MASTER JURIS TRIBCAST. Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário (na jurisprudência recente do STJ) Prof. Mauro Luís Rocha Lopes Dezembro/2015
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1 MASTER JURIS TRIBCAST Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário (na jurisprudência recente do STJ) Prof. Mauro Luís Rocha Lopes Dezembro/2015 SUSPENSÃO E PRESCRIÇÃO As causas suspensivas da exigibilidade do crédito tributário (art. 151 do CTN) obstam a prática de atos que visem sua cobrança. Dessa forma, havendo qualquer causa suspensiva da exigibilidade do crédito devido, o Fisco deve se manter inerte sem praticar qualquer ato que importe em cobrança ao contribuinte, posto que não há nenhum prejuízo à parte exequente, já que a prescrição do crédito devido também se encontra suspensa. AgRg no AREsp , Min NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 1 a Turma, DJe 13/05/2015 RECLAMAÇÃO INTEMPESTIVA Nos termos da jurisprudência do STJ, "a reclamação ou recurso administrativo, mesmo intempestivo, suspende a exigibilidade do crédito tributário e, por consequência o curso do prazo prescricional, enquanto perdurar o contencioso administrativo, nos termos do art. 151, III, do CTN". AgRg no REsp , Min. ASSUSETE MAGALHÃES, 2 a Turma, DJe 19/11/2015 Há jurisprudência remansosa no Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a impugnação administrativa realizada pelo contribuinte suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, inciso III, do CTN, sendo que somente a partir da notificação do resultado do recurso tem início a contagem do prazo prescricional para a
2 propositura da execução fiscal. A intempestividade do recurso administrativo não perfaz contexto fático juridicamente relevante para afastar o entendimento firmado no STJ acerca do tema. AgRg no AgRg no REsp , Min. SÉRGIO KUKINA, 1 a Turma, DJe 13/03/2015 FIANÇA BANCÁRIA Esta Corte possui entendimento pacífico no sentido de que somente o depósito em dinheiro do montante integral devido possui o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, não se incluindo nesse conceito a fiança bancária. Incidência da Súmula 112/STJ. AgRg no AREsp , Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 2 a Turma, DJe 04/11/2015 PARCELAMENTO POSTERIOR À EF A Primeira Seção do STJ, no julgamento do Resp /RS, relatado pelo Min. Luiz Fux, julgado sob o rito do artigo 543-C do CPC, fixou o entendimento no sentido de que "a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, perfectibilizada após a propositura da ação, ostenta o condão somente de obstar o curso do feito executivo e não de extingui-lo". Se a adesão ao parcelamento especial ocorreu em momento posterior ao ajuizamento da execução fiscal, não há justa causa para a sua extinção, mas tão somente para a suspensão do feito executivo, que assim permanecerá até que a exeqüente se manifeste acerca de eventual inadimplemento ou quitação da dívida. AgRg no REsp , Min. OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), 1 a Turma, DJe 10/11/2015
3 PARCELAMENTO E MANUTENÇÃO DA PENHORA É legítima a manutenção da penhora preexistente à concessão de parcelamento do débito, uma vez que a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não tem efeito retroativo. Precedentes. AgRg no AREsp , Min. HERMAN BENJAMIN, 2 a Turma, DJe 18/11/2015 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO E RECURSO A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que o pedido administrativo de compensação e o recurso interposto contra o seu indeferimento suspendem a exigibilidade do crédito tributário, o que, no caso concreto, acarreta a extinção do feito executivo pois, à época do seu ajuizamento, pendia de análise a pretendida extinção do crédito tributário pela via compensatória. AgRg no REsp , Min. BENEDITO GONÇALVES, 1 a Turma, DJe 28/10/2015 COMPENSAÇÃO SEM PREVISÃO EM LEI E SUSPENSÃO Esta Corte Superior perfilha o entendimento no sentido da impossibilidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário pela inexistência de lei autorizativa da compensação de débitos tributários com crédito de precatório. AgRg no REsp , Min. OG FERNANDES, 2 a Turma, DJe 09/04/2015 CAUTELAR FISCAL E SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE Consoante expressa disposição do art. 2º, V, "a", da Lei n /92, em regra é vedado conceder medida cautelar fiscal para acautelar crédito tributário com a exigibilidade anteriormente suspensa. Em tais situações excepcionalmente é possível o deferimento de medida cautelar fiscal quando o devedor busca
