Delinquência juvenil: Estudo de algumas variáveis psicológicas e relacionais com ênfase nos traços psicopáticos

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1 Uiversidade de Lisboa Faculdade de Medicia de Lisboa Deliquêcia juveil: Estudo de algumas variáveis psicológicas e relacioais com êfase os traços psicopáticos Pedro Ferades dos Satos Pechorro Doutorameto em Ciêcias e Tecologias da Saúde Especialidade em Medicia Legal e Ciêcias Foreses Dezembro de 2011

2 I

3 Uiversidade de Lisboa Faculdade de Medicia de Lisboa Deliquêcia juveil: Estudo de algumas variáveis psicológicas e relacioais com êfase os traços psicopáticos Pedro Ferades dos Satos Pechorro Orietador: Professor Doutor Rui Xavier Vieira Co-orietador: Professor Doutor Carlos Poiares Doutorameto em Ciêcias e Tecologias da Saúde Especialidade em Medicia Legal e Ciêcias Foreses Todas as afirmações efectuadas o presete documeto são da exclusiva resposabilidade do seu autor, ão cabedo qualquer resposabilidade à Faculdade de Medicia de Lisboa pelos coteúdos ele apresetados. II

4 A impressão desta dissertação foi aprovada pela Comissão Coordeadora do Coselho Cietífico da Faculdade de Medicia de Lisboa em reuião de 13/12/2011 III

5 Aos meus Pais Aos meus Mestres IV

6 Agradecimetos É mal recompesar um mestre o ficar sempre a posição de discípulo. Nietzsche (1883) A presete dissertação ão teria sido possível sem as pessoas e as istituições que, duma ou doutra forma, comigo colaboraram a sua elaboração e a quem desejo publicamete agradecer. Ao Professor Doutor Rui Xavier Vieira, orietador cietífico desta dissertação, por me ter acolhido e me ter proporcioado ao logo dos aos o privilégio da sua vasta sabedoria clíica e da sua amizade. Ao Professor Doutor Carlos Poiares, co-orietador cietífico desta dissertação, pelo iteresse demostrado este meu projecto desde o primeiro mometo e pelo iteresse geuío que sempre o vi demostrar pelos seus aluos. Ao Professor Doutor George Palermo, pelos cotributos metodológicos que deu a esta dissertação e pelas sugestões relativas à tradução para iglês dos artigos submetidos ao Iteratioal Joural of Offeder Therapy ad Comparative Crimiology. Aos Professores Doutores Paul Frick, Robert Goodma e Aemaree Carroll por terem autorizado as validações portuguesas dos istrumetos psicométricos que respectivamete desevolveram. Ao Professor Doutor João Marôco, pela colaboração e pelos esiametos trasmitidos ao logo dos aos, que me fizeram realmete gostar de estatística. V

7 Ao Professor Doutor Atóio Diiz por me ter iiciado, aos atrás, as questões práticas da metodologia de ivestigação, da estatística, da elaboração de teses e da publicação de artigos cietíficos. À defuta Direcção-Geral de Reiserção Social (ex-istituto de Reiserção Social), ao Director de Serviços da Área Tutelar-Educativa, aos diversos Directores, Coordeadores, Técicos Superiores, Técicos Profissioais de Reiserção Social e Assistetes Técicos dos Cetros Educativos pela dispoibilidade demostrada em colaborar com este colega. Aos meus colegas e amigos Dr. João Agate, que celeremete tratou das autorizações para que esta dissertação pudesse decorrer os Cetros Educativos, e Dr.ª Paula Martis, pelo esclarecimeto dos dados estatísticos relativos à área tutelar-educativa. Ao Delegado Regioal do Algarve e às colegas da Equipa Algarve 2 (Portimão), pela compreesão demostrada quato ao tempo despedido esta dissertação. Às Escolas Básicas e Secudárias do esio público, aos presidetes dos Coselhos Executivos dessas escolas e aos diversos professores que com getileza e compreesão me acolheram e me proporcioaram acesso aos seus aluos. Aos joves dos Cetros Educativos e das Escolas que participaram, de forma mais ou meos volutariosa, esta ivestigação, por me eriquecerem equato profissioal e equato pessoa. A eles, os meus desejos de futuros auspiciosos VI

