Resumo expandido APRENDIZAGEM ATIVA NA EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
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- Milena Gomes
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1 APRENDIZAGEM ATIVA NA EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA VIRGÍNIO, Nereide de Andrade Introdução: O exercício da docência no ensino superior em enfermagem e a percepção da necessidade de estratégias pedagógicas direcionadas à adequação para os conteúdos curriculares a implementar, nos despertou para a importância das metodologias ativas e das novas tecnologias-tics para o aperfeiçoamento das ações compartilhadas entre alunos e professores, contrapondo os conceitos tradicionais. Em tempos de atualização das diretrizes curriculares para o curso de enfermagem, muito se tem discutido sobre os novos modelos de ensino, sobre o que é ou não conveniente, de modo que é possível identificar uma inquietação intelectual acerca de tais modelos. Nesse contexto, a discussão acerca das metodologias ativas vem se intensificando, corroborando com o surgimento de novas estratégias que podem favorecer a autonomia do educando, promovendo uma aprendizagem ativa (FARIAS, MARTIN, CRISTO, 2015). A prática cotidiana e os estudos progressivos de adequação dos conteúdos curriculares a metodologias de ensino mais significativas e relevantes para a construção do conhecimento, tem possibilitado o aprofundamento sobre as metodologias ativas e a sua aplicação, bem como a construção compartilhada das mesmas para cada componente curricular do curso, envolvendo os alunos e os professores. A aprendizagem ativa ocorre quando o aluno interage com o conteúdo em estudo ouvindo, falando, perguntando, discutindo, fazendo e ensinando sendo estimulado a construir o conhecimento, contrapondo a concepção de que o aluno deve recebê-lo de forma passiva do professor (BARBOSA, MOURA, 2013). Dentre os elementos que constituem as metodologias ativas, devem-se considerar, conceitualmente, dois atores: o professor, que deixa de ter a função de proferir ou de ensinar, restando-lhe a tarefa de facilitar o processo de aquisição do conhecimento; e o aluno, que passa a receber denominações que remetem ao contexto dinâmico, tais como estudante ou educando (FARIAS; MARTIN; CRISTO, 2015). O ensino em enfermagem apresenta aspectos singulares, relacionados às características dos conteúdos que compõem as matrizes curriculares, que devem permitir a construção de habilidades e competências das áreas cognitiva, psicomotora, afetiva e relacional, contribuindo para a formação de um profissional generalista, qualificado para o exercício 117
2 da enfermagem com base no rigor científico e intelectual, pautado em princípios éticos. No quadro dessa posição, pelo conhecimento amplo e contextualizado, específico de sua formação, o enfermeiro pode ser considerado um profissional qualificado para propor e redefinir as práticas de saúde, por meio de ações educativas consubstanciadas em metodologias ativas, voltadas para a promoção e proteção da saúde dos indivíduos, famílias e comunidade (COLUMÉ; OLIVEIRA, 2012). Metodologia: A pesquisa em questão trata-se de uma revisão integrativa da literatura que tem como metodologia a investigação sistematizada sobre determinada problemática no campo científico, com o propósito de identificação das possíveis lacunas do conhecimento (GOMES et al., 2014). O objetivo foi de proceder à revisão integrativa e sistemática da produção científica nacional sobre o tema de aprendizagem ativa na educação em enfermagem no período de 2008 a Para guiar o estudo, definiu-se como questão norteadora: qual a produção científica relacionada à aprendizagem ativa na educação em enfermagem, no período de 2008 a 2017 na literatura nacional e especializada? A pesquisa foi composta por artigos da internet, onde a busca ocorreu no mês de julho de 2017, realizada na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando terminologias nos Descritores em Ciência da Saúde (DESC), que identificou os seguintes descritores: aprendizagem ativa, enfermagem e educação. Para seleção da amostra foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: textos publicados na íntegra em bases de dados nacionais, com assunto principal sobre educação em enfermagem e aprendizagem ativa. Foram compilados artigos publicados no período de 2008 a 2017, em português, com assuntos relacionados aos descritores apontados. Os critérios de exclusão foram: artigos com texto completo indisponível e publicado antes do ano de A pesquisa com os descritores aprendizagem ativa, enfermagem e educação, permitiu a localização de 17 artigos em toda seleção da BVS. Após a leitura dos artigos selecionados foram extraídas duas categorias de análise para fundamentar a pesquisa, sendo: O professor como facilitador do processo de ensino/aprendizagem e O aluno como sujeito ativo do seu crescimento profissional. Processos avaliativos: Em referência à primeira categoria, do professor como facilitador do processo de ensino/aprendizagem, ressalta-se a intensiva discussão/reflexão sobre a necessidade de mudanças/inovações nas estratégias de ensino, da necessidade da 118
