ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR.
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- Bento Álvaro Eger
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1 1 ASPECTOS HISTÓRICOS: QUANTO A FORMAÇÃOO, FUNÇÃO E DIFULCULDADES DO ADMINISTRADOR. Rute Regina Ferreira Machado de Morais Universidade Estadual de Ponta Grossa-UEPG Este texto visa refletir sobre o papel do administrador na sociedade atual, farta de informações, as quais, muitas vezes não nos damos conta de absorver, e como tem enfrentado o desafio e a necessidade de propor uma gestão democrática. Com o desenvolvimento da sociedade essencialmente capitalista e ainda com os avanços da industrialização, sentiu-se a necessidade de um profissional que soubesse trabalhar em equipe. Porém, ainda existe uma lógica onde as questões de organização são pensadas como: eficiência e produtividade. CROVE (1994) menciona: "A questão do avanço em administração e cidadanias, começa por nós mesmos como personalidades autoritárias, dogmáticas, apáticas ou incapazes de receber ou fazer qualquer coisa nova: A luta começa por dentro." (p.75) Esta reflexão indica a urgência de mudança de ótica do capitalismo onde o diretor era o chefe, e que tinha como principal atividade mandar fazer tarefas e controlá-las com rigor, onde o objetivo maior era a eficiência. Enfatiza também que esta mudança vem de dentro para fora. Todavia, para que se inicie a mudança, requer-se primeiramente uma reflexão sobre atitudes tomadas e terminologias empregadas. "Numa concepção mais ampla de gestão envolvendo aspectos da autonomia política e pedagógica da escola requer, necessariamente, uma nova pedagogia organizativa em que cada escola vai concebê-la de acordo com seu projeto político pedagógico", (Fonseca, 1994, p.78) È inadmissível que a escola nos dias de hoje, não tenha uma concepção clara de homem e sociedade para significar seu trabalho pedagógico, modificando as estruturas de poder, seus objetivos e métodos, conquistando assim uma autonomia. Na nova LDBn, a gestão democrática recebe ênfase na art.14 e 15: Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico da escola, participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
2 2 Com base nisso, assegura-se progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira. Na gestão democrática, concebe-se a participação de todos os envolvidos no processo educacional: professores, equipe pedagógica e comunidade, com participação nas tomadas de decisões referentes ao estabelecimento de ensino, visando uma coletividade fundamentada no projeto político pedagógico. Uma administração pautada pelo autoritarismo em suas relações, bem como na ausência da participação dos diversos setores da escola e da comunidade em sua realização, não condiz com uma concepção de sociedade moderna e democrática. Fazem-se presentes as palavras de PARO: " Uma teoria e prática de Administração Escolar com superação da atual autoridade na sociedade, precisa propor como horizonte a organização da escola em bases democráticas." ( 1986, p. 160) No entanto, para que isso aconteça é necessário que todos os envolvidos no processo escolar possam participar das decisões que dizem respeito à organização e funcionamento da escola. Porém, isto envolve mudar seu tradicional modelo de concentração da autoridade nas mãos de uma só pessoa, o diretor, que se constitui o único responsável por tudo, evoluindo para formas coletivas, proporcionando a distribuição da autoridade de maneira adequada a atingir os objetivos identificados com a transformação social. Nessa perspectiva, o gestor escolar coordenará os trabalhos, delegando tarefas para serem executadas dentro de uma determinada linha de ação. Orientará todos os participantes, a fim de atingirem os objetivos em comum. Contudo, o administrador precisa também, mostrar espírito de liderança, demostrar competência, envolver-se no pedagógico, além do burocrático. Assim sendo, percebe-se a necessidade de possuir uma formação específica. Formação esta, que leve em conta o contexto em que a escola está inserida e forneça subsídios necessários para uma ampla compreensão de sua função. Embora todos os profissionais da educação, na escola, sejam coresponsáveis um formar um cidadão ativo, buscando uma qualidade com ênfase no ser humano, o administrador, de modo especial, deve estar atualizado e preparado para liderar o processo.
