As parcerias e suas dinâmicas: considerações a ter em conta para a promoção da mudança
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- Rui Marinho Caminha
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1 Centro de Recuperação de Menores D. Manuel Trindade Salgueiro Assumar 26 e 27 de Abril de 2013 As parcerias e suas dinâmicas: considerações a ter em conta para a promoção da mudança João Emílio Alves ESE-IPP (Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre) NEISES-C3I (Núcleo de Estudos para a Intervenção Social, Educação e Saúde Coordenação Interdisciplinar para a Investigação e Inovação
2 ÍNDICE: 1. Algumas leituras e significados a respeito das parcerias 2. Trabalho em parceria: dificuldades/constrangimentos 3. Exemplos de problemas e contrariedades frequentes em processos e projectos organizados na base das parcerias 4. Trabalho em parceria: potencialidades/desafios
3 1. Algumas leituras e significados a respeito das parcerias
4 Algumas leituras e significados a respeito das parcerias a) o conceito de rede como o de parceriatêm vindo a assumir, desde as décadas de 1970 e 1980, características expressivas das nossas sociedades e os fenómenos com elas relacionados têm invadido o discurso político, científico e mediático (F. Ilídio Ferreira: 2004)
5 Algumas leituras e significados a respeito das parcerias b) parceria vista como uma relação negocial, a qual pode partilhar riscos e benefícios potenciais, traduzindo-se esta ideia na assunção do princípio de responsabilidade partilhada entre actores parceiros (J. Estivill: 1994)
6 Algumas leituras e significados a respeito das parcerias c) a parceria como um espaço de discussão e negociação de interesses na procura de plataformas comuns de entendimento e de actuação por parte da generalidade dos parceiros, e de modo particular, por parte daqueles que assumem um papel mais destacado, incorporando perfis de liderança, visando melhorar as intervenções dirigidas, quer aos territórios, quer aos públicos com quem trabalham (J. Estivill: 1994)
7 SÍNTESE O termo parceria (bem como o de rede) são presença constante em discursos e documentos oficiais, que traduzem políticas sociais públicas e modelos de financiamento de programas e projectos de intervenção/desenvolvimento, à escala da União Europeia. Mais do que um efeito de moda organizacional, com duração limitada e âmbito de aplicação circunscrito, o que se constata é, efectivamente, uma inevitabilidade social nos processos e nas práticas de intervenção multisectoriais, transversalmente a várias organizações.
8 2. Trabalho em Parceria: dificuldades / constrangimentos
9 Constatação Escassa produção científica em torno da problemática dos riscos, dificuldades e desafios associados às redes e às parcerias, em contraponto ao considerável e extenso acervo de publicações que enfatizam e tendem a amplificar as vantagens e as potencialidades das redes e das parcerias. Segundo João Nogueira (2005): é inevitável não constatar a frequência com que são mencionados insucessos, dificuldades e problemas associados a relações inter-organizacionais ( ) nem sempre tratados e dirimidos técnica, científica e politicamente.
10 No plano da exclusão social e da promoção da saúde A questão das dificuldades associadas ao conceito de parceria adquire uma relevância a não secundarizar, sobretudo quando se trata de processos de negociação e de estabelecimento de parcerias em domínios tão abrangentes e sensíveis do ponto de vista social como são a exclusão social, o desenvolvimento social e a promoção da saúde.
11 Tipologia de dificuldades (de natureza diferenciada): i) Dificuldades de natureza Estrutural. organização de redes (em resultado da diversidade de actores e das suas relações institucionais). formalização de acordos de parceria (simples ou complexos, consoante a natureza dos problemas/assuntos). implicação e interiorização de compromissos (de ordem política, financeira, técnica e organizacional)
12 ii) Dificuldades de natureza Cultural. Compatibilização de diferentes práticas profissionais. Harmonização de metodologias de intervenção. Institucionalização de uma cultura de co-responsabilização e de avaliação. Por exemplo: face aos objectivos esperados com um determinado projecto e os níveis reais de eficácia no que concerne à concretização desses mesmos objectivos.
