A ENFERMAGEM NO PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CONTRIBUIÇÕES PARA A VISIBILIDADE DA PROFISSÃO 1
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- Júlio César Balsemão Palma
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1 A ENFERMAGEM NO PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: CONTRIBUIÇÕES PARA A VISIBILIDADE DA PROFISSÃO 1 NASCIMENTO, Letícia 2 ; NEVES, Eliane Tatsch 3 ; PIESZAK, Greice Machado 4 ; POTRICH, Tassiana 5 ; SANTOS, Liana Pinheiro 6 RESUMO A prática da docência em enfermagem vem se mostrando cada vez mais presente no ensino técnico pelo crescente incentivo na formação de profissionais pelas atuais políticas educacionais. Nesse contexto, a formação pedagógica e didática do profissional enfermeiro está cada vez mais sendo necessária para atender estas demandas educacionais. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é descrever a experiência das autoras em um curso especial em nível de graduação de formação de professores para nível técnico na Universidade Federal de Santa Maria (PEG/UFSM). Para tanto, foram descritas as percepções positivas acerca desta formação transdisciplinar e a formação pedagógica do enfermeiro no PEG. Percebemos que, esta vivencia transdisciplinar nos possibilitou o convívio com profissionais de diversas áreas com trocas de experiências voltadas a docência o que possibilitou ampliação do leque de conhecimento com discussões ricas no contexto educativo. O curso nos possibilita o preenchimento da lacuna em nossa formação pedagógica proporcionando a dinamização da relação ensino-aprendizagem. Além disto, favorece o comprometimento da formação com a educação inclusiva, através da disciplina de Libras ausente hoje no currículo da formação de enfermagem e tão importante na prática da docência. Nesse sentido a experiência no âmbito da educação permite à enfermagem 1 Relato de Experiência. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2 Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Pós graduação em Enfermagem da UFSM. Santa Maria, RS, Brasil. let.nasci@yahoo.com.br 3 Enfermeira Pediatra. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento e do Programa de Pós- Graduação em Enfermagem da UFSM. Santa Maria, RS, Brasil. elianeves03@gmail.com 4 Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Pós- Graduação em Enfermagem da UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. greicepieszak@gmail.com 5 Enfermeira. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM. Santa Maria, Brasil.. tassipotrich@yahoo.com.br Enfermeira. Graduanda pelo Programa Especial de Formação de Professores da UFSM. Santa Maria, RS, Brasil. lips30@gmail.com 1
2 oportunidades de novos olhares direcionados a formação docente em nível técnico. A formação de professores para a educação profissional é, atualmente, uma prática imprescindível, necessitando a expansão desta modalidade de ensino de forma qualificada para os cursos que hoje possuem esta lacuna na formação, principalmente no curso de enfermagem. Descritores: Enfermagem; Educação; Educação em Enfermagem. 1. INTRODUÇÃO A educação constitui-se como parte da vida das pessoas, pois desde o nascimento, aprende-se que e/ou ensina-se algo a alguém, em um processo contínuo, dinâmico e interativo que visa o aprendizado constante, o aprender a fazer, conhecer, ser e a interagir uns com os outros, características que fundamentam a educação. 1 A saúde e a educação são entendidas como duas instituições com potencial para gestar seres críticos e políticos em nosso atual cotidiano, por meio das ações e práticas que envolvem o ensinar e aprender, o cuidar de si e o cuidar do outro. 2 Sabe-se que a área da saúde e a educação se relacionam em um fluxo constante, permitindo o aprendizado e o crescimento profissional. A saúde é um objeto de desejo de todos; é por isso altamente agregadora de sentidos e significados. A Educação assume neste ensaio um caráter que a coloca para além do manejo do conhecimento formal, sendo a base para a construção da autonomia e da cidadania de todos. 2,3 A partir das mudanças no significado do trabalho de nível ténico, faz necessário um preparo do docente para atender as necessidades dos alunos, o professor deve estar atento às mudanças no mundo do trabalho, devendo procurar estar sempre atualizado, buscando trabalhar com novas tecnologias, inovando o espaço educativo. 2 Sendo assim, pode-se definir que a docência da educação profissional está centrada no desenvolvimento de competências e habilidades profissionais. Neste contexto, a Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional nº.9394/1996 e as Diretrizes Curriculares para Formação de Professores da Educação Básica em Cursos de Nível Superior, defendem a reversão do quadro da educação brasileira atual, e salienta a necessidade da ruptura de um círculo vicioso "inadequação da formação do professorinadequação da formação do aluno...", reforça a necessidade de criação de cursos de 2
