Um espaço métrico incompleto 1

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1 Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência anos c Publicação Eletrônica do KIT Um espaço métrico incompleto Alyssa de Oliveira Costa DMA - UEM Av. Colombo, Maringá - Pr Resumo: O objetivo deste texto é apresentar um exemplo de espaço métrico incompleto diferente de Q. Para tanto, definiremos alguns conceitos prévios necessários para nossa melhor compreensão. Indicamos a referência [], para o leitor que queira se aprofundar mais sobre espaços métricos. Sumário Introdução Espaço métrico incompleto 3 Introdução Os espaços métricos estudados em Análise Funcional vão além de conjuntos envolvendo números reais, com frequência encontramos conjuntos mais gerais, como, por exemplo, o conjunto de todas as sequências convergentes de números reais ou o conjunto todas as sequências convergentes de números complexos, o conjunto de todas as funções a valores reais contínuas e definidas em um intervalo fechado, entre outros. A métrica nesses conjuntos Publicado em

2 c KIT Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência é definida de forma que satisfaça algumas propriedades, que iremos definir logo abaixo. Podemos construir, então, vários espaços métricos com métricas diferentes e, assim, podemos investigar quando eles são completos ou incompletos. Definição.. Um espaço métrico é um par (X, d), onde X é um conjunto não vazio e d é uma função definida em X X que satisfaz, para todos x, y, z X, as seguintes propriedades (M) d(x, y) é um valor real, finito e não negativo; (M) d(x, y) = se, e somente se, x = y; (M3) d(x, y) = d(y, x); (M4) d(x, y) d(x, z) + d(z, y) (Desigualdade Triangular). A função d é chamada métrica em X. Para simplificarmos, escreveremos X para indicar (X, d). Também, indicaremos por N o conjunto dos números naturais, ou seja, N = {,, 3,...}. O conjunto dos números reais é denotado por R. A seguir, vejamos alguns exemplos de espaços métricos. Exemplo.. Consideremos em R a métrica usual d : R R R dada por d(x, y) = x y, para quaisquer números x, y R. O conjunto dos números reais R é um espaço métrico.

3 c KIT Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 3 Exemplo.3. O espaço euclidiano R n, onde cada ponto x R n é da forma x = (x,... x n ), com x i R, dotado da métrica definida por é um espaço métrico. d(x, y) = max i n x i y i Para encontrar as demontrações dos exemplos acima e conhecer mais exemplos de espaços métricos, veja [] ou []. Antes de falarmos em um espaço métrico incompleto, precisamos entender o que é um espaço métrico completo e, para isso, é primordial a definição de sequência de Cauchy. Definição.4. Uma sequência (x n ) em um espaço métrico X = (X, d) é dita convergente se existe um x X tal que lim d(x n, x) =. n O elemento x é chamado limite de (x n ) em X. Conhecendo a Definição.4, agora podemos definir sequência de Cauchy. Definição.5. Uma sequência (x n ) em um espaço métrico X é dita sequência de Cauchy em X, se para todo ɛ > existe um N N tal que d(x m, x n ) < ɛ, para todo m, n > N. Com essas definições, podemos entender o conceito de espaço métrico completo. Definição.6. Um espaço métrico (X, d) é dito completo se toda sequência de Cauchy em X converge em X, ou seja, o limite de uma sequência de Cauchy em X é um elemento de X.

4 c KIT Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 4 Exemplo.7. Nem toda sequência de Cauchy em X é convergente em X. De fato, consideremos o espaço métrico (Q, d), com a métrica usual dada por d(x, y) = x y, onde x, y Q. Consideremos a sequência (x n ) gerada por x = e x n+ = N(x n ), n, onde N(x) = x + x. Note que os primeiros elementos dessa sequência são: (,.5, , ,.44356,,...). Essa sequência foi construída por meio do método de Newton-Raphson (veja em e, assim, é fácil ver que a sequência é convergente para e, portanto, é de Cauchy. Como a sequência (x n ) converge para um número irracional, segue que (Q, d) não é um espaço métrico completo. Exemplo.8. Consideremos o conjunto C[a, b] constituído pelas funções a valores reais definidas em um intervalo fechado [a, b] e contínuas. Em C[a, b], defina d( f, g) = max f (t) g(t), (.) t [a,b] onde f, g C[a, b]. O espaço C[a, b] dotado dessa métrica é um espaço métrico completo. Para mais detalhes e conhecer outros exemplos, veja []. Espaço métrico incompleto Existem vários exemplos de espaços métricos completos, por exemplo, o espaço euclidiano R n, o espaço dos números complexos, o espaço das funções contínuas com a métrica definida por (.), entre outros. Pela Definição.6, para um espaço métrico ser incompleto devemos exibir uma sequência de Cauchy contida no espaço X que convirja para um certo elemento que não pertença a X. No Exemplo.7, vimos que o conjunto dos números racionais não é um espaço métrico completo.