13 iii) Dificuldades de natureza Funcional. Gestão das parcerias: - ao nível da gestão de recursos humanos entre parceiros - de recursos materiais e logísticos - de procedimentos de avaliação e monitorização dos processos -na gestão de prazos e metas -.
14 iv) Dificuldades de natureza Psico-social. Percursos e experiências profissionais e de vida: -difíceis de adaptar a novos modelos de discussão de problemas e prioridades - na procura das respectivas melhores soluções -na interiorização de processos reflexivos sobre situações em concreto e práticas de acção que se pretendem inovadoras -.
15 3. Exemplos de problemas e contrariedades frequentes em processos e projectos organizados na base das parcerias:
16 Exemplos de problemas e contrariedades frequentes em processos e projectos organizados na base das parcerias:. Incorrecções de concepção e gestão de projectos e soluções. Relações assimétricas de poder entre organizações parceiras. Baixos índices de confiança entre parceiros. Diferenças de culturas organizacionais, normas e procedimentos entre organizações. Expectativas pouco razoáveis sobre as potencialidades das redes e das parcerias. Focos de resistência à mudança
17 (continuação ). Selecção pouco criteriosa de parceiros. Problemas na negociação de objectivos comuns. Problemas de comunicação inter-organizacional. Receio de comportamento oportunista. Dependência excessiva de agentes em posições essenciais. Dificuldade em manter um equilíbrio de poderes entre as organizações parceiras. Carência de técnicos qualificados com competências em gestão de parcerias
18 4. Trabalho em parceria: potencialidades/desafios
19 4. Trabalho em parceria: potencialidades/desafios MAS: As dificuldades, os insucessos e os constrangimentos, quando assumidos e enquadrados em processos de negociação abertos e transparentes entre actores, podem: i) resultar em espaços e momentos de trabalho que permitam, em muitos casos, ultrapassá-los ii) constituir oportunidades de aprendizagem e de mudança social, quando dão lugar:
20 a) à transformação de práticas profissionais b) a atitudes de escuta activa e também a questionamentos e àconsolidação do espírito critico c) à clarificação permanente de princípios e objectivos no quadro da parceria d) àparticipação alargada, informada e esclarecida sobre problemas e necessidades, visando a negociação de interesses contraditórios e o estabelecimento de contratos de co-responsabilização e) à utilização desmistificada de procedimentos de avaliação e de autoavaliação, no sentido de uma permanente correcção dos projectos, iniciativas e acções resultantes das parcerias
21 Em síntese Parcerias: a) Constituem, afinal, uma forma de analisar processos de comunicação, de tomada de decisão, de liderança e de intervenção, numa perspectiva horizontal e em rede, antes vistos como reticulares e fortemente hierarquizados
22 Em síntese Parcerias: b) Apesar das fragilidades e insucessos, quer do ponto de vista teórico, quer do ponto de vista prático, são inquestionavelmente úteis, positivas e vantajosas, configurando hoje uma aprendizagem colectiva entre actores sociais e um modelo de trabalho particularmente produtivo e inovador em determinados sectores da vida social e económica.
23 Em síntese Parcerias: c) Contribuem para a mudança de procedimentos, atitudes e predisposições em contextos territoriais, organizacionais e nas próprias práticas profissionais em múltiplos sectores da vida social e profissional, em ordem à mudança (dos territórios, das organizações, das lideranças e das práticas profissionais, )
24 Em síntese Parcerias: d) Constituem, de facto, uma inevitabilidade social (e não uma moda organizacional, sobretudo em momentos e em contextos de crise generalizada, do ponto de vista económico e social, traduzida na escassez de recursos.
25 Em síntese Parcerias: Qual a alternativa?
26 Obrigado
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