GABARITOS FILOSOFIA MÓDULO 2
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- Carlos Eduardo Soares Oliveira
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1 GABARITOS FILOSOFIA MÓDULO 2 1) (UEL-adaptado) (...) há certos momentos na história da humanidade em que alterações significativas provocam o que chamamos ruptura de paradigma. Ou seja, os parâmetros que orientam a compreensão do mundo e de nós mesmos deixam de valer em decorrência do imbricamento de inúmeros fatores. E, enquanto não se elabora uma nova visão de mundo, vive-se um período confuso de indefinição e de perplexidade, decorrente da crise dos valores até então aceitos. (ARANHA, M. L. de Arruda e MARTINS, M. H. Pires. Temas de Filosofia. 2.ª ed., São Paulo: Moderna, 1998, p. 46). Assinale o que for correto. a) A modernidade, como o conjunto de idéias e de valores que norteou o pensamento e a ação humanos desde o final dos séculos XVI/XVIII, é essencialmente caracterizada pelo empirismo, isto é, uma firme crença no poder da experiência sensível para conhecer e transformar a realidade. b) A derrota fragorosa da razão moderna resultou em um colapso intelectual que deixou sem paradigmas as ciências, a filosofia e as artes. Por isso, as religiões em franca expansão na atualidade encontram, no pós-modernismo, uma fonte de inspiração duradoura. c) Chama-se moderno o modo de pensar que se delineia a partir da segunda metade do século XX, caracterizado pelo afastamento e crítica às idéias do medievo, denunciando como presunçosas e ilegítimas muitas das pretensões da razão no conhecimento e na prática. d) O Iluminismo, movimento intelectual ocorrido no século XVIII, manifesta, de maneira especial, os ideais da modernidade, fomentando as aspirações de liberdade e progresso harmonizados pela razão iluminada. e) Os avanços tecnológicos influenciam decisivamente a visão de mundo na modernidade. A automação, a microeletrônica, a informática alteraram o mundo do trabalho e as relações intersubjetivas. O mercado requer profissionais versáteis; a sociedade, indivíduos informados, críticos e solidários. 1) D 1) (PUC-PR) No livro Discurso do método (1537), Descartes estabeleceu algumas regras para bem conduzir a razão. I. Somente acolher alguma coisa como verdadeira após conhecê-la de maneira evidente. II. Somente acolher como falso aquilo que foi estabelecido empiricamente como falso. III. Dividir cada dificuldade a ser examinada em quantas partes forem possíveis e necessárias para resolvê-la. IV. Refletir, antes de tudo, sobre as dificuldades em seu aspecto global; privilegiar sempre o todo em detrimento das partes. V. Conduzir em ordem os pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais complexos compostos. VI. Conduzir em ordem os pensamentos, começando a examinar as coisas a partir da sua importância moral até chegar a sua importância histórica. VII. Fazer, para todos os procedimentos, revisões e enumerações completas para ter certeza de que nada foi omitido. VIII. Aceitar a fé como fonte do conhecimento a partir da qual tudo pode ser pensado. IX. Observar a natureza para aprender a pensar. Correspondem a todas as regras do método apenas os enunciados: f) I, II, III e IV g) I, III, V e VII h) II, IV, VI e VIII i) I, III, VIII e IX j) I, VI, VII e IX 2) (UEL) É amplamente conhecido, na história da filosofia, como Descartes coloca em dúvida todo o conhecimento, até encontrar um fundamento inabalável; uma espécie de princípio de reconstituição do conhecimento. Neste processo, Descartes elege uma regra metodológica que o orientará na busca de novas verdades. A regra geral que orientará Descartes na busca de novas verdades é a) a possibilidade do mundo externo. b) a possibilidade de unirmos corpo e alma. c) a clareza e distinção. d) a certeza dos juízos matemáticos. e) a idéia de que corpo e alma são entidades distintas. 3) (UEL) Leia o seguinte texto de Descartes:
