LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

Transcrição

1 LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO Linguagem - veículo do pensamento, expressão do pensamento. Norma deve utilizar a linguagem comum -> função social (polissemia) Interpretação da linguagem une o abstrato do texto ao concreto dos fatos Linguagem: componente essencial de todo processo de comunicação, torna possível a sociedade humana Linguagem não é apenas uma habilidade humana, é sua essência; através dela, a pessoa manifesta o que vai no íntimo de si Linguagem pertence à vizinhança mais próxima da personalidade A pessoa está sempre falando, mesmo quando se cala Pela linguagem, a pessoa conhece a si próprio (autoconhecimento) e conhece também os outros (alteridade)

2 LINGUAGEM E CONHECIMENTO Linguagem: organismo vivo, ligado diretamente à consciência que a pessoa tem do mundo (conceitos, opiniões, valores) Linguagem: organização estrutural do pensamento (ideias), de acordo com modelos sociais aprendidos na comunidade Aprender uma nova linguagem é mais do que adquirir novos símbolos, significa absorver nova cultura, nova visão do mundo, modos de pensar Grupos humanos que falam a mesma linguagem constroem com ela sua vida, seus símbolos, suas vivências, que são transmitidas aos pósteros Esse conjunto de vivências e significados cria um ambiente dentro do qual se forma a personalidade das pessoas do grupo social, elementos físicos, culturais e metafísicos, que chamamos de vida cotidiana.

3 SIGNIFICADOS DA VIDA COTIDIANA Cotidiano: espaço vital das pessoas, iniciado na família e continuado na escola, no ambiente de trabalho, na vida social geral Ponto de encontro entre o ser humano individual e o ser genérico social Cotidiano: contexto no qual exercitamos a nossa compreensão das coisas no nível mais espontâneo e imediato Características da vida cotidiana: espontaneidade - indispensável para as atividades rotineiras, que são assimiladas sem contestação probabilidade - baseia-se na confiabilidade das pessoas (expectativas de comportamento) economicismo - aperfeiçoamento contínuo das tarefas do dia-a-dia uso de precedentes - repetição de ações exitosas praticadas pelas pessoas da comunidade e que compõem nosso repertório de exemplos de conduta

4 PARADIGMAS - PARÂMETROS VITAIS Paradigmas são padrões psicológicos, modelos que usamos para navegar na vida pessoal e social São valiosos, porque dão segurança, mas podem ser perigosos ao se tornarem verdades absolutas Paradigmas são necessários, mas devem passar por constante processo de revisão (auto crítica) Pensemos nos velhos paradigmas: o mundo é plano; o sol gira em torno da Terra; as mulheres não podem votar; os negros são inferiores; as monarquias devem governar as pessoas; cabelos longos e brincos são somente para mulheres - um dia foram verdades absolutas, mas mudaram com a evolução da cultura e da sociedade

5 QUEBRA DOS PARADIGMAS Quem se apega ao passado, não percebe as mudanças da realidade e se torna uma pessoa anacrônica No campo profissional, quem não se atualiza constantemente corre sério risco de insucesso e está cavando o próprio fracasso O fato de que algumas ações foram exitosas no passado não dá a elas o caráter de imutabilidade, mas precisam ser revistas, repaginadas. Para mudar os paradigmas é necessário desafiar-se em novos caminhos, suscitar novas ideias, mesmo as que são tidas como heréticas, anômalas O profissional do Direito deve estar sempre acompanhando os novos rumos seguidos pela cultura, observando o despontar de novos valores para ressignificar os conteúdos jurídicos.

6 VISÃO CULTURALISTA DO DIREITO O Direito, como ciência da sociedade, encontra-se inserido nesse conjunto de atividades do cotidiano, que se chama de cultura popular O cotidiano é a história viva, o processo de explicitação da essência humana dentro dos acontecimentos sociais A cultura popular constitui a base do modo de pensar das pessoas, acompanhando-as por toda a existência Direito se apresenta na vida cotidiana das pessoas nos conceitos espontâneos de justo e injusto, de legal e ilegal, de proibido e permitido todas as pessoas sabem distinguir o que é o 'meu direito' e o 'direito do outro', mesmo quando agem concretamente infringindo essa distinção Chama-se a isso de plano ético das relações sociais