Prof. Anderson Nogueira Oliveira Direito Civil III (Obrigações I) Aula 07 (Obrigações Solidárias Ativa) AULA 07 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

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1 AULA 07 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS Definição de Obrigações Solidárias: é aquela resultante de lei ou da vontade das partes em que havendo multiplicidade de credores ou de devedores, ou de uns e outros, cada credor terá direito a totalidade da prestação como se fosse o único credor, ou cada devedor esta obrigado pelo debito todo, como se fosse o único devedor. Art Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Principal característica: é a multiplicidade de credores ou devedores resultante: a) Da Lei Já a Lei determina a solidariedade, temos o exemplo nos casos dos mandantes em relação ao mandatário, considerando solidários os autores e cúmplices do ato ilícito. b) Convencional A solidariedade convencional pode derivar do contrato ou do testamento, não sendo necessária a utilização de termos sacramentais para a sua instituição. Basta que a vontade das partes mostre, acima de qualquer dúvida, que pretenderam estabelecer a solidariedade da obrigação. Art A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes Para Maria Helena Diniz: Não havendo previsão expressa na lei ou no contrato, presume-se inexistente a solidariedade, salvo prova em contrário, admitida, aqui, inclusive a prova testemunhal. (DINIZ, Maria Helena. Código Civil Comentado, p. 155)

2 Circunstâncias: Art A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co- devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. a) Pura e Simples b) Condicional c) Termo Observação: a obrigação pode inclusive ser pagável em lugares diferentes para cada participante desta solidariedade. Ademais, tendo em vista a sua autonomia, a obrigação pode até ser válida para um e nula para o outro, sem afetar a solidariedade. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS ATIVA 1. Características: a) Cada um dos credores pode exigir a totalidade do pagamento ao devedor Art Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. b) O devedor pode pagar para qualquer um dos credores Salvo: se um dos credores estiver demandado antes. Uma vez submetida a questão ao Judiciário, deverá o devedor pagar em Juízo.

3 Art Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. c) O pagamento feito a um dos credores extingue a obrigação do devedor (até onde foi pago) Neste caso, qualquer dos demais co-credores poderá exigir do devedor o restante da dívida, abatendo o que foi pago. Art O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. d) Se não cumprida converte-se em em perdas e danos Reside aqui um dos principais traços diferenciadores entre solidariedade e indivisibilidade. Nesta, resolvida a obrigação em perdas e danos, desaparece o vínculo e cada credor só poderá exigir do devedor a sua parte. Art Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. Observações: a) Em caso de remissão Neste caso, a remissão não se aplica aos demais credores, ou seja, um doa credores poderá exigir a sua quota e não mais a dívida toda, uma vez que a solidariedade se estabelece apenas entre credor e devedor. Art O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba

4 b) Exceções Pessoais Prof. Anderson Nogueira Oliveira Art A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. d) Em caso de falecimento Art Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. Washington de Barros Monteiro: os herdeiros do credor falecido não podem exigir, por conseguinte, a totalidade do crédito e sim apenas o respectivo quinhão hereditário, isto é, a própria quota no crédito solidário de que o de cujus era titular, juntamente com os outros credores. Assim não acontecerá, todavia, nas hipóteses seguintes: a) se o credor falecido só deixou um herdeiro; b) se todos os herdeiros agem conjuntamente; c) se indivisível a prestação. e) Julgamento Pessoal de Um dos Credores Neste caso, a obrigação pode ter características de cumprimento diferentes para cada um dos co-credores, podendo, inclusive, vir a ser considerada inválida apenas em relação a um deles, sem prejuízo aos direitos dos demais.

5 Art O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve. Diferenças e Semelhanças entre a) Semelhança: ambas permitem ao credor exigir a totalidade do objeto. b) Diferenças: Solidária Indivisível Indivisibilidade prestação da Por acordo das partes ou Natureza da prestação ou do objeto; ex: por vontade da lei; cavalo. Pagamento Cada devedor deve apenas a sua quota sendo Cada um dos devedores obrigado pelo todo em razão da natureza da deve a totalidade; prestação; Função Garantir ao credor o recebimento da Tornar possível o cumprimento da prestação; prestação;