1. CONTINUAÇÃO TUTELA ANTECIPADA. Responsabilidade civil pela concessão de efeitos antecipatórios:

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1 1 PROCESSO CIVIL PONTO 1: Continuação Tutela Antecipada PONTO 2: Tutela Antecipada da Parcela Incontroversa PONTO 3: Tutela Antecipada Específica PONTO 4: Medidas Coercitivas 1. CONTINUAÇÃO TUTELA ANTECIPADA Efeitos Passíveis de serem antecipados: Efeito condenatório em que pese Ovídio não aceitar, ele pode ser antecipado. No tocante aos efeitos declaratórios e constitutivos, Ovídio entende não ser possível a antecipação dos mesmos, porque ambos implicam no exaurimento da matéria, ou seja, se o magistrado antecipar os efeitos ele estará legislando. Em que pese a objeção do Ovídio, no tocante ao efeito constitutivo, a maioria da doutrina admite a antecipação do mesmo. Ex: a tutela antecipada nas ações de dissolução parcial de sociedade com exclusão de sócio. Nesse exemplo, Ovídio discorda se esteja antecipando efeito constitutivo, ele crê que trata-se de efeito mandamental. Efeito declaratório maioria da doutrina entende que não é possível a sua antecipação, mas há quem entenda ser possível, como por exemplo o Ministro Teori Albino Zavascki, que exemplifica com as liminares das ações diretas de inconstitucionalidades. Para concurso federal, a recomendação é de que é possível a declaração de efeito antecipatório. Em concursos estaduais a posição é de que não é possível. Responsabilidade civil pela concessão de efeitos antecipatórios: Sendo concedido um provimento antecipatório que depois venha a ser revogado, o autor responderá frente ao réu pelos prejuízos que este eventualmente tenha sofrido, conforme o entendimento dominante, trata-se de responsabilidade civil de natureza objetiva. Objetiva em razão da remição do art. 273 à execução provisória, pois na execução provisória, a responsabilidade civil é de natureza objetiva. Segundo Ovídio, responsabilizar objetivamente aquele que teve deferida ao seu favor um provimento antecipatório que depois venha a ser revogado é o mesmo que punir esse autor. Pois é fácil de ser condenado quando a responsabilidade é objetiva. Ou seja, pune-se o autor por algo que foi concedido pelo Judiciário. O autor só se beneficiou dos efeitos da liminar porque o Judiciário concedeu. Segundo argumento: o autor é punido por uma liminar que foi dada, e o réu, Será prejudicado pela morosidade do feito? Não. Na Justiça Federal, tem se discutido essa questão nas ações previdenciárias, ou seja, tem se deferido liminares que depois são revogadas, o autor dessas ações, deve devolver o valor que conseguiu pelas tutelas antecipadas?...

2 2 Por fim, no art. 273 há a previsão de que os provimentos antecipatórios devam ser fundamentados. A fundamentação tem previsão constitucional. 2. TUTELA ANTECIPADA DA PARCELA INCONTROVERSA Art. 273, 6º do CPC. Natureza da tutela antecipada da parcela incontroversa: 1º Posicionamento: Min. Teori Albino Zavascki trata-se de tutela antecipada. 2º Posicionamento: Marinoni não se está diante de tutela antecipada, mas sim de um julgamento parcial da lide antecipada. Ou seja, o 6º, julga parte da lide antes, ainda, o magistrado, a partir do 6º julga capítulos de uma sentença antes. Quando é possível a antecipação da tutela?... Se a ação versar sobre direitos indisponíveis não há como ser aplicado o 6º do art. 273 do CPC. Natureza do provimento: há três posicionamentos: a) b) c) COISA JULGADA E TUTELA ANTECIPADA DA PARCELA INCONTROVERSA Provimento que antecipar a parcela incontroversa transita em julgado materialmente? É possível a modificação de um efeito que antecipa a parcela incontroversa (a revogação)? Dois posicionamentos: a) Ministro Teori Albino Zavascki entende que se trata de tutela antecipada, os provimentos antecipatórios são provisórios, razão pela qual podem ser revogados, consequentemente não haveria coisa julgada material. Essa é a mesma conclusão dos que entendem tratar-se de interlocutória, assim, do mesmo modo, entendem que não há que se falar em coisa julgada material, pois esta atinge as sentenças.

