Tribunal de Justiça da Paraíba Gabinete do Des. Manoel Soares Monteiro

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1 Poder Judiciário Tribunal de Justiça da Paraíba Gabinete do Des. Manoel Soares Monteiro DECISÃO MONOCRÁTICA. AGRAVO DE INSTRUMENTO NQ /001 RELATOR: Des. Manoel Soares Monteiro AGRAVANTE: Sérgio Luiz Nascimento Nunes ADVOGADO: Jacqueline Rodrigues Chaves AGRAVADO: Presidente da Comissão do Exame do Concurso para o Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar da Paraíba. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA. CANDIDATO ACOMETIDO DE LESÃO. IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAR EXAME FÍSICO. PEDIDO ADMINISTRATIVO PARA A REALIZAÇÃO DE NOVO PROVA. INDEFERIMENTO. VEROSSIMILHANÇA QUE NÃO SE ENXERGA. ATESTADO SEM NOME DE MÉDICO E SEU CRM. PREVISÃO EDITALÍCIA. AUSÊNCIA DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. SEGUIMENTO NEGADO. Não socorre a verossimilhança das alegações do recorrente se no Atestado Médico, que embasa a sua tese de caso fortuito ou de força maior, não se vislumbra o nome do Médico que o subscreveu, sequer seu carimbo com o seu CRM. Em sede de cognição sumária, seria temerário dar valià a um atestado sem esses requisitos.

2 Conferir a candidato a oportunidade de prestar novo exame físico afronta o princípio da isonomia, colocando-o em desigualdade de condições com os demais candidatos. Vistos, etc. Trata-se de AGRAVO DE INSTRUMENTO interposto por SÉRGIO LUIZ NASCIMENTO NUNES, contra decisão do Juízo da 1 vara da Fazenda Pública da Capital, que indeferiu a antecipação dos efeitos da tutela requerida em se de Mandado de Segurança, contra ato do Presidente da Comissão do Concurso Público para o Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do estado da Paraíba. O recorrente alega que se submeteu ao concurso público para os quadros da PMPB, obtendo aprovação nos exames iniciais, no entanto, quanto ao exame físico, fora considerado inapto. Aduziu que estava lesionado em data anterior à etapa de exame físico e, de posse de atestado médico, compareceu ao local do exame, assinou a presença, entrementes, fora reprovado, sem que lhe fosse oportunizada nova data para realização da prova. Alega que o prazo para preparação ao exame fora curto, e que a lesão se caracteriza como caso fortuito ou força maior, aspectos omissos no Edital do certame. O Magistrado, entendendo que a inaptidão do ora recorrente não violou o princípio da isonomia; e que a lesão antes da realização do exame físico não pode vincular a Administração a ficar mercê de casos particulares, indeferiu a liminar pretendida. Liminar recursal indeferida, fls. 81/83. Contrarrazões, fls. 87/90. Informações, fls. 95. Parecer Ministerial, fls. 97/108, pelo indeferimento liminar do

3 recurso. É o Relatório Decido: In cas c, trata-se de recurso que combate decisão interlocutória, portanto, deve-se aqui averiguar a verossimilhança das alegações do recorrente, sem querer adentrar de modo profundo no mérito da causa. De início, tenho que o ato administrativo de exclusão do candidato/agravante é legítimo, porquanto fundamentado em norma editalícia do conhecimento de todos que participaram do certame. O referido teste de capacitação física do candidato ao referido concurso encontra-se, expressamente, previsto no Edital, e seguiu regramento constitucional que instituem critérios de acessibilidade aos cargos públicos. E, evidentemente, os testes físicos, adequados à avaliação de quem busca o ingresso da carreira escolhida, dão, inegavelmente, concretismo à exigência legal de capacitação física, previstos através de atos normativos regulamentadores. Com efeito, resta patente a legitimidade da prévia aprovação no teste físico para ingresso nos quadros da PMPB. Não se há de falar, aliás, em afronta ao princípio da isonomia, uma vez que sua realização tem por escopo assegurar tratamento igual aos iguais e, exigindo a natureza do cargo bom condicionamento físico, legítimo é o exame físico com caráter eliminatório. Admitir-se a submissão a novo teste ou dar nova oportunidade para se demonstrar a aptidão exigida seria mesmo ignorar o edital e o princípio da isonomia. Assim, não socorre ao recorrente a alegação de que estava acometido de moléstia, na data da realização do exame, o que teria sido comprovado pelo atestado médico. Até mesmo porque, o Regulamento do Concurso, em clara e indiscutível dicção, estabeleceu que "Não haverá segunda chamada ou repetição de provas ou exámes para o candidato faltoso ou retardatário, seja qual for o motivo alegado" (item 18.3) fls. 67.

