INTERDISCIPLINARIDADE: INTEGRAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE EM PROL DO USUÁRIO 1 RESUMO
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- Edison Figueira Caminha
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1 INTERDISCIPLINARIDADE: INTEGRAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE EM PROL DO USUÁRIO 1 MOURA, Ariane 2 ; ZIEGLER, Fernanda 2 ; DOTTO, Jessica 2 ; GEHLEN, Maria Helena; WEBER, Shuelen 2 ; CARLlOSSO, Viviane 2 1 Trabalho apresentado na Disciplina de Desenvolvimento Profissional V do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano _UNIFRA 2 Acadêmicos do oitavo Semestre do Curso de Graduação em Enfermagem (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil. vivicarllosso@hotmail.com RESUMO Este estudo objetivou refletir sobre a relevância da integração da equipe de saúde em prol do usuário, enfatizando a humanização em saúde. Trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo com abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada em bases online de dados e em artigos científicos. Dentro desse contexto, o trabalho interdisciplinar é de total relevância desde que haja uma completa integração entre a equipe de saúde visando a melhora na qualidade da assistência através da coesão das diferentes áreas sem sobrejunça de nenhuma. Dessa maneira é possível construir uma dinâmica de trabalho difundindo experiências e conhecimentos entre os profissionais, visando a recuperação e o bem estar do usuário. Palavras-chave: Interdisciplinaridade; Promoção da saúde; Equipe de Saúde. 1. INTRODUÇÃO Interdisciplinaridade é caracterizada, pelas trocas entre especialistas, interação de diferentes saberes e práticas, gerando uma ação em comum, com o objetivo de vislumbrar o usuário como um ser integral, valorizando cada categoria profissional, sem sobreposição de saberes. No dicionário, interdisciplinaridade diz respeito a relações entre várias disciplinas ou áreas de conhecimento (FERREIRA, 1973). O trabalho que integra vários profissionais, ou seja, trabalho em equipe, é uma técnica eficaz e cada vez mais utilizada nos serviços de saúde como instrumento de processo de trabalho. Essa integração pode ser interdisciplinar, multidisciplinar e/ou transdisciplinar (MATOS, et al, 2005). Todavia, independente do termo utilizado, a motivação é para que os profissionais envolvidos no setor
2 (hospital, unidade básica, clínicas e afins) excedam a atuação tecnicista baseada em uma única especialidade e percebam a necessidade de vinculação de várias ciências afim da promoção/recuperação/proteção da saúde integral do ser. O trabalho interdisciplinar não necessariamente precisa que estejam dois ou mais profissionais atuando no mesmo tempo físico com o paciente, comunidade entre outros. Ele diz respeito a ação conjunta estruturada e embasada comumente que pode, ou não, ser desenvolvida em um mesmo período. Na verdade, o trabalho em equipe traz novos desafios, exigindo competências e habilidades em grupo e a justificação clara e objetiva de procedimentos técnicos pertencentes à dada especialidade (MATOS, et al, 2005). Remete à conexão de metas que possibilitarão a criação de um plano de estratégias para intervir na qualidade do serviço facilitando o mesmo além do próprio benfício ao cliente. A ação interdisciplinar poderá abranger, entre outras, a adaptação a diversas patologias, grupos de prevenção (DST, gravidez na adolescência etc.), grupos de apoio (hipertensos, diabéticos, portadores de HIV). Aliada a essa configuração interdisciplinar observamos a crescente concordância com o modelo biopsicossocial que entende saúde pelo conjunto das faculdades físicas, sociais e mentais, todas em plena harmonia. Esse modelo vem de encontro ao arcaico modelo biomédico que reconhece saúde apenas como ausência de patologia. O estudo justifica-se pela importância na discussão acerca da interação dos profissionais na área da saúde, propiciando uma melhor formação acadêmica voltada para dialogia de saberes, que se refletirá na excelência do cuidado de forma integral e humanizada ao cliente, contribuindo para o aperfeiçoando e desempenho da equipe interdisciplinar (COSTA e CREUTZBERG, 1999). O objetivo norteador deste trabalho é refletir sobre a relevância da integração da equipe de saúde em prol do usuário, com enfâse na humanização em saúde. 2.METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo com abordagem qualitativa. É uma revisão bibliográfica porque visa recuperar o conhecimento científico acumulado sobre um problema, descritiva pois tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou
3 fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis, e qualitativa que entende como aquelas capazes de incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos (MINAYO, 2008). A pesquisa realizada de maio a junho de 2011, em artigos científicos na Biblioteca Virtual em Saúde, BVS. Os descritores utilizados foram os seguintes: interdisciplinaridade, equipe de saúde, promoção da saúde. Foram encontrados quinze artigos referentes a eles sendo que, para a realização da pesquisa, três foram os escolhidos. Os critérios de inclusão foram artigos publicados na base de dados on-line escolhida e que compreendessem os descritores selecionados. Os critérios de exclusão foram artigos que não compreendessem nenhum dos descritores, artigos em sites não acadêmicos. Não existem questões éticas que possam interferir nesse estudo, pois, o mesmo foi feito através de artigos já publicados. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Enfrentamos hoje, um intenso processo de especialização na área da saúde, e devido isto é preciso veicular o trabalho em equipe como uma estratégia de aprofundar os conhecimentos e a intervenção na prestação de serviços aos usuários (CARDOSO et al, 2007). Embora o setor Saúde pressuponha trabalho em conjunto, a equipe por vezes atua independentemente e não faz uso da difusão de conhecimento para a construção de novos saberes que resultem numa melhor qualidade nos resultados do serviço. Essa conduta poderia estar ligada ao já referenciado modelo biomédico que distancia-se da interdisciplinaridade à medida que implica numa hierarquia inapropriada onde o médico detém total autoridade sobre os demais profissionais. Esses, portanto, perderiam sua autonomia individual e de grupo dificultando as ações coletivas em prol da resolutividade do serviço. Outro fator seria que a própria equipe por vezes usa da interdisciplinaridade para a inversão da real proposta (dialogia de saberes) e, constituindo uma competição, individualiza o trabalho tornando inviável a integração intersetorial para operacionalizar as estratégias. A coesão da equipe não significa abolir as especificidades do trabalho, pois a especialidade de cada área permite um melhor desempenho e aprimoramento técnico, bem como maior produção dos serviços prestados (CARDOSO et al, 2007).
4 A articulação entre as equipes alcança resultados satisfatórios pois pressupõe que ambas buscam oferecer ao cliente atendimentos de qualidade elevada e diversificada, desse modo, sistematizando o trabalho. A equipe interdisciplinar que atua dentro de um hospital, relata que muitas vezes percebe uma determinada dificuldade de comunicação entre si. Isso acaba por gerar certa frustração no ambiente de trabalho. A falta de comunicação e de clareza frente ao coletivo que se refere à equipe interdisciplinar dificulta o trabalho em equipe possivelmente devido ao fato do hospital ser uma instituição complexa e que abrange um grande número de especialidades. Sendo assim, a ideia do movimento interdisciplinar é a superação de limites das disciplinas científicas, construindo um conhecimento, dialogado, para que hajam resultados concretos dentro daquilo que é proposto através das experiências dos profissionais (MATOS, et al, 2005).. 4.CONSIDERAÇÕES FINAIS Observou-se que a preocupação com a humanização e resolutividade vem crescendo exponencialmente e ela, além de outros fatores, é alcançada através de uma ação coesa e estruturada da equipe de saúde, ou seja, equipe interdisciplinar. Para tanto, torna-se necessário reflexões acerca das questões de saúde, enfatizando o cuidado integral e humanizado por parte dos profissionais. No entanto, a integração entre a equipe ainda gera muitos desafios e disputas o que acaba por distanciar os profissionais de seu real objetivo, o bem estar dos clientes, podendo influenciar em seu tratamento e retardar a recuperação dos mesmos. Constatou-se, que é necessario reforçar a ideia da interdisciplinaridade, no intuito de que os profissionais possam se comunicar de forma efetiva, pois, o processo de visões compartilhadas se dá de forma lenta e exige trocas constantes, afim de que estratégias isoladas convertam-se em ações conjuntas assim colaborando na efetivação da prestação do cuidado. Portanto, o trabalho interdisciplinar é de total relevância desde que haja uma completa integração entre a equipe de saúde, ou seja, embora os indivíduos possuam concepções diferentes e particulares a respeito de uma realidade, ambos devem compartilhar a responsabilidade pelo todo e não somente pelo que pertence
5 a sua área de atuação, tendo como foco central a melhora na qualidade da assistência, a recuperação e o bem estar do usuário. REFERÊNCIAS CARDOSO, Jefferson Paixão et al. Formação interdisciplinar: efetivando propostas de promoção da saúde no SUS. Vol 20 n. 4, p , COSTA, Anita Marques; CREUTZBERG, Marion. Interdisciplinaridade: percepçäo de integrantes de um programa de promoçäo e atençäo à saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem; vol 20, p , FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, MATOS, Eliane et al. A epistemologia de Ludwick Fleck: subsídios para a prática interdisciplinar em saúde. Texto contexto - enferm. vol.14 no.3 Florianópolis July/Sept MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 7º ed. São Paulo- Rio de Janeiro, Hucitec-Abrasco, 2008.
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