CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO
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- Cláudia Ramires Lisboa
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1 PARECER CONSULTA CRM-MT Nº 03/2010 DATA DA ENTRADA: 25 de janeiro de 2010 INTERESSADO: Dr. C. F. G. G. CONSELHEIRO CONSULTOR: Dr. Juliano Blanco Canavarros ASSUNTO: Obrigatoriedade do Regimento Interno nas Instituições de Saúde DATA DA APROVAÇÃO: 29 de junho de 2010 I. DA CONSULTA O Sr. C. F. G. G., após anexar extensa citação legislativa, como lei 3.268/57, Decreto /58, Lei 6.839/80, Lei 3.999/61, Decreto /32, Resolução CFM 997/80, Resolução CFM 1.342/91, Processo CRM/TO n.10089/2006, Resolução CFM 1124/83, Resolução CFM 1.481/97, pergunta ao final a este conselho se: 1) A desatualização do cadastro de serviço médico constitui infração ética por parte do Diretor Técnico? Há violação da Resolução CFM n.997/80? 2) A falta de Regimento Interno de Serviço Médico pode ser considerada infração ética por parte do diretor Técnico? Há violação dos artigos 17 e 18 do novo código de Ética Médica? 3) Existe alguma norma do CFM que desobrigue os Conselhos Regionais de Medicina em não solicitar Regimento Interno dos Estabelecimentos de assistência médica, mesmo que seja ambulatorial? II. DO PARECER 1. A desatualização do cadastro de serviço médico constitui infração ética por parte do Diretor Técnico? Há violação da Resolução CFM nº997/80?sim
2 Art. 7º - (...) estão obrigados a remeter ao Conselho Regional de Medicina, (...) a relação dos profissionais médicos que atuam no estabelecimento, bem como comunicar as alterações que forem se verificando no decorrer de cada ano e também a resolução 1716/04 no seu Art. 7º - A alteração de quaisquer dos dados deverá ser comunicada ao Conselho Regional de Medicina competente, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data de sua ocorrência, sob pena de procedimento disciplinar envolvendo o médico responsável técnico. 2. A falta de Regimento Interno de Serviço Médico pode ser considerada infração ética por parte do diretor Técnico? Há violação dos artigos 17 e 18 do novo CEM? NÃO. Conforme a resolução CFM nº 1716/04 não há exigência do regimento interno. 3. Existe alguma norma do CFM que desobrigue os Conselhos Regionais de Medicina em não solicitar Regimento Interno dos Estabelecimentos de assistência médica, mesmo que seja ambulatorial? Não existe norma que desobrigue os conselhos a não solicitar o RI, existem resoluções que norteia o cadastro e registro das empresas no CRM e na inteligência da Resolução CFM 1716/04 que norteia o cadastro e registro das empresas no CRM no seu art. 6º do requerimento, devem constar as seguintes informações: a) Relação de médicos componentes do Corpo Clínico, indicando a natureza do vínculo com a empresa, se associado ou quotista, se contratado sob a forma da legislação trabalhista ou sem vínculo; (...) Parágrafo primeiro O requerimento a que se refere o caput deste artigo deverá ser instruído, no mínimo, com as seguintes documentações: 2
3 a) Instrumento de constituição (contrato social, estatuto, ata de fundação, dentre outros); b) Cópia do cartão de inscrição no CNPJ do Ministério da Fazenda; c) Alteração do instrumento de constituição, caso haja; d) Comprovante de pagamento das taxas de inscrição, anuidade e certificado; e) Ata da eleição do diretor clínico e Comissão de Ética, quando for o caso; f) Alvará da Vigilância Sanitária; g) Licença da Prefeitura Municipal para funcionamento. Parágrafo segundo A alteração do cadastro ou registro somente será efetuada após a emissão do documento de liberação pelo Setor de Fiscalização do CRM. Este é o nosso parecer, salvo melhor juízo desta Plenária. Dr. Juliano Blanco Canavarros Dra. Hildenete Monteiro Fortes Conselheiro Conselheira
4 A LEGISLAÇÃO RESOLUÇÃO CFM Nº 997/80 Art. 7º - Os Médicos Diretores Técnicos dos estabelecimentos de saúde estão obrigados a remeter ao Conselho Regional de Medicina, no 1º trimestre de cada ano, a relação dos profissionais médicos que atuam no estabelecimento, bem como comunicar as alterações que forem se verificando no decorrer de cada ano. Art A falta de cumprimento no disposto nesta Resolução, por parte dos médicos, Diretores Técnicos dos estabelecimentos de saúde, constitui obstáculo à ação fiscalizadora dos Conselhos Regionais de Medicina, configurando infração ética, sujeita à ação disciplinar pelos respectivos Conselhos Regionais RESOLUÇÃO CFM Nº 1.124/83 CONSIDERANDO que o artigo 28 do Decreto nº de 11 de janeiro de 1932 estabelece que os estabelecimentos de saúde devam ter seu Corpo Clínico; Art. 1º - O Regimento Interno dos Estabelecimentos de Saúde deverá estruturar o Corpo Clínico, especificando as atribuições do Diretor Clínico, dos Chefes de Clínicas e da Comissão de Ética, bem como a forma de admissão e de exclusão de seus membros. Art. 2º - Para o exato cumprimento do disposto no inciso anterior, o Regimento Interno do Estabelecimento disciplinará o processo de admissão e o de exclusão dos membros do Corpo Clínico. Art. 3º - O Regimento Interno deverá ser aprovado pelo Conselho Regional de Medicina da respectiva jurisdição.
