Tópicos. - Cálculo numérico. - Representação de números. - Análise e representação de erros

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Tópicos. - Cálculo numérico. - Representação de números. - Análise e representação de erros"

Transcrição

1 Tópicos Tópicos - Cálculo numérico - Representação de números - Representação de números em diferentes bases - Conversão de números da base b para a base decimal - Representação de números em computadores digitais - Análise e representação de erros - Fontes de erros e incertezas - Tipos de erros - Precisão e exatidão - Valores aproximados e erros - Erros de arredondamento - Erros de truncatura

2 Cálculo numérico Cálculo numérico - O Cálculo Numérico é uma metodologia para resolver problemas matemáticos através do computador. - Uma solução obtida via cálculo numérico é sempre numérica (solução aproximada). - Os métodos analíticos fornecem normalmente o resultado em termos de funções matemáticas. - Uma solução numérica - é uma aproximação do resultado exato, - pode ser obtida com um elevado grau de exatidão. - Uma solução numérica é calculada para problemas que - não possuem solução analítica; ou - possuam solução analítica, mas é muito cara em termos computacionais (tempo e/ou recursos).

3 Representação de números em diferentes bases Representação de números em diferentes bases - Tópicos desta secção: - Representação de números inteiros - Representação de números reais nos formatos de ponto fixo e ponto flutuante - Conversão de números inteiros - Conversão de números reais nos formatos de ponto fixo e ponto flutuante - Aritmética de ponto flutuante

4 Representação de números em diferentes bases Representação de números em diferentes bases - É comum para a maioria dos computadores, o uso de uma base numérica distinta da base decimal. - Em geral, os números são armazenados na - base 2 (binária) mais comum - base 8 (octal) ou - base 16 (hexadecimal). - A representação de números inteiros é ligeiramente distinta da representação de números reais.

5 Representação de números inteiros Representação de números inteiros - Um número inteiro N é representado, na base b, por um conjunto de dígitos a i em que - a i = 0,1,, b-1 - i assume um intervalo de valores que depende da base em uso. - As bases mais utilizadas: b a i 2 0,1 8 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, , 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, , 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F

6 Representação de números inteiros - Há pelo menos duas maneiras de se representar um número inteiro N: - no sistema posicional - na forma polinomial - No sistema posicional - os dígitos são agrupados numa sequência, - a dimensão da contribuição de cada dígito no número depende da posição que ocupa; - um número N é escrito com o seguinte formato: N = (a n a n-1... a 1 a 0 ) b - Na forma polinomial - fica claramente explicitada a contribuição de cada dígito para o valor de N; - um número N é escrito com o seguinte formato: N = a n b n + a n-1 b n a 1 b + a 0

7 Representação de números reais Representação de números reais - Um número pode ser representado usando dois formatos: - com ponto fixo (por exemplo, 12.34); - com ponto flutuante ou vírgula flutuante (por exemplo, x10 2 ).

8 Representação de números reais formato com ponto fixo Representação de números reais formato com ponto fixo - Na representação de um número real X no formato com ponto fixo, este é composto por - uma parte inteira X i - uma parte fracionaria X f tal que X f = X X i. - Por exemplo, para X = 12.34, - X i = 12 - X f = 0.34

9 Representação de números reais formato com ponto fixo - Representação de um real em formato com ponto flutuante (semelhante à notação científica):. d 1 d 2 d 3...d p b e, em que - d k (k = 1,2,...,p) são os dígitos da parte fracionária com d k { 0,..., b-1 } e d 1 0 (se normalizado), - b é o valor da base (geralmente 2, 8, 10 ou 16), - p é o número de dígitos da parte fracionária, e - e é um expoente inteiro. - Um número real em formato com ponto flutuante é composto por três partes: - o sinal, - a parte fracionária (significando ou mantissa) e - o expoente. - Estas três partes tem um comprimento total fixo que depende - do computador e - do tipo de número (precisão simples, dupla ou estendida).

10 Representação de números reais formato com ponto fixo - Por exemplo, o número x representado por - d 1 = 4; d 2 = 2; d 3 = 7; d 4 = 3 - b = 10 - p = 4 - e = 2 - composto por - sinal: + (omitido) - mantissa: expoente: 2

11 Representação de números reais formato com ponto fixo - A representação de um número pode ser diferente entre os fabricantes do computadores, logo - um mesmo programa implementado em computadores que utilizam formatos diferentes - pode fornecer resultados diferentes. - O formato utilizado pela maioria dos computadores é padrão IEEE 754 (para binários): Propriedade Precisão Simples Dupla Estendida Comprimento total bits na mantissa bits no expoente sinal expoente máximo expoente mínimo maior número 3.40 x x x menor número 1.18 x x x dígitos decimais (precisão)

12 Conversão de números inteiros Conversão de números inteiros - Considera-se a conversão de um inteiro da base decimal para a base binária. - Um dos métodos é o das divisões sucessivas que consiste no seguinte (para um número N): - N (base decimal) e os sucessivos quocientes q i são divididos por 2 (base binária), - são guardados os restos r i { 0, 1 } até que o último quociente seja q n = 1; - ou seja, N = 2 q 1 + r 0 ; q 1 = 2 q 2 + r 1 ; q 2 = 2 q 3 + r 2 ;... ; q n-1 = 2 q n + r n-1 - o último quociente somente será 0 se N = 0 (q n = 0 N = 0); - então, N = (q n r n-1... r 1 r 0 ) 2 N = q n 2 n + r n-1 2 n-1 + r n-2 2 n r r (sistema posicional) (forma polinomial)

13 Conversão de números inteiros - Método das divisões sucessivas para converter um inteiro N (decimal) para uma qualquer base b: - divide-se N e os sucessivos quocientes q i por b - guarda-se os restos r i {0,..., b-1} até que o último quociente seja q n {1,..., b-1}; - ou seja, N = b q 1 + r 0 ; q 1 = b q 2 + r 1 ; q 2 = b q 3 + r 2 ;... ; q n-1 = b q n + r n-1 - o último quociente somente será 0 se N = 0 (q n = 0 N = 0); - então, N = (q n r n-1... r 1 r 0 ) b N = q n b n + r n-1 b n-1 + r n-2 b n r 1 b 1 + r 0 b 0 (sistema posicional) (forma polinomial)

14 Conversão de números reais formato com ponto fixo Conversão de números reais formato com ponto fixo - Considere-se a conversão de um real da base decimal para a base binária - Dado um número real X, este é composto por - uma parte inteira X i e - uma parte fracionaria X f - Para se converter este número X na base binária utiliza-se - o método das divisões sucessivas para converter X i e - o método das multiplicações sucessivas para converter X f - O método das multiplicações sucessivas consiste em - multiplicar-se X f por 2, extraindo-se a parte inteira do resultado (que pode ser 0); - o resto é novamente multiplicado por 2, - repetindo-se o processo até que - o resto fracionário seja 0 ou - se obtenha um padrão repetitivo (o número fracionário será periódico).

15 Conversão de números reais formato com ponto fixo - Exemplo 1: - Seja X f = , então x 2 = ; x 2 = ; x 2 = ; x 2 = Ou seja, = (0.1101) 2

16 Conversão de números reais formato com ponto fixo - Exemplo 2: - Considere o número X f = x 2 = 0.2; 0.2 x 2 = 0.4; 0.4 x 2 = 0.8; 0.8 x 2 = 1.6; 0.6 x 2 = 1.2; 0.2 x 2 = 0.4;... o processo de multiplicações sucessivas repete a sequencia de dígitos 0011 infinitamente. - Portanto, 0.1 = ( ) 2

17 Conversão de números reais formato com ponto fixo - Estes exemplos mostram que num computador, onde o espaço para representação de um número é finito, estes números terão que ser arredondados. - A forma polinomial de um número fracionário na base 2 é dada por: X f = Portanto, um número real X = X i + X f pode ser representado na base 2 por - Forma polinomial: X = a n 2 n + a n-1 2 n-1 + a n-2 2 n a a Sistema posicional: X = (a n a n-1... a 1 a ) 2

18 Conversão de números reais - em formato com ponto flutuante Conversão de números reais - em formato com ponto flutuante - Seja um computador com - dois dígitos (p = 2), - base b = 2, - expoente e { -1, 0, 1, 2 }. - Como os números reais são normalizados (d 1 0) todos eles serão da forma: e ou e, e { 1, 0,1,2}. - Considerando a conversão de binário para decimal de um número positivo menor do que 1:.10 2 = = 1/2 + 0 = 1/2, e.11 2 = = 1/2 + 1/4 = 3/4,

19 Conversão de números reais - em formato com ponto flutuante - Os únicos números positivos representáveis neste computador são: = 1/2 1/2 = 1/ = 3/4 1/2 = 3/ = 1/2 1 = 1/ = 3/4 1 = 3/ = 1/2 2 = = 3/4 2 = 3/ = 1/2 4 = = 3/4 4 = 3 - O zero é representado de uma forma especial: - todos os dígitos d k da mantissa são nulos, - o expoente é nulo; - ou seja,.00 2 x O mais importante a reter sobre os números em formato com ponto flutuante é que - são discretos e - não contínuos como na Matemática.

20 Conversão de números reais - em formato com ponto flutuante - O conceito de existir sempre um número real entre dois números reais quaisquer não é válido. - As consequências da falha deste conceito podem ser desastrosas (verificar com o exemplo): - considere-se as seguintes representações em binário: = e = se estes dois números forem armazenados naquele hipotético computador (dois dígitos para a mantissa), eles serão igualmente representados por:.10 2 x isto significa que tanto como são vistos como por aquele computador. - Esta é uma das grandes causas da ocorrência de erros de arredondamento nos processos numéricos.

21 Aritmética de ponto flutuante Aritmética de ponto flutuante - OVERFLOW: ocorre quando uma operação aritmética resultar num número que seja maior, em valor absoluto, que o maior número representável. - UNDERFLOW: ocorre quando uma operação aritmética resultar num número que seja menor, em valor absoluto, que o menor número representável diferente de zero. - Seja um hipotético computador com - dois dígitos da mantissa (p = 2), - base b = 10, - expoente e {-5,, 5};.d 1 d 2 x 10 e - Quando dois números são somados ou subtraídos, o processo é o seguinte: - os dígitos do número de menor expoente são deslocados para alinhar as casas decimais; - o resultado é então normalizado (o expoente é ajustado de forma a normalizar a mantissa, d 1 0); - por fim, o resultado é arredondado para dois dígitos para caber na mantissa (p = 2).

