IMPORTÂNCIA DA CURA NO DESEMPENHO DAS ARGAMASSAS IMPORTÂNCIA DA CURA NO DESEMPENHO DAS ARGAMASSAS
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1 Universidade Federal da Bahia Escola Politécnica Departamento de Ciência e Tecnologia dos Materiais IMPORTÂNCIA DA CURA NO DESEMPENHO DAS ARGAMASSAS Prof.Dra Vanessa Silveira Silva 1 IMPORTÂNCIA DA CURA NO DESEMPENHO DAS ARGAMASSAS Estrutura da apresentação Conceito - Cura Considerações sobre a cura da argamassa de revestimento Considerações sobre a cura do chapisco Estudos sobre cura de chapiscos 2 1
2 IMPORTÂNCIA DA CURA NO DESEMPENHO DAS ARGAMASSAS Cura - procedimentos a que se recorre para promover a hidratação do cimento e consiste em controlar a temperatura e a saída e entrada de umidade para os compósitos à base de cimento (NEVILLE, 1997) Concreto Argamassa de revestimento Chapisco 3 Cura úmida e concreto A cura é realizada por duas razões básicas: hidratar o quanto possível o cimento reduzir ao máximo a retração do concreto cura adequada é condição essencial para obtenção de um concreto durável conforme as especificações do projeto estrutural Adequada resistência mecânica e durabilidade 4 2
3 Considerações sobre a cura da argamassa de revestimento E a influência nas argamassas?? Alta temperatura ÁGUA TEMPERATURA Alta incidência de ventos PESO PRÓPRIO AERAÇÃO NÉVOA SALINA Importante: cura úmida do revestimento ÁGUA 5 Considerações sobre a cura da argamassa de revestimento As fissuras têm direção variada e distribuem-se por toda a superfície - cruzando em ângulos de aprox Causa provável - rápida perda de água durante o endurecimento por ação intensiva de ventilação e/ou insolação 6 3
4 Considerações sobre a cura da argamassa de revestimento Tipo de insolação Sob sol Tipo de argamassa e resistência de aderência (MPa) 1:2:9 0,24 1:1:6 0,32 Sob sombra 0,28 0,37 (Collantes, 1998) Influência da insolação na resistência de aderência 7 Mecanismo de aderência Nas argamassas cimentícias este fenômeno é essencialmente mecânico, que se desenvolve pela: Ancoragem da pasta aglomerante ou da argamassa nos poros, reentrâncias e saliências da superfície 8 4
5 Considerações sobre a cura da argamassa de revestimento Resistência de aderência superficial tensão máxima suportada pela superfície do emboço (PEREIRA et al., 2005) Influência da cura na resistência superficial à tração dos revestimentos de argamassa aplicados sobre blocos cerâmicos sem chapisco 4 meses 9 Considerações sobre a cura da argamassa de revestimento (SCARTEZINI,2002) Representação esquemática mostrando o comportamento típico entre as resistências de aderência ao longo do tempo 10 5
6 Considerações sobre a cura da argamassa de revestimento Cura Garantir a hidratação do cimento melhorar a resistência de aderência Diminuir a retração Evitar a pulverulência superficial 11 Considerações sobre a cura da argamassa de revestimento Deve-se buscar uma forma simples e prática de se executar a cura das argamassas nas obras equipamento de aspersão de água (Carasek, 2009) (no balancim antes da etapa do dia seguinte e/ou através das janelas) 12 6
7 Considerações sobre a cura do chapisco E a influência da cura nos chapiscos? Função - chapisco melhora aderência entre a argamassa e o substrato regulariza a absorção de água 13 Considerações sobre a cura do chapisco A perda de água X espessura do revestimento Chapisco - espessura pequena - perda de água rápida Alta temperatura Fachadas Alta incidência de ventos Importante: cura úmida principalmente em fachadas com alta incidência solar 14 7
8 Considerações sobre a cura do chapisco Os resultados obtidos por Moura (2007) comprovam a necessidade da cura úmida para os chapiscos executados sob forte insolação, ou em dias de ocorrência de vento. 15 Considerações gerais sobre chapisco argamassa fluída de cimento e areia (430 kg/m 3 ) espessura 5 mm (Salvador: e > 5mm) chapiscar alvenaria externa e superfície de concreto chapiscar tetos problemas de destacamento dispensar o chapisco em paredes internas uso produtos adesivos permitido uso indiscriminado Uso de cimento com adições (CPIII e CPIV) 16 8
9 Considerações gerais sobre chapisco Uso de aditivos adesivos Objetivo:melhorar a resistência de aderência em estruturas de concreto Exemplos: Aditivos à base de resina acrílica Aditivos à base de PVA 17 Considerações gerais sobre chapisco Uso sem conhecimento técnico e científico (SILVA & GOMES & NERY, 2007) (CARASEK & CASCUDO, 2007) Destacamento do chapisco (com resina acrílica) da base Destacamento da argamassa 18 9
10 Considerações gerais sobre chapisco Resistência de Aderência (MPa) 0,60 0,55 0,50 0,45 0,40 0,35 Tipo de Aplicação Preparação da Base 0,30 colher rolo desempenadeira CH1:3 RA 1:3 CH1:2 RA 1:3 CH1:3 RA 1:3,5 CH1:3 RA 1:4 19 Exemplos - obras Substrato: concreto com chapisco (resina acrílica) Aplicação: colher Argamassa de revestimento (cimento, cal, areia e aditivo) Fachada 20 10
