Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER

Transcrição

1 PARECER Referência: / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação Restrição Não se aplica de acesso: Ementa: Horário de Trabalho -Jornada de Trabalho - Recursos Humanos Interesse pessoal e interesse público - Caixa Econômica Federal CEF Informação já disponibilizada Não conhecimento Órgão Caixa Econômica Federal - CEF recorrido: Recorrente: M.P.C.S. Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação pública com base na Lei nº /2011, conforme resumo descrito abaixo representado: RELATÓRIO Data Teor Pedido 20/11/2013 Com base na Lei de Acesso a Informação, solicito os seguintes esclarecimentos: 1 Qual a jornada diária dos empregados Técnicos em Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, 6 ou 8 horas? 2 Considerando que houve alteração na jornada diária dos Técnicos em Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho qual o item da Norma Regulamentadora NR-4 encontramos essa previsão? 3 Caso haja autorização especial para jornada diferenciada para os Técnicos em Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, favor informar o número do documento, data de emissão e nome completo da autoridade que avaliza a jornada diária inferior a 8 horas diárias? 4 Supondo que houve alguma autorização em data remota, houve alguma nova consulta para constar se não houve REVOGAÇÃO, NULIDADE ou ANULAÇÃO do ato? Resposta Inicial 4/12/2013 Os empregados que desempenham as atribuições de Técnico de Segurança do Trabalho e Técnico de Enfermagem na Caixa exercem uma função gratificada com atividades específicas da área, porém, tais empregados são contratados no cargo efetivo de Técnico Bancário Novo, sob regime celetista, o qual estipula jornada de trabalho de 6h diárias para bancários. Acrescentamos que para justificar a jornada de trabalho de 8h diárias, uma função gratificada deve ter características de gestão ou apresentar extrema fidúcia, conforme determina a CLT. A CAIXA possui autorização formal do Ministério do Trabalho e Emprego para estabelecer a jornada de trabalho de 6 horas para as 1

2 funções de Técnico de Segurança do Trabalho e Técnico de Enfermagem do Trabalho conforme anexos. Recurso à Autoridade Superior 5/12/2013 O cidadão questiona a resposta da CEF com base no parecer do Superintendente da SRTE/SP e Ofício do Ministério do Trabalho e reitera as perguntas do pedido original. Resposta do Recurso à Autoridade Superior 9/12/2013 Ratificamos a resposta encaminhada anteriormente, de que, com relação à jornada de trabalho dos empregados Técnicos Bancários/Técnicos Bancários Novos que estão designados para as funções gratificadas de Técnico de Segurança do Trabalho e Técnico de Enfermagem do Trabalho, estes estão enquadrados como bancários e, dessa forma, prevalece o previsto no art. 224 da CLT, ou seja, cumprem jornada de 6h diárias, conforme Ofício 215/2008 do Ministério do Trabalho e Emprego. Recurso à Autoridade Máxima 9/12/2013 Diferentemente do que alega a CAIXA, entendo que o Ministério do Trabalho e Emprego não autorizou a CAIXA a manter Técnico em Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem com jornada inferior a 8 (oito) horas diárias. Reitera os argumentos e as questões apresentadas anteriormente. Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 16/12/2013 Considerando que o teor da reabertura é idêntico ao questionamento já respondido, ratificamos resposta encaminhada anteriormente, de que, com relação à jornada de trabalho dos empregados Técnicos Bancários/Técnicos Bancários Novos que estão designados para as funções gratificadas de Técnico de Segurança do Trabalho e Técnico de Enfermagem do Trabalho, estes estão enquadrados como bancários e, dessa forma, prevalece o previsto no art. 224 da CLT, ou seja, cumprem jornada de 6h diárias, conforme Ofício 215/2008 do Ministério do Trabalho e Emprego. Recurso à CGU 16/12/2013 Não houve resposta aos questionamentos. Solicitação de esclarecimentos 24/03/2014 Em mensagem eletrônica, a CGU questionou à CEF o que segue: A CEF alega que possui autorização do Ministério do Trabalho para o enquadramento dos profissionais de segurança e enfermagem do trabalho em regime de carga horária diverso daquele previsto em norma. Solicita-se portanto apresentar essa autorização. Resposta 4/04/2014 Segue anexo Ofício nº 215/2008/DSST/SIT/MTE que autoriza a CAIXA adotar Jornada diferenciada (6 horas) para os Técnicos de Segurança do Trabalho e Auxiliares de Enfermagem do Trabalho. 2. É o relatório. ANÁLISE: 3. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma 2