22 Aritmética de ponto flutuante - Exemplo 1: os números são armazenados no formato especificado, - as casas decimais são alinhadas, - a operação de adição é efetuada; - por fim, o resultado é então normalizado e arredondado para dois dígitos: =.43 x x 10-1 =.43 x x 10 1 =.4364 x x 10 1 O resultado da adição é 4.4 em vez de

23 Aritmética de ponto flutuante - Exemplo 2: os números são armazenados no formato especificado, - as casas decimais são alinhadas e - a operação de adição é efetuada; - O resultado é então normalizado e arredondado para dois dígitos: =.37 x x 10 3 =.37 x x 10 3 =.00 x x O resultado da subtração é 0 em vez de 1.

24 Aritmética de ponto flutuante - Exemplo 3: 1234 x os números são armazenados no formato especificado, - a multiplicação é efetuada utilizando 2p = 4 dígitos na mantissa; - o resultado é então normalizado e arredondado para dois dígitos: 1234 x =.12 x 10 4 x.16 x 10-1 =.12 x 10 4 x.16 x 10-1 =.0192 x x O resultado da multiplicação é 19 em vez de

25 Aritmética de ponto flutuante - A perda de precisão quando dois números aproximadamente iguais são subtraídos é das maiores fontes de erro nas operações de ponto flutuante. - Uma das causas de se cometer erros quando se usa um computador deve-se à conversão de base: - um número é fornecido ao computador na base 10 e - armazenado na base 2. - Enquanto que - para um número inteiro, a representação é exata; por exemplo, = para um número real com parte fracionária, a representação - que tem que ser arredondado para ser armazenado em formato com ponto flutuante.

26 Conversão de números na base b para a base decimal Conversão de números na base b para a base decimal - Tópicos desta secção: - Conversão de números inteiros - Conversão de números reais fracionários - Número binário infinito

27 Conversão de números inteiros da base b para a base decimal Conversão de números inteiros da base b para a base decimal - Considere-se a conversão da base binária para a decimal. - Seja o número N representado na base binária por N = (a m a m-1... a 1 a 0 ) 2 - A sua representação na base decimal pode ser obtida simplesmente pelo polinómio N = a m 2 m + a m-1 2 m a a 0 - A operacionalização deste polinómio pode ser obtida - pelo Algoritmo de Horner e - pela Divisão de Ruffini.

28 Conversão de números inteiros da base b para a base decimal Algoritmo de Horner - O número N pode ser obtido na base decimal através do cálculo da sequência: b m b m-1 = a m = a m x b m b m-2 = a m x b m b 1 = a x b 2 b 0 = a x b 1 e então, N = b 0

29 Conversão de números inteiros da base b para a base decimal - Exemplo (algoritmo de Horner): seja o número (11101) 2. b 4 = a 4 = 1 b 3 = a x b 4 = x 1 = 3 b 2 = a x b 3 = x 3 = 7 b 1 = a x b 2 = x 7 = 14 b 0 = a x b 1 = x 14 = 29 portanto, (11101) 2 = 29 10

30 Conversão de números inteiros da base b para a base decimal - Generalizando esta metodologia para converter um inteiro na base b para decimal: - Seja N = (a m a m-1... a 1 a 0 ) b - A sua representação na base decimal pode ser obtida da seguinte forma: c m c m-1 = a m = a m-1 + b x c m c m-2 = a m-2 + b x c m c 1 = a 1 + b x c 2 c 0 = a 0 + b x c 1 então, N = c 0

31 Conversão de números inteiros da base b para a base decimal Divisão de Ruffini - equivalente ao algoritmo de Horner, - difere apenas na disposição dos coeficientes a i e b i : a m a m-1... a 2 a 1 a x b m... 2 x b 3 2 x b 2 2 x b 1 b m b m-1... b 2 b 1 b 0 então, N = b 0

32 Conversão de números inteiros da base b para a base decimal - Exemplo (Divisão de Ruffini): seja o número (11101) 2 a 4 a 3 a 2 a 1 a x b 4 2 x b 3 2 x b 2 2 x b 1 2 x 1 2 x 3 2 x 7 2 x 14 b 4 b 3 b 2 b 1 b portanto, (11101) 2 = 29 10

33 Conversão de números inteiros da base b para a base decimal - Generalizando esta metodologia para converter um inteiro na base b para decimal. Seja N = (a m a m-1... a 1 a 0 ) b - A sua representação na base decimal pode ser obtida da seguinte forma: a m a m-1... a 2 a 1 a 0 b b x c m... b x c 3 b x c 2 b x c 1 c m c m-1... c 2 c 1 c 0 e então, N = c 0

34 Conversão de números reais Conversão de números reais - Considere-se um número fracionário com representação finita na base binária: X f = (0.a 1 a 2 a n ) 2 - O valor de X f na base decimal será dado por X f = n 2 -n - Esta soma pode ser calculada - diretamente, ou - utilizando Algoritmo de Horner e a Divisão de Ruffini com algumas modificações.

35 Conversão de números reais - Algoritmo de Horner (caso de um número fracionário na base 2): b n = a n b n-1 = a n-1 + (1/2) x b n b n-2 = a n-2 + (1/2) x b n b 2 = a 2 + (1/2) x b 3 b 1 = a 1 + (1/2) x b 2 b 0 = (1/2) x b 1 e então, N = b 0

36 Conversão de números reais - Exemplo (algoritmo de Horner): converter o número ( ) 2 b 5 = a 5 = 1 b 4 = a 4 + (1/2) x b 5 = 1 + (1/2) x 1 = 3/2 b 3 = a 3 + (1/2) x b 4 = 1 + (1/2) x (3/2) = 7/4 b 2 = a 2 + (1/2) x b 3 = 0 + (1/2) x (7/4) = 7/8 b 1 = a 1 + (1/2) x b 2 = 1 + (1/2) x (7/8) = 23/16 b 0 = (1/2) x b 1 = (1/2) x (23/16) = 23/32 e então, ( ) 2 = 23/32 =

37 Conversão de números reais - Divisão de Ruffini (caso de um número fracionário na base 2): a n a n-1... a 2 a 1 1/2 (1/2) x b m... (1/2) x b 3 (1/2) x b 2 (1/2) x b 1 b n b n-1... b 2 b 1 b 0 e então, N = b 0

38 Conversão de números reais - Exemplo: Converter o número ( ) 2 a 5 a 4 a 3 a 2 a /2 (1/2) x b 5 (1/2) x b 4 (1/2) x b 3 (1/2) x b 2 (1/2) x b 1 (1/2) x 1 (1/2) x (3/2) (1/2) x (3/4) (1/2) x (7/8) (1/2) x (23/16) b 5 b 4 b 3 b 2 b 1 b / / / /16 23/32 1 3/2 7/4 7/8 23/16 23/32 e então, ( ) 2 = 23/32 =

39 Número binário infinito Número binário infinito - Uma outra situação que pode ocorrer é quando o número binário for infinito: X f =( 0,α 1 α 2...α n β 1 β 2...β m) 2 em que β 1 β 2...β indica que a sequência de dígitos m β 1 β 2...β se repete infinitamente. m - Em geral, um número fracionário tem representação infinita periódica na base b da seguinte forma: X f = ( α 1 b 1 + α 2 b α n b n ) + ( β 1 b 1 + β 2 b β m b m ) bm n onde as expressões entre parênteses podem ser calculadas - diretamente ou - utilizando qualquer um dos métodos descritos anteriormente. b m 1

40 Operações com números em binário - Adição binária Operações com números em binário - Adição binária - Uma adição no sistema binário é realizada da mesma forma que a adição no sistema decimal. - A adição é realizada de acordo com as seguintes regras (considerando os dois operandos positivos): = = = = 0 (e vai 1 para o dígito de ordem superior) = 1 (e vai 1 para o dígito de ordem superior) - Para somar números com mais de 2 algarismos, - utiliza-se o mesmo processo de transporte para a coluna posterior, usado na adição decimal. Exemplo: = ( = 8 10 ) [1] [1] [1]

41 Operações com números em binário - Adição binária - Quando um dos operandos são números binários negativos, o processo a aplicar é o seguinte: - dois operandos negativos: - adicionam-se os dois números considerando o valor absoluto de cada um deles e - atribui-se o sinal de negativo; - um deles é negativo: - verifica-se qual dos dois números tem maior valor absoluto, - subtraí-se o menor valor absoluto ao maior e, - atribui-se o sinal do maior em valor absoluto.

42 Operações com números em binário - Subtração binária Operações com números em binário - Subtração binária - A subtração é análoga à adição, sendo realizada de acordo com as seguintes regras: 0-0 = = 1 (e pede emprestado 1 para o dígito de ordem superior) 1-0 = = 0 - A operação 0-1 resulta em 1, mas com o transporte de 1 para a coluna à esquerda, que deve ser - acumulado ao subtraendo e, por consequência, - subtraído do minuendo (em a-b, a o minuendo e b é o subtraendo). Exemplo 1: = ( = 2 10 ) [1]

43 Representação de números em computadores digitais Representação de números em computadores digitais - As representações de números inteiros e reais apresentadas na secção anterior não são suficientes, pois é necessário distinguir-se, por exemplo, o sinal do número. - Como não existe a representação do sinal + ou - na memória de um computador, o recurso utilizado é acrescentar um bit ao número para representar o sinal; este bit é denominado de bit de sinal. - Representação de inteiros pode ser: - em Sinal-Módulo e - em Complemento à base (a b e a b-1) - Representação de números reais pode ser: - em ponto flutuante normalizado

44 Representação de inteiros em Sinal-Módulo Representação de inteiros em Sinal-Módulo - A representação mais direta de inteiros é a de Sinal-Módulo (ou Sinal-Magnitude), onde - o valor absoluto do número inteiro é obtido diretamente a partir dos algoritmos discutidos antes, e - o sinal é representado por um dígito adicional colocado à esquerda do número. - Na representação binária, o bit de sinal ocupa a posição do bit mais significativo. - Supondo que o computador dispõe de q dígitos para a representação, um inteiro na base b será representado no computador através da seguinte sequência de dígitos (denominada palavra): a q-1 a q-2...a 1 a 0 em que { a 0, a 1,, a q-2 } { 0, 1,, b-1 } e a q-1 { 0, 1 } representa o sinal do número. - Por exemplo, no sistema binário convenciona-se usar - a q-1 = 0 para + e - a q-1 = 1 para -.

45 Representação de inteiros em Sinal-Módulo - A conversão do número internamente representado por a q-1 a q-2...a 1 a 0 para o sistema decimal é realizado através de uma fórmula semelhante à forma polinomial: N = ( 1) a q 2 q 1 ( a k ) bk, k=0 em que, N o número inteiro na base decimal q-2 é o índice do dígito mais à esquerda que representa o valor absoluto de N b a base, às vezes denominada de radix (um inteiro maior que 1) a k um dígito válido na representação (a k { 0,..., b-1 }), k = 0, 1,, q-2 a q-1 { 0, 1 } e representa o bit de sinal - Os valores para as quantidades expressas dependem da arquitetura e do compilador utilizado. - Por exemplo, um dado compilador possui 4 modelos de representação de inteiros com 1, 2, 4 e 8 bytes, também denominados de espécies.

46 Representação de inteiros em Sinal-Módulo - Sendo para todos os casos b = 2, o valor absoluto do maior número inteiro que pode ser representado p internamente para cada espécie N max, (p = 1, 2, 4, 8) é o seguinte: p N max 8p 2 = k=0 2 k = p 2 = 2 8p 1 1 = {127 (p=1) (p=2) (p=4) (p=8)

47 Representação de números inteiros em Complemento a b-1 Representação de números inteiros em Complemento a b-1 - A representação de números inteiros positivos em Complemento a b-1 é idêntica à em Sinal-Módulo. - A representação dos números negativos é obtida efetuando-se: (b - 1) menos cada algarismo do número. - Por exemplo, calcular o complemento a b 1 do número b = 10, logo complemento a b-1 será complemento a 9; - como = 702, o complemento a 9 do número -297 é 702.

48 Representação de números inteiros em Complemento a b-1 - Para se obter o complemento a b 1 de um número binário, - deve-se subtrair cada algarismo de 1 (b - 1 = 1); - como se trata de binários, basta inverter todos os bits. - Por exemplo, - o complemento a 1 (C1) do número (usando 4 dígitos) é : = Quantidade de números inteiros diferentes que se podem representar com n posições num sistema de base b: - total: b n - Por exemplo, na base 2, podem-se representar os seguintes números: = 2 números com um dígito (0, 1), = 4 números com dois dígitos (00, 01, 10, 11), = 8 números com três dígitos (000, 001, 010, 011, 100, 101, 110, 111), -...

49 Representação de números inteiros em Complemento a b-1 - A tabela seguinte apresenta a representação em C1 dos números binários de 4 dígitos: Decimal Binário em C1 Decimal (positivo) (igual a sinal-módulo) (negativo) Binário em C Note-se que há 2 representações para o zero.

50 Representação de números inteiros em Complemento a b-1 - A representação na base b = 10 com 3 dígitos varia de 000 a 999 (10 3 = 1000 representações), - representando os números de -499 a -1 com 500 a 998; - representando os números de +1 a +499 com 1 a 499; - representando o zero (0) com 000 ou Faixa de representação em C1 dos números binários com n dígitos: - menor inteiro negativo: -(2 n-1 1) - maior inteiro positivo: 2 n-1 1

51 Representação de números inteiros em Complemento a b-1 - Na aritmética em complemento a b-1, - basta somar os números, - sendo que um número negativo será representado por seu complemento a b 1. - Por exemplo, a soma decimal de 123 com -418 é: - Sinal-Módulo = Complemento a 9 (b - 1) -418 é representado por = = = 295, em que 704 é o C9 de -295 (704 está na faixa negativa).

52 Representação de números inteiros em Complemento a b Representação de números inteiros em Complemento a b - A representação dos números negativos em complemento a b é obtida - subtraindo-se da base b cada algarismo do número. - Por exemplo, na base b = 10 com 3 dígitos: 1000 x. - Uma forma alternativa é - subtrair cada algarismo de (b 1), isto é, calcular o complemento a b-1, e depois - somar 1 ao resultado. - Por exemplo, calcular o complemento a b (base = 10) do número com 3 dígitos: - usando C10: = 703; - representar o número em C9 e somar 1 ao resultado: = = Por exemplo, calcular o complemento a 2 (base = 2) do número com 4 dígitos: - usando C2: = 1101; - representar o número em C1 e somar 1: = = 1101.

53 Representação de números inteiros em Complemento a b - Tabela com a representação em C2 dos números binários de 4 dígitos: Decimal Binário em C2 Decimal (positivo) (igual a sinal-módulo) (negativo) Binário em C Comparando com a tabela anterior (para C1), - os números positivos têm a mesma representação de C1 e - o zero passou a ter apenas uma representação, - o que permitiu representar mais um número (neste caso, mais um negativo, o -8). - A faixa de representação em C2 dos números binários com n dígitos é a seguinte: menor inteiro negativo: - 2 n-1, maior inteiro positivo: 2 n-1 1.

54 Representação de números reais Representação de números reais - Representação de números reais em computadores denomina-se por - representação de ponto flutuante normalizado. - Nesta representação um número é representado internamente através de uma notação científica: - um bit de sinal s (interpretado como positivo ou negativo), - um expoente inteiro exato e - uma mantissa inteira positiva M, sendo que apenas um número limitado de dígitos é permitido para e e M.

55 Representação de números reais - Tomando todas estas quantidades juntas, estas representam o número x = s (0.d 1 d 2...d n ) b e em que, - s é o sinal do número, - os dígitos d 1, d 2,, d n - formam a mantissa M = 0.d 1 d 2...d n e - são limitados pela base b (0 d i b-1, i = 1,, n e d1 0), - o expoente e é limitado ao intervalo e { e min,..., e max }, - n 1 - denomina-se de número de dígitos do sistema e - define o tamanho da mantissa M - O valor zero não pode ser normalizado e tem representação especial: - com mantissa nula (todos dígitos iguais a zero) e - expoente o menor possível.

56 Representação de números reais - O conjunto formado pelo zero e por todos os números em notação de ponto flutuante - é chamado de Sistema de Ponto Flutuante na base b com n algarismos significativos, e - denota-se por F(b, n, e min, e max ). - Um computador apenas pode representar os valores de e e M com os dígitos na base b. - Um computador digital (b = 2) dispõe sempre de um tamanho de palavra finito: - o número total de bits que podem ser utilizados para representar s (1 bit), - o expoente e - a mantissa, é sempre fixo, para um dado tipo de números reais. - Por exemplo, um número real de precisão simples é normalmente representado por 4 bytes (32 bits): - 1 bit é utilizado para representar o sinal, - 8 bits são utilizados para representar o expoente e - os restantes 23 bits para representar a mantissa.

57 Representação de números reais - Um número real será representado na memória do computador como x = s e 7 e 6... e 1 e 0 d 1 d 2...d 22 d 23, em que s,e 0,...,e 7, d 1,...,d 23 { 0, 1 }. - Exemplo: - Considere-se dois números binários com 8 algarismos significativos em F(2, 8, -4, 5): - n 1 = => (-1) 0 x 2 2 x ( ) = n 2 = => (-1) 0 x 2 2 x ( ) = Observe que, no sistema de representação utilizado, - n 1 e n 2 são dois números consecutivos, ou seja - não se pode representar nenhum outro número que tenha valor intermédio. - Portanto, por exemplo, a quantidade não tem representação exata neste sistema, sendo representada por n 1 ou n 2, - o que gerará um erro, denominado Erro de Arredondamento.

58 Representação de números reais - Assim, - os números reais podem ser representados por uma reta contínua, - em notação de ponto flutuante apenas se podem representar pontos discretos da reta real. - Conversão de um número x representado na base b para a base decimal: x = ( 1) s b e n ( d k ) b k. k=1 - A tabela mostra alguns valores para um dado computador que usa o padrão IEEE 754. Espécie REAL (4) REAL (8) REAL (10) n e min e max X min x x x X max x x x X eps x x x 10-34

59 Representação de números reais - Como no sistema normalizado d 1 0 e dado que a base é 2, - então primeiro dígito da mantissa no sistema normalizado será sempre igual a 1 e - por esta razão não é armazenado (é o denominado bit escondido). - Esta normalização permite um ganho na precisão, pois pode-se considerar que a mantissa é armazenada em 24 bits. - Os números do sistema F = F ( b, n, e min, e max ) contêm as características: - O menor número positivo que pode ser representado neste sistema é x min = 0.1 b e min Isto significa que qualquer número x tal que x min < x < x min não poderá ser representado pelo computador - ocorre underflow. Os compiladores podem ser instruídos para - terminar o processamento neste ponto, disparando uma mensagem de erro, ou - seguir o processamento arredondando x = 0

60 Representação de números reais - O maior número positivo que pode ser representado neste sistema é x max = 0.(b 1)(b 1)...(b 1) n vezes Isto significa que qualquer número x tal que ( k) b e max = (b 1) n b be max = (1 b n ) b e max k =1 x < x max ou x > x max não poderá ser representado pelo computador ocorre overflow. Os compiladores normalmente tomam duas possíveis providências quando detetam um overflow: - param o processamento do programa emitindo uma mensagem de erro, ou - continuam o processamento atribuindo a x o valor simbólico -Infinito ou Infinito. - O maior número que pode ser somado ou subtraído a 1.0, em que o resultado permanece inalterado (i.é, a diferença entre 1.0 e o número que lhe sucede em F), é x eps = n vezes b n vezes b 1 = b 1 n em que x eps é denominada de epsilon da máquina, ϵ, ou de precisão da máquina. O epsilon da máquina, ϵ, também pode ser definido como o menor número de ponto flutuante, tal que: 1 + ϵ > 1. Esta quantidade é da maior importância na análise de erros de arredondamento.

61 Representação de números reais - De uma forma mais geral, para um número em ponto flutuante x F define-se ulp(x) = ( ) b x b e = b -n x b e = x b e em que ulp é a abreviatura para unit in the last place. Se x > 0, então ulp(x) é a distância entre x e o número que lhe sucede em F; Se x < 0, então ulp(x) é a distância entre x e o número que o antecede em F. - Apenas um conjunto finito R F de números racionais podem ser representados na forma apresentada: - estes números denominam-se de números de ponto flutuante. - Para uma representação normalizada (d 1 0), este conjunto contém precisamente 2 (b 1) b n 1 ( e max e min + 1 ) + 1 números racionais.

62 Representação de números reais - Exemplo: considere o sistema de representação numérica F(2, 4, -5, 6). Para este sistema: - O menor número positivo possível é: x min = (0.1000) = = 1 64 ; ou seja, a região de underflow consiste no intervalo 1 64 < x < O maior número positivo possível é: x max = (0.1111) = (1 2 4 ) 2 6 = 60; ou seja, as regiões de overflow consistem nos intervalos x < 60 e x > O maior número que pode ser somado ou subtraído de 1.0 tal que mantém o resultado inalterado é: x eps = = 2 3 = O número de elementos em R F é: 2 1 ( ) = 193.