8 Resumo Na presete ivestigação pretedeu-se aalisar a ifluêcia de algumas variáveis psicológicas e relacioais a deliquêcia juveil, com especial êfase os traços psicopáticos, mas focado também outras variáveis como problemas de comportameto, deliquêcia auto-relatada, auto-estima e desejabilidade social. Foi também aalisada a ifluêcia de variáveis sócio-demográficas e de tipo crimial. Para avaliação dos costructos em estudo efectuou-se a validação de diversos istrumetos psicométricos, omeadamete do Dispositivo de Despiste de Processo Ati-social versão de auto-resposta (APSD-SR; Muñoz & Frick, 2007), do Questioário de Capacidades e de Dificuldades versão de auto-resposta (SDQ-SR; Goodma et al., 1998), da Escala de Deliquêcia Auto-relatada Adaptada (ASDS; Carroll et al., 1996), da Escala de Auto-estima de Roseberg (RSES; Roseberg, 1989) e da Escala de Desejabilidade Social de Marlowe- Crowe (Ballard, 1992) versão curta, além de se ter costruído um questioário sóciodemográfico e um questioário de tipo crimial. Recorreu-se a uma amostra total de 760 participates, subdividida uma amostra forese de 250 participates dos sexos masculio ( = 221) e femiio ( = 29) proveietes dos Cetros Educativos do Miistério da Justiça e uma amostra escolar de 510 participates do sexo masculio ( = 322) e do sexo femiio ( = 188) proveietes de escolas da região da Grade Lisboa. Os resultados das validações dos istrumetos psicométricos de uma forma geral foram cosiderados de satisfatórios a bos, com excepção do SDQ-SR devido a problemas detectados a estrutura factorial e a cosistêcia itera. Os resultados relativos aos testes das hipóteses idicaram que os joves da amostra forese possuem características psicológicas e relacioais (e.g., traços psicopáticos, problemas de comportameto, comportametos deliquetes, auto-estima) que permitem difereciá-los da amostra escolar; os joves do sexo masculio da amostra forese apresetam valores gerais mais altos de traços VII

9 psicopáticos e de traços calosos/ão-emocioais que as joves do sexo femiio. Os joves com traços psicopáticos altos apresetam valores as variáveis aalisadas (e.g., problemas de comportameto, comportametos deliquetes, precocidade de evolvimeto em actividades crimiais, precocidade de evolvimeto com o sistema judicial) que permitem difereciá-los dos joves com traços psicopáticos baixos. Existe capacidade de previsão de perteça a amostras e a grupos diferetes com base as variáveis aalisadas (e.g., traços psicopáticos, problemas de comportameto), e o arcisismo tem uma associação mais forte com a deliquêcia auto-relatada que a auto-estima. Palavras-chave: Psicopatia; Traços psicopáticos; Problemas de comportameto; Autoestima; Deliquêcia juveil; Desejabilidade social; Perturbação do comportameto. VIII

