Olá, pessoal! Chegamos ao nosso sétimo módulo. Falaremos da petição inicial, da(s) resposta(s) do réu e do fenômeno da revelia.
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- Kevin Azenha Natal
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1 CURSO DE RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DE PROCESSO CIVIL PONTO A PONTO PARA TRIBUNAIS MÓDULO 7 PETIÇÃO INICIAL. RESPOSTA DO RÉU. REVELIA. Professora: Janaína Noleto Curso Agora Eu Passo () Olá, pessoal! Chegamos ao nosso sétimo módulo. Falaremos da petição inicial, da(s) resposta(s) do réu e do fenômeno da revelia. A primeira questão trata dos requisitos da petição inicial. Questão 1 - (ESCRIVÃO TJ/AM 2005) Quanto ao procedimento ordinário no processo de conhecimento, não é requisito da petição inicial: A. requerimento para a citação do réu; B. custas recursais; C. valor da causa; D. o juiz a quem é dirigida; E. os fundamentos jurídicos do pedido. Resposta: item b. Tendo em vista a inércia do Poder Judiciário, retratada no art. 2º do CPC ( Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais ), somente após a provocação da parte pode o Estado-juiz intervir no conflito. A provocação inicial da parte faz-se por meio da PETIÇÃO INICIAL, também conhecida como EXORDIAL. Nos termos do art. 282 do CPC, a petição inicial indicará: o juiz ou tribunal, a que é dirigida; os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu; o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; o pedido, com as suas especificações;
2 o valor da causa; as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; o requerimento para a citação do réu. Prescreve ainda o art. 283 que a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Todos esses elementos citados constituem os chamados REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL. Caso ausente(s) algum(ns) dos requisitos, deve o juiz determinar que a parte a emende ou a complete no prazo de 10 dias (art. 284). Não sendo cumprida a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial (parágrafo único). A sentença de indeferimento da petição inicial, nessa hipótese (inércia do autor em emendar a exordial) é terminativa, ou seja, extingue o processo sem resolução do mérito (art. 267, I, do CPC). Na questão 1, somente as custas recursais não se caracterizam como requisito da petição inicial. Como é óbvio, as custas recursais (ou preparo) somente são devidas por ocasião da interposição de um recurso, e não quando da propositura da ação. A segunda questão é sobre o princípio da eventualidade, que se traduz no ônus imposto ao réu de alegar todas as teses de defesa na contestação, para a eventualidade de, não sendo admitida a tese principal, serem as outras analisadas. Caso não exponha todas as teses na defesa, não poderá mais o réu fazê-lo (arts. 300 e 303, CPC). As questões de ordem pública podem ser alegadas a qualquer momento, ainda que omitidas na contestação (art. 303, II, CPC). Questão 2 - (CESPE ANALISTA PROCESSUAL TJ/RR 2006) Em observância ao princípio da eventualidade ou da concentração da defesa, em regra, o réu tem o ônus de argüir, na contestação, todas as teses de direito possíveis e congruentes entre si, sob pena de preclusão do direito de invocar, em fases posteriores do processo, matéria de defesa não manifestada na contestação. Resposta: certo. Não poderá o réu, após a contestação, impugnar fatos não impugnados na peça de defesa, tendo em vista o que dispõe o
3 art. 302, caput, do CPC: Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados... Deve argüir todas as teses de defesa em contestação. Por exemplo, pode negar a culpa pelos danos causados ao autor e, sucessivamente, para a hipótese de não ser acatada a tese, pode questionar o excessivo valor pleiteado pelo autor. Trata-se de teses sucessivas, mas que devem ser alegadas na mesma peça, para a eventualidade de a tese principal não ser aceita. O item está correto, já que explicita que EM REGRA ou réu perde o direito de invocar matéria de defesa não posta na contestação. É que, como veremos na próxima questão, excepcionalmente é possível sim ao réu deduzir novas alegações (art. 303, CPC). A terceira questão trata das chamadas questões de ordem pública, que podem ser alegadas e conhecidas a qualquer tempo e grau de jurisdição. É o caso da decadência e da prescrição. Questão 