63 Análise e representação de erros Análise e representação de erros - Tópicos - Fontes de erros e incertezas - Incerteza - Precisão e exatidão - Tipos de erros - Valores aproximados e erros - Erros de arredondamento - Erros de truncatura - Condicionamento e estabilidade - Análise de erros

64 Fontes de erros e incertezas Fontes de erros e incertezas - Embora se procure soluções exatas dos problemas reais, raramente este objetivo é atingido. - Erros e incertezas podem ser introduzidos em qualquer etapa da resolução dos problemas. - Esta secção aborda - a natureza das incertezas que surgem quando se procura a solução de um problema; - os erros introduzidos pela computação numérica para determinar a solução desejada. - Não serão considerados erros triviais que podem ser evitados, tais como - copiar uma fórmula erroneamente, ou - efetuar um erro de sintaxe na programação. - Serão abordados os erros que resultam de forma inevitável, dada a própria natureza da - representação finita de números num computador, e/ou - implementação numérica de um determinado cálculo. - As incertezas introduzidas - contaminam a solução e é importante tentar-se balancear as incertezas; - ocorrem em todas as etapas do processo de resolução de um problema.

65 Incerteza Incerteza - A incerteza é uma característica intrínseca dos problemas reais - surgindo de múltiplas origens e - possuindo natureza distinta. - A incerteza emerge da cada vez maior complexidade das interações no interior dos sistemas reais - Geralmente, é impraticável que os modelos matemáticos possam - capturar todos os fenómenos inter-relacionados relevantes presentes, - chegar até toda a informação necessária e também - dar conta das alterações e/ou hesitações relacionadas com a expressão das preferências de quem decide. - Um modelo matemático pode incluir vários tipos de incerteza, a qual pode ocorrer - nos dados do modelo, - na precisão do modelo usado para descrever o sistema, ou - na sequência de possíveis acontecimentos que podem ocorrer num sistema de acontecimentos discretos. - A importância da construção de modelos que incorporem explicitamente a incerteza está no facto de a maioria dos problemas reais não poderem ser modelados deterministicamente (de forma exata).

66 Incerteza - Algumas razões da necessidade deste tipo de modelos são as seguintes: - a natural incerteza das previsões relativas ao futuro; - a impossibilidade de medir os conceitos do mundo real com a precisão exigida pelo modelo matemático; - a impossibilidade de implementar uma solução com a precisão obtida através do modelo matemático; - a natural e constante alteração do mundo real onde a solução é implementada; - o facto das expressões matemáticas associadas ao modelo serem apenas traduções aproximadas - dos objetivos e - das restrições do problema real.

67 Incerteza - A incerteza pode ser classificada em dois tipos: - aleatória e - epistémica. - A incerteza aleatória - descreve a variação associada ao sistema físico ou ambiente em consideração, - em que esta variação é causada pela natureza aleatória dos dados associados ao problema, - podendo ser representada matematicamente por uma distribuição de probabilidade, desde que os dados experimentais disponíveis sejam suficientes. - A incerteza epistémica - está associada a um certo nível de ignorância, ou informação incompleta, do sistema ou do ambiente que o rodeia; - é usada para descrever qualquer falta de conhecimento ou informação numa qualquer fase ou atividade do processo de modelação do sistema.

68 Incerteza - São várias e distintas as causas da incerteza: - falta de informação - não tem qualquer informação sobre os dados ou - tem apenas as probabilidades de ocorrência dos dados - excesso de informação como estes dados são processados pelo analista que - os transforma em dados percetíveis, ou - centra a sua atenção nos aspetos que lhe parecem ser os mais importantes (diferentes do AD), - negligenciando todos os outros dados ou informação. - provas em conflito perante a mesma situação há diferentes interpretações, acontecendo devido ao facto - de parte da informação disponível ao analista estar errada (mas não identificável como tal), - das características da informação serem irrelevantes para o sistema, - do modelo que o analista tem do sistema ser incorreto, - etc..

69 Incerteza - ambiguidade situações em que certas informações têm - significados totalmente diferentes (em termos linguísticos) ou - uma correspondência de um para vários (matematicamente falando) - medições, se uma dada propriedade exata não puder ser medida com precisão, - tem-se alguma incerteza relativamente à medição real, - conhecendo-se apenas uma medida indicativa. - crença - situações em que a informação disponível ao analista é subjetiva; - estas situações são classificadas segundo um tipo de crença numa certa circunstância.

70 Precisão e exatidão Precisão e exatidão - A precisão - refere-se ao quão próximo um número representado pelo computador representa o número que ambiciona representar; - é caracterizada pelo número de dígitos usados na representação e na álgebra; - por exemplo, será representada com maior precisão utilizando 8 bytes do que com 4 bytes. - A exatidão - refere-se a quão próximo um número representado pelo computador está do valor correto do número que ele almeja representar; - é caracterizada pelos erros (de truncatura e arredondamento) no método numérico.

71 Precisão e exatidão - Se os números 1 = = almejam representar = o número 2 possui maior exatidão do que 1, embora ambos possuam a mesma precisão. - Os conceitos de precisão e exatidão são muitas vezes confundidos entre si. - É frequente referir-se à precisão quando o correto seria referir-se à exatidão de um resultado.

72 Tipos de erros Tipos de erros - Durante as etapas de resolução de um problema, surgem erros de várias origens que podem alterar profundamente os resultados (soluções) obtidos. - Em função da origem dos erros, pode-se considerar dois tipos: a) erros exteriores ao processo de cálculo, e b) erros que ocorrem durante o processo de cálculo. - Os erros exteriores ao processo de cálculo podem ser - iniciais (associados aos dados e aos parâmetros do modelo), - de modelação (inerentes à construção dos modelos matemáticos), e - grosseiros (inerentes à elaboração e implementação dos algoritmos); - Os erros que ocorrem durante o processo de cálculo podem ser - de arredondamento (inerentes à representação de entidades numéricas nas máquinas e às operações que um computador pode realizar), e - de truncatura (associados ao uso de métodos numéricos). - Como consequência destes erros, as soluções numéricas obtidas são, em geral, aproximadas.

73 Tipos de erros

74 Tipos de erros - Erros iniciais (nos dados do modelo) Tipos de erros - Erros iniciais (nos dados do modelo) - Na modelação matemática, muitas vezes é necessário usar dados obtidos experimentalmente. - Nesta fase, pode ocorrer - uma modelação incorreta (a expressão matemática não reflete adequadamente o fenómeno físico), ou - os dados terem sido obtidos com pouca exatidão. - Nestes casos, é necessária a realização de testes para verificar o quanto os resultados são sensíveis às alterações dos dados fornecidos (análise de sensibilidade). - Grandes alterações nos resultados devido a pequenas variações nos dados - são sintomas de um mal condicionamento do modelo proposto, - havendo então necessidade de uma nova modelação do problema. - Um problema matemático diz-se - mal condicionado: se a solução obtida (resultados) é muito sensível a pequenas variações nos dados e parâmetros do problema; - bem condicionado: se pequenas variações nos dados e parâmetros induzem sempre pequenas variações na solução.

75 Tipos de erros - Erros de modelação (ou de formulação) Tipos de erros - Erros de modelação (ou de formulação) - Está relacionado com o facto de não completarem, com rigor, o modelo matemático. - Nesta situação, deve-se ter consciência que se está a trabalhar com um modelo - mal construído e - não adequado à realidade física. - Desta forma, nenhum método numérico poderá originar resultados precisos.

76 Tipos de erros - Erro grosseiro Tipos de erros - Erro grosseiro - A possibilidade de um computador cometer um erro é muito baixa. - No entanto, podem ser cometidos erros na elaboração do algoritmo - na sua implementação, e - na introdução dos dados iniciais. - Executar o programa com dados iniciais cujos resultados (solução) são conhecidos, - ajuda a detetar erros e a removê-los, mas - demonstra, apenas, que o programa está correto para aquele conjunto de dados (por isso, é que estes dados devem ser específicos); - o ideal seria elaborar uma prova de correção de programa, o que não é uma tarefa trivial.

77 Tipos de erros - Erro de arredondamento Tipos de erros - Erro de arredondamento - Um qualquer número decimal, por exemplo (base 10), não pode ser representado exatamente num computador porque tem que ser - convertido em binário (base 2), e - armazenado num número finito de bits. - O erro causado por esta imperfeição na representação de um número é denominado de erro de arredondamento.

78 Tipos de erros - Erro de truncatura Tipos de erros - Erro de truncatura - O erro de truncatura é devido à aproximação de um problema por outro. - Por exemplo, a substituição de um problema contínuo por um discreto. - Para avaliar uma função matemática no computador, - apenas podem ser requeridas as operações aritméticas e lógicas, por serem as operações que ele é capaz de efetuar. - Por exemplo, para avaliar f(x) = sen(x) esta tem que ser aproximada por uma série, sen( x) = ( 1) n x 2n+1 n=0 (2n+1)! = x x3 6 + x5 120 x , 0 x π 4 À medida que n aumenta, mais o valor da série se aproxima do valor real.

79 Tipos de erros - Erro de truncatura - A tabela que se segue - mostra a diferença entre o valor obtida pela série de sen(x) e um valor mais exato, para n até 2, 3 e 4. - Quando n aumenta, o erro de truncatura diminui, ficando claro que estes erros são devidos às várias truncaturas da série. ( 1) n x 2n+1 n=0 (2n+1)! sen(x) x t = 2 t = 3 t = / x x x /8 7.8 x x x /6 3.3 x x x 10-9 /4 2.5 x x x 10-7

80 Valores aproximados e erros Valores aproximados e erros - Ao resolver um problema numérico no computador - obtém-se, em geral, um valor aproximado da solução exata do problema. - Assim sendo, é importante poder avaliar-se a qualidade da aproximação. - Isto é, estimar ou limitar a discrepância entre - a solução aproximada calculada e - a solução exata. - Esta qualidade pode ser medida através do cálculo dos erros - absoluto e - relativo

81 Valores aproximados e erros - Erro absoluto Valores aproximados e erros - Erro absoluto - Seja, - X o valor exato de um número e - fl(x) o seu valor aproximado por uma representação de ponto flutuante. - O erro absoluto (EA X ) é definido como - o valor absoluto da diferença entre o valor exato e o valor aproximado: EA X = X - fl(x). - Ou seja, conhecendo-se fl(x) e EA X, pode-se afirmar que X = fl(x) EA X

82 Valores aproximados e erros - Erro absoluto - Como para a maior parte dos problemas X é desconhecido, - não é possível calcular o erro absoluto, - sendo apenas possível estimar-se o seu valor. - Geralmente conhece-se a quantidade não negativa d X, tal que EA X = X - fl(x) d X que se denomina por um limite superior do erro absoluto. - Desta relação pode-se concluir que o valor exato pertence ao intervalo fl(x) - d X X fl(x) + d X

83 Valores aproximados e erros - Erro relativo Valores aproximados e erros - Erro relativo - Seja, - X o valor exato de um número e - fl(x) o seu valor aproximado, - O erro relativo (ER X ) pode ser definido como o erro absoluto dividido por X: ER X = EA X X = X fl(x) X δ X X. - Como para a maior parte dos problemas X é desconhecido, é usual substituí-lo pelo valor aproximado fl(x) no denominador da expressão para o erro relativo: ER X = EA X fl(x) = X fl(x) fl(x) δ X fl(x). - O erro relativo - não tem dimensão e, em geral - só é conhecido o limite superior do seu valor, X, que se define como ER X X - Em geral, a melhor medida para se estimar a precisão de uma aproximação é o erro relativo, pois este indica diretamente o número de dígitos significativos corretos na aproximação.

