TRANSTORNOS DE ANSIENDADE: TÉCNICAS DE TRATAMENTO NA TCC

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1 TRANSTORNOS DE ANSIENDADE: TÉCNICAS DE TRATAMENTO NA TCC Ricardo Alexandre Aneas Botta 1 Almir Dalmolin Filho 2 Ana Rita Leite Malheiros 2 INTRODUÇÃO O DSM-V, descreve que os transtornos de ansiedade incluem características de medo excessivo e perturbações comportamentais relacionadas. Medo é a resposta emocional e ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura. CASTILLO (2016), relata a ansiedade como a antecipação do perigo, gerando sentimento desagradável de medo e apreensão, e que os indivíduos podem não reconhecer seus medos como sendo exagerados. Tornam-se patológicos, a ansiedade e o medo, quando interferem na qualidade de vida ou são desproporcionais ao estímulo, ou ainda interferem significativamente no emocional e no desempenho do sujeito. Segundo o autor, com exceção fobias específicas, transtorno de pânico e transtorno de estresse pós-traumático, com predominância do sexo feminino, a distribuição é de modo geral equivalente entre os sexos. SCARPATO (2010), descreve que os transtornos de ansiedade se caracterizam por um alto nível de ansiedade. Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça, acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis. O autor cita que síndrome do pânico, fobia específica, fobia social, estresse póstraumático, transtorno obsessivo-compulsivo e distúrbio de ansiedade generalizada, são descritos como os principais transtornos de ansiedade. ARAUJO (2011) pontua que estudos indicam que as melhores estratégias que contribuem para o sucesso no tratamento das fobias são a reestruturação cognitiva, a psicoeducação, a 1 (1)Psicólogo (UNESP-SP-1993), Mestre em Especial (UFScar-SP-1997), Professor do Curso de Psicologia da UNESC-Cacoal-RO. (2) Acadêmicos do sexto período do Curso de psicologia da UNESC-Cacoal-RO. XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 1

2 dessensibilização sistemática e a exposição ao vivo. As técnicas citadas pelo autor estão presentes na terapia cognitiva comportamental (tcc). Este trabalho tem como objetivo listar técnicas utilizadas e os resultados de seis artigos, sendo eles estudos de casos relacionados aos transtornos de ansiedade, tratados em clínica por profissionais adeptos da abordagem da TCC. METODOLOGIA Utilizou-se os sites Google e Scielo para, através de pesquisa, buscar materiais teóricocientíficos para realizar embasamento do presente trabalho, de revisão bibliográfica. Em ambos os sites citados acima, foram utilizadas as seguintes palavras chaves para realizar a pesquisa por material: Scielo, TCC, intervenção, transtorno, ansiedade, relato, estudo, caso, artigo, cognitivo-comportamental, cognitiva, tratamento, técnicas, patologia, clínico, caso clinico, DSM, técnicas TCC. Segue tabela de artigos utilizados: Tabela de Revisão ANO TÍTULO AUTORES TÉCNICAS 2004 Intervenção Cognitivo- Comportamental em Transtorno de Personalidade Dependente: Relato de Caso Carla Rodrigues Zanin; Nelson IgmarValerio Registro de pensamentos disfuncionais; Reestruturação cognitiva; Relaxamento; Treino de assertividade; Treino e habilidade social; Exposição e prevenção de respostas; Ensaio comportamental, envolvendo role playing. Treino para autonomia. X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC

3 2004 Transtorno de Ansiedade Social: um estudo de caso 2005 Tratamento da fobia social circunscrita por exposição ao vivo e reestruturação cognitiva 2008 A terapia Cognitivocomportamental no transtorno obsessivocompulsivo Juliana de Lima Muller, Clarissa MarceliTrentini, Adriana MokwaZanini, Fernanda Machado Lopes Gustavo J. Fonseca D El Rey; Carla Alessandra Pacini Aristides VolpatoCordioli psicoeducação; Treino em habilidades sociais; Reestruturação cognitiva da ansiedade antecipatória; Dramatização Ensaio comportamental Exposição ao vivo; Identificação de cognições disfuncionais; Reestruturação cognitiva; Questionamento de pensamentos automáticos; Testes de aproximação comportamental; Escala de problemas e objetivos (medidas de avaliação). Condicionamento clássico; Identificação e registro de pensamentos automáticos e crenças e disfuncionais; Questionamento socrático ou exame de evidências; Seta descendente; Exame de vantagens e desvantagens ou do custo benefício; A torta da responsabilidade; Exame das duas hipóteses alternativas; Experimento comportamentais; Uso de lembretes; Exposição e prevenção de respostas. Psicoeducação; Conceituação XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 3

