COMPOSIÇÃO CORPORAL EM CRIANÇAS DE 9 A 11 ANOS DE IDADE MATRICULADAS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO

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1 COMPOSIÇÃO CORPORAL EM CRIANÇAS DE 9 A 11 ANOS DE IDADE MATRICULADAS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO Com o passar dos anos, nota-se um interesse crescente pelos transtornos alimentares. Estudos apontam que à obesidade, preocupa alunos, pesquisadores e profissionais que atuam na área da saúde. Em países considerados desenvolvidos a obesidade tem exposto um crescimento ascendente, principalmente a obesidade infantil - subsequente dos maus hábitos alimentares e, sobretudo por intermédio do sedentarismo. A Organização Mundial de Saúde OMS (WHO, 1995), desde 1997, classifica a obesidade como uma doença, com graves consequências; dentre elas as infecções respiratórias, hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer estrogênico, depressão. Além do surgimento de doenças a obesidade também gera distúrbios psicológicos. Para HALPER (1998), as crianças e adolescentes obesos podem ser deprimidos ou apresentar uma autoimagem negativa, apresentando a tendência a serem mais passivos e se isolarem dos colegas, podendo tornarem-se obsessivamente preocupados com seu peso, o que muitas vezes pode acarretar quadros de anorexia e bulimia, ou pelo fato de tornarem-se mais passivos piorarem seu quadro de obesidade. Estudos sobre estes transtornos alimentares, principalmente no período da infância, supõem que o nível sócio econômico e cultural, o ambiente familiar assim como o tempo em que permanecem no ambiente escolar, são determinante para que a criança tenha um desenvolvimento saudável no decorrer de sua vida. Essas especulações passam a ser comprovadas quando são feitos estudos de avaliação da composição corporal em diferentes populações, visando quantificar seu desenvolvimento. Estudos que avaliam a população composta por crianças levam-nos a perceber que possivelmente, se houverem índices elevados de sobrepeso ou desnutrição desde cedo, esses virão a serem adultos que comprovarão as pesquisas epidemiológicas. De acordo com Assunção, Araújo e Cordás (2002), os transtornos alimentares caracterizam-se por apresentar alterações graves

2 na conduta alimentar, proporcionando inúmeras doenças no decorrer da vida do individuo. Objetivo O presente estudo, buscou identificar a composição corporal de crianças que estejam matriculadas na rede pública de ensino de Campina Grande/PB, com idade entre 9 e 11 anos. Determinando as características antropométricas (massa corporal, estatura, índice de massa corporal e massa gorda) das crianças. Classificando o (IMC) através da relação da idade, (MC) massa corporal e (ES) Estatura. Verificando possíveis diferenças entre os gêneros masculino e feminino em relação ao % Massa Gorda e IMC. Metodologia Este estudo foi caracterizado por ser uma pesquisa descritiva, de campo com abordagem quantitativa. Ultilizou-se como amostra o corpo discente de uma escola estadual no município de Campina Grande PB. Para a investigação dos pressupostos, utilizamos uma avaliação morfológica corporal, realizada através de medidas de peso, estatura e dobras cutâneas, para se estimar o Índice de Massa Corporal IMC, e a Massa Gordura - MG, dos pesquisados e, consequentemente, por intermédio desses índices, determinar a composição deste grupo. O tratamento estatístico das informações foi realizado mediante ao software aplicativo Statistical Package for the Social Sciences - SPSS do tipo científico. Resultados Resultados encontrados no presente estudo foram a relação e a correlação entre a idade com IMC e % de Gordura, onde houve uma associação positiva estatisticamente significativa, ou seja, quanto maior for a idade em meses maiores foram os valores dos IMC e % de Gordura.

