Palavras-chave: Depressão. GDS 15. Reabilitação e estimulação cognitiva. Clínica de memória.
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- Salvador Vilaverde Paranhos
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1 A INFLUÊNCIA DA REABILITAÇÃO COGNITIVA NA VARIAÇÃO DOS SINTOMAS DEPRESSIVOS DE PESSOAS DE 50 ANOS OU MAIS Fernanda Fagundes Ribeiro 1 ; André Junqueira Xavier (orientador) INTRODUÇÃO: Os assuntos relacionados ao envelhecimento vêm sendo cada vez mais estudados em decorrência do aumento da população idosa no mundo. Nos países desenvolvidos, esse aumento ocorreu lentamente, permitindo um planejamento para que essas mudanças demográficas não interferissem negativamente na qualidade de vida da população. No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, esse fenômeno é recente e vem acontecendo de forma rápida, apresentando para a sociedade o desafio de se adaptar a essa nova realidade. 1 O passar da idade se associa ao declínio das capacidades tanto físicas como cognitivas, sendo difícil a exata separação entre doença e envelhecimento.à medida que o número de idosos aumenta na população, é necessário um conhecimento especializado de suas necessidades e uma atenção maior às suas mudanças. 2 Dentre estas mudanças, estão os agravos cognitivos se intensificam a partir dos 50 anos de idade e são importantes causas de morbimortalidade. Atualmente representam o problema de saúde mental que mais cresce em importância e número, com incidência de 0,6%, na faixa dos anos e 8,4% naqueles com mais de 85 anos, e sua prevalência aumentando exponencialmente com a idade, passando de 5% entre aqueles com mais de 60 anos, para 20% naqueles com idade superior a 80 anos 3,4 A prevenção e detecção precoce possibilitam intervenção eficaz, diminuem os níveis de estresse para os familiares, reduz riscos de acidentes, prolonga autonomia e talvez, em alguns casos, evite ou retarde o início do processo demência. 5 Esta população também está exposta à depressão devido à genética, redução de perspectivas sociais; declínio da saúde; perdas freqüentes; alterações biológicas, vasculares, estruturais e funcionais; além de disfunção neuroendócrina e neuroquímica que ocorrem no cérebro durante o envelhecimento. 6,7 A mesma é apontada como um problema de saúde pública que afeta um em cada seis pacientes idosos tratados na atenção básica, se torna mais grave com o avançar da idade e prejudica de uma forma intensa a qualidade de vida do idoso. 8 Em termos de tratamento da depressão, a realização da atividade física auxilia na redução da ansiedade e do estresse, resultando na recuperação da auto-estima
2 e ajudando no tratamento da depressão. O convívio social aliado a essa pratica saudável contribui de uma forma decisiva nos sintomas depressivos do idoso, impedindo a perda de identidade, de liberdade, humor e à solidão. 9 Neste cenário, a Reabilitação Cognitiva é considerada um processo terapêutico com objetivos bastante específicos, que englobam tanto aspectos ligados ao desempenho físico, quanto ao desempenho intelectual. Neste domínio, o computador emerge como uma ferramenta de alto potencial cognitivo e motivacional, que somado a pratica de atividade física, cria um ambiente de convívio entre os idosos, estimulando a reabilitação cognitiva e influenciando a variação dos sintomas depressivos. Neste trabalho foi utilizada a escala de depressão geriátrica de 15 questões, validada no Brasil, para verificar a variação dos sintomas depressivos antes e depois do trabalho de reabilitação cognitiva. 10 Diante disso, surge a pergunta: será que um processo de estimulação e reabilitação cognitiva, também pode diminuir sintomas depressivos de pessoas com queixas de memória? Melhora da depressão pode ser conseqüência de uma melhora cognitiva?uma intervenção não medicamentosa que abarque atividade social, física e cognitiva, não será capaz de melhorar sintomas depressivos? Palavras-chave: Depressão. GDS 15. Reabilitação e estimulação cognitiva. Clínica de memória. MÉTODOS: Foi realizada a análise de dados secundários de dois serviços ambulatoriais de clínica da memória do curso de Medicina da UNISUL, do campus de Tubarão e Pedra Branca, entre janeiro de 2012 e junho de O estudo incluiu 120pacientes acima de 50 anos, que responderam ao escore GDS 15 e dos quais foram obtidas as variáveis definidas pelo estudo. Foi realizado um estudo retrospectivo longitudinal controlado não randomizado, quasi experimental de intervenção com controles concorrentes acompanhados de fevereiro 2007 a junho Foram estudados fatores associados à variação do escore GDS 15 (GDS final GDS inicial) assim como cada item isoladamente. Dados analisados no pacote estatístico SPSS 20 por meio do teste do X 2 e teste T de Student para amostras independentes com p<0,05. Respeitados os critérios éticos de pesquisa, não houve necessidade de TCLE.
