RESUMO SIMPLES. AUTOPERCEPÇÃO DA VOZ E INTERFERÊNCIAS DE PROBLEMAS VOCAIS: um estudo com professores da Rede Pública de Arari MA
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- Luísa Santarém Carmona
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1 RESUMO SIMPLES AUTOPERCEPÇÃO DA VOZ E INTERFERÊNCIAS DE PROBLEMAS VOCAIS: um estudo com professores da Rede Pública de Arari MA Autores: Rayane Kelly Santana Santos, Raissa Dias Marques, Eduardo Magalhães Silva Introdução: A voz é responsável por uma grande porcentagem das informações contidas na mensagem que veiculamos, mas apesar disto, não recebe a devida atenção, colocando em risco a saúde vocal. Objetivo: identificar a percepção que os professores tem de suas vozes e se, quando percebem suas vozes alteradas utilizam alguma estratégia de enfrentamento ou se a presença destes comprometimentos gera restrições de participação e/ou limitações de atividades. Métodos: O Grupo Experimental (GE) foi constituído por 100 professores e o Grupo Controle (GC) por 40 não professores. Os participantes responderam aos protocolos: Termos Descritivos da Voz (TDV), Perfil de Participação e Atividades Vocais (PPAV) e o Protocolo de Estratégias e Enfrentamento das Disfonias (PEED) e o dados foram comparados entre os grupos com o teste t de Student, com 95% de confiança. Resultados: No protocolo TDV, tanto o GE como o GC selecionaram mais verbetes classificados como positivos, no entanto, a diferença entre as quantidades de verbetes positivos e negativos foi menor no GE (13,8) que no GC (32,6), sugerindo diferentes valorações da voz ou dos sinais apresentados. No protocolo PPAV todos os domínios apresentaram diferença estatisticamente significante (p<0,05) entre os grupos, com valores mais elevados no GE. Os escores totais médios foram de 42,0 e 13,4 pontos, respectivamente. A pontuação de limitação de atividades atingiu, respectivamente, no GE e no GC, 16,2 pontos e 5,6 pontos. E a pontuação de restrição de participação atingiu 13,9 e 4,5, respectivamente, para os GE e GC, definindo um impacto moderado da qualidade vocal sobre as atividades. Quanto ao uso de estratégias de enfrentamento, o protocolo PEED atingiu os escores totais médios de 41,5 no GE e 19,1 no GC, com diferença estatisticamente significante (p<0,05). O foco no problema definiu valores médios de 15,8 e 6,8, para o GE e o GC, respectivamente, e o foco na emoção, 25,6 para o GE e 12,3 para o GC, ambos com diferença estatisticamente significante (p<0,05), sugerindo que há maior tendência para utilização de estratégias com foco na emoção do que com foco no problema. Conclusão: Os dados sugerem que os professores percebem maior impacto das alterações e/ou modificações de suas vozes que o público em geral, definindo maior impacto na comunicação diária e tem preferência por uso de estratégias com foco na emoção. Palavras-chave: Voz. Qualidade de vida. Docente.
