AUTOMEDICAÇÃO ENTRE UNIVERSITÁRIOS: VENDA INDISCRIMINADA, CONSEQUÊNCIAS E PROMOÇÃO DO USO RACIONAL

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1 AUTOMEDICAÇÃO ENTRE UNIVERSITÁRIOS: VENDA INDISCRIMINADA, CONSEQUÊNCIAS E PROMOÇÃO DO USO RACIONAL SILVA, J. C. P. 1 ; BARROS, Á. G. T. S. 1 ; ARAÚJO, V. L. L 1 ; MENESES, C. E. S. 1 ; MOREIRA, F. A. S. 1 ; MOURA, M. C. L. 1 ; SILVA, J. C. S 2 ; MOURA, M. L. V. 3 DISCENTES DO CURSO DE FARMÁCIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO UNIFSA¹ DISCENTE DO CURSO DE BIOMEDICINA DA FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU² DOUTORANDA EM BIOTECNOLOGIA PELA REDE NORDESTE DE BIOTECNOLOGIA RENORBIO 3 RESUMO Introdução: A automedicação se dá pelo uso indiscriminado de medicamentos, nos quais os mesmos são usados sem prescrição médica, causando as vezes reações adversas, agravos e mascaramentos de patologias, principalmente em adolescentes e adultos. O presente trabalho objetiva-se analisar as consequências da automedicação entre estudantes. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica descritiva de caráter qualitativo, onde foram consultadas as bases de dados Scielo, MEDLINE, Pubmed e LILACS, utilizando os descritores em saúde: automedicação, medicamentos e intoxicação medicamentosa. Como critérios de inclusão foram considerados artigos originais e revisões abordando o tema no período de 2007 a Selecionaram-se aqueles que descreviam os casos de automedicação mais relevantes para elaboração da revisão. Foram excluídas as publicações que tratavam de automedicação, mas não discutiam sua relação com intoxicações medicamentosa e reações adversas. Resultados e Discussão: Dentre os medicamentos mais utilizados pelos estudantes, destacaram-se os analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios não esteroides, antimicrobianos, antidepressivo/ansiolítico e corticosteroides. Mediante estudo da literatura bibliográfica, os principais motivos que levam os jovens à realização desta prática são custos elevados de consultas médicas e ansiedade em sanar os sintomas rapidamente. Conclusões: Mediante o exposto, a prática da automedicação tem como principais consequências o uso irracional de medicamentos que leva a muitas intoxicações, a baixa resolutividade dos tratamentos, o uso abusivo e ainda, a necessidade de tratamentos mais complexos. Assim, com o intuito de reverter este quadro, faz-se necessário a incorporação de práticas educativas entre os estudantes quanto ao uso correto dos medicamentos, riscos envolvidos, benefícios, superdosagem, intoxicações e reações adversas.

2 Palavras-chaves: Intoxicação medicamentosa; Uso irracional de medicamentos; Complicações. _ ABSTRACT Introduction: The medication is given by the indiscriminate use of medicines, in which they are used without medical prescription, sometimes causing adverse reactions, injuries and mascaramentos of pathologies, especially in adolescents and adults. The present study aims to analyze the consequences of medication among students. Methodology: This is a descriptive review of bibliography of qualitative nature, where they were consulted the databases Scielo, Medline, Pubmed and Lilacs, using the following descriptors in health: self-medication, medicines and pharmaceutical intoxication. As inclusion criteria were considered original articles and reviews about the theme in the period from 2007 to We selected those that described the cases of medication more relevant for the preparation of the review. Results and Discussion: Among the medicines most used by students, highlighted the analgesics, antipyretics, non steroid anti inflammatory, antimicrobials, anxiolytic and antidepressant/corticosteroids. Through study of the literature review, the main reasons that lead young people to the realization of this practice are high costs of medical consultations and anxiety in remedying the symptoms quickly. Conclusions: Upon the foregoing, the practice of self-medication has as its main consequences the irrational use of drugs that leads to many poisonings, the low effectiveness of treatments, the abusive use and also the need for more complex treatments. Thus, with the aim of reversing this framework, it is necessary to the incorporation of educational practices among students regarding the correct use of medicines, risks, benefits, overdose, intoxications and adverse reactions. Keywords - Drug intoxication; Irrational use of medications; Complications. INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde estabelece que para o uso racional de medicamentos é preciso prescrever a necessidade do uso do mesmo, logo após que se receite o fármaco adequado, esta deve estar de acordo com os preceitos de sua eficiência e infalibilidade validados e admissíveis. Estabelecer o uso correto é fator primordial para eficácia do mesmo (AQUINO, 2007). A automedicação é um meio importante de atenção e indícios demonstram que é a forma que mais predomina de resposta a sintomas. Causas diversas, como o

3 consumo de medicamentos e os métodos promocionais da indústria farmacêutica, podem colaborar para a execução de hábitos e maneiras irracionais do uso de medicamentos por pessoas ou populações. No Brasil, cerca de 35% dos medicamentos são usados por automedicação (AQUINO, 2007). A automedicação é uma conduta bastante comum no Brasil. São várias as formas de prática, como ouvir conselhos de amigos e familiares, utilizar medicamentos de tratamentos antigos, relacionar sinais e sintomas antecedentes aos atuais para definir os medicamentos a serem usados, resgatar receitas antigas e não obedecer a prescrição profissional (MASSON et al., 2012). Os anúncios e a facilidade de acesso que o consumidor tem a medicamentos em farmácias oferecem a impressão de que são produtos que não causam nenhum tipo de risco, porém expõe os consumidores a efeitos indesejáveis, que vão sempre aumentando em decorrer ao uso elevado do medicamento (AQUINO et al., 2007). Os principais danos consequentes da automedicação é o mascaramento de sinais e sintomas de doenças, gastos desnecessários, terapia imprópria, impossibilidade de melhoras, reações adversas ou alergias, intoxicações, e podendo levar a uma possível internação hospitalar por casos novos e graves (MASSON et al., 2012). Um meio importante para minimizar a automedicação é promovendo a Educação em Saúde, informando a população sobre os riscos de fazer o uso inadequado de medicamentos e propiciar uma maior conscientização sobre o uso adequado dos fármacos (SOTERIO; SANTOS, 2016). O presente trabalho objetiva-se analisar as consequências da automedicação entre estudantes. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão de bibliografia descritiva de caráter qualitativo, onde foram consultadas as bases de dados Scielo, MEDLINE, Pubmed e LILACS, utilizando os descritores em saúde: automedicação, medicamentos e intoxicação medicamentosa. Como critérios de inclusão foram considerados artigos originais e revisões abordando o tema no período de 2007 a Selecionaram-se aqueles que descreviam os casos de automedicação mais relevantes para elaboração da revisão. Foram excluídas as publicações que tratavam de automedicação, mas não discutiam sua relação com intoxicações medicamentosa e reações adversas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dentre os medicamentos mais utilizados pelos estudantes, destacaram-se os analgésicos, antitérmicos, anti-inflamatórios não esteroides, antimicrobianos, antidepressivo/ansiolítico e corticosteroides.

4 Tabela 01. Medicamentos mais utilizados entre os jovens e consequências da automedicação Classe medicamentosa Analgésicos Antitérmicos Anti-inflamatórios não esteroides Antimicrobianos Corticosteroides Principal consequência Aumento da frequência de crises de dor Intoxicação medicamentosa Agravar e/ou causar problemas gástricos e intestinais, como ulcerações. Resistência bacteriana ao tratamento Síndrome de Cushing Fonte: Dados de pesquisa, Conforme explanado na Tabela 01, os analgésicos estão entre os medicamentos mais utilizados na prática da automedicação e o uso rotineiro destes medicamentos constitui deve-se à ideia de que se tratam de produtos inofensivos, porém o uso indiscriminado pode aumentar a frequência das crises de dores, tornando o tratamento ineficaz. Além disso, essa classe medicamentosa se encontra entre as que mais podem causar intoxicação medicamentosa, seguida dos antitérmicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINES). Os AINES também são potenciais agravantes ou causadores de problemas gástricos e intestinais, como ulcerações. Na Tabela 01 verifica-se também o uso de antimicrobianos, que embora devessem ser dispensados com retenção de receita médica, são vendidos livremente. O seu uso de forma inadequada destes medicamentos tem contribuído para o mecanismo de resistência bacteriana, dificultando o tratamento de infecções. Os corticosteroides quando utilizados em tratamento prolongado sem acompanhamento médico contínuo estão mais suscetíveis a efeitos colaterais, como a síndrome de Cushing. Por fim, mediante estudo da literatura bibliográfica, os principais motivos que levam os jovens à realização desta prática são custos elevados de consultas médicas e ansiedade em sanar os sintomas rapidamente. CONCLUSÕES Mediante o exposto, a prática da automedicação tem como principais consequências o uso irracional de medicamentos que leva a muitas intoxicações, a baixa resolutividade dos tratamentos, o uso abusivo e ainda, a necessidade de tratamentos mais complexos. Assim, com o intuito de reverter este quadro, faz-se necessário a incorporação de práticas educativas entre os estudantes quanto ao uso correto dos medicamentos, riscos envolvidos, benefícios, superdosagem, intoxicações e reações adversas.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO, Daniela Silva de; BARROS, José Augusto Cabral de; SILVA, Maria Dolores Paes da. A automedicação e os acadêmicos da área de saúde. Ciênc. saúde coletiva [online]. v.15, n.5, pp MASSON, Wallan et al. Automedicação entre acadêmicos do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Marília, São Paulo. Rev. Bras. Pesq. Saúde,, Vitória, v. 4, n. 14, p.82-89, out SOTERIO, Karine Azeredo; SANTOS, Marlise Araújo dos. A AUTOMEDICAÇÃO NO BRASIL E A IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NA ORIENTAÇÃO DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS DE VENDA LIVRE: UMA REVISÃO f. TCC (Graduação) - Curso de Farmácia, Faculdade de Farmácia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2016.