Beneficiários do RGPS, qualidade de segurado e carência

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Martín Coimbra
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1 Beneficiários do RGPS, qualidade de segurado e carência Continuação... Idade Mínima Atual para ser Segurado: Art. 7, Inciso 33 da CF/1988 Precisa ter mais de 16 anos, salvo no caso do menor aprendiz que pode ter a partir de 14 anos. Precedente: Menor que trabalhou em idade inferior não pode ser duplamente penalizado. Segundo o STJ, o Tempo de contribuição também deve ser considerado a partir dos 12 anos de idade (REsp /RS). No mesmo sentido é o posicionamento da TNU (Processo ). Segurado Aposentado: Aquele que se aposenta e continua trabalhando. Obs.: o aposentado por invalidez não pode trabalhar depois de aposentado. Obs2.: Art. 57, p. 8 da Lei 8.213/91 Aquele que se aposentou pela aposentadoria especial não pode continuar trabalhando em atividade especial. Existe, porém, uma discussão sobre a constitucionalidade desse entendimento. STF tem processo de repercussão geral para ser julgado sobre esse tema. PECÚLIO: Até a edição da Lei 8.870/94 existia um benefício pago pela autarquia previdenciária que era o pecúlio. Pecúlio consistia na devolução das contribuições que eram recolhidas do segurado aposentado. Era pago de única só vez. Quando o segurado parava de trabalhar ele recebia todo esse valor. Em 1994 é editada a lei 8.870/94. Essa lei acaba com a obrigatoriedade de contribuição do aposentado que voltou a trabalhar, também deixou de ter direito ao pecúlio (até porque o pecúlio era a devolução dessas contribuições). Em 1995 foi editada a Lei que altera a Lei de Benefícios para dizer que agora o segurado aposentado é segurado obrigatório da previdência social e altera a lei de custeio para dizer: agora esse segurado que volta a trabalhar é contribuinte obrigatório, logo deve recolher (art. 11, p.3 da Lei 8.213/91 e Art. 12, p. 4 da Lei 8.212/91) A Lei trouxe de volta apenas a obrigação de contribuir, mas acabou com o direito a receber pecúlio.

2 O segurado aposentado tem direito a receber algum benefício no regime geral de previdência social? Art. 18, p. 2 da Lei 8.213/91 diz: 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado. Decreto 3.048/99 Art A segurada aposentada que retornar à atividade fará jus ao pagamento do salário-maternidade, de acordo com o disposto no art. 93. Logo, o segurado aposentado só tem direito a receber salário-família, reabilitação profissional e salário maternidade. Obs.: Não tem direito nem a auxílio-doença! O STF entende que a cobrança de contribuição do aposentado é constitucional. TESE DE REVISÃO: Tese 1 Fundada na indignação por estar contribuindo e não estar recebendo nada de volta, o que seria uma afronta ao princípio da razoabilidade e da isonomia. Então se pede a declaração de inexigibilidade da contribuição e a devolução do que paguei a crédito de contribuição nos últimos 5 anos. Inexigibilidade e devolução das contribuições (RE /RS) Tese 2 Se pretende que as contribuições realizadas após a aposentadoria repercutam no benefício já concedido. Com isso eu teria um período de cálculo maior, com mais salários e maior idade. A ideia seria fazer um recálculo desse benefício. Essa tese é fundamentada no art. 201, p. 11 da CF/1988. O art. 18, o. 2 da Lei 8.213/91 e o Art. 103 do Decreto 3.048/99 dão o direito apenas ao salário-família, reabilitação profissional e salário-maternidade. A tese defendia que a previsão do art. 18, o. 2 da Lei 8.213/91 é inconstitucional frente o art. 201, p.11 da CF/1988.

3 Tese 3 - Desaposentação Criada pelo Professor Wladimir Novaes Martinez. Por essa tese seria possível renunciar a aposentadoria atual para pleitear uma nova aposentadoria mais vantajosa. Isso seria possível quando o benefício foi concedido e a pessoa continuou trabalhando. A tese se fundamenta no fato de ser a aposentadoria um direito patrimonial, se é patrimonial é um direito disponível. Se renuncio ao benefício, eu poderia juntar o tempo anterior com o tempo de trabalho posterior ao benefício para a concessão de nova aposentadoria mais benéfica. Nesse caso, a pessoa deveria devolver todos os valores recebidos de aposentadoria para voltar ao status cor anterior. Resp /SC STJ disse a desaposentação é viável e não há a necessidade de devolução dos valores. Mas a situação não acaba aqui Tese 4 Reaposentação. Troca da aposentadoria anterior por uma nova mais vantajosa levando-se em conta para a concessão deste novo benefício somente o período trabalhado e contribuído após a primeira jubilação. Ex.: Trabalhou 25 anos e se aposentou. Depois trabalhou mais 15 anos e tinha 60 anos (sendo mulher já teria direito a aposentadoria por idade). A ideia seria levar em conta apenas esses 15 anos, sem levar em conta o período anterior nem no período básico de cálculo. Como não estaria usando o tempo anterior e nem o salário de contribuição do tempo anterior, não teria que se falar em devolução de valores A ideia da tese é que se essa segunda aposentadoria fosse maior, poderia desistir da primeira e ficar com a segunda. DESLINDE DAS 3 TESES: Tese 1: RE /RS Diz que é constitucional a cobrança do aposentado Demais Teses: Revisão (RE /RS); Desaposentação (RE /SC); Reaposentação (RE /SC);

4 O Supremo entendeu erroneamente que todos os temas tratavam da mesma coisa e criaram o Tema 503. O Supremo mata os 3 temas de única vez. Os 3 temas foram julgados como desaposentação. STF negou com base na legalidade (art. 37 da CF/1988) não tem lei permitindo, então não pode. Professor defende que como o benefício e a renúncia são direitos do indivíduo, ele poderia renunciar ao benefício atual e requerer um novo, porque o indivíduo só não pode fazer o que a lei proíbe (art. 5, inciso II da CF/1988). Contra essa decisão foi imposto embargo de declaração. Mesmo depois do julgamento pelo STF, alguns tribunais continuam aceitando a tese da reaposentação. Então ainda tem um sopro de esperando com relação a essa tese. Tema 692 do STJ: Tese sobre devolução de valores previdenciários recebidos em virtude de liminar. STJ acaba de fazer uma questão de ordem nesse tema, ou seja, vai reavaliar a questão da devolução dos valores. Todos os processos do Brasil sobre o tema estão suspensos. Despensão (REsp /RS). A tese defende que mesmo após óbito do segurado, a pensionista teria direito a inclusão dos salários de contribuição vertidos depois da aposentadoria, assim, teríamos o cálculo de uma nova aposentadoria para ele e a concessão dos reflexos disso na pensão por morte. Inscrição: ato de apresentação do segurado perante ao INSS. Filiação: Filiação é o vínculo jurídico que se estabelece entre pessoas que contribuem como segurado da Previdência Social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações. (art. 20, caput, do Decreto 3.048/99). A filiação decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios e da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o segurado facultativo. Reconhecimento de Filiação: art. 22, da IN INSS/PRES 77/2015 Retroação de Data do Início da Contribuição DIC (reconhecimento da filiação em período anterior a inscrição): art. 23, da IN INSS/PRES 77/2015 Responsável tributário: arts. 30 e 33, da Lei 8.212/91 e art. 34, da Lei 8.213/91, Enunciado 18, do CRPS

5 * O indivíduo precisa ter qualidade de segurado à época do fato gerador da prestação previdenciária nos seguintes casos: Aposentadoria por invalidez, auxílio-doença, auxílioacidente, auxílio-reclusão, salário-maternidade, salário família, pensão por morte Exceção da pensão por morte: quando preenchidos os pressupostos para concessão da aposentadoria em vida, a qualidade de segurado à época do óbito é dispensada). * Benefícios que não exigem qualidade de segurado no momento do pedido do benefício: aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria por idade, aposentadoria especial e aposentadoria da pessoa com deficiência. Dica de Bibliografia: Curso de Direito da Seguridade Social Editora Saraiva Marcos Orione Coreia

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