4 indevidamente a alienação de seus bens como forma de esvaziar seu patrimônio que poderia responder pela dívida (art. 2º, V, "b" e VII, da Lei n /92). AgRg no REsp , Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 2 a Turma, DJe 16/10/2015 PARCELAMENTO E PRESCRIÇÃO Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, a prescrição será interrompida por qualquer ato inequívoco que importe em reconhecimento do débito. Logo, o parcelamento, por representar ato de reconhecimento da dívida, suspende a exigibilidade do crédito tributário e interrompe o prazo prescricional, que volta a correr no dia em que o devedor deixa de cumprir o acordo. AgRg no REsp , Min. HUMBERTO MARTINS, 2 a Turma, DJe 17/08/2015 PARCELAMENTO E SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DE CRÉDITOS ATÉ A CONSOLIDAÇÃO A jurisprudência do STJ consolidou-se no sentido de que o pedido de parcelamento interrompe o prazo prescricional, por constituir reconhecimento inequívoco do débito, nos termos do art. 174, parágrafo único, IV, do CTN. Segundo o artigo 127 da Lei /2010 fica suspensa a exigibilidade dos débitos de devedores que apresentaram pedidos de parcelamentos previstos na Lei /2009, até que ocorra a indicação de quais débitos pretendem parcelar. Assim sendo, o pedido de parcelamento tem o condão de interromper o lustro do prazo prescricional, para todos os débitos até a apresentação da declaração indicando quais serão submetidos ao parcelamento - o que ocorre no momento da consolidação. Desta feita, apesar de o débito em discussão não ter sido consolidado pelo Fisco, o mesmo estava com sua exigibilidade
5 suspensa, por expressa previsão legal, afastando-se, assim, a possibilidade de decretação da prescrição. AgRg no REsp , Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 2 a Turma, DJe 28/09/2015 LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA O deferimento de medida liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário não obsta a sua constituição, a fim de evitar a decadência. REsp , Min. OG FERNANDES, 2 a Turma, DJe 02/10/2015 SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, entende que constituído o crédito tributário, mas suspensa a exigibilidade da exação por decisão liminar, não há falar em curso do prazo de prescrição, uma vez que o efeito desse provimento é justamente o de inibir a adoção de qualquer medida de cobrança por parte da Fazenda, de sorte que somente com o trânsito em julgado da decisão contrária ao contribuinte é que se retoma o curso do lapso prescricional. AgRg nos EDcl no AgRg no AREsp , Min. HERMAN BENJAMIN, 2 a Turma, DJe 09/11/2015 CAUÇÃO EQUÍVOCO É pacífico o entendimento no Superior Tribunal de Justiça segundo o qual é viável, em sede cautelar em executivo fiscal, a caução de bem imóvel para efeito de suspensão da exigibilidade do crédito tributário com vistas à obtenção de certidão com efeito de negativa. AgRg no AREsp , Min. REGINA HELENA COSTA, 1 a Turma, DJe 04/08/2015
6 CORREÇÃO A Fazenda Nacional interpôs Embargos de Declaração no qual alega omissão do julgado, pois a Ação Cautelar não foi ajuizada para suspender a exigibilidade do crédito tributário. Já decidiu o STJ que, muito embora a penhora e a Medida Cautelar de caução possam ensejar a expedição da certidão positiva de débitos com efeitos de negativa (art. 206, do CTN), não são elas meio apto a suspender a exigibilidade do crédito tributário, pois não previstas no art. 151 do CTN. Precedentes. AgRg no REsp , Min. HERMAN BENJAMIN, 2 a Turma, DJe 06/04/2015 CADUCIDADE DA LIMINAR E RESTABELECIMENTO DO PRAZO PRESCRICIONAL Revogada, suspensa ou cassada a medida liminar ou denegada a ordem, pelo juiz ou pelo Tribunal, nada impede a Fazenda Nacional de obter a satisfação do crédito tributário, retomando-se o curso do lapso prescricional, ainda que penda de exame recurso desprovido de eficácia suspensiva ou de provimento acautelatório, se não concorre outra causa de suspensão prevista no artigo 151 do Código Tributário Nacional. EREsp , Min. HAMILTON CARVALHIDO, 1 a Seção, DJe 1º/2/2011 CADUCIDADE DA LIMINAR E MULTA Discute-se nos autos a possibilidade de incidência de multa de ofício e juros de mora pelo não recolhimento de tributo, em virtude de liminar que suspendera a exigibilidade do crédito fiscal, posteriormente cassada. (...) A jurisprudência desta Corte se firmou no sentido de que, uma vez publicada a decisão que revoga a liminar para
7 reconhecer a incidência da exação cuja exigibilidade estava suspensa, inicia-se o prazo de 30 (trintas) dias no qual o contribuinte fica isento da multa de ofício. Todavia, se o pagamento do tributo se dá fora desse prazo, incidirão juros moratórios e multa, e a cobrança da multa de ofício opera-se nos termos da legislação aplicável. AgRg no REsp , Min. HUMBERTO MARTINS, 2 a Turma, DJe 09/03/2015 PEDIDO DE REVISÃO DE DÉBITO E SUSPENSÃO O requerimento de revisão de débito efetuado pelo contribuinte à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN é mera informação a respaldar o exame de legalidade feito pelo Procurador da Fazenda Nacional quando da inscrição em dívida ativa, não ensejando a suspensão da exigibilidade do crédito tributário nos moldes do art. 151, do CTN. Isto porque o simples protocolo de pedido administrativo de revisão, após a inscrição do crédito em dívida ativa, não se confunde com as reclamações e os recursos que, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo, suspendem a exigibilidade do crédito tributário na forma do art. 151, III, do CTN. Precedentes. REsp , Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 2 a Turma, DJe 26/05/2015 DEPÓSITO E DECADÊNCIA No caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação, o contribuinte, ao realizar o depósito judicial com vistas à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, promove a constituição deste nos moldes do que dispõe o art. 150 e parágrafos do CTN, não havendo que se falar em decadência do direito do Fisco de lançar.