3 - (CESPE ANALISTA PROCESSUAL TJ/RR 2006) Se, depois de apresentada a contestação, ocorrer a prescrição ou a decadência da pretensão do autor, somente o juiz, de ofício, pode conhecer da matéria, não sendo permitido ao réu alegar tal defesa, em face da preclusão consumativa e ofensa ao princípio da eventualidade. Resposta: errado. Prescrição e decadência são questões que devem ser examinadas de ofício, ou seja, sem que se faça necessária a iniciativa da parte. Por óbvio, se o juiz pode analisar a questão de ofício, também pode analisá-la em face da manifestação da parte. Portanto, é lógico que a parte poderá alegá-la a qualquer momento, inclusive na via recursal, ainda que não tenha falado sobre o assunto na contestação. O princípio da eventualidade não tem o condão de impedir a alegação futura de questões cognoscíveis de ofício pelo magistrado. Nos termos do art. 303 do CPC, após a contestação, o réu somente poderá aduzir novas alegações 1. relativas a DIREITO SUPERVENIENTE, 2. Quando sobre eles cabe ao juiz conhecer de
4 ofício, 3. Quando, por expressa autorização legal, podem ser formuladas a qualquer tempo e juízo. Observe-se que a Lei nº /2006 modificou a redação do 5º do art. 219 do CPC, prevendo que o juiz pronunciará de ofício da prescrição. Antes da reforma, somente poderia pronunciá-la se fosse alegada pela parte. Portanto, o item está errado. Pois pode o réu alegar decadência e prescrição após a contestação. A quarta questão é sobre revelia, ou seja, ausência de contestação. Questão 4 Caso o réu, incapaz, deixe de apresentar contestação, serão considerados verdadeiros os fatos narrados pelo autor. Resposta: errado. Revelia é falta de contestação. O réu que não contestou, ainda que tenha apresentado outra forma de resposta (reconvenção, exceções, impugnação ao valor da causa), é revel. Sendo revel, o réu, em geral, sofre os efeitos da revelia. São dois os efeitos. O efeito processual da revelia seria a desnecessidade de intimação do revel sem advogado constituído nos autos (art. 322 do CPC). Na maioria das vezes, o réu revel não tem advogado constituído nos autos. Todavia, pode ser que o réu tenha comparecido aos autos (mesmo sem contestar), ocasião em que pediu a juntada da procuração do seu advogado. Nesse caso, não sofrerá o efeito processual da revelia, ou seja, será intimado dos atos do processo. Observe-se que, se o réu revel não tem advogado, a qualquer momento poderá peticionar no processo apresentando procuração para, a partir de então, passar a receber todas as intimações, que serão feitas, em geral, por meio do diário da justiça, ao seu advogado. O efeito material da revelia corresponde à presunção de veracidade dos fatos narrados pelo autor (art. 319 do CPC). Ora, se o réu não contestar, ou, mesmo contestando, não impugnar especificamente cada um dos fatos narrados pelo autor, os fatos não impugnados serão considerados verdadeiros (ônus da impugnação
5 especificada dos fatos). Ocorrendo o efeito material da revelia, não será necessária a fase de instrução. Trata-se de hipótese em que se procede ao julgamento antecipado da lide (art. 330, I, do CPC), ou seja, o julgamento será feito antecipadamente, sem que se faça instrução. E por que não se fará instrução? Ora, o objeto da instrução (fase probatória) são os fatos. Se os fatos são considerados verdadeiros (efeito material da revelia), não há por que prová-los. A lei prevê que, em algumas hipóteses, a revelia não produzirá efeito material, ou seja, será necessário passar à fase de instrução para que sejam provados os fatos alegados pelo autor. As hipóteses, previstas no art. 320 do CPC, são as seguintes: a) quando, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação (neste caso, somente se o fundamento da defesa do réu que contesta puder favorecer os demais que não contestaram); b) se o litígio versar sobre direitos indisponíveis (ações relativas a direito de família, alimentos...); c) se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considere indispensável à prova do ato. Sendo indisponíveis os interesses do incapaz, não se operam os efeitos da revelia caso não conteste. Por isso, o item está incorreto. Um grande abraço e até o módulo 8, em que trataremos da fase probatória e da audiência de instrução e julgamento!
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