Submetida a defesa à análise do Núcleo de Atos de Pessoal, foi produzida a Nota Técnica de Esclarecimento de fls , no seguinte teor:

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1 INTEIRO TEOR DA DELIBERAÇÃO 42ª SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA CÂMARA REALIZADA EM 1º/07/2014 PROCESSO TC Nº MEDIDA CAUTELAR REFERENTE À ANÁLISE DO EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO E TÍTULOS PARA DOCENTE, DO QUADRO EFETIVO DE PESSOAL DA UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO UPE INTERESSADOS: CARLOS FERNANDO DE ARAÚJO CALADO (REITOR DA UPE); JOSÉ FRANCISCO DE MELO CAVALCANTI NETO (SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO); ERNANI MARTINS DOS SANTOS (COORDENADOR DA COMISSÃO PERMANENTE DE CONCURSOS ACADÊMICOS DA UPE) ADVOGADOS: DR. ROBERTO FERREIRA CAMPOS OAB/PE Nº E OUTROS RELATOR: CONSELHEIRO CARLOS PORTO PRESIDENTE: CONSELHEIRO RANILSON RAMOS RELATÓRIO Tratase de análise de medida cautelar, concedida pelo Conselheiro em exercício Adriano Cisneiros da Silva, em (fls. 6366), quando da apreciação do Relatório de Auditoria (PETCE no 40832/2014) referente à análise do edital de Concurso Público de Provas e Títulos para Docente (CPD), para professores na categoria de Professor Auxiliar, Professor Assistente e Professor Adjunto, do Quadro efetivo de Pessoal da Universidade de Pernambuco UPE, para atuar nos cursos de Educação Superior, em níveis de graduação e pósgraduação, regido pela Portaria Conjunta SAD/UPE no 10, de Na decisão em que concedeu a medida cautelar, o Conselheiro em exercício Adriano Cisneiros assim se expressou, verbis (fls. 66): Em sede de cognição sumária, tenho que os elementos constantes dos autos são suficientes para o deferimento da medida cautelar, posto estarem caracterizados o periculum in mora e o fumus boni juris. Com efeito, no Relatório de Auditoria, foi identificada irregularidade relacionada ao fato de não ter sido disponibilizado aos candidatos tempo hábil para que pudessem exercer livremente o seu direito ao contraditório e à ampla defesa, tendolhes sido negada a fase recursal do concurso. 1

2 Por outro lado, restou evidenciado o periculum in mora, em vista de que, prosseguindo o concurso, resulte dano irreparável, ou de difícil reparação, aos candidatos. Ante o exposto, em face do teor do Relatório de Auditoria e, ainda, consoante os termos do art. 1, da Resolução TC no 015/2011, combinado com o seu art. 11, sem a prévia oitiva da parte, determino que a Fundação Universidade de Pernambuco SUSPENDA a homologação e demais fases do Concurso Público de Provas e Títulos para Docente, regido pela Portaria Conjunta SAD/UPE no 10, de , até ulterior deliberação da Primeira Câmara deste Tribunal, que apreciará a decisão em tela (art. 5o da Resolução TC no 15/2011). Notifiquese o Magnífico Sr. Carlos Fernando de Araújo Calado, Reitor da Fundação Universidade de Pernambuco, o Exmo. Sr. José Francisco de Melo Cavalcanti Neto, Secretário de Administração do Estado de Pernambuco, bem como, o Sr. Ernani Martins dos Santos, Coordenador da Comissão Permanente de Concursos Acadêmicos da UPE, para que adotem a medida deferida e, querendo, apresentem defesa no prazo de 05 (cinco) dias, a contar da ciência da presente decisão, encaminhandolhes cópia do Relatório de Auditoria, emitido pelo Núcleo de Atos de Pessoal deste Tribunal. Cientifiquese, para providências cabíveis, a Secretaria da Controladoria Geral do Estado, que tem como uma de suas atribuições, o controle interno do Governo do Estado de Pernambuco. Após a concessão da cautelar, o feito foi autuado em , sob o nº Foram notificados, em , os Srs. Carlos Fernando de Araújo Calado (Reitor da Fundação Universidade de Pernambuco), José Francisco de Melo Cavalcanti Neto (Secretário de Administração do Estado de Pernambuco) e Ernani Martins dos Santos (Coordenador da Comissão Permanente de Concursos Acadêmicos da UPE), respectivamente, por meio dos Ofícios TCGC03 nº 00223/2014, nº 00225/2014 e nº 00224/2014 (fls. 67, 69 e 71). Por sua vez, a Secretaria da Controladoria Geral do Estado foi comunicada do decisum, através do Ofício TCGC03 nº 00226/2014, datado de (fl. 73). Em , foi protocolada a manifestação conjunta dos Srs. Carlos Fernando de Araújo Calado e Ernani Martins dos Santos, subscrita também pelo Sr. Roberto Ferreira Campos (OABPE nº ), procurador da Fundação Universidade de Pernambuco (fl. 84). Na oportunidade foram juntados os documentos de fls