84 Valores aproximados e erros - Fórmula fundamental dos erros Valores aproximados e erros - Fórmula fundamental dos erros - Considere-se um determinado problema de cálculo numérico, Y = f(x). - Mesmo que seja possível executar f de forma exata, - qualquer perturbação no valor dos dados irá afetar o valor dos resultados; - são os erros de propagação: fl(y) = f(f(x)). - Por outro lado, mesmo que os dados sejam exatos, - o método de cálculo pode ser aproximado; - os resultados virão afetados de erros gerados: fl(y) = f (X). - Na maior parte das vezes, - ocorrem sucessivas combinações desses dois tipos de erros: fl(y) = f (fl(x)). - A fórmula fundamental do cálculo dos erros serve para indicar como se propagam os erros ao longo do processo de cálculo numérico.

85 Valores aproximados e erros - Fórmula fundamental dos erros - Seja Y = f(x), onde f é uma função continuamente diferenciável em R. - Admita-se que fl(y) = f(fl(x)), isto é, fl(y) é obtido usando aritmética exata com dados ligeiramente perturbados (fl(x)). - Então, usando o Teorema do Valor Médio (T.V.M.), - Erro absoluto: - Erros relativo: EA fl(y) = f '( ) EA X, (X, fl(x)) ER fl(y) = ER fl(y) cond f(x) = X f '( ) Y X f '(X) f (X) X f '(X) f (X) ER X, (X, fl(x)) ER X, porque X fl(x) e (X, fl(x)) - é designado por número de condição de f em X e - é um indicador do efeito da propagação do erro relativo em f(x), e - permite avaliar em que condições a função é bem ou mal condicionada.

86 Valores aproximados e erros - Fórmula fundamental dos erros - Exemplos: Analisar os efeitos da propagação de erros nas funções x n e n x com n N. (a) f(x) = x n, com n N. cond f (x) = x f '(x) f (x) = x n xn 1 x n = n Verifica-se que a propagação do erro relativo depende apenas de n e não de x. (b) f(x) = n x, com n N. cond f (x) = x f '(x) f (x) = x nx ln x n x = x ln x Verifica-se que a propagação do erro relativo depende de x e não de n.

87 Valores aproximados e erros - Número de dígitos significativos Valores aproximados e erros - Número de dígitos significativos - Quando se contabiliza o número de dígitos de um valor numérico, - não se deve incluir os zeros no início do número, - uma vez que estes zeros apenas ajudam a localizar a posição ideal do ponto decimal. - Caso se pretenda contabilizar o número de decimais, - então os zeros à direita do ponto decimal devem ser incluídos. - Exemplos: - o número é dado com três dígitos significativos mas possui cinco decimais. - o número é dado com quatro dígitos significativos, mas possui apenas dois decimais. - Uma maneira alternativa de - se estimar a qualidade da aproximação, ou seja, a exatidão do número, - consiste em calcular o número de dígitos significativos corretos da representação.

88 Valores aproximados e erros - Número de dígitos significativos - Se fl(x) é uma aproximação de X - então fl(x) aproxima X com k dígitos significativos se EA X = X fl(x) 1 2 bs+1 k, em que s é tal que b s X b s+1. - O dígito significativo do valor aproximado que se encontra - mais à esquerda é chamado de digito mais significativo e o - mais à direita digito menos significativo. - O número de dígitos significativos de um valor aproximado dá boa informação sobre a qualidade dessa aproximação.

89 Valores aproximados e erros - Número de dígitos significativos - Existe uma relação entre - o número de dígitos significativos de um valor aproximado de um número e - o erro relativo desse valor. - Se fl(x) é uma aproximação para X com k dígitos significativos numa representação de base b, então ER X = X fl(x) X 1 2 b k+1 onde k é o maior inteiro positivo para o qual a desigualdade acima é verificada. - Exemplo: - sejam b = 10, X = 1/6 e fl(x) = ; então 1/ ER X = 1/6 = ou seja, o número de dígitos significativos em fl(x) é k = 5.

90 Erros de arredondamento Erros de arredondamento - O tamanho finito da palavra utilizada num computador digital para a representação de números de ponto flutuante provoca o aparecimento de diversos tipos de erros. - Uma estratégia para reduzir estes erros, usada na maioria dos computadores, - consiste em utilizar números de ponto flutuante normalizados, - isto é, números cuja mantissa M está sempre dentro do intervalo b 1 = 1 b M < 1 = b0, ou seja, 0.5 M 1 para computadores de base b = 2. - Esta estratégia, - diminui o número de zeros à direita do ponto e - maximiza o número de dígitos não nulos utilizados para representar um número. - No entanto, mesmo num sistema com representação normalizada, nem todos os números reais podem ser representados.

91 Erros de arredondamento - Exemplo: - considere-se no sistema F(2, 4, -5, 6) o número racional y = A forma de representar y na base 2 é: y = = ( ) 2. - Para escrever y de acordo com aquele sistema, deve-se primeiro normalizar segundo as operações: Y = = ( ) 2 3, - Pode-se então identificar M = ; e = Como para o sistema F(2, 4, -5, 6) a mantissa tem apenas 4 dígitos, uma possível aproximação para y é: fl(y) = (0.1111) x 2-3, que corresponde ao seguinte número na base 10: fl(y) = , resultando nos seguintes erros absoluto e relativo: EA y = x 10-3 ER y = x 10-2 = 5.35%.

92 Erros de arredondamento - Considere-se X na forma normalizada e sem representação exata no sistema F(b, n, e min, e max ) - Pode-se escrever X como - Ou seja, com X = 0.d 1 d 2...d n d n+1... b e = ( 0.d 1 d 2...d n) be + ( d n+1... ) be = = ( 0.d 1 d 2...d n) be + ( 0.d n+1... ) be n X = ( 0.d 1 d 2...d n) be + g X b e n g X = ( 0.d n+1... ) e g X < 1 em que g X b e-n é a parcela de X que não é incluída na sua representação. - Existem duas formas de se realizar a aproximação: - arredondamento por defeito (ou corte do número) e - arredondamento simétrico.

Cálculo numérico Cálculo numérico - O Cálculo Numérico é uma metodologia para resolver problemas matemáticos através do computador. - Uma solução obti

Cálculo numérico Cálculo numérico - O Cálculo Numérico é uma metodologia para resolver problemas matemáticos através do computador. - Uma solução obti Tópicos Tópicos - Cálculo numérico - Representação e conversão de números - Representação de números em diferentes bases - Conversão de números da base decimal para uma qualquer base b - Conversão de números

Leia mais

étodos uméricos Erros Visão Geral Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

étodos uméricos Erros Visão Geral Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA étodos uméricos Erros Visão Geral Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA UNIVERSIDADE DE JOÃO DEL-REI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

Leia mais

2. Representação e conversão de números

2. Representação e conversão de números Capítulo 2. Neste capítulo serão considerados alguns aspetos básicos relativos ao cálculo numérico, como as representações de números inteiros e reais em código binário, e análise e representação dos erros

Leia mais

1. Converta para a base binária, usando o método das divisões sucessivas, os seguintes números inteiros: a) 13 b) 35. e) 347 f) 513.

1. Converta para a base binária, usando o método das divisões sucessivas, os seguintes números inteiros: a) 13 b) 35. e) 347 f) 513. 1. Converta para a base binária, usando o método das divisões sucessivas, os seguintes números inteiros: a) 13 b) 35 c) 192 d) 255 e) 347 f) 513 g) 923 2. Converta para a base binária, usando os métodos

Leia mais

Capítulo 2. Computação Numérica

Capítulo 2. Computação Numérica Capítulo 2. Neste capítulo serão considerados alguns aspetos básicos relativos ao cálculo numérico, como as representações de números inteiros e reais em código binário, e análise e representação dos erros

Leia mais

1. Converta para a base binária, usando o método das divisões sucessivas, os seguintes números inteiros: a) 13 b) 35.

1. Converta para a base binária, usando o método das divisões sucessivas, os seguintes números inteiros: a) 13 b) 35. Computação Científica Folha Prática Computação Numérica 1. Converta para a base binária, usando o método das divisões sucessivas, os seguintes números inteiros: a) 13 b) 35 c) 192 d) 255 e) 347 f) 513

Leia mais

Cálculo Numérico IPRJ/UERJ. Sílvia Mara da Costa Campos Victer ÍNDICE. Aula 1- Introdução. Representação de números. Conversão de números

Cálculo Numérico IPRJ/UERJ. Sílvia Mara da Costa Campos Victer ÍNDICE. Aula 1- Introdução. Representação de números. Conversão de números Cálculo Numérico IPRJ/UERJ Sílvia Mara da Costa Campos Victer ÍNDICE Aula 1- Introdução Representação de números Conversão de números Aritmética de ponto flutuante Erros em máquinas digitais Aula 1 - Introdução

Leia mais

Folha Prática - Representação de Números e Erros. 1. Representar os seguintes números decimais em binário com ponto fixo:

Folha Prática - Representação de Números e Erros. 1. Representar os seguintes números decimais em binário com ponto fixo: Computação Científica Folha Prática - Representação de Números e Erros 1. Representar os seguintes números decimais em binário com ponto fixo: a) 24 b) 197 c) 1001 d) 7,65 e) 8,963 f) 266,66 2. Obter os

Leia mais

Cálculo Numérico Noções básicas sobre erros

Cálculo Numérico Noções básicas sobre erros Cálculo Numérico Noções básicas sobre erros Profa. Vanessa Rolnik 1º semestre 2015 Fases da resolução de problemas através de métodos numéricos Problema real Levantamento de Dados Construção do modelo

Leia mais

Ponto Fixo e Ponto Flutuante

Ponto Fixo e Ponto Flutuante Ponto Fixo e Ponto Flutuante Arquitetura de Computadores Introdução (1/2) É trivial para um computador atual tratar e operar com números inteiros. Entretanto, em muitas aplicações do dia a dia é necessário

Leia mais

Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

Universidade Federal do Espírito Santo - UFES Universidade Federal do Espírito Santo - UFES Centro Universitário Norte do Espírito Santo - CEUNES Departamento de Matemática Aplicada - DMA Prof. Isaac P. Santos - 2018/1 Aula: Erros e Aritmética de

