I COBESA 15 de Julho de 2010 Sessão Técnica 26 PAP001913
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- Silvana Pacheco Galindo
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1 I COBESA 15 de Julho de 2010 Sessão Técnica 26 PAP O PAPEL DOS COMITÊS DE BACIAS NA APLICAÇÃO DA POLÍTICA DE SANEAMENTO DO ESTADO DA BAHIA: UMA REFLEXÃO SOBRE SUAS LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES Maria Auxiliadora de Abreu Macêdo (Dora Abreu) Mestre em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais (UFBA); Especialista em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais (UFBA); Especialista em Química Ambiental (UFBA) SEDUR- Secretaria de Desenvolvimento Urbano Superintendência de Saneamento
2 O PAPEL DOS COMITÊS DE BACIAS NA APLICAÇÃO DA POLÍTICA DE SANEAMENTO DO ESTADO DA BAHIA: UMA REFLEXÃO SOBRE SUAS LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES OBJETIVO Refletir sobre algumas questões incorporadas na Lei /08 (Lei Estadual de Saneamento), de forma a identificar mecanismos para a efetiva articulação da Política Estadual de Saneamento com a Política Estadual de Recursos Hídricos, em particular por meio dos Comitês de Bacias, cujas decisões refletem diretamente no setor de saneamento básico.
3 O PAPEL DOS COMITÊS DE BACIAS NA APLICAÇÃO DA POLÍTICA DE SANEAMENTO DO ESTADO DA BAHIA: UMA REFLEXÃO SOBRE SUAS LIMITAÇÕES E POSSIBILIDADES REFERENCIAIS TEÓRICOS LEI ESTADUAL Nº de 01 de dezembro de 2008 Institui princípios e diretrizes da Política Estadual de Saneamento Básico - Bahia LEI Nº , de 05 de janeiro de 2007 Lei Federal do Saneamento, estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. DECRETO Nº 7.217, de 21 de junho de 2010 Regulamenta a Lei /07 LEI Nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A LEI ESTADUAL de Outubro de 2009, que institui a nova Política Estadual de Recursos Hídricos.
4 OS COMITÊS DE BACIA São considerados o PARLAMENTO DAS ÁGUAS Órgãos colegiados com atribuições normativas, deliberativas e consultivas a serem exercidas na bacia hidrográfica de sua jurisdição. Conforme o artigo 37, da Lei 9.433/97 (PNRH), as principais atribuições dos Comitês, são: promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos, articulando a atuação das entidades intervenientes; arbitrar em primeira instância os conflitos relacionados aos recursos hídricos; APROVAR E ACOMPANHAR A EXECUÇÃO DO PLANO DE RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA; estabelecer mecanismos de cobrança, sugerir os valores a serem cobrados, dentre outras.
5 OS COMITÊS DE BACIA Atualmente existem 10 Comitês Estaduais de Bacias Hidrográficas em funcionamento em todo o Estado e mais 04 em formação. Cada comitê é formado por representantes dos poderes públicos municipal, estadual e federal, da sociedade civil e dos usuários da água. Compete ao INGÁ fomentar a criação dos comitês, avaliar o processo de implementação, custear sua manutenção, por meio de apoio administrativo, técnico e financeiro, exercendo o papel de Secretaria Executiva do Comitê.
6 UMA A IMPLICAÇÃO MUITO IMPORTANTE ASSOCIADA À LEI FEDERAL DE SANEAMENTO PLANEJAMENTO E INTEGRAÇÃO DAS AÇÕES EM CONSONÂNCIA COM OUTRAS POLÍTICAS. NECESSIDADE DO DIÁLOGO CONSTANTE ENTRE POLÍTICA DE RECURSOS HÍDRICOS, MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO, ASSIM COMO COM A DE SAÚDE, BEM ESTAR SOCIAL, ENTRE OUTRAS QUE SÃO INFLUENCIADAS PELO SANEAMENTO BÁSICO.