3 Submetida a defesa à análise do Núcleo de Atos de Pessoal, foi produzida a Nota Técnica de Esclarecimento de fls , no seguinte teor: I. DA ANÁLISE DO PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO Neste item analisase o pedido de reconsideração a esta medida cautelar, a qual foi expedida ante o indício de irregularidade de inexistência de prazo recursal a provas de caráter eliminatório (que excluíam candidatos de fase seguinte). No pedido de reconsideração, o defendente aduz que: a) Atendeu a todas as recomendações determinadas pelo Tribunal de Contas, destacandose que em nenhum momento houve recomendação sobre o formato estabelecido para recurso (fls. 79/ 80); b) O item 14 do edital prevê recurso contra qualquer etapa do certame a partir da divulgação do resultado geral (fl. 79); c) Já houve nomeações oriundas deste concurso (fl. 79); d) Apenas 03 vagas restam ser preenchidas, todavia seus concursos já foram homologados conforme resolução CEPE no 036/2014, de 04/06/2014 (fl. 81, 133); e) Concursos de universidades caracterizamse por singularidades, com complexa logística na alocação de autoridades em cada área de conhecimento, implicando em elevado custo, sendo esta a razão pela qual o recurso contra as fases do certame ocorre a posteriori, sendo esta a praxe adotada para a comunidade acadêmica (fls. 81/82). Quanto aos argumentos e documentos oferecidos, devese esclarecer o seguinte (adotando a mesma itemização): a) Em 28/03/14 foi publicada alteração do edital em apreço, com as retificações demandadas por esta Corte de Contas e outras alterações com a reabertura do prazo para inscrições. Sem embargo, o calendário da realização de cada prova (definido posteriormente à publicação do edital, por cada unidade educacional, conforme previsto no Anexo IV ao Edital, fl. 36) não foi disponibilizado pelo jurisdicionado, razão pela qual não houve prévio pronunciamento sobre a necessidade de alocação de prazo recursal a cada prova (em especial a cada prova eliminatória); b) Recursos posteriores a todas as fases do concurso não garantem os direitos dos candidatos (pois há preclusões intermediárias) e são inviáveis conforme elucidado no item e a seguir; c) Uma vez que o edital engloba diversos concursos, para cargos em diferentes unidades educacionais, uma parte dos mesmos já chegou a termo; 3

