- [...] a perspectiva histórico-ontológica da formação humana se faz presente ao longo de toda a obra de Karl Marx. Nela, pode-se apreender a
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- João Henrique Azambuja
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1 QUESTÕES CESPE
2 1) A natureza humana não é dada ao homem mas é por ele produzida sobre a base da natureza biofísica. Consequentemente, trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens. Esta citação corresponde à tendência pedagógica histórico-crítica. ( ) CERTO ( ) ERRADO 2) Com relação às concepções pedagógicas, julgue o próximo item. Conteúdos culturais universais incorporados pela humanidade em face da realidade social caracterizam a concepção histórico-crítica da pedagogia. ( ) CERTO ( ) ERRADO 3) Acerca das concepções pedagógicas contra-hegemônicas, julgue o item que se segue. Para a pedagogia histórico-crítica, a prática educativa parte de uma situação hipotética e tem como finalidade a prática social. ( ) CERTO ( ) ERRADO 4) Originada das contribuições do marxismo, a pedagogia histórico-crítica compreende a educação como ato de produzir mediação no seio da prática social global, dela decorrendo um método pedagógico no qual professores e alunos se inserem em um mesmo contexto, com posições distintas, para a solução de problemas. ( ) CERTO ( ) ERRADO
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5 - [...] a perspectiva histórico-ontológica da formação humana se faz presente ao longo de toda a obra de Karl Marx. Nela, pode-se apreender a centralidade do trabalho no que diz respeito ao vínculo de cada indivíduo ao gênero humano. Ao transformar a natureza segundo as próprias necessidades, produzindo objetivações que reconstroem a realidade e modifica a natureza humana, objetiva e subjetivamente, o trabalho constitui-se em um processo humano que se caracteriza por ser orientado por finalidades prévias (antecipação da ação pelo pensamento) e intencionalidades (sentido e significado da ação) resultantes da concretude da vida do sujeito, o que faz com que cada indivíduo e os grupos sociais criem e recriem a realidade vivida, na mesma medida em que a realidade historicamente produzida incide sobre eles como um dos pesos determinantes da forma de ser, de pensar, de agir e de sentir de cada um. Dessa noção resulta uma concepção de processo de formação humana em que educação e sociedade se articulam dialeticamente, daí ser possível definir [...] o trabalho educativo [como] o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. (SAVIANI, 2008, p. 13)
6 - Crítica à Escola Nova - [...] o abandono da busca de igualdade é justificado em nome da democracia, e é nesse sentido também que se introduzem no interior da escola procedimentos ditos democráticos. E hoje nós sabemos, com certa tranquilidade, já, a quem serviu essa democracia e quem se beneficiou dela, quem vivenciou esses procedimentos democráticos no interior das escolas novas. Não foi o povo, não foram os operários, não foi o proletariado. Essas experiências ficaram restritas a pequenos grupos, e nesse sentido elas constituíram-se, em geral, em privilégios para os já privilegiados, legitimando as diferenças. Em contrapartida, os homens do povo (o povão, como se costuma dizer) continuaram a ser educados basicamente segundo o método tradicional, e, mais que isso, não só continuaram a ser educados, à revelia dos métodos novos, como também jamais reivindicaram tais procedimentos (SAVIANI, 2009, p ). - As bases filosóficas - A fundamentação teórica da pedagogia histórico-crítica nos aspectos filosóficos, históricos, econômicos e político-sociais propõe-se explicitamente a seguir as trilhas abertas pelas agudas investigações desenvolvidas por Marx sobre as condições históricas de produção da existência humana que resultaram na forma da sociedade atual dominada pelo capital. É, pois, no espírito de suas investigações que essa proposta pedagógica se inspira. Frise-se: é de inspiração que se trata e não de extrair dos clássicos do marxismo uma teoria pedagógica. Pois, como se sabe, nem Marx, nem Engels, Lênin ou Gramsci desenvolveram teoria pedagógica em sentido próprio. Assim, quando esses autores são citados, o que está em causa não é a transposição de seus textos para a pedagogia e, nem mesmo, a aplicação de suas análises ao contexto pedagógico. Aquilo que está em causa é a elaboração de uma concepção pedagógica em consonância com a concepção de mundo e de homem própria do materialismo histórico (SAVIANI, 2007, p. 420). - A pedagogia histórico-crítica centra-se: [...] na igualdade essencial entre os homens. Entende, porém, a igualdade em termos reais e não apenas formais. Busca converter-se, articulando-se com as forças emergentes da sociedade, em instrumento a serviço da instauração de uma sociedade igualitária. Para isso, a pedagogia revolucionária, longe de secundarizar os conhecimentos descuidando de sua transmissão, considera a difusão de conteúdos, vivos e atualizados, uma das tarefas primordiais do processo educativo em geral e da escola em particular. (SAVIANI, 2009, p. 59)
7 PRÁTICA SOCIAL INICIAL PROBLEMATIZAÇÃO INSTRUMENTALIZAÇÃO CATARSE PRÁTICA SOCIAL FINAL (...) a prática social inicial implica em conhecer a experiência de cada aluno, sua memória e seu saber prático. (Araújo, 2009). Nesta etapa, os alunos trazem para o ambiente escolar todas as vivências e experiências que já possuem sobre o conteúdo. Isso se faz necessário para que o conteúdo a ser trabalhado mostre vinculação com a realidade, sendo assim socialmente necessário. De acordo com Gasparin (2007), a problematização representa o momento do processo pedagógico em que a prática social é posta em questão, analisada, interrogada, levando em consideração o conteúdo a ser trabalhado e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento. Um conteúdo problematizado deverá mostrar-se através de várias dimensões (conceitual, histórica, social, política, estética, religiosa, etc.) (Steimbach, 2008). Saviani (2008) explica a instrumentalização: Trata-se de se apropriar dos instrumentos teóricos e práticos necessários ao equacionamento dos problemas detectados na prática social. Como tais instrumentos são produzidos socialmente e preservados historicamente, a sua apropriação pelos alunos está na dependência de sua transmissão direta ou indireta por parte do professor. [...] o professor tanto pode transmiti-los diretamente como pode indicar os meios pelos quais a transmissão venha a se efetivar. A palavra catarse (do grego kátharsis ) significa purificação. Neste contexto, a catarse é o momento em que o aluno manifesta um entendimento do conteúdo. Ele se liberta do senso comum e apropria-se do conhecimento científico, atingindo os objetivos estabelecidos pelo professor. Trata-se da efetiva incorporação dos instrumentos culturais, transformados agora em elementos ativos de transformação social. [...] Daí porque o momento catártico pode ser considerado como o ponto culminante do processo educativo (...) a prática social inicial e a prática social final é e não é a mesma. É a mesma no sentido de que não se consegue uma transformação das condições sociais objetivas da escola e muito menos da sociedade como um todo. Mas não é a mesma a partir do momento em que houve uma transformação do educador e do educando nesse processo, refletindo em outras instâncias da sociedade. (Saviani, 2001).
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