3 3 A necessidade e a importância dessa formação não é algo novo. Já o parecer n 252/69, da lei de 28 de novembro de 1.968, em seu art1 citava: "A formação de professores para o ensino normal e especialistas para as atividades de orientação, administração no âmbito das escolas e sistemas escolares, será feita em curso de graduação em pedagogia, de que resultará o grau de licenciado com modalidades diversas de habilitação". ( 4 ed. 1991, p. 467) A nova LDBn (1994), no seu art. 64 também prevê: "A formação de profissionais para a educação, para administração e planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feitas em cursos de graduação em Pedagogia ou em nível de pós - Graduação. A critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional". Portanto, a formação do administrador escolar é de suma importância, exigido até mesmo por lei; almejando assim a qualidade da educação. Entretanto, há a necessidade de reflexão constante por parte desse profissional, bem como uma formação contínua. Por meio desta, estará em contato com as transformações sociais, adquirindo uma visão atualizada sobre a educação. Podendo executar seu trabalho de forma racional e coerente, sempre aberto à mudanças e desejo de realizá-lo com eficácia. Certamente, o administrador enfrentará momentos em que somente o emprego de regras não será suficiente, devendo adotar uma atitude ética, através da análise dos problemas. Além disso, impulsionado pelas mudanças ocorridas na sociedade e pelo próprio sistema, caberá a ele muitas vezes, adotar uma postura crítica. Nesse momento, deverá ser capaz de ouvir, dialogar, interpretar, convencer, utilizando-se de bom senso, criando condições de um prática prudente, significativa através da reflexão. " As decisões práticas são tomadas com relação a problemas práticos e caracterizam-se por serem analisados, desenvolvidos e utilizados na contexto em que surgiram e pelos agentes envolvidos". ( FELDMAN, 2001, p. 54) VEIGA afiram que " O processo de profissionalização envolve o espaço da categoria para efetivar uma mudança tanto no trabalho pedagógico que desenvolve, quanto na sua posição de sociedade. "( 1998, p. 76)
4 4 Além disso, o mesmo autor ainda afirma que vivemos no século da mundialização, exigindo respostas globais alicerçadas e centralizada na pessoa, na solidariedade mundial, na cidadania internacional, na partilha de conhecimentos, no direito à formação e à educação para todos ao longo da vida". (1998, p.1000) Diante de tudo isso, a função do administrador exige ele veja a escola como um conjunto a ser coordenado de modo que os objetivos propostos sejam alcançados, dentro de certas prioridades pré - estabelecidas. A escola precisa ser atuante, desempenhando seu papel, considerando seu contexto. Para isso é necessário constante renovação de métodos, objetivos, assimilando o progresso da ciência e tecnologia. Visto dessa maneira, a formação e a atualização do administrador escolar é de suma importância, pois, não só qualifica a educação formal, mas também valoriza o profissional de educação. Portanto, atuar como administrador nos dias atuais é deveras um grande desafio. Não pretendemos porém, definir o caminho, porque o caminho se faz ao caminhar. Mas queremos dizer que, para se trilhar este caminho da melhor maneira possível há a necessidade de constante formação, junto com a contínua reflexão.
5 5 REFERÊNCIAS PARO, Vitor Henrique. Administração Escolar: introdução e crítica. São Paulo: Cortez, FONSECA, Dirce Mendes. Administração Educacional: um Compromisso Democrático. 1994, São Paulo. Conselho Federal de Educação - Currículos Mínimos dos Cursos de Graduação. 1981, 4 edição. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, Leis, Decretos, decretos-lei e Portarias, Brasília, Secretaria de Ensino de 1 e 2 Graus, VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org). Caminhos da profissionalização do Magistério. Campinas: Papirus, 1998.
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