligeiramente abaixo dos padrões climáticos em Alagoas, Sergipe e leste dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e dentro dos padrões normais nas demais áreas. O trimestre é caracterizado pela diminuição das temperaturas, principalmente das mínimas em toda a região, com declínio mais acentuado nos meses de julho e agosto. Valores máximos de temperatura superam 34ºC no centro e sul do Maranhão, centro e norte do Piauí, centro, sul e oeste do Ceará, oeste do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco e noroeste da Bahia. Na faixa leste da região, os valores máximos ficam abaixo de 31ºC. As temperaturas mínimas variam 15 e 23ºC, sendo que nas regiões serranas as mínimas ocorrem entre 10 e 12ºC. Prevê-se que as temperaturas fiquem nos padrões climáticos em toda a região. REGIÃO CENTRO-OESTE Climatologicamente é o período mais seco do ano nos estados de Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal. Os menores valores de chuvas ocorrem em grande parte dos estados de Goiás e Mato Grosso enquanto que os maiores ocorrem no Mato Grosso do Sul. Para o mês de junho os índices ficam abaixo de 80mm no sul e centro do Mato Grosso do Sul e abaixo de 20mm no restante da região. Em julho, os totais pluviométricos ficam abaixo de 40mm no Mato Grosso do Sul e no restante da região normalmente não ocorre precipitação. Para o mês de agosto, os valores variam de 100mm no sul do Mato Grosso do Sul e abaixo de 20mm no noroeste do Mato Grosso e extremo norte de Goiás. Prevê-se que o regime pluviométrico deverá permanecer dentro dos padrões climatológicos. As temperaturas máximas ficam entre 27 e 33ºC, exceto no DF que oscilam de 24 a 27ºC. As temperaturas mínimas variam entre 12 e 17ºC. O fenômeno da "FRIAGEM" é mais freqüente no estado de Mato Grosso nos meses de junho e julho. A partir do mês de junho, as massas de ar polar, são mais freqüentes ocorrendo forte declínio na temperatura, principalmente no sul do Mato Grosso do Sul e de Goiás, as temperaturas mínimas atingem valores abaixo de 5ºC com ocorrência de geadas e abaixo de 10ºC no Distrito Federal. É previsto que as temperaturas fiquem ligeiramente acima dos padrões climatológicos.

8 REGIÃO SUDESTE Nesse trimestre, permanecem as condições de estiagem em toda a região. Algumas vezes ocorrem chuvas fracas e contínuas na faixa leste dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito do Santo e áreas do sul e sudeste de Minas Gerais, devido à circulação marítima ocasionada pela passagem de massas frias. Os ventos são intensos e constantes em toda a região com ocorrência de rajadas. O padrão climatológico indica para os meses de junho e julho que os maiores índices de chuva oscilam de 80 a 180mm no sul e sudeste de São Paulo, sul e leste do Rio de Janeiro, leste e norte do Espirito Santo; os menores índices, abaixo de 20mm, encontramse no estado de Minas Gerais, grande parte do Rio de Janeiro, Espírito Santo, centro, norte e oeste de São Paulo. Para o mês de agosto os maiores índices oscilam de 60 a 120mm no sudeste e leste de São Paulo, litoral sul do Rio de Janeiro e todo o estado do Espirito Santo; os menores índices, abaixo de 10mm, encontram-se no estado de Minas Gerais, oeste e norte de São Paulo. Prevê-se para o trimestre índices pluviométricos abaixo do padrão climatológico em praticamente todo o estado de Minas Gerais e São Paulo, enquanto no restante da região, os totais deverão acompanhar o padrão climatológico. As massas de ar frio tornam-se mais intensas, favorecendo acentuado declínio nas temperaturas. Nessa época, as condições meteorológicas são predominantemente de dias ensolarados com maior incidência de nevoeiros e formação de geadas em junho e julho, principalmente nas regiões serranas. O padrão climatológico indica para os meses de junho e julho, que as máximas variam de 25 a 28 C no Triângulo, norte dos estados de Minas Gerais e Espirito Santo; na região serrana de São Paulo oscilam de 16 a 18 C e nas demais áreas variam de 21 a 27 C. As mínimas para as regiões serranas oscilam de 6 a 11 C, atingindo valores entre 3 e 5 C nas serras de São Paulo; no restante da região variam entre 12 e 18 C. Com a chegada de massas de ar frio mais intensas, as temperaturas podem atingir valores abaixo de zero grau nas regiões serranas. Em agosto, as temperaturas máximas variam de 30 a 33 C no Triângulo e noroeste de Minas Gerais e de São Paulo, nas regiões serranas de 18 a 24 C, nas demais áreas variam de 24 a 30 C. As mínimas nas regiões serranas variam de 6 a 9 C; e no restante da região, de 12 a 18 C. A tendência para o trimestre é de temperaturas próximas dos padrões climatológicos no sul e leste de Minas Gerais e São Paulo, estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, e, no restante da Região, as temperaturas tendem ficar acima dos padrões. REGIÃO SUL Nesses meses o regime pluviométrico é influenciado principalmente por sistemas frontais. A passagem rápida destes sistemas associados às baixas pressões provocam ventanias com rajadas, seguidos pelo vento Minuano (vento de sul e sudoeste, de moderado a forte). No trimestre, é comum a ocorrência de veranicos, períodos de 4 a 7 dias, com temperaturas elevadas e ausência de chuvas. No mês de junho, os índices mínimos de precipitação oscilam entre 20 e 40mm no norte do Paraná, e os máximos entre 180 e 240mm no centro, norte e noroeste do Rio Grande do

9 Sul, centro e oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná. Em julho, os valores mínimos de precipitação encontram-se no norte do Paraná ficando entre 10 e 40mm e os máximos no centro e norte do Rio Grande do Sul com valores entre 180 e 240mm. Em agosto, os mínimos de precipitação oscilam entre 10 e 20mm no norte do Paraná e os máximos entre 180 e 240mm no norte do Rio Grande do Sul e sul de Santa Catarina. Prevê-se que a precipitação ficará ligeiramente abaixo do padrão climatológico no norte do Paraná e permanecerá dentro dos padrões nas demais áreas. Nesse período as temperaturas declinam consideravelmente devido à maior freqüência e intensidade de massas de ar frio que atingem a região. Em junho e julho, as temperaturas mínimas variam entre 6 e 9ºC na campanha, serra e planalto do Rio Grande do Sul, planalto de Santa Catarina e centro e sul do Paraná e as temperaturas máximas entre 24 e 27 C no norte do Paraná. Em agosto, as temperaturas mínimas variam entre 6 e 9 C no planalto do Rio Grande do Sul, planalto sul de Santa Catarina e região central do Paraná (Curitiba e entorno), as temperaturas máximas oscilam entre 24 e 27 C no norte e oeste do Paraná. Ocorre a formação de geadas em quase toda a região, neve nas áreas mais altas e, eventualmente, temperaturas mínimas atingindo valores de até -7 C. A formação de nevoeiros é freqüente durante a madrugada e início da manhã, principalmente nas regiões de planaltos, serras e vales. As temperaturas deverão ficar ligeiramente acima dos padrões climatológicos.