Profa. Ana Carolina Schmidt de Oliveira Psicóloga CRP 06/99198 Especialista em Dependência Química (UNIFESP) Doutoranda (UNIFESP)

Transcrição

1 Profa. Ana Carolina Schmidt de Oliveira Psicóloga CRP 06/99198 Especialista em Dependência Química (UNIFESP) Doutoranda (UNIFESP) vidamental.com.br

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3 Guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém; é você que se queima. (Buda)

4 Raiva Raiva é definida como um sentimento de intenso desconforto frente a alguma provocação, ofensa, rejeição, agressão, frustração e stress emocional por parte de alguém ou de alguma entidade. Esse desconforto intenso pode levar a comportamentos agressivos, por parte da pessoa que se sentiu insultada. (Kleinhans, 2010) A raiva é um sentimento normal, não é por si só boa nem ruim, pode ter consequências positivas ou negativas Modelo cognitivo da raiva: Gatilho-Pensamento-Raiva-Comportamento A raiva tem uma origem, nunca a sentimos do nada Situação pode ser interpretada de maneiras diferentes por diferentes pessoas

5 Raiva Estado (temporalidade), traço (tendência à interpretar situações como ameaçadoras) Sentir raiva X se comportar com raiva Escalonamento da raiva Gênero Genética e ambiente Processo de aprendizado Fator de risco para doenças clínicas e psicossomáticas Sintoma de transtornos mentais Contexto clínico: queixa em geral está relacionada às consequências da raiva

6 Raiva Avaliar: ambição, agressividade, competitividade, impaciência, tensão muscular, estado de alerta, fala rápida, pensamentos suicidas, raiva no trânsito, atitudes como quebrar objetos, bater em alguém machucar-se por impulsividade, fazer criticas frequentes, usar de sarcasmo, dificuldade em aceitar críticas. Tipos: as que suportam tudo são aquelas que não aprenderam a lidar com a raiva justa de modo construtivo o reclamador, considerado aquele indivíduo que reclama de tudo e culpa os outros o debatedor, que se sente o dono da verdade o agressor, considerado o pior de todos os casos de pessoas raivosas, pois se utiliza da violência quando se sente frustrado

7 Trânsito Raiva é comumente sentida e expressada Importante causa de condução de risco Centros urbanos medo relacionado ao transitar Mais comum em homens, motoristas jovens, congestionamentos, e carros de alta performance (Smart et al., 2004) Comportamentos de ameaças, gestos, perseguição, condução arriscada, xingamentos, violência física, atentados contra a vida Pode ser reação ao estresse ou frustração, dificuldade no manejo das emoções ou impulsos (diante da interpretação de desrespeito), desempenho de papel social de acordo com crenças distorcidas

8 Trânsito Expressão é mais perigosa que sentimento (Qu et al., 2016): Sentir: alta velocidade por mais tempo Expressão: acidentes Sugestão: prevenção incluir manejo da raiva, penalidades, programas para condenados, mudanças estruturais Expressão está relacionada à acidentes e seus correlatos (Stephens, Sullman, 2014): perda da concentração perder controle do veículo movimentos ilegais desviar por pouco

9 Manejo da Raiva Elementos a serem trabalhados a partir da TCC: A percepção das sensações físicas e emocionais que antecedem a expressão da raiva A reestruturação cognitiva objetivando mudanças das avaliações distorcidas em caso de raiva excessiva A respiração profunda e o relaxamento que visam reduzir a excitabilidade fisiológica O autorreforço pelo controle da raiva

10 Manejo da Raiva Técnica de manejo Identifique a situação que gerou o sentimento Perceba seus sentimentos, seu corpo e suas reações Use formas para se acalmar, como respirar e frases tranquilizadoras (reduzir excitabilidade emocional) Analise a situação, se faça perguntas Escolha como você irá se comportar (responsabilização, resolução de problemas) Trânsito: admitir erros, antecipar estresse, adiar reação, evitar discussões

11 Exercício 1. Pense em uma situação recente em que sentiu raiva. 2. Qual foi esta situação? Descreva-a 3. Quais foram os pensamentos que teve diante desta situação? 4. Além da raiva, quais outros sentimentos estiveram envolvidos? 5. Como você se comportou? 6. Qual foi a consequência do seu comportamento? 7. Se você agiu com raiva, que pensamentos alternativos poderiam ter minimizado a raiva? De 0 a 10 quanto você acha que poderia pensar assim numa próxima vez? 8. Que outros pensamentos poderiam te ajudar a resolver a situação? De 0 a 10 quanto você acha que poderia pensar assim numa próxima vez? 9. Qual comportamento teria sido o mais adequado? De 0 a 10 quanto você acha que poderia se comportar assim numa próxima vez?

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13 Psicologia do Trânsito Saúde Mental TCC

14 Referências Zenelatto, N. Treinamento de habilidades sociais e de enfrentamento a situações de alto risco. In: Filglie, N; Bordin, S; Laranjeira, R. Aconselhamento em dependência química. 3ª ed. Roca, Kleinhans, Andréia Cristina dos Santos. (2010). O treino cognitivo de controle da raiva: o passo a passo do tratamento. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 6(1), Qu W, Dai M, Zhao W, Zhang K, Ge Y. Expressing Anger Is More Dangerous than Feeling Angry when Driving. PLoS One Jun 3;11(6):e Stephens AN, Sullman MJ. Development of a short form of the driving anger expression inventory. Accid Anal Prev Nov;72: Smart R, Stoduto G, Mann R, Adlaf E. Road rage experience and behavior: vehicle, exposure, and driver factors. Traffic Inj Prev Dec;5(4):343-8.