3 Discussão e conclusão Os resultados indicaram que para o índice de massa corporal em ambos os gêneros não tivemos diferença estatisticamente significativa, ao comparar toda amostra estudada sem avaliar o estado nutricional. Esses dados encontrados apontaram desenvolvimento estrutural e ganho de peso corporal semelhantes para ambos os gêneros nessa faixa etária. Tais achados estão em concordância com outros estudos. Sobre esse contexto, Melo (2010) constatou que a maior parte das crianças avaliadas em um estudo com uma amostra de 111 crianças, apresentou IMC (kg/m2) e % de gordura dentro dos padrões esperados por faixa etária de 8 a 10 anos de idade, embora que as meninas apresentaram valores mais elevados. No presente estudo as meninas apresentaram valores mais elevados no percentual de gordura. Essa diferença entre os gêneros segue a linha de estudo de McMurray et al. (2002) e Sleap e Tolfrey (2001). Guerra et al. (2002) findaram que os valores de gordura corporal são superiores para as meninas desde a fase pré-púbere. Diferenças sexuais na composição corporal entre os gêneros antes da puberdade foram detectados em vários estudos, que observaram quantidades mais elevadas de massa magra nos meninos e de massa gorda nas meninas. Por ser um tema bastante abrangente, atual e polêmico, vê-se a importância de novos estudos direcionados a composição corporal, buscando dados da nossa realidade. Retrata-se a importância de uma boa escolha por uma boa alimentação e pela a prática da atividade física ainda mais neste ambiente escolar, onde é possível selecionar melhor o conteúdo de ingestão e ter uma prática de atividade física assídua, já que para apresentar as características apontadas por Pikunas (1979) onde a criança deve ser capaz de brincar construtivamente, desenhar, estar em movimento constante, e usufruir toda a energia que lhes é permitida, faz-se necessário um organismo em equilíbrio, afastado de qualquer possibilidade de distúrbios alimentares e sedentarismo. Referências Bibliográficas

4 ASSUNÇÃO, S. S. M.; ARAÚJO, L. A. S. B.; CORDÁS, T. A. Atividade física e transtornos alimentares. Rev Psiquiatr Clín, São Paulo, v. 29, p. 4-13, Suplemento 1. GUERRA, M.; SOUZA, M.J. Como observar cromossomos: um guia de técnica em citogenética vegetal, animal e humana. Funpec. São Paulo. 2003, 131p. PIKUNAS, Justin. Desenvolvimento humano: uma ciência emergente. São Paulo: McGraw-Hill, p. McMurray, B., Tanenhaus, M.K. and Aslin, R.N. Gradient effects of withincategory phonetic variation on lexical access. Cognition, 86(2), B33-B42 (2002). MELO, S. W. M. Avaliação da composição corporal de crianças escolares matriculados na rede pública e privada. Dissertação de Mestrado do Departamento de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Lusófona de Humanidade e Tecnologias. Lisboa, Portugal, Slaughter, M.H.; Lohman, T.G.; Boileau, R.A.; Horswill, C.A.; Stillman, R.J.; Vanloan, M.D.; Bemben, D.A. (1988). Skinfold equations for estimation of body fatness in children and youth. Human Biology. Speiser P.W.; Rudolf M.C.J.; Anhalt H.; Camacho-Hunber C.; Chiarelli F.; Eliakim A.; Hershkovitz E.; Iughetti L.; Krude H.; Latzer Y.; Lustig R. H.; Pescovitiz O. H.; Pinhas-Hamiel O.; Rogol A.; Shalatin S.; Sultan C.; Stein D.; Vardi P.; Werther G. A.; Zadik Z.; Zucherman-Levin N.; Hochberg Z. Consensus statement: childhood obesity. J Clin Endrocrinal Metab. 2005,90, p Sleap, M. and Tolfrey, K. Do 9- to 12-yr-old Children Meet Existing Physical Activity Recommendations for Health?, Medicine and Science in Sports and Exercise 33(4): (2001).

5 WHO. Physical Status: The Use and Interpretation of Anthropometry. Geneva, World Health Organization, 1995 (Technical Report Series, 854).