i dos pais Dos 9 aos 12 Meses

Transcrição

1 i dos pais Dos 9 aos 12 Meses Aos nove meses os bebés começam a ter as suas próprias ideias sobre si próprios e sobre o mundo que os rodeia. Cada vez mais conseguem impor-se perante o ambiente, seja para chamar a atenção do adulto (encontrá-lo numa divisão da casa, agarrar-se à sua perna a pedir-lhe um abraço), para lhe demonstrar as coisas que não gosta ou não quer (por exemplo, mandar fora a comida que não gosta, recusar-se a ficar deitado para uma mudança de fralda...). De forma geral, nesta fase do desenvolvimento, o seu bebé já consegue perceber que as coisas continuam a existir mesmo quando não estão ou são retiradas do alcance da sua vista, podendo ir à procura de um brinquedo que não se encontra disponível à sua frente (isto é possível dadas as novas aquisições ao nível do desenvolvimento da memória e da atenção que possibilitam noção de constância do objecto). No sentido de poder ajudar o seu bebé a desenvolver e solidificar esta nova competência experimente jogar às escondidas com ele e, quando sai de perto dele, para que ele saiba que ainda está ali, fale com ele à distância denotando que permanece atenta e disponível em caso de ajuda - isto, irá ajudá-lo a diminuir a ansiedade e permitir-lhe-à que possa brincar sozinho. Encontramo-nos, também, perante uma fase em que a força, peso e altura do seu bebé aumentou o que, por sua vez, conduz à aquisição de novas competências (sejam estas físicas, emocionais, relacionais, motoras, sensoriais...). Neste sentido, é muito importante haver um movimento de ajustamento da parte daqueles que rodeiam o bebé (um desenvolvimento saudável requer atenção às necessidades e desejos do seu bebé nas diferentes fases em que este se encontra). Outros desafios presentes nesta fase do desenvolvimento prendem-se com as separa-

2 ções, a compreensão, comunicação e o desenvolvimento de novos gostos e desejos. As separações, sejam estas diárias ou ocasionais, podem ser difíceis para ambos; no entanto é importante que ajude o bebé a adaptar-se a estes vais e vens. Mostrar respeito e consideração pelos sentimentos do seu bebé, mostrando-lhe que vai embora e ajudando-o a gerir estas separações, irá ajudá-lo a reconhecer e a gerir os seus próprios sentimentos. Ao dizer-lhe adeus use uma linguagem, verbal e corporal, positiva (por exemplo: sorria-lhe, digalhe que ambos vão ter saudades mas que ele se vai divertir muito). Por fim, o estabelecimento de rotinas previsíveis irá ajudar na construção de segurança e confiança. Permite-lhe aprender o que esperar, sabendo também esperar e, ao mesmo tempo, ao aprender a gerir as separações está a permitir-lhe desenvolver relações de confiança com outros adultos. Todos estes factores são importantes e permitem ajudar o seu bebé ao nível do desenvolvimento emocional e social, bem como facilitam a sua relação com ele. Por esta altura o seu bebé percebe mais do que aquilo que consegue dizer, apesar de começar já a utilizar gestos e vocalizações como forma de comunicação. Poderá ser importante colocar as suas acções por palavras ou utilizar sinais que o ajudarão a construir compreensão, por exemplo: pergunte onde estão os teus sapatos ao mesmo tempo que aponta para os sapatos. Brinque com ele com coisas que vos envolvam aos dois: mande-lhe a bola e espere que ele a mande de volta para si (estas brincadeiras promovem o desenvolvimento social e conduzem a conversações nos dois sentidos). Por fim, o seu bebé poderá tornar-se mais selectivo sobre as comidas (e todas as outras coisas) e querer, por exemplo, comer sozinho. Lembre-se que a comida preferida de ontem pode não ser a de hoje. Ao mesmo tempo, se esse for o desejo dele, encoraje-o a comer sozinho (poderá dar-lhe uma colher para praticar). Apesar de todas as novas aquisições (e da consolidação das competências alcançadas anteriormente), da maior autonomização que este consegue alcançar, é muito importante ter em atenção que o estabelecimento de uma relação afectiva segura, num ambiente de exploração seguro, é central para o desenvolvimento. Já que aquilo que o seu bebé aprende, explora e partilha consigo no seu dia-a-dia será um património de experiências importantes para as aventuras e aquisições do futuro.