10 Abstract This ivestigatio had as its aim to aalyze the ifluece of some psychological ad relatioal variables o juveile deliquecy, with a emphasis o psychopathic traits, but also focusig o such variables as behavior problems, self-reported deliquecy, selfesteem, ad social desirability. The ifluece of some sociodemographic ad crimial variables was also aalyzed. Some psychometric istrumets were traslated ito Portuguese ad validated, amely the Atisocial Process Screeig Device Self-report (APSD-SR; Muñoz & Frick, 2007), the Stregths ad Difficulties Questioaire Selfreport (SDQ-SR; Goodma et al., 1998), the Adapted Self-reported Deliquecy Scale (ASDS; Carroll et al., 1996), the Roseberg Self-Esteem Scale (RSES, Roseberg, 1989), ad the Marlowe-Crowe Social Desirability Scale short versio (MCSDS-SF; Ballard, 1992). A sociodemographic questioaire ad a crimial questioaire were also used. The total sample was composed of 760 participats. It was subdivided i a foresic sample of 250 participats of the male ( = 221) ad female ( = 29) geders from the juveile detetio ceters of the Portuguese Miistry of Justice, ad i a school sample of 510 participats of the male ( = 322) ad female ( = 188) geders from the public schools of the greater Lisbo area. The results of the validatio of the psychometric istrumets reached satisfactory to good levels, with the exceptio of the SDQ-SR due to the problems detected i its factor structure ad iteral cosistecy. The results revealed that the juveile deliquets possess distict psychological ad relatioal characteristics (e.g., psychopathic traits, behavior problems, deliquet behaviors, self-esteem) that ca differetiate them from the school participats; also the male participats from the foresic sample possess higher geeral psychopathic traits ad callous-uemotioal traits. The participats with higher psychopathic traits score distictively o the aalyzed variables (e.g., behavior problems, deliquet behaviors, early life participatio o crimial IX

11 activities, early life ivolvemet with the judicial system). There is a predictio capability regardig samples ad groups based o the aalyzed variables (e.g., psychopathic traits, behavior problems), ad arcissism has a stroger associatio with self-reported deliquet behaviors tha self-esteem. Key-words: Psychopathy; Psychopathic traits; Behavior problems; Self-esteem; Juveile deliquecy; Social desirability; Coduct disorder. X

12 Ídice PARTE I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO Págs. 1. Itrodução 1 2. Trajectórias deliqueciais 4 3. Coceptualização dos feómeos comportametais ati-sociais 7 4. Psicopatia e traços psicopáticos Modelo tridimesioal da psicopatia Traços calosos/ão-emocioais Impulsividade Narcisismo Estabilidade de comportametos ati-sociais e de traços psicopáticos Co-morbilidade Perturbação do Comportameto Perturbação da Hiperactividade e Défice da Ateção Perturbação da Oposição Outras perturbações Traços psicopáticos e géero Auto-estima e comportametos ati-sociais Auto-relato de comportametos ati-sociais e de traços psicopáticos Comportametos ati-sociais Traços psicopáticos Objectivos e questões de ivestigação 54 XI

13 PARTE II - ESTUDOS EMPÍRICOS Págs. 1. Método Delieameto dos estudos e hipóteses Participates Istrumetos Questioário socio-demográfico Questioário crimial Escala de Auto-estima de Roseberg (RSES) Questioário de Capacidades e Dificuldades (SDQ-SR) Dispositivo de Despiste de Processo Ati-social (APSD-SR) Escala de Deliquêcia Auto-relatada Adaptada (ASDS) Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowe (MCSDS-SF) Escala Taxioómica para Criaças e Adolescetes (CATS) Procedimetos Procedimetos relativos a istituições e autores Istituições Autores Procedimetos de validação de istrumetos Procedimetos de recolha de dados Amostra forese Amostra escolar Procedimetos de tratameto de dados Resultados e Discussão Estudo 1: Validação de istrumetos Resultados e discussão da validação da RSES Resultados e discussão da validação do SDQ-SR 97 XII

