ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Apelação Cível ri /001 Origem : 2 4 Vara da Comarca de naná

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1 ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA PARAÍBA Apelação Cível ri /001 Origem : 2 4 Vara da Comarca de naná TRIBUNAL DE JUSTIÇA Relator : Desembargador Frederico Martinho da NObrega Coutinho Apelante : Francisco Romão Gonçalves 010 Advogado : Francisco de Assis Remígio II Apelado : Município de Olho D'Agua Advogado : Francisco Leite Minervino APELAÇÃO. AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. POSSE DE VEREADOR. SEGUNDO SUPLENTE. DETERMINAÇÃO. POSTERIOR SUSPENSÃO DO ATO. ALEGAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. ILEGITIMIDADE DO MUNICÍPIO PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA LIDE. RECONHECIMENTO. IRRESIGNAÇÃO. CÂMARA MUNICIPAL, AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA. POSSIBILIDADE DE DEMANDAR EM JUÍZO APENAS NA DEFESA DE SUAS PRERROGATIVAS. LEGITIMIDADE DA EDILIDADE RECONHECIDA. ANULAÇÃO DO DECISUM. APLICAÇÃO DO ART. 515, 3g, DO CPC. IMPOSSIBILIDADE. RETORNO DOS AUTOS À COMARCA DE ORIGEM. PROVIMENTO PARCIAL DO APELO. - A Câmara Municipal não detém

2 ' r jurídica e, sim, personalidade judiciária, podendo estar em juízo apenas para defender seus próprios interesses, o que não ocorre no caso em comento. - Reconhecida a legitimidade do Município para figurar no pólo passivo da lide, imperioso a anulação do decisum. - Não tratando de matéria exclusivamente de direito, impossível aplicar o art. 515, 3 9, do CPC, devendo os autos retornarem à Comarca de origem para regular prosseguimento do feito. VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDA a Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, por unanimidade, prover parcialmente o recurso. Trata-se de APELAÇÃO ajuizada contra decisão da lavra do Juiz de Direito da 2 Vara da Comarca de Pianco que, nos autos da Ação de Ressarcimento de Danos Materiais e Morais interposta por Francisco Romão Gonçalves, em face do Município de Olho D'Água, declarou extinto o processo, com respaldo no art. 267, VI, do CPC, tendo em vista a ilegitimidade passiva do réu, fls. 124/126. Sumariamente, o apelante, fls. 129/140, afirma ser possível o Município de Olho D'Água figurar no pólo passivo da lide, por não ter, a Câmara de Vereadores, personalidade jurídica. Alega, outrossim, que a demora que suportou para a Mesa Diretora da Câmara Municipal daquela Edilidade lhe dar posse no cargo de vereador, causou-lhe dano de ordem moral e material, motivo pelo qual, pugna pelo provimento do apelo Contrarrazões não ofertadas, conforme c ão de fl A Procuradoria de Justiça, em parec

3 Dra. Marilene Campos de Carvalho, fls. 163/165, opinou pelo reconhecimento da. legitimidade do recorrido, devendo este ser condenado em danos morais e materiais. É o RELATÓRIO. VOTO Francisco Romão Gonçalves ajuizou Ação de Ressarcimento de Danos Morais e Materiais em face do Município de Olho D'Água, aduzindo, em resumo, que a renúncia do titular do cargo e a impossibilidade do então 1Q Suplente, José Simoa de Lima, assumir, em virtude de condenação criminal transitada em julgado, assegurou-lhe o direito de ser empossado como Vereador, conforme decisão, fls. 41/43, 67/73 e 75/76. Aduz que, o Ato da Presidência n 9 01/2003, declarou a vacância do cargo mencionado e determinou as providências cabíveis, fl. 22, porém, o Ato da Mesa n 9 01/2003, fls. 17/18, resolveu suspender àquele, até que a questão referente ao afastamento do Vereador José Simoa de Lima fosse devidamente esclarecido fls. 17/18. Inconformado, o ora apelante impetrou mandado de segurança com pedido de liminar em face do ato abusivo e ilegal praticado, em tese, por João Batista Firmino da Silva, na qualidade de Presidente da Câmara de Olho D'Água, objetivando o seu imediato retorno às funções legislativas, bem como, a expedição de ordem para que o Presidente da Câmara declare extinto o mandato do Vereador condenado, aliado a liberação dos pagamentos retidos indevidamente. processo sem resolução do mérito. Decidindo o writ, o Magistrado a quo, extinguiu o O julgador entendeu que a Edilidade não seria parte legítima para figurar no pólo passivo da lide, em razão do ato ilegal nãq ter sido praticado pelo seu representante, mas pela Mesa Diretora do Poder egiativo Contudo, é cediço que se reconhece a legitimidade da Câmara Municip em Juízo, ativa ou passivamente, quando em defesa de seus interesses in