3 formação de professores para o ensino técnico. Contudo, serão supridas as deficiências resultantes do distanciamento entre o processo de formação docente e sua atuação profissional, mas também a necessidade de preparação do professor para as práticas pedagógicas voltadas para a construção de competências e habilidades. 3 Desta forma, o Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para a Educação Profissional (PEG) possui como objetivo formar professores em nível superior para a docência em Educação Profissional Técnica de Nível Médio, capacitados pedagógicamente para atuar no ensino das disciplinas técnicas em espaços escolares e não escolares. O presente estudo relata a experiência vivenciada enquanto enfermeiras graduandas do Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para a Prática Profissional no Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2. METODOLOGIA Trata-se de um relato de experiência acerca da vivência enquanto alunas/enfermeiras no Programa de Graduação de Formação de Professores para a Edução Profissional (PEG) no Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria, RS. O período de estudo compreende os anos de 2011 a 2012, período este, pelo qual as autoras estão inseridas neste curso de graduação. O PEG possui duração de 3 semestres, com prazo máximo de 4 semestres para integralização curricular, com carga horária total do programa de 990 horas-aula. As aulas acontecem no centro de educação da UFSM, nas sextas-feiras, nos turnos tarde e noite e aos sábados nos turnos da manhã e tarde, com atividades presenciais e virtuais no ambiente do aluno, denominado de moodle. O processo seletivo ocorre duas vezes ao ano, por meio de seleção por currículo e entrevista. Totalizam 150 alunos selecionados divididos em 3 turmas, dentre estes alunos das mais diversas áreas como ciências exatas, humanas, agrícolas, saúde e sociais, o que caracteriza-o como formação em um contexto transdisciplinar. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Enfoque transdisciplinar na formação docente no PEG 3
4 A realização deste curso nos possibilitou trabalhar inter e transdisciplinarmente, situando os diferentes saberes de cada profissão no conjunto do conhecimento escolar. 4 Desta forma, o desenvolvimento das ações educativas por meio de saberes não fragmentados, possibilita a compreensão da docência de uma forma mais ampla, pois as diferentes áreas de conhecimento articulam-se umas às outras. Esta vivência transdisciplinar possibilitou o convívio com profissionais de diversas áreas, permitindo trocas de experiências voltadas a docência e ampliação dos nossos conhecimentos, por meio das discussões no contexto educativo. 3.2 Formação pedagógica do profissional enfermeiro no PEG As atividades desenvolvidas no curso de Formação de Professores preconizam a docência no ambito da educação profissional, permitindo práticas inerentes à realidade profissional do enfermeiro. O enfermeiro a partir de sua formação está inserido no contexto educacional formando e aperfeiçoando técnicos de enfermagem e, sem trazer a formação pedagógica em seu currículo. Na área da saúde, a fragmentação do saber, presente tanto no ensino como na prática profissional, oculta a realidade e fragmenta o próprio homem. Por isso, é preciso sermos vigilantes, pois, a excelência técnica não deve ser divorciada da relevância social das ações de saúde e do próprio ensino. 5 Com isso, a importância de refletirmos e cultivarmos a construção de uma cultura ética, quer na saúde, quer na educação, ou em qualquer outra área. Corrobora com isto, uma pesquisa realizada em 2008 cuja fundamentação teórica da mesma revelou que a preocupação com a formação do enfermeiro crítico, reflexivo e transformador na sociedade é bem recente, sendo que sua efetivação passa obrigatoriamente pela formação dos professores. Para que haja ensino de qualidade, é necessário oferecer aos professores uma formação adequada. 6 O curso nos possibilita o preenchimento de uma lacuna em nossa formação pedagógica proporcionando a embasamento para a relação de ensino-aprendizagem, promovendo a autonomia e a contextualização dos diversos saberes disciplinares integrando os conhecimentos científicos aos pedagógicos. Além disto, favorece o comprometimento da formação com a educação inclusiva, através da disciplina de Libras ausente hoje no currículo da formação de enfermagem e tão 4
5 importante na prática da docência. Onde buscamos a superação entre o saber e o fazer pedagógico nesta realidade hoje cada vez mais inserida nos bancos escolares. Com tudo, ser professor, não é uma simples missão, exige preparo, e conscientização do nosso compromisso ético com a sociedade e acima de tudo com a formação dos profissionais que lançamos no mercado de trabalho. A prática docente é sublinhar a nós mesmos, professores e professoras, com a responsabilidade ética no exercício de nossa tarefa de ensinar. 7 Contudo, para que nosso compromisso seja efetivado com sucesso devemos ter uma formação pedagógica de qualidade adequada ao contexto educacional brasileiro. 4. CONCLUSÃO Sabe-se que o enfermeiro a partir de sua formação, está inserido no contexto educacional formando e aperfeiçoando técnicos de enfermagem, o PEG proporciona o aperfeiçoamento na área da docência e oportuniza que a enfermagem atua de forma qualificada na formação de novos profissionais no âmbito técnico. Com isso, a oportunidade de realizarmos o curso de Formação de Professores no âmbito da educação, permite a enfermagem o desenvolvimento de aperfeiçoamento e crescimento profissional, além de habilidades para a formação para docência em nível técnico, pois é uma prática imprescindível que necessita a expansão desta modalidade de ensino de forma qualificada. REFERÊNCIAS 1 Delors J. Os quatro pilares da Educação. Educação: um tesouro a descobrir. 4. ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO; Pereira WR. Entre a dominação simbólica e a emancipação política no Ensino Superior em Enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2011; 45 (4): Perrenoud P. Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza. Porto Alegre: Artmed Editora; Pereira LAC. Fórum de Educação Profissional a Formação de professores para a Educação Profissional Brasília-DF; Agosto de Perrenoud P.10 Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Artmed Editora;
6 6 Germano RM. O Ensino DE Enfermagem em tempos de mudança. Rev Bras Enferm, Brasília jul/ago; 56(4): Freire P. Pedagogia da autonomia, saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Ed. Paz e Terra;
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