4 2011 Intervenção cognitivo comportamental em transtorno de ansiedade: Relato de caso 2011 Fobia específica: passo a passo de uma intervenção bemsucedida Maria Ines Santana de Oliveira Neuraci Gonçalves de Araujo cognitiva; Reestruturação cognitiva; Teste de evidências; Análise das vantagens e desvantagens das tomadas de decisões e resolução de problemas; Técnica de relaxamento (respiração diafragmática e relaxamento progressivo); Questionamento socrático. Respiração diafragmática; A exposição ao vivo; Dessensibilização sistemática; Técnica de imaginação Técnica de distração. RESULTADOS O artigo Tratamento da fobia social circunscrita por exposição ao vivo e reestruturação cognitiva, destaca que é difícil verificar as reais contribuições de cada técnica em particular empregada nesse caso, ou seja, pode-se verificar que uma técnica sozinha pouco resultado traz, uns conjuntos de técnicas utilizadas de forma adequada trazem um resultado eficiente. No artigo Intervenção cognitivo comportamental em transtorno de ansiedade: Relato de caso pontua-se que as técnicas da TCC são importantes para que o sujeito analise possibilidades e tenha autonomia. Quando em excesso a ansiedade compromete a vida do sujeito, o deixando sem a possibilidade de avaliar e utilizar a sua autonomia. X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC

5 Reestruturação cognitiva apareceu em três, dos seis artigos. OLIVEIRA (2011), que destaca que é a partir dela que o paciente começa o processo de autonomia, uma vez que identifica escolhas conscientes. Outro ponto destacado por OLIVEIRA (2011), é que na abordagem cognitiva comportamental, para tratamento de transtornos de ansiedade, é de extrema importância ter um foco na resolução de problemas e treino nas habilidades de escolhas, o que gera a sua autonomia, uma vez que segundo o mesmo material as pessoas ansiosas têm distorções ou erros cognitivos, criadas pelas mesmas que interferem no desempenho de atividades. No caso relatado nesse artigo era constante esses itens que fizeram com que o cliente desenvolve respostas ansiosas. ZANIN E VALERIO (2004) descrevem um caso envolvendo um indivíduo, do sexo feminino, 24 anos, filha mais nova de uma família de classe média com diagnóstico de transtorno de personalidade dependente que apresenta, como queixas principais o sintoma de ansiedade em situações sociais e quando sozinha, baixa autoestima, angustia intensa quando se sentia só, solicitação de amigas para quase todas as atividades do dia-a-dia, necessidade de falar constantemente sobre seus problemas, preocupação excessiva com desempenhos em atividades diárias e escolares, necessidade irracional em desculpar-se, pensamentos persecutórios, solicitação da mãe e namorado todos os dias, várias vezes, pelo telefone para reassegurar que gostavam dela, dificuldade de adaptação à cidade e dificuldades com amiga da república. Foram realizadas um total de 28 sessões de abordagem cognitivo-comportamental semanais, com duração de 50 minutos que incluía avaliação inicial, intervenção, avaliação final e followup com as seguintes técnicas: Registro de pensamentos disfuncionais: identificação de pensamentos automáticos, sentimentos e comportamentos; Reestruturação cognitiva: crença de incapacidade, incompetência; Relaxamento: sintomas de ansiedade acerca da crença central e situações sociais; Treino de assertividade: adequação de pedidos de desculpas, solicitação de favores e expressão de sentimentos positivos e negativos; Treino e habilidade social: reestruturação da crença sobre incapacidade de iniciar ou manter diálogo e pensamento persecutórios de não ser aceita; assertividade; ensaio comportamental; XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 5