14 Resultados e discussão da validação do APSD-SR Resultados e discussão da validação da ASDS Resultados e discussão da validação da MCSDS-SF Estudo 2: Comparações etre as amostras forese e escolar Resultados das variáveis sócio-demográficas Grupos de participates do sexo masculio Grupos de participates do sexo femiio Grupos de participates dos sexos masculio e femiio da amostra forese Resultados das variáveis crimiais Grupos de participates do sexo masculio Grupos de participates do sexo femiio Grupos de participates dos sexos masculio e femiio da amostra forese Resultados dos istrumetos validados Grupos de participates do sexo masculio Grupos de participates do sexo femiio Grupos de participates dos sexos masculio e femiio da amostra forese Discussão Grupos de participates do sexo masculio Grupos de participates do sexo femiio Grupos de participates dos sexos masculio e femiio da amostra forese Estudo 3: Comparações etre os grupos de traços psicopáticos altos e baixos Resultados das variáveis sócio-demográficas Grupos de participates do sexo masculio 191 XIII

15 Grupos de participates do sexo femiio Grupos de participates dos sexos masculio e femiio de traços psicopáticos altos Resultados das variáveis crimiais Grupos de participates do sexo masculio Grupos de participates do sexo femiio Grupos de participates dos sexos masculio e femiio de traços psicopáticos altos Resultados dos istrumetos validados Grupos de participates do sexo masculio Grupos de participates do sexo femiio Grupos de participates dos sexos masculio e femiio de traços psicopáticos altos Discussão Grupos de participates do sexo masculio Grupos de participates do sexo femiio Grupos de participates dos sexos masculio e femiio de traços psicopáticos altos Estudo 4: Modelos de regressão Resultados Para amostras forese e escolar Para grupos de traços psicopáticos altos e baixos Para comportametos deliquetes auto-relatados Discussão Coclusões Referêcias bibliográficas Aexos 275 XIV

16 Ídice de Aexos Aexo 1 Questioário sócio-demográfico e crimial Aexo 2 Autorizações da Direcção-Geral de Reiserção Social (DGRS) e da Direcção- Geral de Iovação e Desevolvimeto Curricular (DGIDC) Aexo 3 Autorizações para validação do APSD-SR, SDQ-SR e ASDS Aexo 4 Versão portuguesa da RSES Aexo 5 Versão portuguesa do SDQ-SR Aexo 6 Versão portuguesa do APSD-SR Aexo 7 Versão portuguesa da ASDS Aexo 8 Versão portuguesa da MCSDS-SF Aexo 9 Questioários aplicados os Cetros Educativos e as Escolas Aexo 10 Termo de cosetimeto do Ecarregado de Educação Aexo 11 Sistema de classificação do Nível Sócio-ecoómico (NSE) Aexo 12 Sistema de classificação de crimes XV

17 Ídice de Figuras Figura 1. Curvas ROC dos potos de corte do APSD-SR total 117 Figura 2. Curvas ROC dos potos de corte da ASDS 128 Págs. XVI

18 Ídice de Tabelas Tabela 1. Critérios de diagóstico DSM-IV-TR para Perturbação do Comportameto 29 Tabela 2. Critérios de diagóstico DSM-IV-TR para Perturbação de Hiperactividade e de Défice de Ateção 31 Tabela 3. Critérios de diagóstico DSM-IV-TR para Perturbação da Oposição 33 Tabela 4. Critérios de diagóstico DSM-IV-TR para Perturbação Ati-social da Persoalidade 35 Tabela 5. Critérios de diagóstico CID-10 para F60.2 Trastoro de Persoalidade Ati-social 36 Tabela 6. Sexo, Número e Percetagem de Participates por Cetros Educativos (CE) e Escolas 59 Tabela 7. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Idade 59 Tabela 8. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Sexo 60 Tabela 9. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Grupo Ético 60 Tabela 10. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Nacioalidade 61 Tabela 11. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Rural vs. Urbao/Semi-urbao 61 Tabela 12. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Ao de Escolaridade Completo do Jovem 62 Tabela 13. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo do Pai 62 Tabela 14. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo da Mãe 63 Tabela 15. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Nível Sócio-ecoómico (NSE) do Pai 63 Tabela 16. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Nível Sócio-ecoómico (NSE) da Mãe 64 Tabela 17. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Situação Civil dos Pais 64 Tabela 18. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Com Quem Vive 65 Págs. XVII

