CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Júnior (Aula 25/09/2017).

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Durval Salge Júnior (Aula 25/09/2017). Cláusulas Especiais. Cláusula de Retrovenda. Retrovenda trata-se de cláusula não costumeira, na qual o vendedor com a anuência do comprador, reserva para si o direito de recomprar a coisa imóvel no prazo máximo de três anos. Os detalhes do negócio estão expostos no artigo 505 e seguintes. Exemplo, invés de emprestar dinheiro ao seu irmão de novo, compra a casa dele e coloca em contrato que ele tem o direito de recomprar a casa novamente em até três anos. Art O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. Não pode vender por um valor maior (enriquecimento ilícito), o valor menor até é possível. Venda a contento. Neste tipo de convenção a compra e venda fica sujeita a uma condição, qual seja, o comprador se agradar da coisa. Art A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. Ocorre quando os contratantes estipulam condição suspensiva ao negócio, permitindo quem comprou agradar-se do o bem, e somente depois se dá por 1

2 concreta venda. Exemplo, o comprador leva a empilhadeira, contudo se não quiser depois de três meses pode devolve-la. Preferência. Nesta cláusula o comprador do bem terá o dever de oferece-la ao vendedor, para que este exerça o seu direito de preferência tanto por tanto. Prazo de exercício 180 dias para coisa móvel e dois anos para imóvel. Art A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. Reserva de domínio. Por esta cláusula o domínio fica com o vendedor que só vai transferir a plena propriedade ao comprador, quando o preço estiver integralmente pago. Compra e venda com reserva de domínio, só vale para coisa móvel. É muito usado em compra de veículos automotores, a pessoa que figura como comprador só tem a posse. Quando o comprador estiver em mora a ação utilizada para reaver a coisa é reintegração de posse, o comprador deverá pagar a depreciação do bem, despesas feitas e tudo que for devido. Reserva de domínio não se confunde com alienação fiduciária, pois, esta envolve pecúnia e só pode ser praticada por instituição financeira. Art Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. Alienação Fiduciária Constitui-se um direito real de garantia tendo como objeto a transferência da propriedade de um bem, mas com a finalidade de garantir o cumprimento de obrigação assumida pelo devedor fiduciário, resolvendo-se o direito do adquirente com o adimplente da obrigação, ou 2

3 melhor, com o pagamento da dívida. Se atrasar três meses o banco já executa a dívida. Constituto possessório altera a titularidade na posse. Um exemplo seria o da pessoa que exerce a posse da coisa em nome próprio, mas por ato de vontade, passa a exercê-la em nome alheio, ou seja, era dono da coisa, e passa a ser locatário. Da Venda Sobre Documentos. Oriundo do comércio marítimo, esta convenção estipula que a tradição física do objeto, será substituída por um título representativo do bem. Exemplo, título do boi gordo. Art Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado. Assim, recebe um título no lugar da coisa, sendo que o precisa estar de acordo com o contrato é o título e não a coisa. Pode ser atrelada a um seguro como garantia da coisa. Contrato de troca Conceito: tendo em vista que a legislação exige que sejam aplicadas na troca as mesmas regras de compra e venda, podemos conceituar a troca como uma mútua transferência de domínios, que não contemplam na totalidade dinheiro a ser entregue por uma das partes. Art Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: (Grifo nosso) 3

4 I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca; II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. A diferença de compra e venda para troca é que invés de dinheiro paga-se com bem. O bem a ser trocado precisa ter domínio. A promessa de compra e venda não se tem domínio, logo, não se pode trocar. Quando se tem crise é muito utilizado. Exemplo, troca um apartamento de 750 mil por um de 340 mil, entrou mais dinheiro, é contrato de compra e venda, já quando se troca um apartamento de 700 mil por outro imóvel de 500 mil, entrou mais bem e menos dinheiro, permuta com torna. Aplica-se a mesmas regras de compra e venda. A única diferença da compra e venda é que as despesas são divididas. Contrato de gaveta É um contrato particular de compra e venda de imóvel em que não é realizada a escritura pública e o registro na matrícula do bem. Por norma este imóvel está financiado com uma instituição financeira, e está não participa do negócio que está sendo realizado. É um contrato obscuro. 4

5 Contrato estimatório ou consignação. Contrato estimatório ou de vendas em consignação é aquele que uma pessoa (consignante) entrega bens móveis a outra (consignatária), ficando está autorizada a vendê-los, obrigando-se a pagar um preço ajustado previamente, se não preferir restituir as coisas consignadas no prazo estabelecido. Consignação é muito usado em venda de carro, que deixa em concessionária para vender. Doação. Conceito: é o contrato em que uma pessoa, por liberalidade transfere do seu patrimônio bens e/ou vantagens para o de outra, que aceita. Doação pura: que consiste em mero benefício e na qual o doador é movido pelo exclusivo espírito de liberalidade. O bem para ser doado precisa estar integralizado ao patrimônio do doador. Vantagem diferença em favor de outrem, exemplo, ceder lugar na fila por mera liberalidade. Caso da Anita: temos dois contratos, primeiro com a concessionária de compra e venda, segundo com Anita de doação, não precisa fazer e nem dar nada em troca, doação pura. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 5