7 MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE RECURSOS HÍDRICOS, MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO LICENCIAMENTO OUTORGA DO USO DA ÁGUA PLANOS DE BACIAS ENQUADRAMENTO METAS PROGRESSIVAS ETAPAS DE EFICIÊNCIA DE TRATAMENTO Meio Ambiente Recursos Hídricos Saneamento
8 A OUTORGA DE DIREITO DO USO DA ÁGUA é um dos instrumentos das Políticas Nacional e Estadual de Recursos Hídricos. Além deste, a PNRH indica também como instrumento: OS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS (NACIONAL, DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS E DOS ESTADOS); O ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO OS USOS PREPONDERANTES; A COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA e O SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS. No caso da Política Estadual de Recursos Hídricos - Bahia, além destes instrumentos, são também indicados: o MONITORAMENTO DAS ÁGUAS; A FISCALIZAÇÃO DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS; O FUNDO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DA BAHIA - FERHBA; A CONFERÊNCIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE.
9 Durante o processo de LICENCIAMENTO de ETEs, é exigido a OUTORGA DE LANÇAMENTO, a qual é emitida pela autoridade ambiental responsável pela gestão dos recursos hídricos no Estado e que deve ser subsidiada pelo respectivo PLANO DE BACIA. OS PLANOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS estabelecem metas eosusosdaáguadaáreadabacia ou região hidrográfica considerada. Visam compatibilizar os aspectos quantitativos e qualitativos dos usos múltiplos das águas, de modo a assegurar a proteção dos recurso hídricos.
10 O ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO SEUS USOS PREPONDERANTES Visa estabelecer os níveis de qualidade dos recursos hídricos a serem mantidos ou alcançados em um segmento de corpo de água ao longo do tempo. Estes níveis devem ser compatíveis com os usos mais exigentes para os quais as águas serão destinadas. O enquadramento não tem necessariamente que estar baseado na qualidade atual dos corpos hídricos, mas, sim, na qualidade desejável para o atendimento das comunidades. CONAMA nº 357/05: Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento e padrões de lançamento de efluentes, dá outras providências.
11 ENQUADRAMENTO METAS PROGRESSIVAS DE QUALIDADE DA ÁGUA Fonte: ANA - Panorama do Enquadramento dos Corpos d Água do Brasil. Mai/07
12 QUEM FAZ A PROPOSTA DE PROGRAMA DE EFETIVAÇÃO DE ENQUADRAMENTO? Órgão responsável pela Gestão das Águas, considerando as diretrizes e as recomendações existentes para a bacia hidrográfica, formuladas pelo COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA ou pelo próprio órgão ou pelo Conselho de Recursos Hídricos competente. Até a instalação do Comitê de Bacia Hidrográfica competente, os órgãos gestores de recursos hídricos, em articulação com os órgãos de meio ambiente, e de acordo com os procedimentos estabelecidos na Resolução do CNRH, nº 91, de 05/11/2008, poderão elaborar e encaminhar as propostas de alternativas de enquadramento ao respectivo Conselho de Recursos Hídricos, para análise e deliberação.
13 ENQUADRAMENTO NO BRASIL CORPOS DE ÁGUA COM ENQUADRAMENTO NO BRASIL Fonte: ANA - Panorama do Enquadramento dos Corpos d Água do Brasil. Mai/07
14 LICENCIAMENTO DE SISTEMAS DE SANEAMENTO BÁSICO Resolução CONAMA nº 357/05 Art 25 - Art. 28. Os efluentes NÃO PODERÃO conferir ao corpo d água características em desacordo com as METAS OBRIGATÓRIAS PROGRESSIVAS, INTERMEDIÁRIAS E FINAIS do seu ENQUADRAMENTO.