3 Desenvolvimento Psicológico A memória e a atenção estão em grande expansão. O desenvolvimento destas duas capacidades é crucial para todas as mudanças cognitivas inerentes à infância. Durante o primeiro ano de vida a memória aumenta rapidamente. Tal é visível pelo tempo em que o bebé é capaz de recordar procedimentos. Esta melhoria irá promover uma mudança contínua de capacidades ao nível da memória implícita (realizar coisas sem ter que se esforçar para recordar como se faz) e da memória explícita (recordar a existência de objectos ausentes sem que tenha de ser recordado disso), o que facilitará no futuro a memória declarativa (ser capaz de recordar e narrar os acontecimentos) com o desenvolvimento da linguagem. Durante o início desta fase o bebé já consegue dizer uma ou outra palavra compreensível, sendo pelos onze meses capaz de dizer o seu nome e repeti-lo. Já está mais habituado/a à rotina. Consegue antecipar movimentos (por exemplo, levanta o pé quando é para ser calçado/a), procura por brinquedos escondidos e também por pessoas significativas quando lhe é pedido ( onde está o brinquedo? ; onde está o pai/mãe? ). Já poderá ser capaz de dizer não (no entanto, é importante que compreenda o que é que o não significa para o seu bebé), abanando a cabeça. Apesar de não se concentrar durante muito tempo, é capaz de lhe mostrar coisas num livro, revelando muito interesse tanto nos livros como nos objectos representados, chamando a sua atenção para estes. Ao mesmo tempo começa a compreender conceitos como dentro, fora, aqui e ali. Desenvolvimento Motor Proveniente das mudanças físicas (aumento do peso, altura e força muscular) surgem as mudanças motoras ao nível das capacidades motoras finas e grossas. Durante o primeiro ano os movimentos das mãos e dos dedos tornam-se mais coordenados o que conduz ao aperfeiçoamento da capacidade de alcançar e agarrar objectos. Paralelamente também começam a exibir intencionalidade/propósito nos seus comportamentos. Aos 9 meses o bebé consegue apoiar o seu peso nas pernas se estiver agarrado. Quan-

4 do está sentado consegue manter-se em equilíbrio, durante 10 minutos, mesmo inclinando-se para a frente e para trás. Como os músculos laterais do tronco estão mais fortes, pelos 10 meses, começa a poder rolar para os lados quando se encontra sentado/a. Quando está sentado é capaz de se voltar para apanhar um objecto sem perder o equilíbrio. Aos 12 meses, se for agarrado por ambas as mãos, consegue andar de frente. Estas aquisições permitem-lhe perseguir e comunicar melhor as suas intenções. Esteja atento a esses sinais. Desenvolvimento da Coordenação Olho-Mão Os movimentos estão mais precisos o que conduz a que consiga apontar com o indicador. Consegue apanhar coisas pequenas sem dificuldade e começa a tentar agarrar coisas muito pequenas, do tamanho de uma ervilha com o indicador e o polegar. Aos 9 meses coloca dois cubos um ao pé do outro e compara-os, aos 10 meses consegue fazer torres com dois cubos e aos 12 meses consegue agarrar com uma mão os dois cubos. Procura por brinquedos que façam barulho. Aos 11 meses consegue largar objectos sem dificuldade e, se lhe estender a mão, consegue entregar-lhe algum objecto com o qual esteja a brincar. Aos 12 meses já consegue atirar as coisas de forma deliberada. Desenvolvimento Social Sabe o seu próprio nome e consegue perceber o significado da palavra não. Demonstra o seu afecto encostando a cara, tem sentido de humor e adora rir. Reconhece rostos familiares, mostrando, aos 9 meses, desagrado ou desconforto pela proximidade de desconhecidos. Gosta de brincar às escondidas (esconder e mostrar um brinquedo ou outro objecto). Imita expressões. Aos 12 meses sente-se seguro na presença dos pais ou das pessoas com quem convive frequentemente mostrando vergonha e timidez na presença de pessoas estranhas. Paralelamente e atendendo às novas características físicas do seu bebé, ele irá começar a tornar-se mais independente na forma como usa o seu próprio corpo para explorar, afastando-se de sirastejando, rolando(...): é importante que lhe ofereça uma base de afecto segura (o seu bebé precisa de saber que ainda estará lá, disponível para cuidar dele e de forma afectuosa, quando

5 ele decidir ir um pouco mais longe, ou quando a aventura tiver um resultado mais negativo) e que lhe propicie, em casa, um ambiente seguro e estimulante que possa monitorizar, sem impedir constantemente as iniciativas do seu bebé. Deve intervir quando ele dá sinais de que precisa de si como parceiro de brincadeiras, para ajudar a resolver uma dificuldade, ou para estabelecer um limite ou em caso de algum perigo. Recorde-se que a capacidade de uma criança pequena tem de compreender as situações é muito distinta da sua e que demorará ainda muito tempo até que ele seja capaz de regular eficazmente o seu comportamento, impulsos e desejos, assim como, será ainda difícil lidar e compreender sozinho os naturais sentimentos negativos que a frustração implica. Neste sentido o seu bebé continua a precisar de si para o ajudar a acalmar-se e reassegurar-se do seu amor e cuidados nesses momentos. A equipa i dos pais chaodandar@gmail.com