Operações Crédito do SFN
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- Clara Beltrão Angelim
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1 Oper. Crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em julho/2015 O crédito total do SFN incluindo as operações com recursos livres e direcionados somou R$ 3,11 trilhões em julho/15, após alta de 0,3% no mês e expansão de 9,9% em 12 meses, comparativamente a alta de 0,6% em junho/15 (+9,8% em doze meses). A alta mensal refletiu a elevação de 0,4% no saldo destinado às famílias para R$ bilhões e 0,3% nas empresas, totalizando R$ bilhões. Com isso a relação crédito/pib registrou leve redução, de 54,6% em junho para 54,5% em julho de 2015 (+1,8pp em 12 meses). O mercado de crédito continua mostrando desaceleração do crescimento tanto nas carteiras com recursos livres, com alta de 5,2% em 12 meses, quanto direcionados, com crescimento de 15,3% na mesma base de comparação, num cenário de alta dos juros, dos spreads e queda da atividade econômica. Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI* vmartins@plannercorretora.com.br Disclosure e certificação do analista estão localizados na última página deste relatório. Oper. Crédito do SFN - julho/2015 jul/14 jun/15 jul/15 AV R$ bilhões (%) Total Oper Crédito (Livres + Direcionados) ,0 PF ,2 PJ ,8 Recursos Livres ,3 PF ,5 PJ ,7 Recursos Direcionados ,7 PF ,7 PJ ,0-0,1 5,2 0,4 4,7-0,5 5,8 0,8 15,3 0,4 18,2 1,0 13,0 Crédito/PIB (%) 52,7 54,6 54,5-0,1 pp 1,8 pp var % mês var % 12m 0,3 9,9 0,4 10,5 0,3 9,4 Nos últimos 12 meses terminados em julho/15, as contratações pelas famílias, com crescimento de 10,5%, apresentaram melhor dinamismo que no segmento corporativo (+9,4%), destacandose os empréstimos consignados e imobiliários, modalidades de menor risco e prazos mais elevados. As taxas de juros e os spreads continuam subindo, em função da alta dos juros e dos efeitos da política monetária, ao mesmo tempo, em que os índices de inadimplência subiram reflexo do cenário de desaquecimento do mercado de trabalho, com aumento das demissões e alta do desemprego. O nível de atrasos acima de 90 dias no segmento livre, por exemplo, registrou alta de 0,2pp no mês para 4,8%, sendo de 5,4% nas famílias e de 4,1% nas empresas. O BC manteve a expectativa de crescimento do estoque das operações de crédito para 2015 em 9%, após crescimento de 11,3% em 2014, sendo de 5% para o crédito livre, após alta de 4,6% em O crédito direcionado deve crescer 14%, recuando dos 24% observados em Em proporção do PIB o crédito deve fechar 2015 em 56,0% ante 54,7% em Com base na projeção da autoridade monetária, o estoque das carteiras de crédito dos bancos públicos deve fechar 2015 com expansão de 13% ante 16,7% no ano passado. Para os bancos privados nacionais, a projeção é de alta de 4% frente 6% em Os bancos privados devem crescer 7%, após alta de 4,6% no ano passado. Estes dados refletem as expectativas de baixo crescimento econômico em resposta ao ciclo de aperto monetário, aliado ao maior endividamento das famílias pressionado por ganhos mais contidos na renda e alta do desemprego. Página 1
2 Regiões Sul e Sudeste registram participação de 73% do total das operações acima de R$ 1 mil e sensibilizam o crescimento do mercado como um todo. Em base mensal, os maiores crescimentos foram nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Segundo relatório do BC, quanto à segmentação regional do crédito, que considera as operações com valor superior a R$ 1 mil, o saldo relativo ao Sudeste cresceu 0,4% no mês e 10,3% em doze meses, atingindo R$ bilhões em julho. Na Região Sul, o crédito registrou queda (pelo segundo mês consecutivo) de 0,6% e crescimento de 6,9% em 12 meses, totalizando R$ 540 bilhões. No Nordeste, o saldo foi de R$ 395 bilhões, com expansões de 0,7% no mês e de 9,8 em doze meses, enquanto no Centro-Oeste, saldo de R$ 320 bilhões, após crescimentos de 0,5% e 13,6%, respectivamente. Na Região Norte, saldo de R$ 116 bilhões, correspondeu às expansões de 0,2% no mês e de 7,5% em doze meses. Oper. Crédito do SFN - julho/2015 * Valor Partic. crescimento R$ bilhões % % mês % 12m REGIÃO SUDESTE ,4 10,3 REGIÃO SUL ,6 6,9 REGIÃO NORDESTE ,7 9,8 REGIÃO CENTRO-OESTE ,5 13,6 REGIÃO NORTE ,2 7,5 (*) Operações maiores que R$ 1 mil; Operações com recursos livres caíram 0,1% no mês, sensibilizadas