8 REsp , Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 2 a Turma, DJe 25/10/2010 AJUIZAMENTO DE AÇÃO E CADIN A Primeira Seção deste Tribunal Superior, ao apreciar o REsp /CE, sob o regime do art. 543-C, do CPC, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe de 27/04/2010, sedimentou que "a mera existência de demanda judicial não autoriza, por si só, a suspensão do registro do devedor no CADIN, haja vista a exigência do art. 7º da Lei n /02, que condiciona essa eficácia suspensiva a dois requisitos comprováveis pelo devedor, a saber: I - tenha ajuizado ação, com o objetivo de discutir a natureza da obrigação ou o seu valor, com o oferecimento de garantia idônea e suficiente ao Juízo, na forma da lei; II - esteja suspensa a exigibilidade do crédito objeto do registro, nos termos da lei". AgRg no REsp , Min. OG FERNANDES, 2 a Turma, DJe 28/05/2015 SUSPENSÃO E ARROLAMENTO DE BENS Nos termos da jurisprudência do STJ, o arrolamento de bens, instituído pela Lei 9.532/1997, gera apenas um cadastro em favor da Fazenda Pública, destinado a viabilizar o acompanhamento da evolução patrimonial do sujeito passivo da obrigação tributária. O devedor tributário continua em pleno gozo dos atributos da propriedade, tanto que os bens arrolados, por não se vincularem à satisfação do crédito tributário, podem ser transferidos, alienados ou onerados, independentemente da concordância da autoridade fazendária. A existência de recursos ou impugnações administrativas nos procedimentos fiscais, apesar de acarretar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos
9 termos do art. 151, III, do CTN, não obsta a realização do arrolamento fiscal. O arrolamento de bens será cancelado somente nos casos em que o crédito tributário que lhe deu origem for liquidado antes da inscrição em dívida ativa ou, se após esta, for liquidado ou garantido na forma da Lei n /1980. Precedentes. AgRg no REsp , Min. HUMBERTO MARTINS 2 a Turma, DJe 11/05/2015 PENHORA DE FATURAMENTO E CPEN Discute-se a possibilidade de expedição de certidão positiva com efeitos de negativa e suspensão da execução em razão da concessão de penhora sobre faturamento. Nos termos da jurisprudência dessa Corte, "A expedição de Certidão Positiva com efeitos de Negativa está condicionada à existência de penhora suficiente ou à suspensa da exigibilidade do crédito tributário, nos termos dos arts. 151 e 206 do CTN" (REsp /MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/10/2014, DJe 28/10/2014). A penhora sobre faturamento, não sendo integral, não garante suficientemente a execução. Não há falar, no caso, em expedição de certidão positiva com efeitos de negativa nem em suspensão da exigibilidade do crédito. AgRg no REsp , Min. HUMBERTO MARTINS, 2 a Turma, DJe 20/04/2015 PENHORA INSUFICIENTE E CPEN Consoante a jurisprudência desta Corte, a expedição de Certidão Positiva com efeitos de Negativa está condicionada à existência de penhora suficiente ou à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos dos arts. 151 e 206 do CTN. No caso dos autos, o Tribunal de origem afirmou que a penhora
10 efetivada foi de bem com valor inferior ao valor do débito o que impossibilita, em razão disso, a expedição da referida certidão. A impossibilidade de expedição de Certidão Positiva com Efeito de Negativa em razão da insuficiência da penhora efetivada não se confunde com a questão da admissibilidade dos embargos à execução, a qual não poderá ser negada ao embargante em face da insuficiente da penhora, haja vista a possibilidade da integral garantia do juízo mediante reforço da penhora, consoante entendimento já adotado por esta Corte em sede de recurso especial submetido ao rito do art. 543-C, do CPC, REsp n /SP, julgado pela Primeira Seção desta Corte. AgRg no AREsp , Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, 2 a Turma, DJe 16/03/2015 PROCEDÊNCIA DE AÇÃO ANULATÓRIA E SUSPENSÃO As Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ firmaram a compreensão de que a mera sentença de procedência emitida em ação anulatória de débito fiscal não é suficiente, por si só, para afastar a exigibilidade do crédito tributário, sobretudo quando inexistente a concessão de antecipação de tutela ou comprovação de que a apelação interposta tenha sido recebida apenas no efeito devolutivo. Precedentes. AgRg no REsp , Min. SÉRGIO KUKINA, 1 a Turma, DJe 20/02/2015
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