3 mediação positiva/dialógica do docente e aluno para a construção do aprendizado. Aponta-se a necessidade de ruptura do paradigma tradicional rumo à progressiva construção ativa e conjunta dos conteúdos, entre professores e alunos. As metodologias de ensino-aprendizagem tradicionais ainda são amplamente utilizadas na formação dos profissionais da saúde. Dentre elas, destacam-se a transferência de conhecimentos pelo docente ao aluno, a supervalorização da formação técnica e a dissociação entre o conhecimento teórico recebido passivamente pelo discente e o contexto social em que está inserido (SOBRAL; CAMPOS, 2012). Os argumentos constantes nos artigos analisados refletem intensivamente sobre aspectos importantes para a construção da transição adequada entre as práticas tradicionais e avanço para as metodologias ativas e sobre as vantagens do uso de metodologias ativas para a construção de conhecimentos. O enfoque da segunda categoria, do aluno como sujeito ativo do seu crescimento profissional nos remete à construção dos conhecimentos mediante a atuação prática e comprometida do discente, a educação centrada no aluno, através da atuação docente mediadora, de estímulo à produção significativa do mesmo, baseada em novas estratégias avaliativas, de natureza formativa. As Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação da área da saúde recomendam a prática de estudo independente, com vistas a uma progressiva autonomia intelectual, a fim de preparar o graduando para enfrentar os desafios das transformações da sociedade e do mercado de trabalho (HOLANDA; PINHEIRO; PAGLIUCA, 2013). Em uma perspectiva metodológica inovadora, o ensino de enfermagem deve buscar um processo educativo articulado às Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Enfermagem, ou seja, uma formação profissional que prepare o egresso para os desafios das transformações da sociedade, do mercado de trabalho e da atuação profissional. Além disso, buscar fomentar competências técnicas, ético-políticas e administrativas, no sentido de contemplar as necessidades sociais de saúde, o sistema de saúde brasileiro, o trabalho em equipe e a atenção integral (BACKES, 2012). Para tanto, torna-se importante trabalhar conjuntamente com o aluno, despertando-o para a autogestão do seu aprendizado, ressaltando os aspectos do aprender a aprender, a fazer, a ser e a relacionar-se, com vistas à formação das competências e habilidades necessárias à boa performance profissional. Diante dessa recomendação, é cada vez mais frequente a utilização de estratégias de ensino que suplantem a educação tradicional ou bancária e coloquem o aluno como sujeito integrante e ativo no seu processo de aprendizagem, propiciando-lhe um ambiente criativo e de transformação da realidade (CAMPOS; 119
4 SOBRAL, 2013). As metodologias ativas invadem o cenário tradicional de ensino propondo o protagonismo do aluno no processo de aprendizagem, com vistas a viabilizar o desenvolvimento de sua autonomia (CAMPOS; RIBEIRO; SANTILIDEPES, 2014). Considerações Finais: A análise dos artigos em foco possibilitou a constatação da importância do tema para o enriquecimento das estratégias pedagógicas adotadas para o ensino na área de enfermagem, que apontam para novas abordagens, de maior significância para a construção do conhecimento, considerando os conteúdos curriculares e a necessidade de estudo de natureza conceitual e também prática, considerando a autonomia do aluno e o desenvolvimento das suas potencialidades. Busca-se o compromisso de todos os atores envolvidos no processo de ensino, que permita a formação profissional específica e também o reforço à formação o profissional/cidadão comprometido com os padrões assistenciais ofertados à comunidade. Referências: BACKES, D. S. et al. Vivência teórico-prática inovadora no ensino de enfermagem. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 16, n. 3, p , BARBOSA, E. F.; MOURA D. G. de. Metodologias ativas de aprendizagem na educação profissional e tecnológica. Boletim Técnico do SENAC, v.39, n. 2, p.48-67, CAMPOS, C. J. G.; SOBRAL, F. R. Estratégia problematizadora: relato de experiência na disciplina processo de cuidar em enfermagem psiquiátrica. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v. 14, n. 5, CAMPOS, L. R. G.; RIBEIRO, M. R. R.; SANTILI DEPES, V. B. Autonomia do graduando em enfermagem na (re) construção do conhecimento mediado pela aprendizagem baseada em problemas. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 67, n. 5, COLUMÉ,J. S.; OLIVEIRA, D.L. L. C. Educação em saúde: por quem e para que? A visão de estudantes de graduação em enfermagem. Texto e contexto enferm, Florianópolis, v. 21, n. 1, p , FARIAS, P. A. M. de; MARTIN, A. L. de A. R.; CRISTO, C. S. Aprendizagem Ativa na Educação em Saúde: Percurso Histórico e Aplicações. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 39, n. 1, p , Mar Available from < script=sci_arttext&pid=s
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