Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia - Ensino Médio FILOSOFIA MODERNA

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1 Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia - Ensino Médio FILOSOFIA MODERNA 1

2 Filosofia moderna é toda a filosofia que se desenvolveu durante os séculos XV, XVI, XVII, XVIII, XIX; começando pelo Renascimento e se estendendo até meados do século XIX. Na modernidade passou-se a delinear melhor os limites do estudo filosófico. Inicialmente, como atestam os subtítulos de obras tais como as Meditações de René Descartes e o Tratado de George Berkeley, ainda se fazia referência a questões tais como a da prova da existência de Deus e da existência e imortalidade da alma. Gradualmente, contudo, a filosofia moderna foi deixando de se voltar ao objetivo de aumentar o conhecimento material, i.e., de buscar a descoberta de novas verdades isso é assunto para a ciência bem como de justificar as crenças religiosas racionalmente. Em obras posteriores, especialmente a de Immanuel Kant, a filosofia claramente passa a ser encarada antes como uma atividade de clarificação das próprias condições do conhecimento humano: começava assim a chamada "virada epistemologica".

3 Em seu livro História da Filosofia, Hegel declara que a filosofia moderna é o nascimento da Filosofia propriamente dita porque nela, pela primeira vez, os filósofos afirmam: 1) que a filosofia é independente e não se submete a nenhuma autoridade que não seja a própria razão como faculdade plena de conhecimento. Isto é, os modernos são os primeiros a demonstrar que o conhecimento verdadeiro só pode nascer do trabalho interior realizado pela razão, graças a seu próprio esforço, sem aceitar dogmas religiosos, preconceitos sociais, censuras políticas e os dados imediatos fornecidos pelos sentidos. Só a razão conhece e somente ela pode julgar-se a si mesma;

4 2) que a filosofia moderna realiza a primeira descoberta da Subjetividade propriamente dita porque nela o primeiro ato de conhecimento, do qual dependerão todos os outros, é a Reflexão ou a Consciência de Si Reflexiva. Isto é, os modernos partem da consciência da consciência, da consciência do ato de ser consciente, da volta da consciência sobre si mesma para reconhecer-se como sujeito e objeto do conhecimento e como condição da verdade. A consciência é para si mesma o primeiro objeto do conhecimento, ou o conhecimento de que é capacidade de e para conhecer;

5 3) que a filosofia moderna é a primeira a reconhecer que, sendo todos os seres humanos seres conscientes e racionais, todos têm igualmente o direito ao pensamento e à verdade. Segundo Hegel, essa afirmação do direito ao pensamento, unida à ideia de liberdade da razão para julgarse a si mesma, portanto, o igualitarismo intelectual e a recusa de toda censura sobre o pensamento e a palavra, seria a realização filosófica de um principio nascido com o protestantismo e que este, enquanto mera religião, não poderia cumprir precisando da filosofia para realizar-se: o princípio da individualidade como subjetividade livre que se relaciona livremente com o infinito e com a verdade.

6 A EPISTEMOLOGIA As teorias filosóficas do conhecimento, apesar da sua enorme diversidade, polarizam-se em grandes problemas: Qual a natureza do conhecimento? Qual o seu valor ou possibilidade? Qual a sua origem?

7 O Que É Que Conhecemos? Os Próprios Objetos, Ou As Representações, Em Nós, Dos Mesmos? Realismo: Afirma a existência do real. O nosso conhecimento corresponde à realidade, mas é da mesma distinto. Conhecer é apreender a realidade existente na experiência interna (atos da consciência) ou na experiência externa (objetos do mundo sensível).os objetos existem independentemente dos sujeitos. Idealismo: Nega a existência do real. A realidade é reduzida a ideias: o mundo sensível é um mero produto do pensamento. Os objetos só existem enquanto representações, não têm uma existência independente.

8 EM BUSCA DO MÉTODO A preocupação dos filósofos em não se enganar levou à revisão da metafísica tradicional. Duas respostas surgiram para essa nova questão: o racionalismo e o empirismo. Racionalismo: valorização da razão no processo de aquisição do conhecimento (Descartes, Espinosa, Leibniz). Empirismo: valorização da experiência sensível no processo de aquisição do conhecimento (Bacon, Locke, Berkeley, Hume).

9 RACIONALISMO

10 Descartes ( ) buscava encontrar um método seguro que o conduzisse à verdade indubitável. A dúvida metódica não admite certezas que não estejam imunes à dúvida. Descartes duvida do testemunho dos sentidos e do senso comum. Ele interrompe a cadeia de dúvidas diante de uma primeira intuição: Penso, logo existo (Cogito, ergo sum). Essa intuição primeira leva à afirmação da existência de Deus e do mundo.

11 O pensamento de Descartes é revolucionário para uma sociedade feudalista em que ele nasceu, onde a influência da Igreja ainda era muito forte e quando ainda não existia uma tradição de "produção de conhecimento". Foi um dos precursores do movimento racionalista e defendeu a tese de que a dúvida era o primeiro passo para se chegar ao conhecimento. Descartes viveu numa época marcada pelas guerras religiosas entre Protestantes e Católicos na Europa. Viajou muito e viu que sociedades diferentes têm crenças diferentes, mesmo contraditórias. Aquilo que numa região é tido por verdadeiro, é considerado ridículo, disparatado e falso em outros lugares. Descartes observou que os "costumes", a história de um povo, sua tradição "cultural" influenciam a forma como as pessoas veem e pensam naquilo em que acreditam.

12 O MÉTODO Descartes busca um ponto de partida sobre o qual possa fundar sua filosofia, busca uma verdade que não possa ser questionada como tal, um princípio que possa lhe dar uma certeza inquestionável. Assim pensando ele cria a dúvida metódica, a partir do qual ele duvida de tudo, inclusive da própria existência e de todas as percepções dos seus sentidos. Todas as minhas sensações podem estar me enganando, como me engano quando sonho e acredito que o sonho é realidade.