3 tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, in verbis: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7.724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 4. Quanto à análise de mérito, observa-se que o pedido trata de conteúdo a princípio não sujeito à restrição por sigilo ou de caráter pessoal. Estando, esse conteúdo, passível de acesso desde que disponível em formato compatível e atenda ao regramento da Lei de Acesso à Informação. 5. O pedido original é objetivamente apresentado e composto por quatro perguntas sobre a carga horária de trabalho de Técnicos em Segurança do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho lotados na CEF. Interessa ao demandante saber se existe autorização legal para que esses profissionais trabalhem menos de 8h diárias na CEF, uma vez que a Norma Regulamentadora nº 4 do Ministério do Trabalho e Emprego, que trata dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT, determina a carga horária de 8h diárias. 6. Para a CEF, em resposta ao demandante e diante dos questionamentos da CGU, a autorização para que seus profissionais de segurança do trabalho sejam enquadrados em carga horária menor do que aquela prevista na NR-4 está contida em expediente do Ministério do Trabalho e Emprego. Cópia do expediente foi encaminhada à CGU e é questionada pelo demandante. No documento, a então diretora do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho esclarece que [...] se estes profissionais estão enquadrados como bancários prevalece o previsto no art. 224 da CLT. : Art. 224 A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. 3

4 7. Ao demandante, as justificativas da CEF para o enquadramento dos referidos profissionais não encontra guarida legal. Ele faz referência a outro pedido de acesso apresentado ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE em que suscita o mesmo caso. Para o demandante há equívocos na interpretação da CEF em relação ao expediente do MTE. 8. O objeto do pedido e seu atendimento direto podem ser tratados aqui e essa é a competência da CGU. O desdobramento dos diferentes entendimentos e a interpretação das partes em relação à legalidade ou não da jornada de trabalho dos profissionais em questão são quesitos que fogem à alçada desta análise e mesmo da essência da Lei de Acesso à Informação. 9. Naquilo que compete a este parecer, no confronto entre o objeto do pedido e o quanto respondido, é possível identificar que há razoável correspondência. À primeira pergunta, que questiona sobre a carga horária dos profissionais, a CEF responde 6h. Para a segunda questão, a CEF responde que a redução da carga horária se deu com respaldo no já comentado expediente do MTE. O terceiro quesito é respondido com o próprio expediente do MTE e o quarto não se aplica ao caso. 10. Conforme posicionamento anterior e em linha com o exame do quanto argumentado pelo demandante, se há pertinência ou não no enquadramento feito pela CEF dos seus profissionais de segurança do trabalho ou mesmo se o fundamento dessa medida é válido ou não, são conteúdos que devem ser dirimidos na esfera da relação trabalhista. CONCLUSÃO: 11. De todo o exposto, opina-se pelo NÃO CONHECIMENTO do recurso, uma vez que o órgão recorrido disponibilizou, com razoabilidade, as informações solicitadas ao recorrente. ROMUALDO ANSELMO DOS SANTOS Analista de Finanças e Controle 4

5 D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos termos do art. 23 do referido Decreto, no âmbito do pedido de informação nº / , direcionado à Caixa Econômica Federal - CEF. Gilberto Waller Júnior Ouvidor-Geral da União Substituto 5

6 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 2050 de 06/06/2014 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Parecer sobre recurso de 3ª instância LAI Signatário(s): GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 06/06/2014 Relação de Despachos: aprovo. GILBERTO WALLER JUNIOR Ouvidor Assinado Digitalmente em 06/06/2014 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 6616ce4e_8d14f8cbba92044