4 d) É necessário se avaliar a legalidade de tal homologação, uma vez que o direito constitucional ao recurso administrativo pode ter sido negado aos candidatos do certame. Para averiguar a possibilidade de inobservância ao direito de interposição de recursos, foi solicitada toda a documentação relativa aos recursos interpostos pelos candidatos ao certame por meio do Ofício TC/NAP/GAPE nº 100/2014 (fl. 156), até o presente momento sem resposta. É sabido que antes da homologação do concurso, todos os recursos administrativos têm que ser apreciados. e) Caso inviável a alocação tempo entre as provas para a interposição de recursos, estas não podem ter caráter eliminatório, visto que excluem candidatos do processo seletivo sem poderem exercer aquele direito constitucional ao contraditório. Um recurso provido posteriormente neste caso de existência de provas eliminatórias intermediárias revelase ainda mais custoso e inviável por tornar necessária a (re)aplicação das provas que aos candidatos indevidamente eliminados foram negadas. II. DA CONCLUSÃO: Diante do exposto, e considerando ainda os pedidos do defendente às fls. 82/83, entendese que deve ser mantida a medida liminar expedida, não obstante restringida em sua abrangência aos cargos em que ainda não houve nomeação oriunda do Concurso Público de Provas e Títulos PORT SAD/UPE n 10, de 06/02/2014. Uma análise aprofundada do mérito será empreendida em processo de Auditoria Especial, quando do exame do calendário de realização de cada prova aplicada frente aos recursos interpostos, verificandose a quem a efetiva inexistência de fase recursal prejudicou (documentos solicitados ao jurisdicionado e ainda não disponibilizados). Retornaramme os autos em Cabe registrar que nessa mesma data, o Sr. Roberto Ferreira Campos, procurador da UPE, protocolou neste Tribunal petição (PETCE no /2014), por meio da qual encaminhou cópia de sua manifestação anterior, informando que nela havia sido indicado equivocadamente o número de outro processo. Na oportunidade, ressaltou a urgência na contratação de professores efetivos para a instituição de ensino requerente, antes do início do segundo semestre letivo. A despeito do referido equívoco no número do processo, a manifestação dos interessados já havia sido tempestivamente juntada ao presente processo e analisada pelo NAP. A concessão de Medida Cautelar, no âmbito deste Tribunal, é disciplinada pela Resolução TC nº 015/2011, de 4

5 , que prevê, em seu art. 6º, que até a decisão da Câmara, a Medida Cautelar poderá ser revista pelo Relator, de ofício ou mediante pedido de reconsideração da parte interessada. Assim, passo à apreciação do pedido formulado pelos interessados (fls. 7883). Por meio da medida cautelar monocrática, expedida em , o Conselheiro em exercício Adriano Cisneiros da Silva, determinou que Fundação Universidade de Pernambuco suspendesse a homologação e demais fases do Concurso Público de Provas e Títulos para Docente, regido pela Portaria Conjunta SAD/UPE no 10, de , até ulterior deliberação da Primeira Câmara deste Tribunal (art. 5º da Resolução TC nº 15/2011). Quando da concessão da cautelar, em , o ato de homologação do resultado final do concurso em apreço já havia sido formalizado, por meio da Portaria Conjunta SAD/UPE nº 60, de , publicada no DOEPE, edição de No entanto, este TCE só tomou conhecimento desse fato por ocasião do recebimento da defesa, em Assim, o ato que a determinação cautelar pretendeu impedir já havia sido praticado, anteriormente à data em que a mesma foi emitida, restando prejudicado o periculum in mora, um dos requisitos para a expedição de medida cautelar. VOTO DO RELATOR Diante disso, tenho que a Medida Cautelar monocraticamente concedida, em , deve ser revogada, com o arquivamento do presente processo. No entanto, em vista do teor do Relatório de Auditoria (fls. 0104), produzido pela equipe do Núcleo de Atos de Pessoal, cabe a formalização de processo de auditoria especial, com o objetivo de apurar irregularidades e definir respectivas responsabilizações dos atos que envolvem o Concurso Público de Provas e Títulos para Docente (CPD), regido pela Portaria Conjunta SAD/UPE no 10, de Devendo o processo em apreço ser apensado ao de auditoria especial a ser instaurado. Comuniquese ao Magnífico Sr. Carlos Fernando de Araújo Calado, Reitor da Fundação Universidade de Pernambuco, bem como ao Exmo. Sr. José Francisco de Melo Cavalcanti Neto, Secretário de Administração do Estado de Pernambuco e ao Sr. Ernani Martins 5

6 dos Santos, Coordenador da Comissão Permanente de Concursos Acadêmicos da UPE, acerca da presente deliberação. De igual forma, comuniquese à Secretaria da Controladoria Geral do Estado. O CONSELHEIRO JOÃO CARNEIRO CAMPOS VOTOU DE ACORDO COM O RELATOR. O CONSELHEIRO PRESIDENTE, TAMBÉM, ACOMPANHOU O VOTO DO RELATOR. PRESENTE A PROCURADORA GERAL ADJUNTA, DRA. ELIANA MARIA LAPENDA DE MORAES GUERRA. ASF/ACS 6