EFETIVIDADE DA ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA NO PACIENTE EM PÓS-OPERATÓRIO DE RECONSTRUÇÃO DE COLO FEMORAL
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1 EFETIVIDADE DA ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA NO PACIENTE EM PÓS-OPERATÓRIO DE RECONSTRUÇÃO DE COLO FEMORAL Carlos Jhone Coelho da Silva 1 Allex Junior Holanda Ribeiro 2 RESUMO As fraturas da diáfise do fêmur representam um sério problema de saúde pública devido a suas altas taxas de morbidade e mortalidade, sendo normalmente resultados de traumas alta energia que pode apresentar lesões associadas, tendo como tratamento crucial o procedimento cirúrgico. Esse estudo tem em sua importância, a avaliação de condutas para a reabilitação fisioterápica estabelecidas e aplicadas aos pacientes em pós operatório de reconstrução cirúrgica de colo de fêmur. Os protocolos eficazes a esses casos, contribui para que o fisioterapeuta efetue um tratamento pós cirúrgico adequado ao indivíduo, através do embasamento teórico. Tem-se como objetivo, analisar a efetividade da assistência fisioterapêutica no paciente em pós-operatório de reconstrução de colo femoral, através da avaliação do protocolo fisioterapêutico instituído para funcionalidade de um paciente, onde foi possível analisar respostas significativas quanto a amplitude de movimento, força muscular, perimetria e subjetividade da dor, o que podemos concluir que o protocolo utilizado se apresenta satisfatório, uma vez que as queixas principais do paciente foram cessadas, objetivando a sua deambulação sem o uso das órteses de apoio e retorno a suas atividades diárias básicas. PALAVRAS-CHAVE: Reabilitação Funcional; Fisioterapia Traumatológica; Fratura de Fêmur. 1 INTRODUÇÃO O fêmur é o maior e mais resistente osso do corpo, sendo o suporte principal de carga óssea nos membros inferiores, é formado por duas epífises, a proximal e outra distal (SOUSA, 2015). Segundo Kisner (2009), a fratura é a quebra estrutural na continuidade de um osso podendo ser na placa epifisária ou na superfície articular, gerando algum grau de lesão nos tecidos moles que cercam o osso, e dependendo do local da fratura pode ocasionar graves danos. Essas fraturas são resultados do rompimento das integridades ósseas, ocorre quando a força aplicada sobre o osso é maior que a força que ele consegue suportar o que leva a perturbação do bom funcionamento do sistema musculoesquelético. Desta forma, 1 Acadêmico/Estagiário do Curso de Fisioterapia Núcleo Integrado de Saúde (NIS)/DeVry UniFanor. jhonefisio@outlook.com.br 2 Orientador/Preceptor do Curso de Fisioterapia Núcleo Integrado de Saúde (NIS)/DeVry UniFanor. allexjhr@hotmail.com
2 podemos classificá-las como fratura exposta, quando há rompimento da pele e fratura fechada, quando não ocorre perfuração da pele (HANCIAU, 2011). Em levantamento realizado, evidenciou-se que nos últimos quatro anos, houve um aumento de 8% do número de internações por fratura de colo de fêmur, destacando os altos gastos de recursos por conta desses internamentos hospitalares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). A melhor abordagem terapêutica para as fraturas diafisárias do fêmur é eminentemente cirúrgica o qual existe diferentes técnicas e diversos tipos de implantes que podem ser utilizados para a sua estabilização (MORAES, et al., 2009). Esses tipos de tratamento invasivo tem a finalidade de restaurar a anatomia óssea, a função do membro e reabilitar o paciente efetivamente, devolvendo sua funcionalidade para permitir o retorno as suas atividades diárias (ARNDT, 2011). No processo de reabilitação, a fisioterapia se torna de extrema importância para estes pacientes, visando à mobilização precoce, o treino de marcha e outros métodos de tratamento para manter ou restaurar possíveis déficits (LIU, 2010). Segundo Lustosa e Bastos (2009), a fisioterapia tem esse papel importante no pós operatório