19 Tabela 19. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Pessoas com Quem Vive 65 Tabela 20. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Irmãos/Meios-irmãos 66 Tabela 21. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Medicametos Psiquiátricos 66 Tabela 22. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Evolvimeto em Actividades Ilegais 67 Tabela 23. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1 º Evolvimeto em Actividades Ilegais 67 Tabela 24. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Problemas com a Lei 68 Tabela 25. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1º Problema com a Lei 68 Tabela 26. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Etrada em Cetro Educativo 68 Tabela 27. Descritivas da variável crimial Idade de 1ª Etrada em CE 69 Tabela 28. Descritivas da variável crimial Tempo (meses) de Codeação a Iterameto 69 Tabela 29. Frequêcias da variável crimial Tipo de Crime a Amostra Forese 70 Tabela 30. Frequêcias da variável crimial Tipo de Medida 70 Tabela 31. Frequêcias da variável crimial A Cumprir Regime 70 Tabela 32. Participação por Cetro Educativo 85 Tabela 33. Participação por Escola 87 Tabela 34. Descritivas RSES por Amostras Forese e Escolar 93 Tabela 35. Descritivas dos Ites RSES por Amostra Total 94 Tabela 36. Cargas Factoriais da ACP para RSES por Amostras 94 Tabela 37. Alfas de Crobach, Correlações Médias Iter-ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para RSES por Amostras 95 Tabela 38. Teste-reteste para Amostra Forese 95 Tabela 39. Validade Divergete com MCSDS-SF para Amostra Total 95 Tabela 40. Validade Discrimiate para RSES etre Amostra Forese e Amostra Escolar 96 Tabela 41. Descritivas das Escalas do SDQ-SR por Amostra Forese 98 XVIII

20 Tabela 42. Descritivas das Escalas do SDQ-SR por Amostra Escolar 99 Tabela 43. Descritivas dos Ites das Escalas do SDQ-SR por Amostra Total 100 Tabela 44. Cargas Factoriais de ACP para Escalas do SDQ-SR por Amostras 101 Tabela 45. Itercorrelações de Escalas SDQ-SR por Amostra Total 102 Tabela 46. Alfas de Crobach, Correlações Médias Iter-Ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para Escalas do SDQ-SR por Amostras 103 Tabela 47. Validade Divergete de Escalas do SDQ-SR com RSES para Amostra Total 103 Tabela 48. Validade Cocorrete com DSM-IV-TR Diagóstico de Perturbação do Comportameto a Amostra Forese 104 Tabela 49. Validade Discrimiate para escalas do SDQ-SR etre Amostra Forese e Amostra Escolar 104 Tabela 50. Descritivas do APSD-SR e suas Escalas por Amostra Forese 108 Tabela 51. Descritivas do APSD-SR e suas Escalas por Amostra Escolar 109 Tabela 52. Descritivas dos ites APSD-SR por Amostra Total 110 Tabela 53. Cargas Factoriais de ACP para Dimesões do APSD-SR por Amostras 111 Tabela 54. Iter-correlações de Dimesões APSD-SR 112 Tabela 55. Alfas de Crobach, Correlações Médias Iter-Ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para Dimesões do APSD-SR por Amostras 112 Tabela 56. Teste-reteste para Amostra Forese do APSD-SR 113 Tabela 57. Validade Divergete de APSD-SR e suas Dimesões com RSES para Amostra Total 113 Tabela 58. Validade Covergete de APSD-SR e Dimesões com CATS e ASDS 114 Tabela 59. Validade Cocorrete com DSM-IV-TR Diagóstico de Perturbação do Comportameto 114 Tabela 60. Validade Retrospectiva de APSD-SR e suas Dimesões com Idade 1º Crime Cometido e Idade 1º Problema com a Lei a Amostra Total 115 Tabela 61. Validade Discrimiate etre Amostra Forese e Amostra Escolar para APSD-SR 115 Tabela 62. Sesibilidade, Especificidade e Área ROC para diversos Potos de Corte do APSD-SR Total 116 Tabela 63. Descritivas ASDS por Amostras Forese e Escolar 122 Tabela 64. Descritivas dos ites ASDS por Amostra Total 123 Tabela 65. Cargas Factoriais para ASDS por Amostras 124 XIX