4 Ademais, a preparação para o exame físico faz parte do próprio certame. É algo previsível àqueles que concorrem a vagas, para as quais - tais provas são exigidas. Ou seja, quando o candidato se inscreve em tais certames, já sabe previamente as etapas e que deve para elas ter um certo preparo. Independentemente do tempo marcado pela Administração entre uma e outra, há a ciência dos concorrentes acerca de cada etapa que se seguirá. O Edital faz lei entre as partes. Essa é a premissa maior em todo o concurso público. Estender o certame apenas para um concorrente, de plano, feriria a Igualdade Aristotélica, como bem mencionou o Magistrado a quo, porquanto, estar-se-ia tratando diferente, os iguais. Não se diga que o ora recorrente encontra-se em uma situação especial, em razão da lesão, porquanto quanto a ela, inexiste a verossimilhança. A verossimilhança não socorre ao agravante, pois no Atestado Médico de fls. 30, que embasa a tese do recorrente de caso fortuito ou de força maior, não se vislumbra o nome do Médico que o subscreveu, sequer seu carimbo com o seu CRM. Em sede de cognição sumária, seria temerário dar valia a um atestado sem esses requisitos. Outrossim, a tutela pretendida seria satisfativa. Corte Paraibana: Em hipótese que se assemelha à presente, já decidiu esta REMESSA OFICIAL - MANDADO DE SEGURANÇA -CANDIDATA IMPOSSIBILITADA DE REALIZAR EXAME DE APTIDÃO FÍSICA - LESÃO OCORRIDA DURANTE TREINAMENTO ANTES DA PROVA - PEDIDO ADMINISTRATIVO DE REALIZAÇÃO DE NOVO EXAME - INDEFERIMENTO - SEGURANÇA CONCEDIDA EM PRIMEIRA INSTÂNCIA - PREVISÃO LEGAL E EDITALÍCIA - AUSÊNCIA DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR - VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA -

5 , 1 PROVIMENTO DA REMESSA. - Ocorrendo previsão legal de que a capacidade física é requisito para o provimento de determinado cargo, cabe ao edital do concurso estabelecer a forma para atestar tal condicionamento. - Tratando-se de lesão muscular ocorrida em treinamento antes da realização do exame de aptidão física, afasta-se a presença de caso fortuito ou força maior. - Conferir a candidato a oportunidade de prestar novo exame físico afronta o princípio da isonomia, colocando-o em desigualdade de condições com os demais candidatos. (TJPB - Acórdão do processo ng Órgão (Terceira Câmara Cível) - Relator DES. GENESIO GOMES PEREIRA FILHO - j. Em 23/08/2007)., Ante o exposto, NEGO SEGUIMENTO AO PRESENTE AGRAVO DE INSTRUMENTO, nos termos do art. 557, do CPC, mantendo a decisão a quo em todos os seus termos. P.I. Cumpra-se. João Pessoa, 11 de maio de Des. Manoel Soares Monteiro Relator

6 fitirsu.nr,l Coordettadoria Judiciária Remistrado elo