Leia mais

1.1 Etapas na solução de um problema. 1.3 Tipos de erros. 1.4 Aritmética de ponto flutuante.

1.1 Etapas na solução de um problema. 1.3 Tipos de erros. 1.4 Aritmética de ponto flutuante. 1. Computação numérica 1.1 Etapas na solução de um problema. 1.2 Notação algorítmica. 1.3 Tipos de erros. 1.4 Aritmética de ponto flutuante. Algoritmos Numéricos Cap.1: Computaç~ao numérica Ed1.0 c 2001

Leia mais

Cálculo Numérico. Erros em processamento Numéricos

Cálculo Numérico. Erros em processamento Numéricos Cálculo Numérico Erros em processamento Numéricos Agenda Introdução a Erros Mudança de Base Erros de representação Erro de arredondamento Erro de absoluto Erro relativo Erro de truncamento Propagação do

Leia mais

ARQUITETURA DE COMPUTADORES

ARQUITETURA DE COMPUTADORES Representação de Dados Professor: Airton Ribeiro de Sousa E-mail: airton.ribeiros@gmail.com 1 REPRESENTAÇÃO DE DADOS: SÍMBOLO: Marca visual ou gráfica que representa um objeto que desejamos identificar

Leia mais

Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Computação. Representação e aritmética binária

Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Computação. Representação e aritmética binária Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Computação Representação e aritmética binária Prof. Renato Pimentel 1 Tipos de informação Representação por meio de sequências binárias: 8 bits (byte) Também

Leia mais

Organização e Arquitetura de Computadores I

Organização e Arquitetura de Computadores I Organização e Arquitetura de Computadores I Aritmética Computacional Slide 1 Sumário Unidade Lógica e Aritmética Representação de Números Inteiros Representação de Números de Ponto Flutuante Aritmética

Leia mais

ARQUITETURA DE COMPUTADORES

ARQUITETURA DE COMPUTADORES Representação de Dados Professor: Airton Ribeiro de Sousa E-mail: airton.ribeiro@faciplac.edu.br 1 Ao longo dos anos, muitos padrões e convenções foram estabelecidas para determinar certos aspectos da

Leia mais

Capítulo 1 - Erros e Aritmética Computacional

Capítulo 1 - Erros e Aritmética Computacional Capítulo 1 - Erros e Carlos Balsa balsa@ipb.pt Departamento de Matemática Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança 2 o Ano - Eng. Civil e Electrotécnica Carlos Balsa 1/ 26 Sumário 1 Definição

Leia mais

Aritmética dos Computadores

Aritmética dos Computadores William Stallings Arquitetura e Organização de Computadores Capítulo 4 Aritmética dos Computadores Unidade Lógica e Aritmética Faz os cálculos lógicos e aritméticos. Tudo, num sistema computador, está

Leia mais

Erros e Aritmética de ponto flutuante

Erros e Aritmética de ponto flutuante Cálculo Numérico Noções básicas sobre erros Aritmética de ponto flutuante Prof. Daniel G. Alfaro Vigo dgalfaro@dcc.ufrj.br DCC IM UFRJ Parte I Noções básicas sobre erros Introdução Validação Modelagem

Leia mais

Dessa forma pode-se transformar qualquer número em qualquer base para a base 10.

Dessa forma pode-se transformar qualquer número em qualquer base para a base 10. Sistemas de numeração e representação dos números Sistemas de Numeração e Somadores Binários I Base Numérica Um número em uma base qualquer pode ser representado da forma: N = An-1.B n-1 + An-2.B n-2 +...+

Leia mais

Arquitetura e Organização de Computadores

Arquitetura e Organização de Computadores UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO Arquitetura e Organização de Computadores Aritmética Computacional Prof. Helcio Wagner

Leia mais

Home Programa Exercícios Provas Professor Links. 2.1 Representação de um número na base dois. O número binário 101,101 significa, na base dois:

Home Programa Exercícios Provas Professor Links. 2.1 Representação de um número na base dois. O número binário 101,101 significa, na base dois: Curso de Cálculo Numérico Professor Raymundo de Oliveira Home Programa Exercícios Provas Professor Links Capítulo 2 - Representação binária de números inteiros e reais 2.1 Representação de um número na

Leia mais

Sistemas de Numeração. Exemplos de Sistemas de Numeração (1) Exemplos de Sistemas de Numeração (2) Sistemas de Numeração

Sistemas de Numeração. Exemplos de Sistemas de Numeração (1) Exemplos de Sistemas de Numeração (2) Sistemas de Numeração Sistemas de Numeração Sistemas de Numeração (Aula Extra) Sistemas de diferentes bases Álgebra Booleana Roberta Lima Gomes - LPRM/DI/UFES Sistemas de Programação I Eng. Elétrica 27/2 Um sistema de numeração

Leia mais

Estudo de erros Erros na fase de modelagem: 1.2. Erros na fase de resolução:

Estudo de erros Erros na fase de modelagem: 1.2. Erros na fase de resolução: MATEMÁTICA ICET UFMT Clculo Numrico Licenciatura Plena em Matemática Prof. Geraldo Lúcio Diniz Estudo de erros 1. Introdução A obtenção de uma solução numérica para um problema físico por meio da aplicação

Leia mais

Representação e erros numéricos

Representação e erros numéricos Representação e erros numéricos Marina Andretta ICMC-USP 29 de fevereiro de 2012 Baseado no livro Análise Numérica, de R. L. Burden e J. D. Faires. Marina Andretta (ICMC-USP) sme0500 - cálculo numérico

Leia mais

Métodos Numéricos - Notas de Aula

Métodos Numéricos - Notas de Aula Métodos Numéricos - Notas de Aula Prof a Olga Regina Bellon Junho 2007 1. Representação de números reais 1.1. Introdução Cálculo Numérico X Método Numérico CI202 - Métodos Numéricos 1 1. Representação

Leia mais

Arquitetura e Organização de Computadores

Arquitetura e Organização de Computadores UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO Arquitetura e Organização de Computadores Aritmética Computacional Prof. Sílvio Fernandes

Leia mais

Baseado nos slides de Anna Tostes SISTEMA NUMÉRICO

Baseado nos slides de Anna Tostes SISTEMA NUMÉRICO Baseado nos slides de Anna Tostes SISTEMA NUMÉRICO 1 Sumário 1. Sistema Numérico 2. Notação Posicional Sistema Decimal Sistema Binário Sistema Octal Sistema Hexadecimal 3. Conversão entre Bases 4. Operações

Leia mais

Representação e erros numéricos

Representação e erros numéricos Representação e erros numéricos Marina Andretta / Franklina Toledo ICMC-USP 25 de fevereiro de 2015 Baseado no livro Análise Numérica, de R. L. Burden e J. D. Faires. Marina Andretta / Franklina Toledo

Leia mais

CCI-22. Erros Erros de arredondamento, representação e de cálculo

CCI-22. Erros Erros de arredondamento, representação e de cálculo CCI-22 Matemática Computacional Erros Erros de arredondamento, representação e de cálculo CCI-22 Tipos de erros Sistemas de ponto flutuante Arredondamentos Erros absolutos e relativos Dígitos significativos

Leia mais

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano.

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano. CÁLCULO NUMÉRICO Profa. Dra. Yara de Souza Tadano aratadano@utfpr.edu.br Aula 2 Noções Básicas sobre Erros A resolução de problemas numericamente envolve várias fases que podem ser assim estruturadas:

Leia mais

Representação e erros numéricos

Representação e erros numéricos Representação e erros numéricos Marina Andretta ICMC-USP 27 de fevereiro de 2013 Baseado no livro Análise Numérica, de R. L. Burden e J. D. Faires. Marina Andretta (ICMC-USP) sme0500 - Cálculo Numérico

Leia mais

Introdução à Computação

Introdução à Computação Introdução à Computação Jordana Sarmenghi Salamon jssalamon@inf.ufes.br jordanasalamon@gmail.com http://inf.ufes.br/~jssalamon Departamento de Informática Universidade Federal do Espírito Santo Agenda

Leia mais

CÁLCULO NUMÉRICO (CN)

CÁLCULO NUMÉRICO (CN) CÁLCULO NUMÉRICO (CN) OBJETIVO: O estudo dos métodos de resolução numérica de problemas de matemática. 1. INTRODUÇÃO: A resolução de problemas envolve várias fases que podem ser assim estruturadas: Problema

Leia mais

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano.

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano. CÁLCULO NUMÉRICO Profa. Dra. Yara de Souza Tadano aratadano@utfpr.edu.br Aula 2 08/2014 Noções Básicas sobre Erros A resolução de problemas numericamente envolve várias fases que podem ser assim estruturadas:

Leia mais

Capítulo 1 - Erros e Aritmética Computacional

Capítulo 1 - Erros e Aritmética Computacional Capítulo 1 - Erros e Carlos Balsa balsa@ipb.pt Departamento de Matemática Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Bragança 2 o Ano - Eng. Civil e Electrotécnica Carlos Balsa Métodos Numéricos 1/ 21 Sumário

Leia mais

Disciplina: Introdução à Engenharia da Computação

Disciplina: Introdução à Engenharia da Computação Colegiado de Engenharia de Computação Disciplina: Introdução à Engenharia da Computação Aula 07 (semestre 2011.2) Prof. Rosalvo Ferreira de Oliveira Neto, M.Sc. rosalvo.oliveira@univasf.edu.br 2 Representação

Leia mais

Aula 9: Estouro e Representação em Ponto Flutuante

Aula 9: Estouro e Representação em Ponto Flutuante Aula 9: Estouro e Representação em Ponto Flutuante Diego Passos Universidade Federal Fluminense Fundamentos de Arquiteturas de Computadores Diego Passos (UFF) Estouro e Ponto Flutuante FAC 1 / 43 Revisão

Leia mais

Aula 3 - Representação de Dados

Aula 3 - Representação de Dados Aula 3 - Representação de Dados Marcos A. Guerine Universidade Federal Fluminense mguerine@ic.uff.br Na aula passada... História dos sistemas de numeração Bases de numeração Conversão entre bases Conversão

Leia mais

Representação e erros numéricos

Representação e erros numéricos Representação e erros numéricos Marina Andretta/Franklina Toledo ICMC-USP 03 de Agosto de 2012 Baseado no livro Análise Numérica, de R. L. Burden e J. D. Faires. Marina Andretta/Franklina Toledo (ICMC-USP)

Leia mais

PARTE I I: ARITMÉTICA COMPUTACIONAL ARQUITETURA DE COMPUTADORES ANTONIO RAMOS DE CARVALHO JÚNIOR

PARTE I I: ARITMÉTICA COMPUTACIONAL ARQUITETURA DE COMPUTADORES ANTONIO RAMOS DE CARVALHO JÚNIOR PARTE I I: ARITMÉTICA COMPUTACIONAL ARQUITETURA DE COMPUTADORES ANTONIO RAMOS DE CARVALHO JÚNIOR Introdução Como representar números em memória? Como representar números negativos e de ponto flutuante?

