MOBILIDADE URBANA. Prof. Coca Ferraz - USP

Transcrição

1 MOBILIDADE URBANA Prof. Coca Ferraz - USP

2 CARACTERÍSTICAS RELEVANTES DA MOBILIDADE Segurança Sustentabilidade ambiental Baixo custo Contribuir para gerar cidades humanas e eficientes Socialmente justa Universal Integrada

3 MOBILIDADE COM SEGURANÇA Planeta: 1,3 milhão de mortes por ano; próximo de 50 milhões de feridos (muitos se tornando deficientes físicos ou mentais); 40 milhões de terráqueos já morreram em acidentes de trânsito. Brasil: próximo de 50 mil mortes anuais, 1 milhão de acidentes, 500 mil feridos (100 mil com lesões permanentes); relação entre mortes e a frota de veículos: 5 a 12 vezes maior que nos países desenvolvidos, custo para a sociedade = 50 bilhões reais (cerca de 1% do PIB).

4 MOBILIDADE COM SEGURANÇA Vitimização grave no transporte urbano Países desenvolvidos: ônibus = 1, carro = 5, a pé = 50, bicicleta = 100, motocicleta = 500. Brasil: ônibus = 1, carro = 20, a pé = 300, bicicleta = 500, motocicleta = 3000.

5 MOBILIDADE COM SEGURANÇA Acidentes: problema ligado ao desenvolvimento econômico e social: os países em desenvolvimento têm apenas 20% dos carros do mundo, mas 90% das mortes no trânsito. Principais vítimas dos acidentes: pobres (pedestres, ciclistas e motociclistas). Custo anual dos acidentes no mundo: 800 bilhões de dólares; no Brasil: 50 bilhões de reais (1,2% do PIB).

6 MOBILIDADE COM SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Consumo de energia por pass.km Ônibus = 1 Carro = 5-15 Moto = 3-6 Bicicleta = 0

7 MOBILIDADE COM SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Emissão de poluentes por pass.km Ônibus = 1 Carro = 5-15 Moto = 3-10 Bicicleta = 0

8 MOBILIDADE COM CUSTO BAIXO Custo por pass.km Ônibus = 1 Carro = 4-10 Moto = 3-5 Bicicleta = 0 Uso massivo do carro necessita de grandes investimentos públicos em vias, obras de arte, estacionamentos, sistemas de controle do tráfego, etc.

9 MOBILIDADE CONTRIBUINDO PARA GERAR CIDADES HUMANAS E EFICIENTES Consumo de espaço viário por pass.km Ônibus = 1 Carro = 6-15 Moto = 3-5 Bicicleta = 2-3 O uso massivo do carro gera cidades espalhadas, aumentando o custo-cidade e o tempo perdido pela população em viagens.

10 MOBILIDADE CONTRIBUINDO PARA GERAR CIDADES HUMANAS E EFICIENTES Visão do consumo de espaço viário

11 MOBILIDADE CONTRIBUINDO PARA GERAR CIDADES HUMANAS E EFICIENTES Visão do consumo de espaço viário

12 MOBILIDADE CONTRIBUINDO PARA GERAR CIDADES HUMANAS E EFICIENTES Se todas as pessoas que ali trabalham em um edifício de escritórios utilizassem carros, seria necessário construir um outro edifício 20% maior para atender a demanda por estacionamento. Camp Oakley: A cidade que quiser resolver o problema da locomoção de seus habitantes com automóveis ampliará cada vez mais as áreas centrais de circulação e estacionamento, até o extremo em que não existirão mais os edifícios; aí, deixará de existir também a cidade. John Volpe (em 1975): Há 50 anos nós necessitávamos de transporte público em virtude de a maioria dos americanos não possuir automóvel. Hoje nós precisamos ainda mais desse tipo de transporte, devido ao fato da maioria dos americanos possuir automóvel.

13 MOBILIDADE SOCIALMENTE JUSTA Subsídio ao transporte coletivo Distribuição equânime do espaço viário: prioridade para o transporte coletivo (ônibus) nas vias mediante faixas exclusivas ou segregadas (canaletas), priroridades nos semáforos, etc.

14 MOBILIDADE UNIVERSAL Transporte especial para cadeirantes. Transporte regular acessível para deficientes, idosos, crianças, etc.

15 MOBILIDADE INTEGRADA Integração entre modos individuais ou coletivos com modos coletivos. Pode ser: física, tarifária e no tempo. Física: em local apropriado que proporcione segurança e comodidade. Exemplos: abrigos com bancos em pontos de ônibus (integração do modo a pé com o TC), terminais de ônibus (integração entre linhas de ônibus), terminais de ônibus junto a estações do metrô (integração ônibus-metrô), estacionamento para carros juntos a estações ou terminais de TC (integração carro TC), bicletário junto a estações e terminais de TC (integração bicicleta TC), etc.

16 MOBILIDADE INTEGRADA Tarifária: não pagamento na continuidade da viagem quando há troca de veículos no transporte coletivo: com terminais fechados ou cartões inteligentes. No tempo: no transporte coletivo quando a programação da operação prevê sincronismo nos horários nos terminais, para evitar esperas.

17 MOBILIDADE INTEGRADA

18 MOBILIDADE INTEGRADA

19 AÇÕES PARA DIMINUIR O USO DO CARRO NAS VIAGENS URBANAS Melhoria do TC, subsídio à tarifa, prioridade ao transporte público coletivo nas vias, proibição da circulação de parte da frota de carros em alguns dias da semana, cobrança de pedágio para os veículos que ingressam na região central, proibição do acesso de automóveis a algumas áreas comerciais centrais, incentivo à integração automóvel transporte público, incentivo ao uso compartilhado do automóvel, incentivo ao transporte fretado de trabalhadores e escolares, incentivo ao transporte a pé e por bicicleta, conscientização da população, etc.

20 AÇÕES PARA DIMINUIR A QUANTIDADE DE VIAGENS URBANAS Incentivo ao desenvolvimento de subcentros comerciais e de serviços nos bairros, favorecendo a polinuclearização da cidade e a descentralização das atividades. Estímulo à implantação de indústrias e centros de distribuição de produtos próximos a núcleos habitacionais, a fim de reduzir a distância de viagem dos trabalhadores. Favorecimento do uso das telecomunicações.

21 TENDÊNCIA DA MOBILIDADE URBANA NO BRASIL Considerando as vantagens do transporte individual sobre o coletivo: porta a porta, flexibilidade de uso no espaço e no tempo, rapidez, etc. Considerando a forte influência americana no país que criou a cultura carrista. Considerando a facilidade de financiamento de carros e motos no país. Com o desenvolvimento econômico e social a tendência é aumentar o uso do transporte individual motorizado (carro e motocicleta) em detrimento do coletivo (com exceção das metrópoles onde o metrô, o VLT, o ônibus especial em canaletas podem levar o transporte público a ganhar do individual).

22 O CAMINHO PARA MELHORAR A MOBILIDADE NAS CIDADES BRASILEIRAS Ocupação mais racional do solo: descentralização e criação de empregos mais próximos das pessoas; Eliminação de estacionamentos nas vias com a criação de estacionamentos privados; Transporte público barato (subsidiado) e de qualidade; Transporte semipúblico barato e de qualidade; Investimento em gestão do trânsito: coordenação de semáforos, uso de semáforos inteligentes, sinalização adequada, gestão on line da operação); Investimento em ampliação do sistema viário. Reescalonamento das atividade no tempo, atenuando os períodos de pico.