21 Tabela 66. Alfas de Crobach, Correlações Médias Iter-Ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para ASDS por Amostras 125 Tabela 67. Teste-reteste para Amostra Forese 125 Tabela 68. Validade Divergete com RSES para Amostra Total 125 Tabela 69. Validade Covergete com APSD e com CATS a Amostra Forese 126 Tabela 70. Validade Cocorrete com DSM-IV-TR Diagóstico de Perturbação do Comportameto a Amostra Forese 126 Tabela 71. Validade Retrospectiva com Idade do 1º Crime Cometido e com Idade do 1º Problema com a Lei a Amostra Total 126 Tabela 72. Validade Discrimiate etre Amostra Forese e Amostra Escolar 127 Tabela 73. Sesibilidade, Especificidade e Área ROC para diversos Potos de Corte da ASDS 127 Tabela 74. Descritivas MCSDS-SF por Amostras Forese e Escolar 132 Tabela 75. Descritivas dos ites MCSDS-SF por Amostra Total 132 Tabela 76. Cargas Factoriais por Optimal Scalig para MCSDS-SF por Amostras 133 Tabela 77. Kuder-Richardso, Correlações Médias Iter-Ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para MCSDS-SF por Amostras 133 Tabela 78. Teste-reteste do MCSDS-SF para Amostra Forese 134 Tabela 79. Validade Divergete de MCSDS-SF com RSES Amostra Total 134 Tabela 80. Validade Discrimiate para MCSDS-SF etre Amostra Forese e Amostra Escolar 134 Tabela 81. Número e Percetagem de Participates por Cetros Educativos e Escolas Amostras Forese e Escolar do Sexo Masculio 137 Tabela 82. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Idade 138 Tabela 83. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Grupo Ético 138 Tabela 84. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Nacioalidade 139 Tabela 85. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Rural vs. Urbao 139 Tabela 86. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Aos de Escolaridade Completos do Jovem 139 Tabela 87. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo do Pai 140 XX

22 Tabela 88. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo da Mãe 140 Tabela 89. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE do Pai 141 Tabela 90. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE da Mãe 141 Tabela 91. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Situação Civil dos Pais 142 Tabela 92. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Com Quem Vive 142 Tabela 93. Descritivas e Teste U de Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Pessoas com Quem Vive 143 Tabela 94. Descritivas e Teste U de Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Irmãos/meios-irmãos 143 Tabela 95. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Medicametos Psiquiátricos 144 Tabela 96. Número e Percetagem de Participates por Cetros Educativos e Escolas as Amostras Forese e Escolar do Sexo Femiio 144 Tabela 97. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Idade 145 Tabela 98. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Grupo Ético 145 Tabela 99. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Nacioalidade 145 Tabela 100. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Rural vs. Urbao 146 Tabela 101. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Ao de Escolaridade Completo do Jovem 146 Tabela 102. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo do Pai 146 Tabela 103. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo da Mãe 147 Tabela 104. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE do Pai 147 Tabela 105. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE da Mãe 148 Tabela 106. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Situação Civil dos Pais 148 XXI