5 130 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.481/ CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer diretrizes gerais para a elaboração de Regimentos Internos dos estabelecimentos de assistência médica do País, que assegurem condições de relacionamento harmonioso entre instituições e profissionais visando a melhoria da assistência prestada à saúde da população; CONSIDERANDO que nesses Regimentos devem estar claramente expressos os deveres e direitos dos médicos e dos dirigentes das instituições prestadoras de assistência médica, visando garantir o exercício ético da Medicina; CONSIDERANDO, ainda, ser obrigatório o registro e aprovação desses Regimentos nos Conselhos Regionais de Medicina, conforme dispõe a Resolução CFM 1.124/83; (entretanto o Art. 3º dessa resolução estabelece que O Regimento Interno deverá ser aprovado pelo Conselho Regional de Medicina da respectiva jurisdição ) Art. 1º. Determinar que as instituições prestadoras de serviços de assistência médica no País deverão adotar nos seus Regimentos Internos do Corpo Clínico as diretrizes gerais abaixo relacionadas. Art. 2º. Os Diretores Técnico e Clínico das Instituições acima mencionadas terão o prazo de 60 dias para encaminhar ao Conselho Regional de Medicina da jurisdição em que atuam documentação comprobatória do atendimento a esta Resolução, a saber: Parágrafo 1º. Cópia do Regimento Interno com as devidas alterações; Parágrafo 2º. Cópia da ata da Assembléia de Corpo Clínico que aprovou o Regimento Interno com as alterações previstas nesta Resolução.
6 Parágrafo 3º. Caso o Regimento Interno da Instituição já atenda o previsto nesta Resolução, os Diretores Técnico e Clínico deverão encaminhar cópia do mesmo e da ata da Assembléia que o aprovou. "DIRETRIZES GERAIS PARA OS REGIMENTOS INTERNOS DE CORPO CLÍNICO DAS ENTIDADES PRESTADORAS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA NO BRASIL" DEFINIÇÃO: O Corpo Clínico é o conjunto de médicos de uma instituição com a incumbência de prestar assistência aos pacientes que a procuram, gozando de autonomia profissional, técnica, científica, política e cultural. COMPOSIÇÃO: O Regimento Interno deverá prever claramente as diversas categorias de médicos que compõem o Corpo Clínico, descrevendo suas características, respeitando o direito do médico de internar e assistir seus pacientes em hospitais privados com ou sem caráter filantrópico, ainda que não faça parte do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas da instituição (Art. 25 do Código de Ética Médica). RESOLUÇÃO CFM Nº 1716/2004 CONSIDERANDO a Lei n.º 6.839, de 30 de outubro de 1980, que instituiu nos Conselhos Regionais de Medicina a obrigatoriedade do registro das empresas de prestação de serviços médico- hospitalares e a anotação dos profissionais legalmente habilitados; Art. 1º - A inscrição nos Conselhos Regionais de Medicina da empresa, instituição, entidade ou estabelecimento prestador e/ou intermediador de assistência médica dar-se-á através do cadastro ou registro, obedecendo-se as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina. art 6º do requerimento, devem constar as seguintes informações: a) Relação de médicos componentes do Corpo Clínico, indicando a natureza do vínculo com a empresa, se associado ou quotista, 6
7 se contratado sob a forma da legislação trabalhista ou sem vínculo; b) Número de leitos; c) Nome fantasia, caso haja; d) Nome e/ou razão social; e) Endereço completo; f) Natureza jurídica; g) Tipo de estabelecimento (hospital, clínica, laboratório, dentre outros); h) Capital social; i) Especialidades desenvolvidas; j) Nome e número de CRM do profissional médico responsável técnico; k) Nome e número de CRM do profissional médico diretor clínico eleito, caso haja; l) Qualificação do corpo societário; m) Qualificação do responsável pela escrita fiscal; n) Número de inscrição no CNPJ do Ministério da Fazenda; o) Licença de funcionamento da Prefeitura Municipal, de acordo com legislação local; p) Alvará da Vigilância Sanitária. Parágrafo primeiro O requerimento a que se refere o caput deste artigo deverá ser instruído, no mínimo, com as seguintes documentações: a) Instrumento de constituição (contrato social, estatuto, ata de fundação, dentre outros); b) Cópia do cartão de inscrição no CNPJ do Ministério da Fazenda; c) Alteração do instrumento de constituição, caso haja; d) Comprovante de pagamento das taxas de inscrição, anuidade e certificado; e) Ata da eleição do diretor clínico e Comissão de Ética, quando for o caso; f) Alvará da Vigilância Sanitária; g) Licença da Prefeitura Municipal para funcionamento. 7
8 Parágrafo segundo A alteração do cadastro ou registro somente será efetuada após a emissão do documento de liberação pelo Setor de Fiscalização do CRM. CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA: Art. 17. Deixar de cumprir, salvo por motivo justo, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina e de atender às suas requisições administrativas, intimações ou notificações no prazo determinado Art. 18. Desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeitá-los. 8
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