Leia mais

Estouro e Representação em Ponto Flutuante

Estouro e Representação em Ponto Flutuante Estouro e Representação em Ponto Flutuante Cristina Boeres Insituto de Computação (UFF) Fundamentos de Arquiteturas de Computadores Material baseado nos slides de Fernanda Passos Cristina Boeres (IC/UFF)

Leia mais

Aproximações e Erros

Aproximações e Erros Aproximações e Erros Lucia Catabriga e Andréa Maria Pedrosa Valli Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD) Departamento de Informática Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Vitória,

Leia mais

Fundamentos. Capítulo 1

Fundamentos. Capítulo 1 Capítulo 1 Fundamentos 1.1 Introdução Sempre que se pretende tratar algum problema cuja solução toma a forma do cálculo de um valor numérico é habitual ter de considerar não só conceitos de carácter mais

Leia mais

Cálculo Numérico Conceitos Básicos

Cálculo Numérico Conceitos Básicos Cálculo Numérico Conceitos Básicos Prof. Jorge Cavalcanti jorge.cavalcanti@univasf.edu.br MATERIAL ADAPTADO DOS SLIDES DA DISCIPLINA CÁLCULO NUMÉRICO DA UFCG - www.dsc.ufcg.edu.br/~cnum/ 1 Princípios usados

Leia mais

Introdução à Computação

Introdução à Computação Universidade Federal de Campina Grande Centro de Engenharia Elétrica e Informática Unidade Acadêmica de Sistemas e Computação Curso de Bacharelado em Ciência da Computação Introdução à Computação A Informação

Leia mais

CCI-22. Matemática Computacional. Carlos Alberto Alonso Sanches Juliana de Melo Bezerra

CCI-22. Matemática Computacional. Carlos Alberto Alonso Sanches Juliana de Melo Bezerra CCI-22 Matemática Computacional Carlos Alberto Alonso Sanches Juliana de Melo Bezerra CCI-22 2) Erros de arredondamento Erros de representação e de cálculo CCI-22 Tipos de erros Sistemas de ponto flutuante

Leia mais

Aula 9: Estouro e Representação em Ponto Flutuante

Aula 9: Estouro e Representação em Ponto Flutuante Aula 9: Estouro e Representação em Ponto Flutuante Fernanda Passos Universidade Federal Fluminense Fundamentos de Arquiteturas de Computadores Material baseado nos slides do prof. Diego Passos Fernanda

Leia mais

William Stallings Arquitetura e Organização de Computadores 8 a Edição

William Stallings Arquitetura e Organização de Computadores 8 a Edição William Stallings Arquitetura e Organização de Computadores 8 a Edição Capítulo 9 Aritmética do computador slide 1 Unidade aritmética e lógica Faz os cálculos. Tudo o mais no computador existe para atender

Leia mais

Números binários e erros

Números binários e erros Números binários e erros Alan Costa de Souza 14 de Agosto de 2017 Alan Costa de Souza Números binários e erros 14 de Agosto de 2017 1 / 1 Introdução Calcular a área de uma circunferência de 100 m de raio.

Leia mais

Organização e Arquitetura de Computadores I

Organização e Arquitetura de Computadores I Universidade Federal de Campina Grande Departamento de Sistemas e Computação Curso de Bacharelado em Ciência da Computação Organização e Arquitetura de Computadores I Conceitos BásicosB (Parte II) Prof

Leia mais

Capítulo 2. Representação de números em vírgula flutuante

Capítulo 2. Representação de números em vírgula flutuante Capítulo 2 Representação de números em vírgula flutuante Adaptado dos transparentes das autoras do livro The Essentials of Computer Organization and Architecture Números inteiros Os computadores foram

Leia mais

Cálculo Numérico. Conjunto de métodos utilizados para a obtenção de resultados de problemas matemáticos através de aproximações.

Cálculo Numérico. Conjunto de métodos utilizados para a obtenção de resultados de problemas matemáticos através de aproximações. CÁLCULO NUMÉRICO Cálculo Numérico Conjunto de métodos utilizados para a obtenção de resultados de problemas matemáticos através de aproximações Problema Físico Modelo Matemático Solução Cálculo Numérico

Leia mais

Aritmética Binária e Complemento a Base. Introdução ao Computador 2010/1 Renan Manola

Aritmética Binária e Complemento a Base. Introdução ao Computador 2010/1 Renan Manola Aritmética Binária e Complemento a Base Introdução ao Computador 2010/1 Renan Manola Sumário Soma e multiplicação binária; Subtração e divisão binária; Representação com sinal; Complemento a base. Adição

Leia mais

Representação de números - Conversão de base b para base 10

Representação de números - Conversão de base b para base 10 Representação de números - Conversão de base b para base Números em base 0,,,, 8, 9,,,,, 9, 0,,, 99, 0,,, 47,, 999, 00, 0, dígitos que constituem a base Valor depende da posição dos dígitos centenas unidades

Leia mais

Arquitetura de Computadores

Arquitetura de Computadores Arquitetura de Computadores Eduardo Albuquerque Adaptado do material do Prof. Fábio M. Costa Instituto de Informática UFG 1S/2004 Representação de Dados e Aritmética Computacional Roteiro Números inteiros

Leia mais

Números são números, letras são números e sinais de pontuação, símbolos e até mesmo as instruções do próprio computador são números.

Números são números, letras são números e sinais de pontuação, símbolos e até mesmo as instruções do próprio computador são números. Para o computador, tudo são números. Números são números, letras são números e sinais de pontuação, símbolos e até mesmo as instruções do próprio computador são números. O método ao qual estamos acostumados

Leia mais

Matemática Computacional. Edgard Jamhour

Matemática Computacional. Edgard Jamhour Matemática Computacional Edgard Jamhour Definição A matemática computacional é uma área da matemática e da computação que trata do desenvolvimento de modelos matemáticos, para o tratamento de problemas

Leia mais

Representação e Aritmética em Ponto Flutuante. 35T12 Sala 3G4 Bruno Motta de Carvalho DIMAp Sala 15 Ramal 227

Representação e Aritmética em Ponto Flutuante. 35T12 Sala 3G4 Bruno Motta de Carvalho DIMAp Sala 15 Ramal 227 Representação e Aritmética em Ponto Flutuante 35T12 Sala 3G4 Bruno Motta de Carvalho DIMAp Sala 15 Ramal 227 Sistemas de Representação de Números no Computador Representação de números inteiros Dado um

Leia mais

Aula 4: Bases Numéricas

Aula 4: Bases Numéricas Aula 4: Bases Numéricas Fernanda Passos Universidade Federal Fluminense Fundamentos de Arquiteturas de Computadores Material baseado nos slides do prof. Diego Passos Fernanda Passos (UFF) Bases Numéricas

Leia mais

INTRODUÇÃO. O processo de modelagem matemática para resolver problemas reais pode ser visto pelas seguintes etapas: Escolha de um Método Adequado

INTRODUÇÃO. O processo de modelagem matemática para resolver problemas reais pode ser visto pelas seguintes etapas: Escolha de um Método Adequado 1 Métodos Numéricos INTRODUÇÃO O Cálculo Numérico, entendido com uma coletânea de métodos numéricos, consiste de uma poderosa ferramenta que nos auxilia na obtenção de soluções numéricas, em geral aproximadas,

Leia mais

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano.

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano. CÁLCULO NUMÉRICO Profa. Dra. Yara de Souza Tadano aratadano@utfpr.edu.br Aula 2 Noções Básicas sobre Erros A resolução de problemas numericamente envolve várias fases que podem ser assim estruturadas:

Leia mais

REPRESENTAÇÃO DE DADOS. Prof. Maicon A. Sartin

REPRESENTAÇÃO DE DADOS. Prof. Maicon A. Sartin REPRESENTAÇÃO DE DADOS Prof. Maicon A. Sartin mapsartin@gmail.com Representação de Dados Sumário Introdução a Representação de Dados Complemento a 1 Aritmética em C1 Complemento a 2 Aritmética em C2 Aritmética

Leia mais

Infraestrutura de Hardware

Infraestrutura de Hardware Infraestrutura de Hardware Aritmética Computacional Universidade Federal Rural de Pernambuco Professor: Abner Corrêa Barros abnerbarros@gmail.com Desde os primórdios da sua história os homens tem se deparado

Leia mais

Representação de números - Conversão de base b para base 10

Representação de números - Conversão de base b para base 10 Representação de números - Conversão de base b para base Números em base 0,,,, 8, 9,,,,, 9, 0,,, 99, 0,,, 47,, 999, 00, 0, dígitos que constituem a base Valor depende da posição dos dígitos centenas unidades

Leia mais

Sistemas numéricos e a Representação Interna dos Dado no Computador

Sistemas numéricos e a Representação Interna dos Dado no Computador Sistemas numéricos e a Representação Interna dos Dado no Computador Ricardo Azambuja Silveira INE-CTC-UFSC E-Mail: silveira@inf.ufsc.br URL: http://www.inf.ufsc.br~silveira Material elaborado pelo prof

Leia mais

Aula 11. A Informação e sua Representação Ponto-Flutuante. Prof. Dr. Dilermando Piva Jr.

