RELATÓRIO INTERVENÇÃO - II ACOMPANHAMENTO DAS. Escola Profissional do Alto Lima ARCOS DE VALDEVEZ RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES DE MELHORIA 2017

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1 RELATÓRIO INTERVENÇÃO - II ACOMPANHAMENTO DAS RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES DE MELHORIA 2017 Escola Profissional do Alto Lima ARCOS DE VALDEVEZ Área Territorial de Inspeção do Norte

2 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO A Escola Profissional do Alto Lima (EPRALIMA), situada na Vila de Arcos de Valdevez, é um estabelecimento de ensino profissional de natureza privada, propriedade da Cooperativa de Ensino e Interesse Público de Responsabilidade Limitada, com Autorização Prévia de Funcionamento n.º 45, emitida em 31 de agosto de A população escolar é constituída por 146 alunos/formandos, encontrando-se distribuída por nove turmas: 23 formandos numa turma do ensino básico (cursos vocacionais) e 123 formandos em seis turmas dos cursos profissionais do ensino secundário: uma turma do 1.º ano integrando formandos dos cursos de Técnico de Restaurante Bar e de Técnico de Desporto; duas turmas do 2.º ano uma com formandos dos cursos de Técnico de Restauração - variante Cozinha/Pastelaria e de Técnico de Serviços Jurídicos e outra com formandos dos cursos de Técnico de Restauração variante Restaurante/Bar e de Técnico Auxiliar de Saúde; duas turmas do 3.º ano dos cursos de Técnico de Restauração - variante Cozinha/Pastelaria e de Técnico de Restauração variante Restaurante/Bar. CONSTITUIÇÃO DE TURMAS E GESTÃO DA CARGA HORÁRIA DOS CURSOS ANO LETIVO 2016/2017 Os cursos e as respetivas turmas cumprem os requisitos legalmente estipulados e têm autorização de funcionamento. As aulas de Educação Física respeitam o intervalo de uma hora depois de findo o período para o almoço. 1

3 ANÁLISE RECOMENDAÇÕES/SUGESTÕES DE MELHORIA E OUTROS CAMPOS RELEVANTES Tomando como referência as recomendações/sugestões de melhoria identificadas no relatório da anterior intervenção, em , bem como alguns campos considerados relevantes, pretende-se analisar o trabalho desenvolvido pelo estabelecimento de ensino para retificar e colmatar eventuais desconformidade legais identificadas e melhorar a ação educativa. ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS CURSOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL SECUNDÁRIO DE EDUCAÇÃO Documentos Orientadores Explicitar no PE, para além dos objetivos, as estratégias e as metas definidas pela Escola, no âmbito dos cursos profissionais. O Projeto Educativo integra metas avaliáveis relativas ao sucesso e abandono escolares, ao número de formandos por turma e à oferta formativa, cujos indicadores se prendem com as taxas de conclusão dos cursos, as médias das classificações obtidas pelos formandos, o número de alunos/formandos oriundos da área de influência da Escola e a diversidade da oferta educativa. Integrar no PAA a planificação e programação de ações, no âmbito dos cursos profissionais, que concretizem as metas definidas no PE. O Plano Anual de Atividades integra a planificação e a programação de ações no âmbito dos diferentes cursos profissionais que concretizam as metas definidas no PE. Explicitar no RI os mecanismos de promoção do cumprimento dos planos de formação, bem como a organização de parcerias e de protocolos de colaboração, a formação em contexto de trabalho (FCT), a calendarização, a conceção e o desenvolvimento da prova de aptidão profissional (PAP). Apesar de a organização e o funcionamento da FCT e a calendarização, conceção e desenvolvimento da PAP integrarem regulamentos próprios, não se encontram explícitos os mecanismos de promoção do cumprimento dos planos de formação. Constituição de turmas e gestão da carga horária dos cursos profissionais Respeitar as cargas horárias totais de cada disciplina, conforme estabelecido no anexo VI do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 05/07, alterado pelo Decreto-Lei n.º 91/2013, de 5 de julho, conjugado com o n.º 3 do artigo 7.º da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro. As cargas horárias totais de cada disciplina não são respeitadas, designadamente: nos cursos de Técnico de Restauração - variante Cozinha/Pastelaria e de Técnico de Restauração - variante Restaurante/Bar, ciclo de formação a , nas disciplinas de Tecnologias de Informação e Comunicação, Psicologia e Comunicar em Francês, estando previsto lecionar, no 1.º e/ou 2.º anos, em cada uma das 100 horas, foram lecionadas apenas 99 horas e 45 minutos; no curso de Técnico de Restauração - variante Restaurante/Bar, ciclo de formação a , na disciplina de Matemática, das 200 horas previstas para os 1.º e 2.º anos, foram lecionadas apenas 199 horas e trinta minutos; no curso de Técnico de Serviços Jurídicos, ciclo de formação a , na disciplina de Matemática estava previsto lecionar 100 horas, no 1.º ano, e foram lecionadas apenas 99 horas e 45 minutos e nos cursos de Técnico de Auxiliar de Saúde e de Técnico de Serviços Jurídicos, na disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação em que estava previsto lecionar 100 horas, no 1.º ano, foram lecionadas 2