5 c KIT Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 5 Neste trabalho, destacamos um exemplo de espaço métrico incompleto, como segue abaixo. Exemplo.. Consideremos o espaço métrico (X, d), onde X = C[, ], com a seguinte métrica d( f, g) = f (t) g(t) dt, onde f, g X. Vamos provar que o espaço (X, d) é incompleto. Incialmente, mostraremos que a função d é uma métrica em X. Sejam f, g e h X, vamos verificar que as propriedades (M) (M4) da Definição. estão satisfeitas. Para tanto, utilizaremos as propriedades de módulo de um número real e de funções contínuas, por exemplo, sabemos que a soma de duas funções contínuas definidas em [, ] é uma função contínua e integrável em [, ]. É fácil ver que a propriedade (M) é válida, pois f (t) g(t), para todo t R. Então, f (t) g(t) dt. Sejam f, g X. Para mostrarmos a propriedade (M), primeiramente, verificaremos que, se d( f, g) =, então f = g. De d( f, g) = f (t) g(t) dt =, segue que f (t) g(t) (identicamente nula). Caso contrário, teríamos f (t) g(t) = c(t), com c(t) > em pelo menos algum ponto t. Pela continuidade de c, teríamos c(t) > em alguma vizinhança de t. E assim, f (t) g(t) dt = Reciprocamente, se tivermos f = g, então f (t) g(t) dt = c(t) dt >. f (t) f (t) dt =.

6 c KIT Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 6 Logo, a propriedade (M) está satisfeita. Vamos mostrar a propriedade (M3), para isso notemos que d( f, g) = f (t) g(t) dt e d(g, f ) = g(t) f (t) dt. Ainda f (t) g(t) = g(t) f (t) = g(t) f (t), assim, vale (M3), como queríamos demonstrar. Só nos resta mostrar a propriedade (M4). Pela desigualdade triangular (para módulos de números reais), f (t) g(t) = f (t) h(t) + h(t) g(t) f (t) h(t) + h(t) g(t). Logo, f (t) g(t) dt f (t) h(t) dt + h(t) g(t) dt. Desta maneira, vale a Desigualdade Triangular. Provamos, assim, que valem as propriedades (M) (M4). Portanto, (X, d) é um espaço métrico. Mostraremos, a seguir, que (X, d) não é um espaço métrico completo, ou seja, exibiremos uma sequência de Cauchy em X e mostraremos que ela converge para um elemento que não está em X. Para tal feito, consideremos a sequência de funções contínuas ( f m ), m N. Cada função f m : [, ] [, ] é dada por f m (t) =, se t [, ] m(t ), se t [, a m], se t [a m, ], onde a m = + m, com m N. Observemos a Figura.

7 c KIT Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 7 Figura : Função f m Vamos mostrar que ( f m ) é uma sequência de Cauchy em X, ou seja, que para todo ɛ, existe um N N tal que d( f m, f n ) < ɛ, para todo m, n > N. Figura : Funções f m e f n Sem perda de generalidade, suponhamos m, n N com m > n. A Figura exibe os gráficos de f m e f n. Provaremos, a seguir, que ( f m ) é uma sequência de Cauchy em X. Observando o triângulo em amarelo na Figura, temos que para ε >,

8 c KIT Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 8 existe N = ε d( f m, f n ) = tal que, para m > n > N, f m (t) f n (t) dt = ( n ) < m n < N < ɛ. Outra maneira de mostrarmos a desigualdade acima é calculando a integral d( f m, f n ) = = am = (m n) f m (t) f n (t) dt = am f m (t) f n (t) dt + an m(t ) n(t ) dt + an n(t ) dt am a m (t )dt + an n(t ) dt. a m a m f n (t) dt Sabendo que a m = + m e a n = + n, resolvendo a integral acima, obtemos + m d( f m, f n ) = (m n) ( ) m n = + n m = m ( n m ). (t )dt + + n ( nt + n )dt n + + m n m Logo, para ε >, existe N = ε tal que, para m > n > N, d( f m, f n ) < n < N < ε. Dessa forma, mostramos que a sequência ( f m ) é de Cauchy em X. Provaremos agora que ( f m ) converge para uma função f que não pertence a X. Para isso, suponhamos que ( f m ) convirja para f X. Então, d( f m, f ) quando m. No entanto, d( f m, f ) = = f m (t) f (t) dt f (t) dt + am f m (t) f (t) dt + a m f (t) dt. (.)

9 c KIT Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência 9 Quando m +, a sequência (a m ) converge para, assim, (.) se torna f (t) dt + A equação (.3) só terá solução se f (t) dt =. (.3) f (t) dt = f (t) dt =. Desta forma, f (t) =, t [, ] e f (t) =, para t [, ]. Logo,, se t [, ] f (t) =, se t [, ], o que é uma contradição, pois por hipótese f X e f não é contínua em [, ]. Portanto, o espaço métrico (X, d) é um espaço métrico incompleto. Referências [] KREYSZIG, E. Introductory Functional Analysis with Applications, New York: Jonh Wiley & Sons, 978.,, 3 [] LIMA, E. L. Espaços Métricos, Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, 993.

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