3 O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina sob protocolo nº III. 1. Acadêmica do curso de Medicina Unisul, bolsista PIBIC. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram acompanhados 120 participantes, dos quais 32% casos, sendo 19% homens, com média de idade de 69 anos, apresentando desvio padrão de 8,8 anos. Na amostra a média de escolaridade foi de 6,3±4,6 anos. Em relação às comorbidades, 47,0% apresentavam diabetes, 68,0% eram sedentários, com um IMC médio de 27 e desvio de 6,6; 84% eram hipertensos, 54% dislipidêmicos, 39% portadores de doença vascular; 15% afirmaram ser tabagistas; 64% considerados independentes. Dos participantes 20% apresentaram critérios clínicos para demência, 44% para transtorno cognitivo leve e 66% para depressão pelo GDS 15. Após terem participado do programa de reabilitação cognitiva citado, houve melhoria significativa nas questões 01- Está satisfeito (a) com sua vida? (p=0,060 limítrofe), 05 - Sente-se de bem com a vida na maior parte do tempo? (p=0,033), 07- Sente-se feliz a maior parte do tempo? (p=0,034) e 13 - Sente-se cheio(a) de energia? (p=0,023) após o programa de estimulação e reabilitação cognitiva em relação aos controles. Em relação ao escore total do GDS 15, não houve diferença significativa. CONCLUSÕES: Participar no programa se associou significativamente a uma melhoria nas questões relativas a auto percepção em relação à própria vida. REFERÊNCIAS: 1. Chaimowicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev Saúde Pública. SciELO Public Health; 1997;31(2): Ramos LR. Fatores determinantes do envelhecimento saudável em idosos residentes em centro urbano : Projeto Epidoso, São Paulo. Cad Saúde Pública. 2003;19(3):793 8.
4 3. Nikolova R, Demers L, Béland F, Giroux F. Transitions in the functional status of disabled community-living older adults over a 3-year follow-up period. Arch Gerontol Geriatr. 2011;52(1): Ferri CP, Prince M, Brayne C, Brodaty H, Fratiglioni L, Ganguli M, et al. Global prevalence of dementia: A Delphi consensus study. Lancet p Mangialasche F, Kivipelto M, Solomon A, Fratiglioni L. Dementia prevention: current epidemiological evidence and future perspective. Alzheimers Res Ther Jan;4(1):6. 6. Blazer D, Hybels C, Pieper C. The association of depression and mortality in elderly persons. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001;56(8):M Steenland K, Karnes C, Seals R, Carnevale C, Hermida A, Levey A. Late-life depression as a risk factor for mild cognitive impairment or Alzheimer s disease in 30 US Alzheimer's disease centers. J Alzheimers Dis Jan;31(2): Panza F, Frisardi V, Capurso C, D Introno A, Colacicco AM, Imbimbo BP, et al. Late-life depression, mild cognitive impairment, and dementia: possible continuum? Am J Geriatr Psychiatry Feb;18(2): Sriwattanakomen R, Ford AF, Thomas SB, Miller MD, Stack JA, Morse JQ, et al. Preventing depression in later life: translation from concept to experimental design and implementation. Am J Geriatr Psychiatry Jun;16(6): Royall DR, Palmer R, Chiodo LK, Polk MJ. Depressive symptoms predict longitudinal change in executive control but not memory. Int J Geriatr Psychiatry. John Wiley & Sons, Ltd.; 2011;n/a n/a. FOMENTO: O trabalho teve a concessão de Bolsa pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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