Legislação de Segurança e Saúde do Trabalho Que Futuro?
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- Victorio da Rocha Alcântara
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1 Legislação de Segurança e Saúde do Trabalho Que Futuro? Fernando Cabral
2 1. Da afirmação à crise do Direito do Trabalho O Direito do Trabalho afirma-se nos sécs XIX e XX no contexto do desenvolvimento do Capitalismo e da Revolução Industrial e teve como 1ª motivação:» A segurança física. Há 2 etapas fundamentais no desenvolvimento do Direito do Trabalho: 1ª: Legislação avulsa (sobre trabalho mais penoso e trabalhadores mais vulneráveis, proteção social, direitos coletivos dos trabalhadores), seguida de uma dinâmica imprimida pela OIT, que levou ao desenvolvimento das Administrações do Trabalho e dos Corpos Legislativos Nacionais; 2ª(pós 2ª guerra): Desenvolvimento do Sistema de Relações de Trabalho com a regulação de: poder de direção do Empregador; direitos dos Trabalhadores; relações coletivas de trabalho. Fernando Cabral 2 Sistema regulador da tensão trabalho assalariado-capital
3 1. Da afirmação à crise do Direito do Trabalho Entretanto, o mundo mudou no paradigma da economia: perda de referenciação nacional; e evolução dos cenários internacionalizaçãomultinacionalização-globalização. E vários fatores determinantes vieram instalar no Direito do Trabalho uma crise profunda, sendo de destacar entre eles: Sobredimensionamento do mercado; Transformação da empresa; Determinância da tecnologia; Influência dos consumidores; Mutações do Trabalho; Formas contratuais do trabalho. Fernando Cabral 3
4 1. Da afirmação à crise do Direito do Trabalho Esta crise tem como principais dimensões: Reforço dos poderes do Empregador; Fragilidade do estatuto do Trabalhador; Flexibilização do tempo de trabalho; Redução da representatividade das organizações coletivas; Políticas públicas desregulamentadoras da relação de trabalho. Fernando Cabral 4
5 2. A sobrevivência da Segurança e Saúde do Trabalho Todavia, a Segurança e Saúde do Trabalho é o vetor que melhor tem resistido a esta tormenta que atravessa o Direito do Trabalho. A OIT mantem-se ativa e a EU dispõe de um património considerável que é mesmo suscetível de influenciar o desenvolvimento do próprio Direito do Trabalho, alargando-lhe os horizontes. Fernando Cabral 5
6 Tratados CECA (1952) e EURATOM (1957): Abordagens preventivas circunscritas às áreas específicas das minas, metalurgia e radiações ionizantes. Tratado CEE (1957): vetor da SST condicionado: Legislação de prescrições mínimas (estratégia europeia de harmonização no progresso), seguindo a regra da aprovação por unanimidade teve mais desenvolvimento a segurança de produtos do que a segurança dos Trabalhadores. Fernando Cabral 6
7 Programa de Ação Social de 1974 deu lugar a vários desenvolvimentos: Criação da Fundação Europeia p/ Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho; Início de Programas comunitários plurianuais p/ a SST: 1º Programa: Período , centrado nas causas dos acidentes e doenças do trabalho; 2º Programa: Período , centrado na informação e formação sobre prevenção de riscos profissionais; Criação (junto da Comissão Europeia) do Comité Consultivo para a Segurança, Higiene e Proteção da Saúde no Local de Trabalho; Início da atividade legislativa, com a adoção de 7 Diretivas Comunitárias (sobre riscos específicos). Fernando Cabral 7
8 Ato Único Europeu (1987): Integrou as condições de trabalho no objetivo central do mercado comum; Aprovação da legislação de SST por maioria qualificada; Distingue as abordagens segurança do trabalho / segurança do produto ; Do Ato Único resultou a publicação da Diretiva quadro da SST (1989): alarga substancialmente o horizonte da SST, ao definir para o Empregador uma obrigação geral de prevenção face a todos os riscos e face todos os trabalhadores da empresa; Segue-se, então, intensa produção legislativa comunitária na SST (Diretivas Especiais). Fernando Cabral 8
9 Carta Comunitária dos Direitos Sociais Fundamentais dos Trabalhadores (1989): Inclui referências expressas à proteção da segurança e saúde dos trabalhadores; Em apoio desta política foi adotado o 3º Programa de Ação na SST ( ), evidenciando as questões de ergonomia, da proteção da saúde e das particularidades das PME. Fernando Cabral 9
10 Tratado Maastricht (1993): Confirma a política do Ato Único para a SST; Tratado Amesterdão (1999): Aprofunda o objetivo da política europeia de SST em função de resultado: obtenção de locais de trabalho seguros; Estabelece relação entre políticas de SST e as políticas de emprego. O 4º Programa de Ação na SST ( ) veio evidenciar preocupações decorrentes da invasão das tecnologias de informação no mundo do trabalho; A Agência Europeia para a SST é criada em Fernando Cabral 10
11 Estratégia de Lisboa (2000): Objetivo de crescimento económico baseado no conhecimento integra a SST, evidenciando-se a abordagem dos novos riscos psicossociais; O 5º Programa de Ação para (estratégia europeia da SST) retoma esses temas e aborda os reflexos da crise das instituições do Direito do Trabalho na SST. Tratados Nice (2003) e Lisboa (2009): 6º Programa de Ação - Nova estratégia plurianual ( ) da EU para a SST reforça a referência aos riscos psicossociais e obriga os Estados a definir estratégias nacionais para a SST alinhadas com a política europeia. Fernando Cabral 11
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