3 b) Aqueles que entendem que se trata de sentença parcial ou interlocutória de mérito sustentam a coisa julgada nesses provimentos e falam em coisa julgada progressiva. Coisa Julgada Progressiva:... Crítica a tese da coisa julgada progressiva: a grande crítica é de que, ao contrário dos que afirmam estarmos diante de uma coisa julgada progressiva, ao contrário dos que afirmam a imutabilidade dessa decisão, ela pode ser modificada, revogada diante de questões de ordem pública (pronunciáveis ex officio). Ex: magistrado pode antecipar a parcela incontroversa e na sentença reconhecer a falta de uma condição da ação; se ele extinguir o processo, a conseqüência é a revogação do provimento antecipatório. Os defensores da coisa julgada progressiva rebatem a crítica afirmando que estão limitando quando na verdade não existe limitação legislativa. Ação Rescisória:... Natureza da execução: dois posicionamentos: a) Aqueles que entendem tratar-se de tutela antecipada e, portanto revogável o provimento, afirmam que se está diante de execução provisória, em razão da revogabilidade do provimento. b) Para aqueles que reconhecem a existência de uma coisa julgada progressiva, a existência seria definitiva. A parcela incontroversa pode ser concedida ex officio? 1º Posição: os que entendem que se trata de tutela antecipada, afirmam que não pode ser de officio, necessitaria de requerimento conforme o caput do art. 273 do CPC. 2º Posição: aqueles que entendem que não se trata de tutela antecipada, mas de julgamento parcial da lide antecipado, afirmam que pode ser de officio, pois quando o juiz julga antecipadamente, pode ser de officio, do mesmo modo, caberia aqui também ? A tutela antecipada do 6º estaria vinculada aos demais requisitos do art. 1º Posicionamento: para os que entendem que se trata de uma tutela antecipada, está atrelado aos demais requisitos. 2º Posicionamento: para os que entendem que não se trata de tutela antecipada, mas julgamento da lide parcial, ela não estaria atrelada ao julgamento antecipado da lide.

4 4 3. TUTELA ESPECÍFICA PARA O CUMPRIMENTO DAS AÇÕES DE FAZER E NÃO FAZER ART. 461 Marinoni denomina de TUTELA INIBITÓRIA. A tutela específica tem por finalidade o cumprimento em espécie da prestação, ou ainda, o cumprimento da prestação in natura, ou seja, interessa em primeiro lugar que o réu faça ou não faça, em último caso, se busca perdas e danos. Temos tutela específica nas obrigações de fazer e não fazer (art. 461) e nas obrigações para entrega de coisas (art. 461-A). A tutela específica não teve origem no art. 461, ou seja, ela não nasceu nas ações individuais, ela nasceu nas ações coletivas, mais precisamente no art. 11 da Lei da Ação Civil Pública e, posteriormente, ela foi contemplada no art. 84 do CDC. Na tutela coletiva, por exemplo, não interessa que a empresa pague para poluir e sim que ela pare de poluir. Em 1984, foi copiado o art. 84 do CDC que originou o art. 461 do CPC. Tem se utilizado a tutela específica para ações de fornecimento de alimentos, ações que versam sobre benefícios de servidores, ações para proteção de marca comercial, ou seja, trata-se de um artigo com ampla utilização. O art. 461 contempla uma ação que vai seguir o rito ordinário ou o rito sumário, mas trata-se de uma ação com algumas peculiaridades que chamam a atenção da doutrina nacional: a) o art. 461 introduziu no Livro I do CPC, as ações executivas lato sensu e as ações mandamentais. Na verdade, ele introduziu a Teoria Quinária das ações de Pontes de Miranda. Até o advento do art. 461, só havia ações executivas mandamentais em procedimentos especiais. b) As sentenças executivas lato sensu e as mandamentais, não precisam de uma execução em separado, ou seja, a sentença tem cognição e execução no próprio comando sentencial. Para que estas sentenças sejam cumpridas, o art. 461 nos 4º e 5º, o magistrado impõe medidas coercitivas de duas ordens: Medidas coercitivas diretas: Medidas coercitivas indiretas:

5 c) O art. 461, no 3º, contem a previsão de uma tutela antecipada específica, com requisitos distintos daqueles previstos no art d) O art. 461 excepciona o princípio da congruência, excepciona os art. 128 e 460 do CPC. Será executiva lato sensu ou mandamental, em razão da previsão no art. 461 de medidas coercitivas. As condenatórias não são cumpridas através de medidas coercitivas, mas de execução em separado. Ela será executiva lato sensu se o cumprimento da obrigação se der independentemente da vontade do obrigado. Ex: Ação com a finalidade de interditar empresa que está poluindo. Será mandamental sempre que o cumprimento da obrigação depender da vontade do obrigado, ou seja, se ele não quiser não cumpre. Quando depender da vontade do obrigado, alternativas: imposição de multa pecuniária ou a imposição do crime de desobediência MEDIDAS COERCITIVAS Traduzem-se pela imposição de uma pena pecuniária para que a obrigação seja cumprida astreinte. Natureza das Ações:... Concessão e valor da astreinte:... A jurisprudência, via de regra, tem limitado o valor da astreinte ao valor da obrigação. Periodicidade: usualmente a periodicidade é diária, todavia, existe uma flexibilidade muito grande, ou seja, a doutrina e a jurisprudência têm reconhecido a possibilidade de fixação de astreinte de for forma diversa da diária, ex: fixação por hora. Marinoni reconhece ainda a fixação de multa fixa, nos casos em que a mora implica em inadimplemento absoluto, quando não interessa inadimplemento fora do prazo. Essa multa fixa que Marinoni sugere, não possui caráter de perdas e danos, ela continua tendo caráter coercitivo.