por ter como objetivos acelerar o retorno funcional desse indivíduo e evitar possíveis complicações, permitindo que o paciente volte o quanto antes a executar suas atividades realizadas antes do evento. Desta forma, o presente estudo justifica-se na importância de avaliar se as condutas fisioterapêuticas estabelecidas e aplicadas ao paciente foram benéficas ao seu processo de reabilitação funcional, se tornando relevante na divulgação de novos protocolos eficazes a esses casos, contribuindo para que o fisioterapeuta efetue um tratamento pós cirúrgico adequado ao indivíduo, através do embasamento teórico. Tendo como objetivo, analisar a efetividade da assistência fisioterapêutica no paciente em pós-operatório de reconstrução de colo femoral, através da avaliação do protocolo fisioterapêutico instituído para funcionalidade de um paciente como amplitude de movimento, força muscular, perimetria e subjetividade da dor. 2 METODOLOGIA Trata-se de um estudo relato de caso, longitudinal, de natureza intervencionista, que foi realizado em uma clínica escola de uma Instituição de Ensino Superior da cidade de Fortaleza-CE, no período de agosto a novembro de 2017, durante as atividades práticas da disciplina de Estágio Clínico-Ambulatorial do curso de Fisioterapia da DeVry Unifanor. O estudo contou com um paciente, cujo o caso se apresenta como: Paciente I.R.S, 48 anos, sexo masculino, ex-maqueiro e atualmente professor particular. Foi submetido a processo cirúrgico para reconstrução de colo de fêmur, após sofrer uma fratura dentro de um coletivo, resultado de uma freada brusca do condutor. A cirurgia foi realizada 1 mês após o ocorrido, iniciando a reabilitação fisioterápica 3 semanas depois com uma avaliação inicial realizada no mês de agosto, evidenciando os seguintes pontos: paciente chega com apoio de órteses bilaterais, relatando hipersensibilidade na região das cicatrizes cirúrgicas região inguinal e lateral do quadril e em todo o trajeto do nervo femoral face anterior da coxa e medial da coxa e perna - com queixa de dor 9 na escala
3 visual analógica de dor, na região lateral do quadril e joelho esquerdo devido a presença de um fibroedema, e dor 6 na região do tornozelo; apresentando grau 2 para extensão e abdução e grau 4 para flexão e adução em quadril esquerdo no teste de força muscular; sem alterações na amplitude de movimento para flexão e adução de quadril, porém, apresentando apenas 5º para extensão e abdução, mensurados no teste de goniometria. O paciente foi atendido três vezes por semana, no período de 40 minutos em cada atendimento. O tratamento foi composto com o seguinte protocolo: Dessensibilização (Cicatrizes Cirúrgicas e Nervo Femoral); Hidratação do Fibroedema (Manual e Recursos); Drenagem Linfática (Após Fibroedema Drenado); Analgesia (Quadril, Joelho e Tornozelo Quando Necessário); Liberação Miofascial (Cicatrizes Cirúrgicas e Região do Fibroedema Drenado); Alongamento e Fortalecimento Muscular (Cadeia Anteroinferior dos MMII); Exercícios de Marcha Frontal e Lateral; Treino Proprioceptivo e de Equilíbrio. Foi utilizando além da terapia manual, recursos que a clínica escola onde foi realizado o tratamento disponibilizava, como: Recursos Eletrotermofototerápicos (Tens, Ultrasom; Infravermelho; Turbilhão; Crioterapia; Barra Paralela (Marcha Frontal e Lateral; Sem Carga e Com Carga Progressiva); Prancha Proprioceptiva (Equilíbrio e Propriocepção); Bola Suíça (Exercícios de Dissociação Pélvica e Isometria de MMII); Caneleiras de Peso (Ganho de Força); Bastão (Liberação Miofascial e Auxilio para Exercícios de Marcha); Theraband (Alongamento de Musculatura); Bicicleta Ergométrica. Esse estudo observou os aspectos éticos contidos na lei 466/12 do CNS, que trata sobre o respeito da identidade do indivíduo em pesquisas cientificas, onde o participante estava ciente da divulgação do seu caso para fins acadêmicos, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES: Após 30 atendimentos realizados, o paciente foi submetido no mês de novembro a uma nova avaliação comparativa a primeira, focalizando os principais pontos trabalhados. Em relação ao quadro álgico, durante o tratamento foi traçado a diminuição dessa sintomatologia, através da subjetividade relatada pelo paciente na escala analógica de dor, chegando ao último atendimento com uma redução significativa desse incomodo como pode ser analisada abaixo:
4 No estudo de Tursi et al. (2007), houve uma significativa redução de dor dos indivíduos pós fraturados em colo de fêmur, tratados pela Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS), no qual, este evidencia a melhor adesão do doente ao protocolo de reabilitação com a diminuição do quadro álgico, assim como foi possível vivenciar com o paciente desse estudo. Em relação a força muscular, o paciente evoluiu em todos os quatro movimentos trabalhados, como mostra o gráfico 2: O ganho de força muscular tem se mostrado eficaz tanto por treinamento com pesos, como por exercícios de fortalecimento e treino de marcha e descarga de peso com carga, como também, por estimulação neuromuscular feita por aparelho (EVANS, 2002). Ainda, corroborando com esse caso, Alen (2003) também afirma em seu estudo que o fortalecimento de músculos abdutores e adutores do quadril aumentam a estabilidade laterolateral durante caminhadas, influenciando na melhora do equilíbrio dinâmico do paciente. Na amplitude de movimento, o paciente evoluiu nos graus em que apresentava limitação, como podemos analisar no gráfico 3:
5 Nunes e Mejia (2012) afirmaram em seu estudo, corroborando com este, que o tratamento fisioterapêutico do pós-operatório se mostra essencial, permitindo aumentar a amplitude de movimento e a força muscular, por meio de um programa de exercícios de alongamento e fortalecimento, além de permitir deambulação precoce sem auxílio de muletas e carga parcial do membro operado. Ainda, pode ser observada a melhora no quadro de hipersensibilidade, uma das queixas principais do paciente na primeira avaliação, onde ao ser indagado sobre o desconforto, este relata, agora, a presença parcial do incomodo, regredindo apenas para a face medial da coxa. O tratamento para a recuperação desse quadro, contou com o protocolo de dessensibilizaçao utilizando-se de várias texturas, como os propostos no estudo de Abreu (2015). Segundo Carvalho (2013), a sensação de hipersensibilidade tende a regredir progressivamente e desaparecer meses ou anos após o procedimento cirúrgico. A sensação pode ser caracterizada como coceira, formigamento, parestesia, pressão, dormência, e até alteração de temperatura (WILKINS et al, 2008) como referia o paciente deste caso. 5 CONCLUSÃO Perante os resultados alcançados e apresentados, a terapêutica de restauração física aplicada se apresenta satisfatória, uma vez que as queixas principais do paciente foram cessadas, objetivando a sua deambulação sem o uso das órteses de apoio e retorno a suas atividades diárias básicas. Entretanto, sugere-se que sejam realizados novos estudos com um maior número de indivíduos, associando, também, a novos protocolos terapêuticos, para a divulgação de tratamentos que se tenha maiores resultados. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Internações por fratura de fêmur crescem 8% em quatro anos. Portal Saúde, Notícias, 2 de abril de KISNER, Carolyn; et. al. Exercícios terapêuticos Fundamentos e Técnicas. 5ª ed. Barueri, SP: Manole, LIU, M. et. al. A meta-analysis of the Gamma nail and dynamic hip screw in treating peritrochanteric fractures. Int Orthop.2010;34(3): BARQUET, C.; et. al. Fisioterapia no pós-operatório de fratura proximal do fêmur em idosos. Revisão da literatura. Acta ortopédica brasileira, v. 21, n. 3, HANCIAU, Flavio. Fraturas Expostas. Universidade Federal do Rio Grande, 2011.
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