Prevenção e Detecção da Corrupção e da Fraude
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- Ian de Sintra Caetano
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1 Prevenção e Detecção da Corrupção e da Fraude 16 de Julho de INTRODUÇÃO Esta proposta surge na sequência de sugestões de formação nas temáticas de combate e prevenção da fraude (incluindo a corrupção) tendo em conta a realidade social da República de Cabo Verde. O princípio orientador desta formação é fornecer conhecimentos, influenciar posturas éticas, implementar formas de funcionamento institucionais e fornecer competências que permitam uma atitude vigilante em relação à fraude em geral, e à corrupção em particular, viabilizando a detecção e, sobretudo, a prevenção. Obedecendo a princípios gerais, expressos na estrutura apresentada neste documento, há a preocupação de moldar os conteúdos à especificidade das instituições e dos formandos a que se dirige. O diálogo sobre as situações concretas e o debate colectivo são partes integrantes do funcionamento das sessões de trabalho. Esta proposta dirige-se aos Serviços de Alfândega, aos Registos de Notariado e Identificação e aos Serviços de Fronteiras, admitindo-se que o curso seja ministrado separadamente a cada uma das três instituições, isto é, que haja três edições do curso. Contudo, também é possível, se o número o permitir e a especificidade dos problemas o aconselhar ou justificar, juntar numa edição mais do que um organismo. 2. SOBRE O OBSERVATÓRIO DE ECONOMIA E GESTÃO DE FRAUDE O OBEGEF é uma instituição autónoma e independente com sede na Faculdade de Economia da Universidade do Porto que tem como objectivo estatutário e efectivo promover a investigação 1
2 interdisciplinar sobre a economia não registada e a fraude, nos contextos europeu e mundial, promover o ensino sobre estas temáticas, criar redes e estabelecer outras relações com instituições congéneres e prestar serviços que se harmonizem com a investigação. É constituída por especialistas de diversas áreas científicas (Gestão, Economia, Direito, Investigação Criminal, Sistemas de Informação e Informática, Psicologia, Antropologia, Matemática e outras) e com experiências profissionais diversificadas (gestão de empresas, investigação criminal, auditoria, investigadores e docentes). Vários desses especialistas possuem certificações internacionais (CFE - Certified Fraud Examiner, CISA - Certified Information Systems Auditor, CISSP - Certified Informations Systems Security Professional e FCPA - Forensic Certified Public Accountant). Tem uma vasta experiência de docência, tendo estado na génese da Pós-Graduação em Gestão de Fraude, iniciativa única na Europa, ministrada na Universidade do Porto. A ela associa a participação em acções cívicas e de sensibilização da opinião pública e dos quadros, o trabalho de investigação em economia não registada, fraude e branqueamento de capitais e a prestação de serviços. O seu site reflecte, embora de forma bastante incompleta, estas diversas valências, assim como a sua actividade. O Observatório orgulha-se em contribuir para uma sociedade mais ética, menos dominada pelos flagelos da fraude e da corrupção. 3. ESTRUTURA DO PROGRAMA O programa de Prevenção e Detecção da Corrupção e da Fraude estrutura-se em torno dos seguintes quatro pontos: 1 - Um momento inicial de enquadramento da importância do conhecimento dos problemas da fraude e da corrupção em contexto organizacional (orientado para as organizações da administração pública); Neste ponto aborda-se os seguintes pontos de âmbito mais alargado, relacionados com as organizações e o contexto social / cultural / económico da sua existência: Função social das organizações; Envolventes interna e externa; A fraude / corrupção como factores que desvirtuam a função, organização e funcionamento da organização (consequências internas e externas da fraude e corrupção); 2