2 RESUMO EXPANDIDO AUTOPERCEPÇÃO DA VOZ E INTERFERÊNCIAS DE PROBLEMAS VOCAIS: um estudo com professores da Rede Pública de Arari MA Autores: Rayane Kelly Santana Santos, Raissa Dias Marques, Eduardo Magalhães Silva Palavras-chave: Voz, Qualidade de vida, Docente Introdução: A voz é responsável por uma grande porcentagem das informações contidas na mensagem que veiculamos, mas apesar disto, não recebe a devida atenção, colocando em risco a saúde vocal. Algumas pessoas têm uma imagem relativamente fiel da sua voz e do impacto que ela exerce sobre o ouvinte, no entanto, outras, muitas vezes, não observam as reações do outro sobre o seu modo de comunicação. De qualquer forma, de modo consciente ou não, "o falante influencia o ouvinte com sua voz e é influenciado pelas vozes das pessoas com quem se comunica" (1). Partindo desse pressuposto, a percepção da qualidade vocal é uma impressão subjetiva, que se baseia em comparações com outras vozes ou com impressões prévias do ouvinte sobre a mesma voz. Logo, a autopercepção vocal do professor é importante para a definição de estratégias de reabilitação e para a estruturação de políticas públicas que possam favorecer o bem-estar do sujeito, pois apesar de ser subjetiva, pode ser utilizada para realizar a comparação com medidas objetivas por meio de questionários, que permitem sua mensuração (2). Objetivo: Identificar a percepção que os professores tem de suas vozes e se, quando percebem suas vozes alteradas utilizam alguma estratégia de enfrentamento e se a presença destes comprometimentos gera restrições de participação e/ou limitações de atividades. Métodos: Este estudo está registrado e aprovado pelo Comitê de Ética da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís, sob o protocolo nº , e assumiu características de uma pesquisa exploratória, com abordagem de análise quantitativa. Após aquiescência da Secretaria de Educação, os gestores das Unidades de Ensino foram consultados sobre o interesse em participar do estudo. Após sua autorização, os professores foram consultados e convidados a participar. Durante as palestras os professores foram informados sobre os objetivos da pesquisa, a forma de coleta das informações, o caráter sigiloso da participação e se aceitassem participar na pesquisa, assinavam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que atendia
3 à Resolução nº 466-CNS, e, após sua participação, professores receberam uma cópia das FAQs em voz (SBFa, 2010), como forma de agradecimento. O Grupo Experimental (GE) foi constituído por 100 professores e o Grupo Controle (GC) por 40 não professores. Os participantes responderam aos protocolos: Termos Descritivos da Voz (TDV) (3), Perfil de Participação e Atividades Vocais (PPAV) (4) e o Protocolo de Estratégias e Enfrentamento das Disfonias (PEED) (5). Os dados foram comparados entre os grupos com o teste t de Student, com 95% de confiança. Resultados: No protocolo TDV tanto o GE como o GC selecionaram mais verbetes classificados como positivos, no entanto, a diferença entre as quantidades de verbetes positivos e negativos foi menor no GE (13,8) que no GC (32,6) sugerindo diferentes valorações da voz ou dos sinais apresentados. Este dado parece indicar uma maior preocupação com a qualidade da voz pelo GE, contudo, também pode ser sugestivo de uma maior autocrítica frente às modificações da voz em decorrência do seu uso contínuo e do não atendimento às demandas específicas da profissão docente. É importante que o indivíduo analise o impacto que acredita que sua voz produz nos ouvintes, autoavaliando seu comportamento vocal, seja no trabalho ou em uma conversa informal com outras pessoas (6). No protocolo PPAV todos os domínios apresentaram diferença significativa entre os grupos (p<0,05), com valores mais elevados para o GE. Os escores totais médios foram de 42,0 e 13,4 pontos, respectivamente (gráfico 1). Pode-se afirmar que os professores tem maior percepção do impacto das alterações e/ou modificações de suas vozes em seu trabalho que o publico em geral. A pontuação de limitação de atividades (PLA) atingiu, respectivamente, no GE e no GC, 16,2 pontos e 5,6 pontos; e a pontuação de restrição de participação (PRP) atingiu 13,9 e 4,5, respectivamente, para os GE e GC (gráfico 1), ambas com diferença estatisticamente significante (p<0,05), sugerindo que a amostra avaliada percebe mais a dificuldade imposta às atividades docentes, que a diminuição ou evitação de participação das atividades que envolvem o uso da voz, definindo um impacto moderado da qualidade vocal sobre as atividades. Embora