pela retração em capital de giro e desconto de duplicatas para as empresas, contrabalançadas pelo crédito consignado e cartão de crédito para as famílias. Ao final de julho estas operações corresponderam a 51,3% do total de crédito do sistema, somando R$ bilhões, após redução de 0,1% no mês e elevação de 5,2% em 12 meses. O saldo destinado às pessoas físicas subiu 0,4% em base mensal e 4,7% em 12 meses, para R$ 794 bilhões, explicado principalmente pela expansão do crédito consignado e do cartão de crédito à vista. O saldo das empresas totalizou R$ 801 bilhões, após queda mensal de 0,5%, com destaque para as retrações em capital de giro e desconto de duplicatas. Operações com recursos direcionados mantiveram um crescimento acima dos livres, função da alta do dólar sobre a carteira do BNDES, que representa mais de 70% desse segmento. Sem a alta do dólar, o crescimento do crédito direcionado em 12 meses seria de 14,7%. O volume de recursos do crédito direcionado representando 48,7% do total somou R$ bilhões, com crescimento de 0,8% no mês e 15,3% em doze meses. O montante destinado a pessoas físicas, de R$ 675 bilhões, expandiu-se 0,4% no mês e 18,2% em 12 meses, com destaque mais uma vez para os financiamentos imobiliários cuja tendência para 2015 é de moderação do ritmo de crescimento, após forte evolução de 27,1% em 2014, sensibilizado pelo acréscimo do custo dos empréstimos e do preço dos imóveis, fatores que influenciam diretamente o comportamento deste segmento do mercado. Os créditos às empresas somaram R$ 841 bilhões (+1,0% no mês e +13,0% em 12 meses), com ênfase nos financiamentos para investimentos com recursos do BNDES e pelo efeito da variação cambial. Dinâmica de crescimento por controle de capital continua maior nos bancos públicos em relação aos privados estrangeiros e principalmente os privados nacionais, que se mantêm mais conservadores. A participação dos bancos públicos sobre o crédito total elevou-se novamente, passando de 55,0% em jun/15 para 55,3% em julho, enquanto a dos bancos privados nacionais reduziu-se de 30,5% em base mensal, sendo que a participação dos bancos privados estrangeiros também se reduziu de 14,6% para 14,4%, na mesma base de comparação. Página 2
3 Operações de crédito por controle de capital (% do total) 14,7% 14,6% 14,4% 32,2% 30,5% 30,3% 53,1% 55,0% 55,3% jul/14 jun/15 jul/15 Públicos Privados nacionais Privados estrangeiros Em base de 12 meses, por exemplo, o crescimento acumulado de 9,9% do SFN em julho/15 se compõe de 14,5% dos bancos públicos, 3,2% dos bancos privados nacionais e 8,0% dos bancos privados estrangeiros, conforme figura abaixo. Os bancos privados nacionais e estrangeiros demonstram mais uma vez, moderado apetite para o crédito, permanecendo mais seletivos. Oper. Crédito do SFN - julho/2015 jul/14 jun/15 jul/15 AV R$ bilhões (%) Total Oper Crédito (Livres + Direcionados) ,0 Públicos ,3 Privados nacionais ,3 Privados estrangeiros ,4 var % var % mês 12m 0,3 9,9 0,9 14,5-0,3 3,2-0,6 8,0 Taxas de juros seguem em alta em linha com movimento da Selic. A taxa média de juros das operações de crédito do SFN (com recursos livres e direcionados) foi de 28,4% em julho (+0,8pp no mês e +4,2pp em 12 meses). No crédito livre, o custo médio foi de 44,2% (+0,8pp no mês e +7,2pp em 12m), enquanto no crédito direcionado, a taxa foi de 10,1% (+0,8pp e +1,9pp, respectivamente). Oper. Crédito do SFN - julho/2015 jul/14 jun/15 jul/15 var var Taxa ao ano (%) (%) (%) (%) mês 12m Inadimplência >90d (Rec. Livres) 4,6 4,6 4,8 0,2 pp 0,2 pp PF 5,7 5,3 5,4 0,1 pp -0,3 pp PJ 3,5 3,9 4,1 0,2 pp 0,6 pp Taxas de aplicação (Rec. Livres) 37,0 43,4 44,2 0,8 pp 7,2 pp PF 49,5 58,4 59,5 1,1 pp 10,0 pp PJ 23,9 27,5 27,9 0,4 pp 4,0 pp Spreads (Rec. Livres) 26,1 30,6 31,4 0,8 pp 5,3 pp PF 38,1 45,3 46,4 1,1 pp 8,3 pp PJ 13,4 15,0 15,4 0,4 pp 2,0 pp Spreads (Rec. Direcionados) 3,0 3,0 3,5 0,5 pp 0,5 pp PF 2,9 2,5 3,0 0,5 pp 0,1 pp PJ 3,1 3,7 3,9 0,2 pp 0,8 pp Página 3