4 apenas 99 horas e 45 minutos. Cumprir o estatuído no ponto 22.3 do Despacho n.º /2004, de 23/07, alterado pelo Despacho n.º A/2012, de 19/07, para que as aulas de educação física se iniciem, pelo menos, uma hora depois de findo o período que a escola definiu para o almoço. As aulas de Educação Física iniciam-se, pelo menos, uma hora depois de findo o período que a Escola definiu para o almoço, sendo desenvolvidas, predominantemente, no turno da manhã. Definir critérios para a distribuição dos formandos pelas entidades de acolhimento que asseguram a formação em contexto de trabalho, nos termos do estipulado na alínea c) do artigo 4.º da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro. Os critérios para a distribuição dos formandos pelas entidades de acolhimento que asseguram a formação em contexto de trabalho carecem de formalização. Potenciar a frequência de ações de formação contínua acreditadas no âmbito do ensino profissional e avaliar o impacto da formação desenvolvida, no sentido de melhorar as práticas pedagógicas e os resultados dos formandos. Não obstante a Escola ter integrado, recentemente, o centro de formação da associação de escolas da zona, os docentes ainda não frequentaram ações de formação contínua acreditadas no âmbito do ensino profissional, tendo em vista a melhoria das práticas pedagógicas e dos resultados dos alunos/formandos. Estruturas e cargos de coordenação pedagógica Certificar que o diretor de curso, nos termos do n.º 33 e alíneas b) e h) do n.º do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, com as alterações introduzidas pelo Despacho n.º 9815-A/2012, de 19 de julho, e n.º 1 e 2 do artigo 8.º e n.º 3 do artigo 18.º da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, assegura a articulação pedagógica entre as diferentes disciplinas e componentes de formação do curso e coordena o acompanhamento e a avaliação do curso. Os diretores de curso ainda não asseguram plenamente a articulação pedagógica entre as diferentes disciplinas e componentes de formação dos cursos, nem implementaram mecanismos sistemáticos de monitorização e avaliação dos cursos. Organização dos processos individuais dos alunos / formandos dos cursos profissionais Cumprir o estabelecido no artigo 22.º, n.º 2, alínea a), da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, para que no registo individual do percurso escolar de cada formando conste a identificação e classificação dos módulos concluídos em cada disciplina, bem como a classificação final das disciplinas concluídas. No registo individual do percurso escolar de cada formando consta a sua identificação e a classificação dos módulos concluídos em cada disciplina datada e assinada pelo respetivo docente, no final de cada conselho de turma, bem como a classificação final das disciplinas concluídas. Todavia, não consta, no mesmo, o nome das empresas ou organizações em que decorreu a FCT. GESTÃO CURRICULAR E AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS Gestão curricular Assegurar que o planeamento pedagógico tenha em consideração os perfis de desempenho (profissional) dos cursos, revele a articulação entre as diferentes disciplinas e componentes de formação dos mesmos, e que a modularização do currículo contemple a diferenciação de estratégias e atividades, tendo em conta as aprendizagens anteriores e os ritmos de aprendizagem dos formandos. O planeamento pedagógico, em regra, não considera os perfis de desempenho (profissional) dos diferentes cursos, nem as planificações efetuadas para os diferentes módulos o evidenciam ou integram 3