3 2 - Num segundo ponto, mais concreto, aborda-se a vertente formal das organizações. Incluem-se aqui, de entre outros, aspectos como: Objectivos, estratégias e dimensão da organização; A estrutura, a dinâmica e a cultura organizacional; A Eficiência, a Eficácia e a Economia da acção da organização; As regras, as normas e os procedimentos (formais e informais); O processo de Gestão Estratégica da organização; A Liderança da organização e a dinâmica do grupo de trabalho - os processos de motivação dos colaboradores / funcionários para a acção; As relações de dominância (formais e informais); Os mecanismos de controlo (formais e informais); A importância da Qualidade, da Ética, da Transparência e da Accountability; O processo e os canais de comunicação dentro da organização, aos níveis formal e informal; A comunicação com o exterior, com os stakeholders, a nível formal e informal; A importância da formação técnica dos colaboradores / funcionários; As estratégias de concepção e concretização nos projectos de trabalho da organização o envolvimento dos colaboradores / funcionários neste processo enquanto factor de maior envolvimento organizacional nos projectos de trabalho e na motivação para a acção dos colaboradores / funcionários (o conceito de qualidade total); 3 - Num terceiro ponto, aborda-se a vertente das práticas desviantes fraudulentas e corruptas, focando aspectos como: Caracterização da fraude e da corrupção (organizações fraudulentas, a fraude organizacional, a fraude ocupacional, a corrupção e os demais ilícitos criminais previstos para o âmbito da organização e funcionamento da administração pública); O triângulo da fraude segundo Donald Cressey; As vítimas da fraude organizacional / corrupção (outras organizações; os clientes / utentes - stakeholders; a própria organização; a sociedade); Efeitos da fraude / corrupção (aumento dos custos de funcionamento; redução das receitas; perda de credibilidade e da relação de confiança; desmotivação dos trabalhadores relativamente aos objectivos organizacionais e aos projectos de trabalho; etc.); 4 - Finalmente, num quarto ponto, faz-se o enfoque nos quadros estratégicos de desenho e implementação de medidas preventivas sobre os riscos de ocorrência de fraude e corrupção, abordando questões como: 3
4 Identificação e caracterização das áreas de risco e, relativamente a cada uma, dos riscos concretos; Caracterização dos riscos em função dos critérios da probabilidade da ocorrência e da gravidade da consequência da sua ocorrência; Desenho das estratégias preventivas, incluindo os mecanismos de controlo e despiste de actos fraudulentos e de corrupção, e das correspondentes medidas de prevenção; O envolvimento da estrutura organizacional no desenho e na implementação da estratégia preventiva de riscos de fraude e corrupção; O processo de gestão de prevenção de riscos de fraude e corrupção (coordenação, responsabilidade, acompanhamento, produção de relatórios anuais de execução e reformulação da estratégia preventiva ou redefinição de quadro de riscos de correspondentes medidas de prevenção); A função dos gabinetes ou departamentos de «auditoria» e das medidas de controlo interno no quadro da estratégia de prevenção de riscos de fraude e corrupção; 4. DOCÊNCIA É docente é António João Marques Maia. Aspectos do seu curriculum: Desde 1989 que exerce funções de Investigador Criminal na Polícia Judiciária; Entre 2004 e 2009, exerceu funções de docência no Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais (ISPJCC); Desde 2009 exerce funções de Técnico Superior especialista na problemática da Corrupção, no Serviço de Apoio do Concelho de Prevenção da Corrupção; É docente da Pós-Graduação em Gestão de Fraude; Pós-Graduação em Criminologia; Mestre em Sociologia, com uma tese sobre Corrupção; Doutorando em Ciências Sociais, versando a problemática da corrupção Sócio do Observatório de Economia e Gestão de Fraude Ampla experiência de formação, incluindo em Cabo Verde. 5. ORGANIZAÇÃO DO CURSO O curso é constituído pelas sessões presenciais de trabalho; 4
5 pelo acompanhamento à distância do estudo, aprofundamento das temáticas abordadas, propostas e sugestões durante os dois meses subsequentes, utilizando os meios electrónicos. O curso (sessões presenciais) será realizado em Cabo Verde, nas instalações que nos forem indicadas. Estas deverão estar equipadas com projector ligado a um computador. O português é a língua de trabalho. O calendário e horário do programa serão definidos posteriormente entre as partes. No caso de haver três cursos separados, um para cada instituição, eles deverão decorrer de forma seguida. As sessões presenciais decorrem em dois dias, com uma carga horária total de 16 horas. As datas exactas deverão ser negociadas atempadamente, sendo recomendado pelo menos um mês e meio de antecedência. 6. CUSTOS As deslocações Portugal Cabo Verde e destro de Cabo Verde, assim como a estadia, são da responsabilidade da instituição contratante. O curso de dois dias presenciais e dois meses de acompanhamento à distância tem o custo de euros, não englobando impostos e outras prestações fiscais a que esteja sujeito. 5
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