esse não tenha sido o objetivo desta pesquisa, quando se analisam os escores dos domínios isoladamente, percebe-se que não há valorização dos sinais e sintomas vocais relacionando-os ao trabalho, pois o escore do domínio efeitos no trabalho (8,4-GE e 0,7-GC) é menor (p<0,05) que os escores dos domínios efeitos na comunicação diária (17,6-GE e 7,2- GC) e efeitos na comunicação social (12,8-GE e 2,1-GC) (tabela 1). Considerando, assim, que muitos desses profissionais não valorizam os sintomas relacionados à disfonia, agravando seu problema (7). Apesar de o resultado demonstrar que o GE percebe a influência da voz, pesquisas revelam que o professor não dá importância à voz no contexto de trabalho docente, sendo necessário, portanto, durante a formação, fazêlo compreender a importância da prevenção e da valorização da voz como um recurso fundamental na profissão (8). Quanto ao uso de estratégias de enfrentamento, o protocolo PEED atingiu os escores totais médios de 41,5 no GE e 19,1 no GC, com diferença estatisticamente significante (p<0,05) (gráfico 2). O foco no problema definiu valores médios de 15,8 e 6,8, para o GE e o GC, respectivamente, e o foco na emoção,
4 25,6 para o GE e 12,3 para o GC, ambos com diferença estatisticamente significante (p<0,05), sugerindo que há maior tendência para utilização de estratégias com foco na emoção do que com foco no problema. A estratégia focalizada na emoção tem como principal função reduzir a sensação física desagradável de um estado de estresse (9). Esse tipo de mecanismo de enfretamento com foco na emoção não modifica a situação propriamente dita, mas serve para o indivíduo negociar com as emoções e, assim, manter uma autoestima positiva, esperança e bem-estar (9). Conclusão: Os dados sugerem que os professores percebem maior impacto das alterações e/ou modificações de suas vozes que o público em geral, definindo maior impacto na comunicação diária e tem preferência por uso de estratégias com foco na emoção. Assim, observa-se a importância da capacitação vocal e das orientações sobre o uso adequado da voz na formação do professor, para que se torne um agente de saúde vocal e o habilite a utilizar adequadamente sua voz, minimizando os desconfortos físicos, melhorando suas condições de trabalho e, consequentemente, promovendo uma melhor qualidade de vida. Referências Bibliográficas 1 Behlau M, Pontes P. Higiene vocal: cuidando da voz. 4 ed. Rio de Janeiro: Revinter, Kasama ST, Brasolotto AG. Percepção vocal e qualidade de vida. Pró-Fono Rev de Atualização Cientifica. 2007; 19 (1): Behlau M, Pontes P. Avaliação e tratamento das disfonias. São Paulo: Lovise, Ricarte A, Oliveira G, Behlau M,. Validação do protocolo perfil de participação e atividades vocais (PPAV) no Brasil. CoDAS. 2013; 25 (3): Oliveira G, Hirani SP, Epstein R, Yazigi L, Behlau M. Coping strategies in voice disorders of a Brazilian population. J. Voice. 2012; 26 (2): Bicalho AD, Belhau M, Oliveira G. Termos descritivos da própria voz: comparação entre respostas apresentadas por fonoaudiólogas e não-fonoaudiólogas. Rev Cefac. 2010;12 (4): Costa DB, Lopes LW, Silva EG, Cunha GMS, Almeida LNA, Almeida AAF. Fatores de risco e emocionais na voz de professores com e sem queixas vocais. Rev. CEFAC (4): Grillo MHMM. The impact of a vocal improvement course in a speech language and hearing science prevention context. Pró-Fono. 2004;16(2): Bretas, MCA. Análise comparativa da qualidade de vida e estratégias de enfrentamento de indivíduos com disfonia decorrente ou não do câncer de laringe [tese]. São Paulo: Fundação Antônio Prudente; 2011.
5 Gráficos e Tabelas
6 45, 0 40, 0 35, 0 30, 0 25, 0 20, 0 15, 0 PLA PRP ET 10, 0 5, 0 0, 0 Professores Não Professores Gráfico 1 Escores médios total (ET) e pontuações de limitação de atividades (PLA) e de restrição de participação (PRP) dos grupos estudados. TABELA 1 Escores médios do PPAV e seus domínios PARÂMETRO GE GC Domínio 1: autopercepção do grau do problema vocal 3,2* 0,5 Domínio 2: efeitos da voz no trabalho 8,4* 0,7 Domínio 3: efeitos da voz na comunicação diária 17,6* 7,2 Domínio 4: efeitos da voz na comunicação social 12,8* 2,1 Domínio 5: efeitos da voz na sua emoção 9,0* 2,9 * - Diferença estatisticamente significante entre os grupos com significância de 95%.
7 45, 0 40, 0 35, 0 30, 0 25, 0 20, 0 15, 0 FP FE ET 10, 0 5, 0 0, 0 Professores Não professores Gráfico 2 Escores médios total (ET) e de estratégias com foco no problema (FP) e com foco na emoção (FE) dos grupos estudados neste trabalho.
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