Aula 11. A Informação e sua Representação Ponto-Flutuante. Prof. Dr. Dilermando Piva Jr. 11 Aula 11 A Informação e sua Representação Ponto-Flutuante Prof. Dr. Dilermando Piva Jr. Site Disciplina: http://fundti.blogspot.com.br/ Em alguns tipos de cálculo, a faixa de variação dos números envolvidos

Leia mais

Representação de números Conversão de base b para base 10

Representação de números Conversão de base b para base 10 Representação de números Conversão de base b para base 0 Números em base 0 0,,,, 8, 9, 0,,,, 9, 0,,, 99, 00, 0,, 47,, 999, 000, 00, 0 dígitos que constituem a base Valor depende da posição dos dígitos

Leia mais

1 bases numéricas. capítulo

1 bases numéricas. capítulo capítulo 1 bases numéricas Os números são representados no sistema decimal, mas os computadores utilizam o sistema binário. Embora empreguem símbolos distintos, os dois sistemas formam números a partir

Leia mais

Erros, Precisão Numérica e Ponto Flutuante

Erros, Precisão Numérica e Ponto Flutuante Capítulo 3 Erros, Precisão Numérica e Ponto Flutuante No capítulo anterior introduzimos o conceito de variável em programação. Uma variável é basicamente um nome usado para se referir a algum conteúdo

Leia mais

Métodos Numéricos Erros Ponto Flutuante. Professor Volmir Eugênio Wilhelm Professora Mariana Kleina

Métodos Numéricos Erros Ponto Flutuante. Professor Volmir Eugênio Wilhelm Professora Mariana Kleina Métodos Numéricos Erros Ponto Flutuante Professor Volmir Eugênio Wilhelm Professora Mariana Kleina Representação Numérica O conjunto dos números representáveis em qualquer máquina é finito, e portanto

Leia mais

Lista de Exercícios Sistemas de Numeração

Lista de Exercícios Sistemas de Numeração Lista de Exercícios Sistemas de Numeração 1- (Questão 52 BNDES Profissional Básico Análise de Sistemas - Suporte ano 2010) Um administrador de sistemas, ao analisar o conteúdo de um arquivo binário, percebeu

Leia mais

6.Elaboração de algoritmos...13

6.Elaboração de algoritmos...13 Índice de conteúdos Capítulo 1. Computação Científica...1 1.Definição...1 2.Modelo genérico...2 3.Modelo matemático...2 4.Tipos de modelos matemáticos...3 5.Modelação matemática...5 5.1.Definição (formulação)

Leia mais

Aula 4: Bases Numéricas

Aula 4: Bases Numéricas Aula 4: Bases Numéricas Diego Passos Universidade Federal Fluminense Fundamentos de Arquiteturas de Computadores Diego Passos (UFF) Bases Numéricas FAC 1 / 36 Introdução e Justificativa Diego Passos (UFF)

Leia mais

SME CÁLCULO NUMÉRICO I PROFESSORES MARCOS ARENALES MARISTELA SANTOS. Agosto 2011

SME CÁLCULO NUMÉRICO I PROFESSORES MARCOS ARENALES MARISTELA SANTOS. Agosto 2011 SME0100 - CÁLCULO NUMÉRICO I PROFESSORES MARCOS ARENALES MARISTELA SANTOS Agosto 2011 SME0100 - Cálculo Numérico I Ementa: 1) Representação de números no computador. Erros em métodos numéricos. 2) Soluções

Leia mais

Sistemas de Computação

Sistemas de Computação Sistemas de Computação Práticas Laboratoriais Semana 2 Prof. Bruno Medeiros Prof. Antonio Pina Sumário Sistemas de numeração e conversão de bases Operações aritméticas e lógicas em base 2 Representação

Leia mais

Conceitos e Princípios Gerais

Conceitos e Princípios Gerais Conceitos e Princípios Gerais Conceitos e Princípios Gerais Fases na resolução de problemas físicos Resolução do Modelo Matemático Conceitos Básicos de Cálculo Numérico Erros em Processos Numéricos Fases

Leia mais

Notas de Aula Guilherme Sipahi Arquitetura de Computadores

Notas de Aula Guilherme Sipahi Arquitetura de Computadores Notas de Aula Guilherme Sipahi Arquitetura de Computadores Aritmética de Ponto Flutuante. 1. Da aritmética de Inteiros a aritmética de Pontos Flutuantes : Números inteiros deixam de representar uma parte

Leia mais

Introdução à Computação

Introdução à Computação Universidade Federal de Campina Grande Centro de Engenharia Elétrica e Informática Unidade Acadêmica de Sistemas e Computação Curso de Bacharelado em Ciência da Computação Introdução à Computação A Informação

Leia mais

FUNDAMENTOS DE ARQUITETURAS DE COMPUTADORES REPRESENTAÇÃO NUMÉRICA. Cristina Boeres

FUNDAMENTOS DE ARQUITETURAS DE COMPUTADORES REPRESENTAÇÃO NUMÉRICA. Cristina Boeres FUNDAMENTOS DE ARQUITETURAS DE COMPUTADORES REPRESENTAÇÃO NUMÉRICA Cristina Boeres ! Sistema de escrita para expressão de números Notação matemática! Composto por símbolos Símbolos tem significados ou

Leia mais

Cálculo Numérico - Mat 215. Prof. Dirceu Melo. Prof. Dirceu Melo - MAT215

Cálculo Numérico - Mat 215. Prof. Dirceu Melo. Prof. Dirceu Melo - MAT215 Cálculo Numérico - Mat 215 Prof. Dirceu Melo Prof. Dirceu Melo - MAT215 1 1ª AULA Introdução Sistemas Decimal e Binário Conversão de Sistemas de base Sistema Aritmético de Ponto Flutuante INTRODUÇÃO 3

Leia mais

SISTEMAS DE NUMERAÇÃO CONVERSÕES ENTRE BASES. Prof. André Rabelo

SISTEMAS DE NUMERAÇÃO CONVERSÕES ENTRE BASES. Prof. André Rabelo SISTEMAS DE NUMERAÇÃO CONVERSÕES ENTRE BASES Prof. André Rabelo CONVERSÕES ENTRE BASES 2, 8 E 16 As conversões mais simples são as que envolvem bases que são potências entre si. Exemplo(base 2 para base

Leia mais

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano

CÁLCULO NUMÉRICO. Profa. Dra. Yara de Souza Tadano CÁLCULO NUMÉRICO Profa. Dra. Yara de Souza Tadano yaratadano@utfpr.edu.br Aulas 5 e 6 03/2014 Erros Aritmética no Computador A aritmética executada por uma calculadora ou computador é diferente daquela

Leia mais

Organização de Computadores I

Organização de Computadores I Organização de Computadores I Aula 3 Material: Diego Passos http://www.ic.uff.br/~debora/orgcomp/pdf/parte3.html Organização de Computadores I Aula 3 1/17 Tópicos Numéricas. entre bases. de conversão..

Leia mais

Erros em computações numéricas

Erros em computações numéricas Erros em computações numéricas Sérgio Galdino 1 2 1 POLI-UPE Escola Politécnica Universidade de Pernambuco 2 UNICAP Universidade Católica de Pernambuco Disciplinas: (1)Cálculo Numérico - (2)Cálculo Numérico

Leia mais

SISTEMA DE NUMERAÇÃO. Introdução a Informática. Vinícius Pádua

SISTEMA DE NUMERAÇÃO. Introdução a Informática. Vinícius Pádua SISTEMA DE NUMERAÇÃO Introdução a Informática Sistema de Numeração Métodos científicos para representar os números Tipos Notação não posicional ou Posicional Difere se o algarismo tem valor fixo ou não

Leia mais

Representações de Números Inteiros: Sinal e Magnitude e Representação em Excesso de k

Representações de Números Inteiros: Sinal e Magnitude e Representação em Excesso de k Representações de Números Inteiros: Sinal e Magnitude e Representação em Excesso de k Cristina Boeres Instituto de Computação (UFF) Fundamentos de Arquiteturas de Computadores Material de Fernanda Passos

Leia mais

Aritmética em Bases Não Decimais

Aritmética em Bases Não Decimais Aritmética em Bases Não Decimais Cristina Boeres Insituto de Computação (UFF) Fundamentos de Arquiteturas de Computadores Material cedido por Fernanda Passos (IC/UFF) Aritmética em Bases Não Decimais FAC

Leia mais

Noções sobre Erros em Matemática Computacional

Noções sobre Erros em Matemática Computacional Noções sobre Erros em Matemática Computacional Sumário Representação de Números em Ponto Flutuante Erros em Expressões Definições Úteis Ponto Flutuante em Computadores Representação de Números em Ponto

Leia mais

TP062-Métodos Numéricos para Engenharia de Produção Erros-Ponto Flutuante

TP062-Métodos Numéricos para Engenharia de Produção Erros-Ponto Flutuante TP062-Métodos Numéricos para Engenharia de Produção Erros-Ponto Flutuante Prof. Volmir Wilhelm Curitiba, 2015 Representação Numérica No sistema decimal X (10) = d 3 d 2 d 1 d 0 (número inteiro de 4 dígitos)

Leia mais

Introdução. à Ciência da. Representação de Números em Ponto Flutuante. Aula 21. Números Fracionários

Introdução. à Ciência da. Representação de Números em Ponto Flutuante. Aula 21. Números Fracionários Universidade Federal de Pelotas Instituto de Física e Matemática Departamento de Informática Bacharelado em Ciência da Computação Introdução à Ciência da Computação Aula 21 Representação de Números em

Leia mais

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE MANUAL TEÓRICO

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE MANUAL TEÓRICO UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE MÉTODOS NUMÉRICOS MANUAL TEÓRICO José A. Nhavoto, MSc Julho de 2011 Conteúdo 1 Noções básicas sobre erros 4 1.1 Introdução a erros.................................. 4 1.2

Leia mais

Sistemas de Numeração

Sistemas de Numeração Sistemas de Numeração Objetivos Conhecer representações numéricas para inteiros positivos (naturais) nas bases binária, hexadecimal e octal. Generalizar representações para qualquer base. Manipular fluentemente

Leia mais

Lista de Exercícios 1

Lista de Exercícios 1 Lista de Exercícios 1 MAT 01169 - Cálculo Numérico 2 de Agosto de 2015 As respostas de alguns exercícios estão no final da lista. Exercício 1. Converta para binário os números abaixo: (a) (102) 10 = (b)

Leia mais

Circuitos Lógicos. Capítulo 9 Aritmérica Digital: Operações e Circuitos

Circuitos Lógicos. Capítulo 9 Aritmérica Digital: Operações e Circuitos UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI Circuitos Lógicos Capítulo 9 Aritmérica Digital: Operações e Circuitos Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno http://www.ufsj.edu.br/nepomuceno nepomuceno@ufsj.edu.br

Leia mais

ELETRÔNICA DIGITAL I

ELETRÔNICA DIGITAL I ELETRÔNICA DIGITAL I Parte 2 Aritmética Digital Professor Dr. Michael Klug 1 Sistema Decimal: Sistema Binário: Adição Binária carry 1 472 246 718 A B S C 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 S=AB C=carry 2

Leia mais

Aula 7: Representações de Números Inteiros: Sinal e Magnitude e Representação em Excesso de k

Aula 7: Representações de Números Inteiros: Sinal e Magnitude e Representação em Excesso de k Aula 7: Representações de Números Inteiros: Sinal e Magnitude e Representação em Excesso de k Diego Passos Universidade Federal Fluminense Fundamentos de Arquiteturas de Computadores Diego Passos (UFF)

Leia mais

REPRESENTAÇÃO DE NÚMEROS EM BINÁRIO E HEXADECIMAL

REPRESENTAÇÃO DE NÚMEROS EM BINÁRIO E HEXADECIMAL ESCOLA POLITÉCNICA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos PSI - EPUSP REPRESENTAÇÃO DE NÚMEROS EM BINÁRIO E HEXADECIMAL 1. Hexadecimal [A1] Hexadecimal é o sistema

Leia mais