11 Uso de cimento com adições em chapiscos Quando o chapisco é aplicado em fina camada, ocorre rápida evaporação da água de amassamento, não havendo tempo para as reações de hidratação da escória e pozolana (THOMAZ, 2001). Cimento+Água=Compostos Hidratados Estáveis+Ca(OH) 2 (Pega e Endurecimento) Pozolana + Ca(OH) 2 + água Compostos hidratados CP III e CP IV tendência de serem cada vez mais 21 produzidos pela indústria cimenteira Uso de cimento com adições em chapiscos Silva (2004) utilizou a sílica da casca de arroz, na execução dos chapiscos aplicados sobre bases de concreto resultados satisfatórios de aderência Substrato de 50MPa Substrato de 50MPa Chapisco comum Chapisco com adição 22 11
12 Estudos sobre cura de chapiscos OBJETIVO GERAL Investigar a influência da cura úmida no desempenho de chapiscos produzidos com Cimento Portland de Alto-forno, aplicados sobre alvenaria de blocos cerâmicos 23 METODOLOGIA Programa experimental - materiais Alvenaria de bloco cerâmico - substrato Chapisco - utilizou-se o Cimento Portland de Alto-forno (CP III 40 RS) Revestimento - foi utilizada uma argamassa industrializada
13 1.Substrato METODOLOGIA Programa experimental 2.Chapisco 3.Cura Cura ambiente, sem umedecimento Cura úmida Ambiente externo sob condições amenas (incidência de radiação solar direta até as 09h00min da manhã, temperatura 25 média 26 o C) METODOLOGIA Inspeções qualitativas na superfície do chapisco 4.Argamassa Ensaios de resistência de aderência à tração do sistema de revestimento (NBR 13528/95) 26 13
14 Inspeções qualitativas na superfície do chapisco (período - 7 dias) Dureza da superfície foram executados riscos cruzados com a ponta de uma espátula e também com um objeto pontiagudo na superfície do chapisco, observando-se o grau de dificuldade de se fazerem estes riscos. Aderência forçou-se o desplacamento do chapisco com a raspagem da espátula na interface da base com o chapisco. 27 ANÁLISE DOS RESULTADOS Chapisco com camada interna frágil e Pulverulenta 24 horas Após 24 horas da aplicação do chapisco, o painel que não foi umedecido já apresentava uma superfície pulverulenta e pouco resistente ao rico, diferente das características observadas no painel submetido à cura úmida. Início da cura 6 horas 28 14
15 ANÁLISE DOS RESULTADOS Durante o monitoramento, a dureza superficial e aderência do chapisco sem cura continuaram inadequadas. (a) (b) (a)chapisco não curado - formação de sulcos ao se imprimirem riscos com um objeto pontiagudo. (b) chapisco submetido à cura úmida - boa resistência ao risco idade do chapisco 3 dias 29 ANÁLISE DOS RESULTADOS Forçou-se o destacamento do chapisco com a raspagem da espátula na interface da base com o chapisco. O chapisco não submetido à cura úmida se soltou com facilidade, o mesmo não ocorrendo com o curado. 30 Destacamento e pulverulência do chapisco não curado 15
16 ANÁLISE DOS RESULTADOS Execução de riscos cruzados com a ponta de uma espátula Idade do chapisco 7 dias Chapisco não submetido à cura úmida - formação de sulcos, indicando dureza e resistência inadequadas Boa resistência ao risco do chapisco submetido à cura úmida 31 ANÁLISE DOS RESULTADOS Execução de riscos cruzados com a ponta de uma espátula 7 dias observou-se maior dificuldade de executar os riscos na camada mais externa do chapisco não curado, quando comparado aos relativos às idades anteriores. a camada interna do chapisco continuou frágil e com excesso de pulverulência
17 ANÁLISE DOS RESULTADOS Os resultados do ensaio de resistência de aderência à tração do sistema de revestimento foram analisados através de 3 indicadores: Resultados individuais das resistências de aderência Resistência de aderência média Forma de ruptura 33 Condições de cura Com cura Idade do revestimento 28 dias Resistência de aderência média (MPA) 0,34 Desvio padrão 0,10 CV (%) 29,01 Ruptura predominante Chapisco/argamassa úmida Sem cura 28 dias 0,29 0,11 38,27 Chapisco/argamassa úmida Com cura úmida 125 dias 0,36 0,05 14,52 Chapisco/argamassa Sem cura úmida 125 dias 0,21 0,06 28,67 Chapisco/argamassa Os resultados satisfazem as exigências da norma NBR 13749/96 - resistência de aderência à tração mínima de 0,30 MPa para revestimentos externos. Chapisco sem cura - a resistência de aderência média ficou abaixo do mínimo especificado pela norma 34 17
18 Condições de cura Com cura Idade do revestimento 28 dias Resistência de aderência média (MPA) 0,34 Desvio padrão 0,10 CV (%) 29,01 Ruptura predominante Chapisco/argamassa úmida Sem cura 28 dias 0,29 0,11 38,27 Chapisco/argamassa úmida Com cura úmida 125 dias 0,36 0,05 14,52 Chapisco/argamassa Sem cura 125 dias 0,21 0,06 28,67 Chapisco/argamassa úmida Interessante comparar os resultados individuais 35 CONCLUSÕES Os resultados da pesquisa mostraram que chapiscos produzidos com Cimento Portland de Alto-forno (CPIII) devem receber cura úmida para promover a hidratação adequada do cimento. Caso não seja feita a cura, o chapisco desagrega com facilidade, não apresentando dureza superficial e aderência adequadas
19 Considerações finais Alertar a comunidade técnica e científica sobre a necessidade da cura úmida das argamassas de revestimento e chapiscos em obra, sobretudo aqueles produzidos com Cimentos Portland de Alto-Forno ou Cimento Portland Pozolânico 37 OBRIGADA PELA ATENÇÃO! vanessass@ufba.br 38 19
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