23 Tabela 107. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Com Quem Vive 149 Tabela 108. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Pessoas com Quem Vive 149 Tabela 109. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Irmãos/meios-irmãos 150 Tabela 110. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Medicametos Psiquiátricos 150 Tabela 111. Sexo, Número e Percetagem de Participates por Cetros Educativos 151 Tabela 112. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Idade 151 Tabela 113. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Grupo Ético 151 Tabela 114. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Nacioalidade 152 Tabela 115. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Rural vs. Urbao 152 Tabela 116. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Ao de Escolaridade Completo do Jovem 153 Tabela 117. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo do Pai 153 Tabela 118. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo da Mãe 153 Tabela 119. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE do Pai 154 Tabela 120. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE da Mãe 154 Tabela 121. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Situação Civil dos Pais 155 Tabela 122. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Com Quem Vive 155 Tabela 123. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Pessoas com Quem Vive 156 Tabela 124. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Quatidade de Irmãos/meios-irmãos 156 Tabela 125. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Medicametos Psiquiátricos 156 XXII

24 Tabela 126. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Evolvimeto em Actividades Ilegais 157 Tabela 127. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1 º Evolvimeto em Actividades Ilegais 157 Tabela 128. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Problemas com a Lei 158 Tabela 129. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1º Problema com a Lei 158 Tabela 130. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Etrada em Cetro Educativo 158 Tabela 131. Descritivas da variável crimial Idade de 1ª Etrada em CE 159 Tabela 132. Descritivas da variável crimial Tempo (meses) de Codeação a Iterameto 159 Tabela 133. Frequêcias da variável crimial Tipo de Crime a Amostra Forese 159 Tabela 134. Frequêcias da variável crimial Tipo de Medida 160 Tabela 135. Frequêcias da variável crimial A Cumprir Regime 160 Tabela 136. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Evolvimeto em Actividades Ilegais 160 Tabela 137. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1 º Evolvimeto em Actividades Ilegais 161 Tabela 138. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Problemas com a Lei 161 Tabela 139. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável crimial Idade de 1º Problema com a Lei 162 Tabela 140. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Etrada em Cetro Educativo 162 Tabela 141. Descritivas da variável crimial Idade de 1ª Etrada em CE 162 Tabela 142. Descritivas da variável crimial Tempo (meses) de Codeação a Iterameto 163 Tabela 143. Frequêcias da variável crimial Tipo de Crime a Amostra Forese 163 Tabela 144. Frequêcias da variável crimial Tipo de Medida 163 Tabela 145. Frequêcias da variável crimial A Cumprir Regime 164 Tabela 146. Descritivas da variável crimial Evolvimeto em Actividades Ilegais 164 Tabela 147. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1 º Evolvimeto em Actividades Ilegais 165 XXIII

25 Tabela 148. Descritivas da variável crimial Problemas com a Lei 165 Tabela 149. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1º Problema com a Lei 165 Tabela 150. Descritivas da variável crimial Etrada em Cetro Educativo 166 Tabela 151. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1ª Etrada em CE 166 Tabela 152. Descritivas e ANOVA da variável crimial Tempo (meses) de Codeação a Iterameto 166 Tabela 153. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Tipo de Crime 167 Tabela 154. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Tipo de Medida 167 Tabela 155. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial A Cumprir Regime 167 Tabela 156. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável Perturbação do Comportameto DSM-IV-TR 168 Tabela 157. MANOVA II para Escalas RSES, SDQ-SR, ASDS, MCSDS-SF 168 Tabela 158. Descritivas e ANOVA da variável RSES 169 Tabela 159. Descritivas e ANOVA das Escalas do SDQ-SR 170 Tabela 160. Descritivas e ANOVA das Dimesões do APSD-SR 171 Tabela 161. Descritivas e Teste U de Ma-Whitey da variável ASDS 172 Tabela 162. Descritivas e ANOVA da variável MCSDS-SF 172 Tabela 163. MANOVA II para Escalas RSES, SDQ-SR, ASDS, MCSDS-SF 173 Tabela 164. Descritivas e ANOVA da variável RSES 173 Tabela 165. Descritivas e ANOVA das Escalas do SDQ-SR 174 Tabela 166. Descritivas e ANOVA das Dimesões do APSD-SR 175 Tabela 167. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável ASDS 176 Tabela 168. Descritivas e ANOVA da variável MCSDS-SF 176 Tabela 169. MANOVA II para Escalas RSES, SDQ-SR, ASDS, MCSDS-SF 177 Tabela 170. Descritivas e ANOVA da variável RSES 177 Tabela 171. Descritivas e ANOVA das Escalas do SDQ-SR 178 Tabela 172. Descritivas e ANOVA das Dimesões do APSD-SR 179 Tabela 173. Descritivas e ANOVA da variável ASDS 180 Tabela 174. Descritivas e ANOVA da variável MCSDS-SF 180 XXIV