5 a diferenciação de estratégias e atividades que tenham em conta as aprendizagens anteriores e os ritmos de aprendizagem dos formandos. Avaliação das aprendizagens Implementar, com caráter sistemático e contínuo, a avaliação diagnóstica e formativa de modo a permitir reajustar o planeamento aos ritmos de aprendizagem dos formandos, nos termos do n.º 2 do artigo 10.º da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro. Embora a Escola promova a avaliação diagnóstica, no início de cada módulo de formação, a utilização da avaliação formativa, com caráter sistemático e contínuo, não está generalizada, com vista ao reajustamento do planeamento aos ritmos de aprendizagem dos formandos, à recuperação de módulos em atraso, a informar o aluno/formando e o encarregado de educação sobre os progressos, as dificuldades e os resultados obtidos e ao incremento da autoestima. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS E CAPACIDADE DE MELHORIA DA ESCOLA Monitorização e avaliação dos resultados Definir indicadores credíveis que garantam a qualidade das aprendizagens e da formação profissional. A Escola definiu alguns indicadores que procuram assegurar a qualidade das aprendizagens e da formação profissional. Criar mecanismos sistemáticos e regulares de monitorização dos processos e dos resultados escolares dos formandos dos cursos profissionais, tendentes à melhoria contínua dos níveis de eficácia das diferentes ações. Não foram, ainda, criados mecanismos sistemáticos e regulares de monitorização dos processos e dos resultados dos formandos dos cursos profissionais centrados na melhoria contínua dos níveis de eficácia das ações desenvolvidas. Avaliar os resultados escolares de modo a identificar, por curso, as componentes curriculares onde se verificou sucesso ou insucesso e ponderar as razões explicativas; identificar as variáveis que contribuíram para o sucesso obtido pelos formandos que concluíram o curso em três anos; identificar as razões que explicam a percentagem de formandos que não concluíram o curso em três anos; identificar os fatores explicativos das desistências/abandono escolar e apreciar, tomando como referência as taxas de empregabilidade na área de formação, a aceitação externa do nível de formação prestado e a satisfação das necessidades formativas do tecido económico e social e a articulação com as empresas locais no sentido de proporcionar a inserção no mercado de trabalho dos formandos que concluíram os cursos. A Escola passou a analisar os resultados dos cursos profissionais, tendo em consideração as taxas de conclusão do ciclo de formação, de desistência/abandono escolar, de empregabilidade e de prosseguimento de estudos. Porém, as mudanças introduzidas ainda não se repercutiram na sua ação educativa e formativa, nem nos resultados dos alunos/formandos, nos dois últimos ciclos de formação, verificando-se: Taxas de conclusão muito baixas, que oscilam entre 28,6% (Técnico de Restauração variante Restaurante/Bar, do ciclo de formação a ) e 48% (Técnico Auxiliar de Saúde, do ciclo de formação a ). Taxas de desistência elevadas e com uma tendência de agravamento na generalidade dos cursos, cujos valores se situaram entre 35,7% (Técnico de Restauração variante Restaurante/Bar, do ciclo de formação a ) e 53,8% (Técnico de Serviços Jurídicos, do ciclo de formação a ). Taxas de módulos em atraso elevadas, entre 11,5% (Técnico de Serviços Jurídicos, do ciclo de formação a ) e 35,7% (Técnico de Restauração variante Restaurante/Bar, do ciclo de formação a ). Todavia registam-se melhorias, relativamente ao ciclo 4

6 anterior, nos cursos de Técnico de Restauração variante Cozinha/Pastelaria (de 43,5% para 26,3%) e de Técnico Auxiliar de Saúde (de 43,5% para 14%); As taxas de empregabilidade, nas respetivas áreas de educação e formação de cada curso registam um valor médio de 38,7%, sendo os cursos de Técnico de Restauração variante Restaurante/Bar (58,3% e 62,5%) e de Técnico Auxiliar de Saúde (61,5%) aqueles em que maior número de formandos ficou empregado na respectiva área; O prosseguimento de estudos apenas constituiu opção para sete formandos de todos os cursos. Capacidade de melhoria Instituir um processo de avaliação interna sistemático e coerente que permita a construção de planos de ação que visem a melhoria da organização, do funcionamento e, sobretudo, do sucesso escolar dos formandos dos cursos profissionais. Na sequência da intervenção anterior, a Escola criou uma equipa de autoavaliação que produziu o relatório do ano letivo Este processo não teve continuidade nem se construíram planos de ação centrados na melhoria da organização, do funcionamento e, principalmente, do sucesso escolar dos formandos dos cursos profissionais. 5