13 "Dubito ergo cogito; cogito ergo sum". Discours de la Méthode (1637) No grau máximo da dúvida Descartes encontra a sua primeira verdade inquestionável: enquanto duvido de tudo, não posso duvidar de que esteja duvidando; se eu sou algo que duvida, sou algo que pensa na dúvida, sou algo que existe por pensar, se eu penso, eu existo.

14 O método cartesiano consiste no ceticismo metodológico - que nada tem a ver com a atitude cética: duvida-se de cada ideia que não seja clara e distinta. Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque "precisam" existir, ou porque assim deve ser etc., Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que puder ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio eu (aquele que duvida: portanto, é sujeito de algo. EGO COGITO ERGO SUM, "eu que penso, logo existo") e de Deus.

15 Também consiste o método de quatro regras básicas: VERIFICAR se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada; ANALISAR, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades mais simples e estudar essas coisas mais simples; SINTETIZAR, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro; ENUMERAR todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.

16 Explicando: Descartes cria um método para bem conduzir nossos pensamentos. Para alcançar a verdade devemos seguir os seguintes princípios: Princípio da evidência, não admitir algo como verdadeiro se não tivermos evidências suficientes para considerar como tal. Princípio da análise, dividir os problemas em tantas partes quanto forem possíveis para que melhor possam ser resolvidos. Princípio da síntese, estabelecer uma ordem de relação entre nossos pensamentos, solucionando primeiro as questões mais simples e depois as mais complexas. Princípio de controle, fazer constantes revisões de todo processo para ter certeza de que nada foi omitido.

17 Explicando a existência de Deus Nosso pensamento é imperfeito, mas somente pode ter sido criado por um ser perfeito que é Deus. Deus sendo perfeito não pode querer nos enganar em relação às nossas sensações e se as nossas sensações também são verdadeiras, o mundo exterior existe e é conforme nós o sentimos e intuímos.

18 EMPIRISMO

19 Na filosofia, empirismo foi uma doutrina segundo a qual todo conhecimento provém unicamente da experiência, limitando-se ao que pode ser captado do mundo externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção, sendo geralmente descartadas as verdades reveladas e transcendentes do misticismo, ou apriorísticas e inatas do racionalismo. Assim, a alma não é objeto de estudo do empirista. Para o empirista, um objeto não pode ser estudado cientificamente, quando para toda classe de perguntas que façamos a nosso objeto de estudos não obtemos resposta perceptível pelos sentidos. É objeto de estudo do empirista todo aquilo que se pode indagar e receber uma resposta que seja perceptível.

20 Podemos saber se este mundo que vivemos é regido por leis ou regras divinas? Se formos empiristas, devemos preparar um experimento que nos permita obter alguma resposta deste mundo. O problema é que não existe tal experimento. Portanto, não deveríamos assumir uma resposta afirmativa. Entretanto, o empirista constrói sua ciência baseando-se no pressuposto que a natureza é regida por leis e somente devemos considerar uma lei como científica quando é possível construir um experimento que nos possa indicar (através dos sentidos) se ela é adequada.

21 John Locke ( ) criticou a noção de ideias inatas. Para ele, a mente é como um papel em branco, por isso o conhecimento começa com a experiência sensível. Distinguiu duas fontes possíveis para nossas ideias: a sensação e a reflexão. A sensação resulta de um estímulo externo, pelo qual a mente é modificada por meio dos sentidos. A reflexão se processa internamente, é a percepção que a alma tem daquilo que nela ocorre.

22 David Hume ( ) considera que o conhecimento tem início com as percepções individuais, que podem ser impressões ou ideias. As impressões são as percepções originárias que se apresentam à consciência com maior vivacidade, tais como as sensações (ouvir, ver, sentir dor ou prazer etc.). As ideias são cópias pálidas das impressões e, portanto, mais fracas. Hume criticou a noção de causalidade, porque, para ele, as relações de causa e efeito resultam do hábito, criado pela associação de casos semelhantes. Hume admite seu ceticismo ao reconhecer os limites muito estreitos do entendimento humano.

23 Hume explicitou a impossibilidade de se alcançar alguma certeza ou verdade absoluta nas ciências indutivas, além de ter mostrado a impossibilidade de se provar filosoficamente a existência do mundo exterior ou de se identificar uma substância constitutiva do ego. Mesmo em seus próprios dias, essa foi a leitura predominante da obra de Hume.

24 O PROBLEMA DA CAUSALIDADE Quando um evento provoca um outro evento, a maioria das pessoas pensa que estamos conscientes de uma conexão entre os dois que faz com que o segundo siga o primeiro. Hume questionou esta crença, notando que se é óbvio que nos apercebemos de dois eventos, não temos necessariamente de aperceber uma conexão entre os dois. E como havemos nós de nos aperceber desta misteriosa conexão senão através da nossa percepção?

25 Hume negou que possamos fazer qualquer ideia de causalidade que não através do seguinte: Quando vemos que dois eventos sempre ocorrem conjuntamente, tendemos a criar uma expectativa de que quando o primeiro ocorre, o segundo seguirá. Esta conjunção constante e a expectativa dela são tudo o que podemos saber da causalidade, e tudo o que a nossa ideia de causalidade pode inferir.

26 A perspectiva de Hume parece ser que nós temos uma crença na causalidade semelhante a um instinto, que se baseia no desenvolvimento dos hábitos na nossa mente. Uma crença que não pode ser eliminada mas que também não pode ser provada verdadeira por nenhum argumento, dedutivo ou indutivo, tal como na questão da nossa crença na realidade do mundo exterior.

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