4 Tribunal de Justiça: Nesse sentido, o seguinte julgado do Superior ADMINISTRATIVO. CONVERSÃO DE FERIAS EM PECUNIA. APOSENTADORIA. ILEGITIMIDADE DA CAMARA MUNICIPAL. CORREÇÃO MONETARIA. TERMO INICIAL. 1. A CAMARA MUNICIPAL NÃO É DOTADA DE PERSONALIDADE JURIDICA, APENAS TEM LEGITIMIDADE PARA ATUAR JUDICIALMENTE NA GARANTIA DA DEFESA DE SEUS DIREITOS INSTITUCIONAIS. 2. CABE AO MUNICIPIO FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DE DEMANDA AJUIZADA POR SERVIDORES DE CAMARA MUNICIPAL, OBJETIVANDO INDENIZAÇÃO DE FERIAS NÃO GOZADAS. 3. A CORREÇÃO MONETARIA, EM FACE DO CARÁTER ALIMENTAR DO DEBITO, DEVERA INCIDIR DESDE QUANDO DEVIDA A PRESTAÇÃO. 4. RECURSO NÃO CONHECIDO. (STJ, 5 4 TURMA, REsp 37245/SP, RELATOR MINISTRO EDSON VIDIGAL, DJ. 11/05/1998). Não discrepa a doutrina: A capacidade processual da Câmara para a defesa de suas prerrogativas funcionais é hoje pacificamente reconhecida pela doutrina e pela jurisprudência. Certo é que a Câmara não tem personalidade jurídica, mas tem personalidade judiciária. Pessoa jurídica é o Município. Mas nem por isso se há d negar a capacidade processual, ativa ssiva, Edilidade, para ingressar em juízo prerrogativas ou direitos a defender.

5 Meirelles, Direito Municipal Brasileiro, 6 ed. São Paulo, Malheiros, 1993, pp. 444 e 445). Assim, deve-se reconhecer a legitimidade passiva do Município de Olho D'Água para figurar no pólo passivo da presente lide, uma vez que, a Câmara Municipal, corno dito acima, só pode figurar corno parte no processo, se for em defesa dos seus interesses, o que não ocorre na presente lide. deveras reconhecida, o que enseja a nulidade do clecisum. Portanto, a legitimidade do Município restou Por outro lado, entendo não ser o caso de aplicação do art. 515, 3Q, do CPC, vez que a causa em debate não versa sobre matéria exclusivamente de direito. Ante o exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL AO APELO, reconhecendo a legitimidade do Município de Olho D'Água, para figurar no pólo passiyo da lide, anulando, por conseguinte, a sentença que extinguiu o processo sem julgamento de mérito, determinando-se a remessa dos presentes autos, ao juízo de origem, para regular prosseguimento do feito. É como VOTO. Presidiu a sessão, o Desembargador João Alves da Silva. Participaram do julgamento, o Desembargador Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho, como Relator e o Desembargador Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. Presente a Dra. V Feitosa, Promotora de Justiça, representando oi istério Nóbrega de Freitas Dias táblico. Sala das Sess es da Q de Justiça da Paraíba, em 14 de junho de 20 a n Câmar Cível do Tribunal Frederico art Obrega Coutinho De embargador Relator

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