2 [...] considerei em geral o que é necessário a uma proposição para ser verdadeira e certa, pois, como acabara de encontrar uma proposição que eu sabia sê-lo inteiramente, pensei que devia saber igualmente em que consiste essa certeza. E, tendo percebido que nada há no penso, logo existo que me assegure que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, pensei poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos clara e distintamente são todas verdadeiras. (DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza Moreira Marcelina. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, p. 57.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento cartesiano, é correto afirmar: a) Para Descartes, a proposição penso, logo existo não pode ser considerada como uma proposição indubitavelmente verdadeira. b) Embora seja verdadeira, a proposição penso, logo existo é uma tautologia inútil no contexto da filosofia cartesiana. c) Tomando como base a proposição "penso, logo existo", Descartes conclui que o que é necessário para que uma proposição qualquer seja verdadeira é que ela enuncie algo que possa ser concebido clara e distintamente. d) Descartes é um filósofo cético, uma vez que afirma que não é possível se ter certeza sobre a verdade de qualquer proposição. e) Tomando como exemplo a proposição "penso, logo existo", Descartes conclui que uma proposição qualquer só pode ser considerada como verdadeira se ela tiver sido provada com base na experiência. 1) B 2) C 3) C 1) (UEM) Todas as idéias derivam da sensação ou reflexão. Suponhamos que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer idéias; como ela será suprida? (...) De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento. (LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 165). Assinale o que for correto. 01) Para John Locke, embora nosso conhecimento se origine na experiência, nem todo ele deriva da experiência. No entendimento, existem idéias inatas abstraídas das coisas pela reflexão. 02) Como seguidor de Descartes, John Locke assume a diferença entre conhecimento verdadeiro, que é puramente intelectual e infalível, e conhecimento sensível, que, por depender da sensação, é suscetível de erro. 04) John Locke é o iniciador da teoria do conhecimento em sentido estrito, pois se propôs, no Ensaio acerca do entendimento humano, a investigar explicitamente a natureza, a origem e o alcance do conhecimento humano. 08) Para John Locke, todo nosso conhecimento provém e se fundamenta na experiência. As impressões formam as idéias simples; a reflexão sobre as idéias simples, ao combiná-las, formam idéias complexas, como substância, Deus, alma etc. 16) John Locke distingue as qualidades do objeto em qualidades primárias (solidez, extensão, movimento etc.) e qualidades secundárias (cor, odor, sabor etc.); as primeiras existem realmente nas coisas, as segundas são relativas e subjetivas. Gab: O ato de duvidar de tudo aquilo que não se pode ter certeza absoluta é muito freqüente na filosofia (como vimos também em Descartes 1 ) e é conhecido como ceticismo. Uma pessoa cética é, portanto, uma pessoa que duvida de tudo aquilo que não se pode ter certeza. 1) (UFU) Leia atentamente o texto abaixo sobre a teoria do hábito em David Hume. E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos calor e chama, por exemplo, ou peso e solidez, é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro. (HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Editora UNESP, p. 75.) Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma interpretação adequada desse texto. 1 Entretanto, a dúvida de Descartes não pode ser considerada puramente cética, visto que ele pretende com a dúvida chegar a alguma certeza. Não é o duvidar para negar, mas uma tentativa de duvidar para afirmar.
3 a) A conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, conseqüentemente, o procedimento da inferência. b) A hipótese do hábito é conseqüente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhecimento é construído por experiência e observação. c) Se a causalidade fosse construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recorrer à experiência e à repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo efeito. d) O hábito jamais pode ser a base da inferência. Em virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais podem se aplicar a qualquer objeto da experiência. 2) (UEM) O hábito é, pois, o grande guia da vida humana. É aquele princípio único que faz com que nossa experiência nos seja útil e nos leve a esperar, no futuro, uma seqüência de acontecimentos semelhante às que se verificaram no passado. Sem a ação do hábito, ignoraríamos completamente toda questão de fato além do que está imediatamente presente à memória ou aos sentidos. Jamais saberíamos como adequar os meios aos fins ou como utilizar os nossos poderes naturais na produção de um efeito qualquer. Seria o fim imediato de toda a ação, assim como da maior parte da especulação. (HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973, pp Os Pensadores). Com base nesse texto e no seu conhecimento sobre a Filosofia de Hume, assinale o que for correto. 01) Segundo Hume, entre um fenômeno e outro não há conexão causal necessária que possa ser verificada na experiência; é o hábito que explica a noção da relação causa e efeito: por termos visto, várias vezes juntos, dois objetos ou fatos por exemplo, calor e chama, peso e solidez, somos levados, pelo costume, a prever um quando o outro se apresenta. 02) Como representante do racionalismo, Hume afirmou que o princípio de causalidade, lei inexorável que regula todos os acontecimentos da natureza, é inferido da experiência por um processo de raciocínio. 04) Para Hume, o hábito é um falso guia; se não nos fiarmos na razão, fonte do conhecimento verdadeiro, e nos deixarmos conduzir pelo costume, erraremos inevitavelmente em nossas ações e investigações. 08) É o hábito que nos permite ultrapassar os dados empíricos, os quais possuímos seja na forma de impressão seja na forma de idéias, e afirmar mais do que aquilo o qual pode ser alcançado na experiência imediata. 16) A idéia de causa é apenas uma idéia geral constituída pela associação de idéias e baseada na crença formada pelo hábito. 3) (UEL) Leia o texto a seguir: Certamente, temos aqui ao menos uma proposição bem inteligível, senão uma verdade, quando afirmamos que, depois da conjunção constante de dois objetos, por exemplo, calor e chama, peso e solidez, unicamente o costume nos determina a esperar um devido ao aparecimento do outro. Parece que esta hipótese é a única que explica a dificuldade que temos de, em mil casos, tirar uma conclusão que não somos capazes de tirar de um só caso, que não discrepa em nenhum aspecto dos outros. A razão não é capaz de semelhante variação. As conclusões tiradas por ela, ao considerar um círculo, são as mesmas que formaria examinando todos os círculos do universo. Mas ninguém, tendo visto somente um corpo se mover depois de ter sido impulsionado por outro, poderia inferir que todos os demais corpos se moveriam depois de receberem impulso igual. Portanto, todas as inferências tiradas da experiência são efeitos do costume e não do raciocínio. (HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, pp ) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de David Hume, é correto afirmar: a) A razão, para Hume, é incapaz de demonstrar proposições matemáticas, como, por exemplo, uma proposição da geometria acerca de um círculo. b) Hume defende que todo tipo de conhecimento, matemático ou experimental, é obtido mediante o uso da razão, e pode ser justificado com base nas operações do raciocínio. c) É necessário examinar um grande número de círculos, de acordo com Hume, para se poder concluir, por exemplo, que a área de um círculo qualquer é igual a ð multiplicado pelo quadrado do raio desse círculo. d) Hume pode ser classificado como um filósofo cético, no sentido de que ele defende a impossibilidade de se obter qualquer tipo de conhecimento com base na razão. e) Segundo Hume, somente o costume, e não a razão, pode ser apontado como sendo o responsável pelas conclusões acerca da relação de causa e efeito, às quais as pessoas chegam com base na experiência. 4) (UEL) Leia o texto a seguir. Como o costume nos determina a transferir o passado para o futuro em todas as nossas inferências, esperamos se o passado tem sido inteiramente regular e uniforme o mesmo evento com a máxima segurança e não toleramos qualquer suposição contrária. Mas, se temos encontrado que diferentes efeitos acompanham causas que em aparência são exatamente similares, todos estes efeitos variados devem apresentar-se ao espírito ao transferir o passado para o futuro, e devemos considerá-los quando determinamos a probabilidade do evento. (HUME, D. Investigações acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 73.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Hume, é correto afirmar: a) Hume procura demonstrar o cálculo matemático de probabilidades.
4 b) Hume procura mostrar o mecanismo psicológico pelo qual a crença se fixa na imaginação. c) Para Hume, há uma conexão necessária entre causa e efeito. d) Para Hume, as inferências causais são a priori. e) Hume procura mostrar que crença e ficção produzem o mesmo efeito na imaginação humana. 1) D 2) ) E 4) B 1) (UEM) (...) a própria experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a priori, pelos quais portanto todos os objetos da experiência têm necessariamente que se regular e com eles concordar. (KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 13). Com base na filosofia de Kant, assinale o que for correto. 01) O método de Kant é chamado criticismo, pois consiste na crítica ou na análise reflexiva da razão, a qual, antes de partir ao conhecimento das coisas, deve conhecer a si mesma, fixando as condições de possibilidade do conhecimento, aquilo que pode legitimamente ser conhecido e o que não. 02) Para Kant, uma vez que os limites do conhecimento científico são os limites da experiência, as coisas que não são dadas à intuição sensível (a coisa em si, as entidades metafísicas como Deus, alma e liberdade) não podem ser conhecidas. 04) Kant mantém-se na posição dogmática herdada de Hume. Para os dois filósofos, o conhecimento é um fato que não põe problema. O resultado da crítica da razão é a constatação do poder ilimitado da razão para conhecer. 08) O sentido da revolução copernicana operada por Kant na filosofia é que são os objetos que se regulam pelo nosso conhecimento, não o inverso. Ou seja, o conhecimento não reflete o objeto exterior, mas o sujeito cognoscente constrói o objeto do seu saber. 16) Com a sua explicação da natureza do conhecimento, Kant supera a dicotomia racionalismo-empirismo. O conhecimento, que tem por objeto o fenômeno, é o resultado da síntese entre os dados da experiência e as intuições e os conceitos a priori da razão. 2) (UEL) Leia o texto a seguir. A razão humana, num determinado domínio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. (KANT, I. Crítica da Razão Pura (Prefácio da primeira edição, 1781). Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 03.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas intermináveis disputas chama-se a) experiência. b) natureza. c) entendimento. d) metafísica. e) sensibilidade. (UFF-2010) Immanuel Kant, além da Filosofia, dedicou-se também às questões científicas, tendo sido pioneiro na afirmação de que as nebulosas não são apenas gases, mas conglomerados de estrelas. Sua tese de 1755 sobre a formação do Sistema Solar antecipou ideias semelhantes às do francês Laplace. A chamada hipótese de Kant-Laplace explica o surgimento do Sol e dos planetas a partir de uma nebulosa primitiva, em movimento de rotação constante e cujos gases aos poucos se acumulam no centro, adensando-se e gerando o Sol, enquanto ao redor desse criam-se núcleos de matéria concentrada, dando nascimento aos planetas. Embora essa concepção já tenha sido superada, ela foi importante para o desenvolvimento das teorias cosmogônicas contemporâneas, inclusive a mais famosa, a do bigbang. 3) Marque a opção que melhor exprime a relevância das teorias cosmogônicas de Kant e de Laplace. a) É possível conceber a origem e a evolução do Universo por meio da razão e dos conhecimentos científicos. b) A busca do conhecimento é uma tarefa inglória, pois há sempre uma teoria nova se sobrepondo à atual. c) Como o ser humano não estava presente na origem do mundo, ele não pode ter qualquer conhecimento do que então aconteceu. d) O conhecimento sobre a origem do Universo e as causas dos fenômenos naturais de nada serve para o ser humano e é pura vaidade. e) Só podemos conhecer aquilo que experimentamos diretamente. 1)
5 2) D 3) A
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