15 ASPECTOS IMPORTANTES INSERIDOS NA LEI ESTADUAL Nº /2008 ( POLÍTICA ESTADUAL DE SANEAMENTO BÁSICO- BAHIA) Segundo o Art. 7º da PESB, o licenciamento ambiental de uma ETE considerará ETAPAS DE EFICIÊNCIA, a fim de alcançar progressivamente os padrões estabelecidos pela legislação ambiental, em função da capacidade de pagamento dos usuários. O Parágrafo 2º. deste mesmo artigo ainda registra que a autoridade ambiental estabelecerá metas progressivas para que a qualidade dos efluentes de uma ETE atenda aos padrões das classes dos corpos hídricos em que forem lançados, a partir dos níveis presentes de tratamento e considerando a capacidade de pagamento das populações e usuários envolvidos. Possibilidades de diálogos/ negociações entre os envolvidos com a Política de Recursos Hídricos e a Política de Saneamento
16 A contribuição do enquadramento na redução dos custos de implantação dos sistemas de saneamento O enquadramento permite ao empreendedor planejar a eficiência do seu tratamento de esgoto gradativamente, em sintonia com as metas progressivas do corpo receptor. Viabiliza baixo investimento inicial no tratamento Na ausência de enquadramento, considerase o corpo receptor como Classe II, o que requer que o empreendedor invista em um sistema mais eficiente, muitas vezes sem necessidade. Alto investimento inicial Art. 16 da PERH (Lei Estadual / 2009) estabelece que CONERH deverá estabelecer condições, metas e prazos para que os lançamentos de esgotos e demais efluentes sólidos, líquidos ou gasosos sejam reutilizados, reciclados ou tratados antes do seu lançamento.
17 CONSIDERAÇÕES FINAIS As negociações entre o Comitê de Bacias com o prestador de serviços de saneamento, possíveis de ocorrer, sob amparo legal, no ato de outorga do direito de uso da água para lançamento de efluentes, tornam-se quase inviáveis atualmente, principalmente em virtude de que a maioria dos corpos hídricos no Brasil ainda não passou pelo processo de enquadramento. Neste sentido, pela falta deste enquadramento, o corpo hídrico passa a ser considerado como Classe II, o que exige um tipo de tratamento do efluente mais avançado e oneroso, sem possibilidades de planejamento de etapas de eficiência.
18 CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma das limitações dos Comitês de Bacias para realizar a gestão adequada dos recursos hídricos, refere-se à própria capacitação dos seus integrantes, uma vez que muitos deles desconhecem os conteúdos, tanto das Políticas Nacional e Estadual de Saneamento, como os da Política Nacional e Estadual de Recursos Hídricos, o que dificulta que eles venham planejar adequadamente a gestão das suas respectivas bacias hidrográficas, trazendo consequentemente prejuízos para o setor de saneamento. Acredita-se que, se devidamente capacitados, os Comitês de Bacia poderiam estabelecer enquadramentos transitórios visando nortear a definição das etapas de eficiência de uma ETE, promovendo o monitoramento periódico de seus lançamentos nos corpos hídricos. Isto no entanto requereria a efetiva articulação entre os setores associados com a Política de Recursos Hídricos com os setores relacionados com as Políticas de Saneamento.
19 RECOMENDAÇÕES Acelerar o processo de enquadramento dos corpos hídricos no Estado e no Brasil; Enquanto esse enquadramento não se consolida, é importante implantar Programas de Capacitação junto aos integrantes dos Comitês de Bacia, incluindo estudos sobre os conteúdos das Políticas de Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos, enriquecidos com ações práticas que possam viabilizar o enquadramento transitório de corpos hídricos, de forma a viabilizar o planejamento das etapas de eficiência, por parte das empresas prestadoras de serviços de saneamento. Este Programa de Capacitação poderá também contribuir para ampliar o nível do conhecimento dos membros dos Comitês, fator considerado muito relevante para garantir uma atuação eficaz por parte dos mesmos.
20 Obrigada pela atenção! O ESPAÇO ESTÁ ABERTO PARA PERGUNTAS. Dora Abreu SEDUR- Secretaria de Desenvolvimento Urbanos do Estado da Bahia Av. Tancredo Neves no, 450, Edf.Suarez Trade Caminho das Árvores- Salvador - Bahia, CEP: Brasil - Tel: +55 (71) , dorabreu@hotmail.com
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