4 Taxa de juros (PF) continuam subindo em linha com o comportamento da taxa básica. Nas operações para o segmento de pessoas físicas, a taxa média de juros subiu 0,9pp no mês para 36,3% (+4,8pp em 12 meses). No segmento com recursos livres, o custo médio alcançou 59,5% (+1,1pp no mês e +10,0pp em 12 meses), com destaque para os aumentos em crédito pessoal não consignado (+1,1pp), cartão de crédito rotativo (+23,2pp) e cheque especial (+5,6pp). No crédito às famílias com recursos direcionados, o custo médio avançou 0,8pp no mês para 10,0%, com destaque para as elevações em crédito rural (+2,2pp) e em financiamentos imobiliários com taxas reguladas (+0,4pp). Taxa de juros (PJ) manteve elevação. Nos empréstimos às empresas, o custo médio em base mensal subiu 0,6pp para 19,8%, com alta de 3,1pp em 12 meses. Nas operações com recursos livres, o custo médio subiu 0,4pp para 27,9% ao ano (+4,0pp em 12 meses), com destaque para capital de giro (+0,5pp) e desconto de duplicatas (+2,6pp). Nas contratações com recursos direcionados, a taxa aumentou 0,7pp para 10,2% refletindo principalmente a elevação de 0,8pp no custo dos financiamentos com recursos do BNDES para investimentos. Spread bancário manteve tendência de alta. O spread do SFN referente às operações com recursos livres e direcionados cresceu 0,6pp no mês e 2,6pp em 12 meses, para 18,4%. Os spreads nos segmentos de pessoas físicas e jurídicas situaram-se em 26,1% e 10,2%, respectivamente. No crédito livre, o spread alcançou 31,4% (+0,8pp no mês). Nas operações com recursos direcionados, o spread subiu 0,5pp para 3,5% ao ano. Inadimplência total aumentou no mês permanecendo estável em 12 meses. A inadimplência das operações de crédito do SFN referente a atrasos superiores a noventa dias subiu 0,1pp para 3,0%, em base mensal, permanecendo estável em base anual. No crédito às famílias, o nível de atrasos situou-se em 3,8% (+0,2pp no mês), subindo 0,1pp para 2,4% nos créditos às empresas. No crédito livre, a inadimplência atingiu 4,8% (+0,2pp no mês), enquanto, no direcionado, aumentou 0,1pp para 1,2%. Página 4
5 Parâmetros do Rating da Ação Nossos parâmetros de rating levam em consideração o potencial de valorização da ação, do mercado, aqui refletido pelo Índice Bovespa, e um prêmio, adotado neste caso como a taxa de juro real no Brasil, e se necessário ponderação do analista. Dessa forma teremos: Compra: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for superior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Neutro: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for em linha com o potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. Venda: Quando a expectativa do analista para a valorização da ação for inferior ao potencial de valorização do Índice Bovespa, mais o prêmio. EQUIPE Mario Roberto Mariante, CNPI* mmariante@plannercorretora.com.br Cristiano de Barros Caris ccaris@plannercorretora.com.br Luiz Francisco Caetano, CNPI lcaetano@plannercorretora.com.br Victor Luiz de Figueiredo Martins, CNPI vmartins@plannercorretora.com.br Ricardo Tadeu Martins, CNPI rmartins@planner.com.br DISCLAIMER Este relatório foi preparado pela Planner Corretora e está sendo fornecido exclusivamente com o objetivo de informar. As informações, opiniões, estimativas e projeções referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças como resultado de alterações nas condições de mercado, sem aviso prévio. As informações utilizadas neste relatório foram obtidas das companhias analisadas e de fontes públicas, que acreditamos confiáveis e de boa fé. Contudo, não foram independentemente conferidas e nenhuma garantia, expressa ou implícita, é dada sobre sua exatidão. Nenhuma parte deste relatório pode ser copiada ou redistribuída sem prévio consentimento da Planner Corretora de Valores. (*) Conforme o artigo 16, parágrafo único, da ICVM 483, declaro ser inteiramente responsável pelas informações e afirmações contidas neste relatório de análise. Declaração do(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento), nos termos do art. 17 da ICVM 483 O(s) analista(s) de valores mobiliários (de investimento) envolvido(s) na elaboração deste relatório declara(m) que as recomendações contidas neste refletem exclusivamente sua(s) opinião(ões) pessoal(is) sobre a companhia e seus valores mobiliários e foram elaboradas de forma independente e autônoma, inclusive em relação à Planner Corretora e demais empresas do Grupo. Declaração do empregador do analista, nos termos do art. 18 da ICVM 483 A Planner Corretora e demais empresas do Grupo declaram que podem ser remuneradas por serviços prestados à(s) companhia(s) analisada(s) neste relatório. Página 5
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