7 CONCLUSÕES FINAIS CONCLUSÕES FINAIS Feita a análise do trabalho desenvolvido pela Escola e com o objetivo de contribuir para a correção de procedimentos, tendo em vista a sua conformidade legal, são concedidos 60 dias para pôr em prática as recomendações abaixo indicadas, enviando os documentos comprovativos para a respetiva Área Territorial da Inspeção: Certificar, em todos os cursos, que a distribuição da carga horária global pelos diferentes anos do ciclo de formação tenha, no conjunto dos três anos, um número de horas igual, ou acrescido dos tempos letivos necessários para completar ainda que por excesso, ao previsto na matriz para as diferentes disciplinas, para a área de integração ou para a formação em contexto de trabalho, nos termos do estipulado no n.º 17.2, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, alterado pelo Despacho n.º 9815-A/2012, de 19 de julho e n.º s 2 e 3, do artigo 7.º, da Portaria n.º 74-A/2013, 15 de fevereiro, alterada pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho. Definir critérios para a distribuição dos formandos pelas entidades de acolhimento que asseguram a formação em contexto de trabalho, nos termos do estipulado na alínea c), do n.º 1, do artigo 4.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro alterada pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho, e da alínea b), do n.º 44, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, alterado pelo Despacho n.º 9815-A/2012, de 19 de julho. Garantir que os diretores de curso promovam a articulação entre as diferentes disciplinas e componentes de formação em tempos de trabalho comum com as respetivas equipas educativas e coordenem o acompanhamento e avaliação dos cursos, em conformidade com o estabelecido no n. º s 1 e 2, do artigo 8.º e n.º3, do artigo 18.º, da Portaria n.º 74-A/2013, 15 de fevereiro, alterada pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho, e com o n.º33, da alínea b), do n.º 33.1 e do n.º 38, do Despacho n.º 14758/2004, de 23 de julho, alterado pelo Despacho n.º 9815-A/2012, de 19 de julho. Assegurar que no registo individual dos formandos conste a indicação das empresas ou organizações onde decorreu a FCT como estabelece a alínea b), do n.º2, do artigo 22.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, e respetivas alterações. Generalizar a utilização da avaliação formativa, com caráter sistemático e contínuo, no sentido de reajustar o planeamento aos ritmos de aprendizagem dos formandos, recuperar módulos em atraso e informá-los e aos respetivos encarregados de educação sobre os progressos, as dificuldades e os resultados obtidos e incrementar a autoestima, nos termos do n.º 2, do artigo 10.º, da Portaria n.º 74-A/2013, de 15 de fevereiro, alterada pelas Portarias n.º 59-C/2014, de 7 de março e n.º 165-B/2015, de 3 de junho. Consolidar o processo de autoavaliação que permita avaliar o grau de concretização do projeto educativo, o desempenho dos órgãos de direção, o sucesso escolar e a prática de uma cultura de colaboração entre os membros da comunidade educativa, entre outros, conforme preceitua o artigo 6.º, da Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, e que permita traçar um plano estratégico com impacto na melhoria da eficácia dos indicadores estabelecidos pela Escola. Com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da ação educativa, indicam-se os seguintes aspetos a aperfeiçoar: Promoção da frequência de ações de formação contínua no âmbito do ensino profissional, tendo em vista a melhoria das práticas pedagógicas e dos resultados dos formandos. 6

8 Construção do planeamento pedagógico que considere os perfis de desempenho (profissional) dos diferentes cursos e evidencie e integre a diferenciação de estratégias e atividades que tenham em conta as aprendizagens anteriores e os ritmos de aprendizagem dos formandos. Desenvolvimento de mecanismos de monitorização dos processos e dos resultados escolares dos formandos adequados aos cursos profissionais. Porto A equipa inspetiva Adriano Augusto Fonseca da Silva Carlos Alberto Esteves Miranda Concordo. À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação. Homologo O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Norte Maria Madalena Moreira Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência nos termos do Despacho n.º 5942/2016, de 26 de abril, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 86, de 4 de maio de