6 Exposição e prevenção de respostas: realização de atividade do dia-a-dia sem reasseguramento de outras pessoas; ensaio comportamental; Treino para autonomia: discussão sobre conceito de independência e autonomia; reestruturação de crenças acerca da necessidade de autonomia; motivação para novos alvos terapêuticos direcionados pela cliente. De acordo com CORDIOLI(2008), as evidências de eficácia no tratamento de transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), através da terapia cognitivo-comportamental através de revisão no Medline (Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica é a base de dados bibliográficos da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América), de ensaios clínicos randomizados e metanálises que apresenta como resultados a efetividade na redução dos sintomas obsessivo-compulsivos, em aproximadamente 70% dos pacientes dão continuidade ao tratamento. O autor também descreve sobre a importância em esclarecer dúvidas em relação ao tratamento do TOC, com foco em crianças e adolescentes. O referente artigo diferencia modelo comportamental e modelo cognitivo, pontuando suas vantagens e limitações dentro de cada fundamento teórico. A proposta do modelo comportamental é dividida em dois estágios: 1ª etapa - um estímulo neutro, através do condicionamento clássico, é pareado, repetidamente, com um estímulo incondicionado, atuando assim com as mesmas propriedades do estímulo incondicionado; 2ª etapa como novas respostas são aprendidas, a ansiedade é reduzida pelo condicionamento operante ; Limitações: o modelo comportamental não oferece suporte para hipóteses de um condicionamento clássico na origem dos sintomas obsessivo-compulsivos. Já no modelo cognitivo a terapia EPR (Exposição e Prevenção de Respostas) que consiste em expor o indivíduo a estímulos provocadores de ansiedade sendo observados ativamente para que não realizassem os rituais relacionados ao transtorno descrito, obteve um percentual significativo, entre os indivíduos que persistiram no tratamento e à realização das tarefas. Limitações: alguns instrumentos têm dificuldades de separar as definições de Transtorno Obsessivo-Compulsivo e transtornos de ansiedade, propondo que os pensamentos intrusivos relacionados ao TOC são os mesmo que ocorrem nos indivíduos em geral e este modelo não explica a realização de rituais sem que sejam precedidos por alguma cognição. X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC

7 As técnicas citadas são relacionadas a abordagem cognitivo-comportamental e para serem utilizadas é necessário que o indivíduo tenha capacidade de introspecção, curiosidade em compreender seus sintomas e pensar psicologicamente. Não é apresentado detalhes sobre as técnicas e suas aplicações, porém as que foram utilizadas são: condicionamento clássico, identificação e registro de pensamentos automáticos e crenças e disfuncionais, questionamento socrático ou exame de evidências, seta descendente, exame de vantagens e desvantagens ou do custo benefício, a torta da responsabilidade, exame das duas hipóteses alternativas, experimento comportamentais, uso de lembretes, exposição e prevenção de respostas. Em todos os artigos verifica-se que a finalidade das técnicas utilizadas foram para que o sujeito em tratamento tivesse autonomia. CONCLUSÃO A revisão bibliográfica, apresenta, de forma prática, a utilização de técnicas utilizada pela Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) para o tratamento de transtornos de ansiedade, além de promover conhecimento das práticas clínicas no tratamento de outros tipos transtornos de ansiedade. Ressaltam-se as aplicações de técnicas, utilizando não apenas de uma, mas sim de várias, para o tratamento do indivíduo, funcionais desde que tenha foco somente em determinado transtorno e comprova sua eficácia a grande porcentagem que adere a essas técnicas. As vantagens e desvantagens ligadas as diferentes abordagens no tratamento de transtornos de ansiedade, como as propostas dentro da teoria comportamental e da teoria cognitivocomportamental, que facilitam a visualização da aplicação das técnicas dentro de um mesmo transtorno, possibilitando assim que se note a diferença a partir de duas áreas distintas. REFERÊNCIAS AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION-.DSM-5. Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5 th Edition).Washington, DC: Author.2013 ARAUJO, Neuraci Gonçalves de. Fobia específica: passo a passo de uma intervenção bem-sucedida. Artmed SCARPATO, Artur - Psicologia Clínica, Transtornos de Ansiedade.Atrmed XIV Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC 7

8 CASTILLO, Ana Regina GL et al. Transtornos de ansiedade.acesso em: 05 junho CORDIOLI, Aristides Volpato. A terapia cognitivo-comportamental no transtorno obsessivo-compulsivo.acesso em 05 de junho MULLER, Juliana de Lima;TRENTINI, Clarissa Marceli; ZANINI, Adriana Mokwa; LOPES, Fernanda Machado. Transtorno de Ansiedade Social: um estudo de caso. Disponível em < en&nrm=iso>. Acesso em 05 junhi D'EL REY, Gustavo J. Fonseca; PACINI, Carla Alessandra. Tratamento da fobia social circunscrita por exposição ao vivo e reestruturação cognitiva. Disponível em< g=en&nrm=iso>. Acesso em: 05 Junho OLIVEIRA, Maria Ines Santana de. Intervenção cognitivo-comportamental em transtorno de ansiedade: relato de caso. Disponível em < n=pt&nrm=iso>. Acesso: em 05 junho ZANIN, Carla Rodrigues; VALERIO, Nelson Iguimar. Intervenção cognitivocomportamental em transtorno de personalidade dependente: relato de caso. Disponível em: < ng=pt&nrm=iso>. Acesso: em 05 jun X Jornada Científica das Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC