A socialização formal e informal
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- Geraldo Benke Cipriano
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1 A escola
2 A socialização formal e informal Educação formal - proporcionada pelo sistema educativo: escolas básicas e secundárias; universidades e centros de formação profissional. Educação informal - proporcionada fora do sistema educativo: inclui a formação extracurricular adquirida na escola.
3 Socialização formal e informal A educação formal tem ganho importância crescente com o decorrer do tempo, em particular nos últimos anos: alargamento do número de anos da escolaridade obrigatória; início cada vez mais precoce da escolaridade; diversificação de cursos nos estabelecimentos de ensino e centros de formação; crescente diversidade de pós-graduações; promoção da formação profissional dos trabalhadores nas empresas.
4 A escolaridade obrigatória Até ao final da Idade Média a escola é frequentada por uma minoria. Invenção da imprensa (Gutenberg ); Reforma protestante (século XVI): Lutero escreveu um Sermão sobre o dever de enviar as crianças para a escola. A leitura era essencial ao conhecimento da Bíblia. Ideais humanistas e iluministas: Coménio (século XVII) - conceito de pansofia (ensinar tudo a todos). O homem tem necessidade de ser formado para que se torne homem. Quem exclui alguém da educação, injuria toda a humanidade.
5 A escolaridade obrigatória Rousseau (século XVIII) - as crianças não são adultos em miniatura. "Amanham-se as plantas pela cultura e os homens pela educação (...) Tudo o que não temos à nascença e de que necessitamos quando somos adultos, é-nos dado pela educação." Revolução Industrial - necessidade de mão-de-obra cada vez mais qualificada. Século XIX, escolarização de massas no ensino primário nalguns países. Portugal foi um dos primeiros a decretar a escolaridade primária gratuita em 1835, mas demorou cem anos a concretizá-la. Século XX, escolarização de massas no ensino secundário.
6 A escolaridade obrigatória Em Portugal, é com o Estado Novo (1933) que se dá início a uma tentativa de combate ao analfabetismo. O regime ditatorial utiliza a educação como instrumento de doutrinação política, ideológica e religiosa. Obediência, submissão, ordem, conformismo, etc. O alcance da educação mantém-se limitado: Mantêm-se taxas de analfabetismo elevadas; Insucesso escolar e abandono; Assimetrias sociais e regionais.
7 A escolaridade obrigatória Reforma Veiga Simão (1970): Institucionalização da educação pré-escolar; Prolongamento da escolaridade obrigatória; Reconversão do ensino secundário; Expansão do ensino superior. Revolução de Abril (1974) Campanhas de alfabetização; Escola de massas.
8 O insucesso e o abandono escolares A democratização do ensino não proporcionou uma sociedade mais igualitária. A massificação da escola não tem em conta as desigualdades culturais, padronizando o que ensina: A padronização agrava as desigualdades sociais e é reprodutora destas: Entra pobre sai pobre/ o professor é um agente de exclusão social. O aluno não se revê no que é ensinado: Aumenta o abandono escolar. Aumenta o insucesso. Aumenta a indisciplina.
9 O insucesso e o abandono escolares Pierre Bourdieu ( ) Ajuda explícita/ajuda difusa Capital cultural. Arbítrio cultural. A escola é apresentada como culturalmente neutra, no entanto os seus conteúdos são escolhidos pelos grupos sociais com maior poder cultural. O ensino desta cultura dissimula o poder de quem a impõe. Reprodução cultural e das diferenças sociais.
10 O insucesso e o abandono escolares Bernstein ( ): O insucesso escolar das classes sociais mais desfavorecidas tem origem nas suas capacidades linguísticas: Código restrito. Código elaborado. Education cannot compensate the society. "(...) afinal de contas, não entender nada já é um hábito. Três quartas partes do que se diz e do que me fazem escrever na escola: a gramática, ciências, a moral e mais um terço das palavras que leio, que me ditam, que eu mesmo emprego - eu não sei o que elas querem dizer. Já observei que nas minhas redacções as que eu menos compreendo são as que têm mais probabilidade de serem mais bem classificadas." Romain Rolland (Le Voyage Intérieur)
11 A escola face à diversidade cultural O alargamento da escolarização trouxe para escola uma grande diversidade de culturas: Etnia cigana; meios rurais; zonas suburbanas; zonas piscatórias, etc. Por outro lado, a imigração ampliou e aprofundou esta mesma diversidade: África; Brasil; Europa do Leste, etc. Aos problemas de pobreza e de exclusão social juntam-se problemas de integração relacionados com as diferenças culturais e com a língua. A escola torna-se, assim, numa escola multicultural: No ano lectivo de 2003/2004, mais de 81 mil alunos das escolas portuguesas eram naturais de países estrangeiros ou com ascendentes oriundos de outras culturas e nacionalidades. A diversidade cultural e o ensino monocultural associados são geradores de conflitos, indisciplina e insucesso escolar. É necessário transformar a "escola para todos" numa "escola em que todos aprendem.
12 A educação ao longo da vida Na sociedade do conhecimento as oportunidades de êxito pessoal tendem a aumentar em função de fatores como: Capacidade de adaptação a novos contextos; A flexibilidade e polivalência no trabalho; O espírito empreendedor e criativo; A abrangência e especialização dos conhecimentos; O domínio das TIC e de línguas estrangeiras; A disponibilidade para a formação permanente, etc.
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