A VIOLÊNCIA SEXUAL COMO ACIDENTE DE TRAJETO. ANÁLISE A PARTIR DE CASOS ATENDIDOS E NOTIFICADOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR EM 2016

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Rafaela Martins Melgaço
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1 A VIOLÊNCIA SEXUAL COMO ACIDENTE DE TRAJETO. ANÁLISE A PARTIR DE CASOS ATENDIDOS E NOTIFICADOS NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR EM 2016 HELEN F. M. ZANCANARO BRUNO L. DA SILVA MARCELO B. DA SILVA RODRIGO CAMARGO FABIANA C. S. A FARIAS CRISTINA BATISTA JOÃO CARLOS A. LOZOVEY

2 Brasil: INTRODUÇÃO casos de estupros registrados no país no ano de 2014, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2015; 23,5 casos para cada habitantes 35% dos casos de violência sexual são notificados, em média; Paraná: casos em 2014; 35,3 registros para cada habitantes; No ano de 2002 o Hospital de Clínicas de Curitiba tornou-se referência em atendimento de Violência Sexual para a região;

Atendimento Médico Preenchiment o da ficha do SINAN

3 INTRODUÇÃO Fluxo de atendimento às Vítimas de Violência Sexual no HC: Acolhimento da vítima no PA de GO Atendimento Médico Preenchiment o da ficha do SINAN Atendimento do Serviço Social Orientação Médico- Social da paciente

Epidemiologia Hospitalar - HC para análise epidemiológica e digitação no

da Mulher, se autorizado; Delegacia Local, no caso de Homens Casos com

4 INTRODUÇÃO Fluxo de atendimento às Vítimas de Violência Sexual no HC: Digitalização das fichas do SINAN As fichas vão para o Serviço de Epidemiologia Hospitalar - HC para análise epidemiológica e digitação no SINAN Conselho Tutelar acionado em casos de menores de 18 anos Delegacia da Mulher, se autorizado; Delegacia Local, no caso de Homens Casos com possível relação com Trabalho, são analisadas pela Residência de Medicina do Trabalho da UFPR/HT

5 JUSTIFICATIVA Número de ocorrências de Acidentes de Trabalho é crescente no Brasil; A Lei N 8.213/1991, artigos 19 a 21, da Previdência Social, inclui nos AT: Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho ; Ainda equipara ao AT os acidentes sofridos fora do local e horário de trabalho, incluindo os que ocorram No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo ou propriedade do segurado Impacto da violência sofrida na vida familiar e retorno ao trabalho Importância do papel do médico

6 OBJETIVO Estudar a temática da violência interpessoal vinculada ao sexo e suas relações com o trabalho, principalmente como Acidente de Trajeto e suas interpretações médicas e trabalhistas possíveis; Perfil das vítimas; Horários e locais dos acontecimentos; Discutir as condutas administrativas tomadas pelo Médico Assistente e o Médico do Trabalho; Questionar as possibilidades de intervenção do empregador, do poder público e da sociedade.

7 METODOLOGIA Estudo descritivo do tipo transversal; Coleta retrospectiva de dados secundários do Hospital das Clínicas UFPR, na cidade de Curitiba; Análise das fichas de notificação de violência sexual do SINAN no período de 01 de Janeiro a 15 de Outubro de 2016; Incluídos todos os casos de abuso sexual relacionados com Acidente de Trabalho ou Trajeto neste período; Excluídas as notificações em que não houve relação com o trabalho.

8 RESULTADOS 454 casos de Violência Sexual foram notificados no HC UFPR no período de 01 de Janeiro a 15 de Outubro de (5,0%) destes casos tiveram conotação com o trajeto ao trabalho; Todos os indivíduos foram do sexo feminino; A idade variou entre 14 a 46 anos, sendo 43,4% na faixa etária de 21 a 25 anos; O mês de Setembro de 2016 foi o de maior incidência, correspondendo a 21,7% das notificações; 73,9% dos casos ocorreram em Vias Públicas de Zonas Urbanas; 12 dos 23 casos ocorreram durante o período da manhã.

9 RESULTADOS Em todos os casos notificados houve relato de violência física/moral e relação de trajeto com o trabalho; Apenas em 1 deles a CAT foi emitida no momento do primeiro atendimento; Em 17 das notificações não foi emitido o documento; Em 5 destas fichas, não há registro de emissão da CAT. Registro ignorado.

10 DISCUSSÃO Quais condutas administrativas mais adequadas devem ser tomadas pelo médico assistente da vítima? Emitir ou não a CAT Sigilo sobre o conteúdo da violência sofrida X Direitos Trabalhistas Qual CID 10 seria o mais adequado Qual a responsabilidade do empregador em Acidentes de Trajeto desta origem Papel das autoridades públicas

11 REFERÊNCIAS 1- Batista J, Rodrigues SC, Lordani TVA, Andolhe R. Caracterização de vítimas de acidentes laborais atendidas em unidade de pronto atendimento da região sul/brasil. Rev Enferm UFSM 2015 jul/set; 5(3): Brasil. Portaria nº777, de 28 de abril de 2004: dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravo à saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde SUS. 3- Cavalcante CAA, Cossi MS, Costa RRO, Medeiros SM, Menezes RMP. Análise crítica dos acidentes de trabalho no Brasil. Rev. de Atenção à Saúde 2015 abr/jun; 13(44): Facuri CO, Fernandes AMS, Oliveira KD, Andrade TS, Azevedo RCS. Violência sexual: estudo descritivo sobre as vítimas e o atendimento em um serviço universitário de referência no Estado de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Públ mai; 29(5): Guimarães MC, Pedroza RLC. Violência contra a mulher: problematizando definições teóricas, filosóficas e jurídicas. Psicol. Soc. 2015; 27(2), Miranda FMD, Scussiato LA, Kirchhof ALC, Cruz EDA, Sarquis LMM. Caracterização das vítimas e dos acidentes de trabalho fatais. Rev Gaúcha Enferm 2012 jun; 33(2): Pimenta AA, Freitas FCT, Mendes AMOC, Navarro VL, Robazzi MLCC. Acidentes de trabalho ocorridos entre adolescentes. Texto Contexto Enferm2013 abr/jun; 22(2): Andrade, Rosires Pereira de. Violência Sexual contra mulheres: aspectosmédico, psicológicos, sociais e legais do atendimento / editor: Rosires Pereira de Andrade. Curitiba, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná, 2016.

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