26 Tabela 175. Número e Percetagem de Participates por Cetros Educativos e Escolas Amostras APSD Baixo <11 e APSD Alto 12 do Sexo Masculio 191 Tabela 176. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Idade 192 Tabela 177. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Grupo Ético 192 Tabela 178. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Nacioalidade 193 Tabela 179. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Rural vs. Urbao 193 Tabela 180. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Ao de Escolaridade Completo do Jovem 193 Tabela 181. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo do Pai 194 Tabela 182. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo da Mãe 194 Tabela 183. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE do Pai 195 Tabela 184. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE da Mãe 195 Tabela 185. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Situação Civil dos Pais 196 Tabela 186. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Com Quem Vive 196 Tabela 187. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Pessoas com Quem Vive 197 Tabela 188. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Irmãos/meios-irmãos 197 Tabela 189. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Medicametos Psiquiátricos 198 Tabela 190. Número e Percetagem de Participates por Cetros Educativos e Escolas Amostras APSD Baixo <11 e APSD Alto 12 do Sexo Femiio 198 Tabela 191. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Idade 199 Tabela 192. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Grupo Ético 199 Tabela 193. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Nacioalidade 199 XXV

27 Tabela 194. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Rural vs. Urbao 200 Tabela 195. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Ao de Escolaridade Completo do Jovem 200 Tabela 196. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo do Pai 200 Tabela 197. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo da Mãe 201 Tabela 198. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE do Pai 201 Tabela 199. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE da Mãe 202 Tabela 200. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Situação Civil dos Pais 202 Tabela 201. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Com Quem Vive 203 Tabela 202. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Pessoas com Quem Vive 203 Tabela 203. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Irmãos/meios-irmãos 204 Tabela 204. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Medicametos Psiquiátricos 204 Tabela 205. Sexo, Número e Percetagem de Participates por Cetros Educativos e Escolas Grupo APSD Alto Tabela 206. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Idade 205 Tabela 207. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Grupo Ético 206 Tabela 208. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Nacioalidade 206 Tabela 209. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Rural vs. Urbao 206 Tabela 210. Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Ao de Escolaridade Completo do Jovem 207 Tabela 211. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo do Pai 207 Tabela 212. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo da Mãe 208 XXVI

28 Tabela 213. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE do Pai 208 Tabela 214. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica NSE da Mãe 208 Tabela 215. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Situação Civil dos Pais 209 Tabela 216. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Com Quem Vive 209 Tabela 217. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Pessoas com Quem Vive 210 Tabela 218. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Irmãos/meios-irmãos 210 Tabela 219. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Medicametos Psiquiátricos 211 Tabela 220. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Evolvimeto em Actividades Ilegais 211 Tabela 221. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1 º Evolvimeto em Actividades Ilegais 212 Tabela 222. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Problemas com a Lei 212 Tabela 223. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1º Problema com a Lei 212 Tabela 224. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Etrada em Cetro Educativo 213 Tabela 225. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1ª Etrada em CE 213 Tabela 226. Descritivas e ANOVA da variável crimial Tempo (meses) de Codeação a Iterameto 213 Tabela 227. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Tipo de Crime 214 Tabela 228. Frequêcias da variável crimial Tipo de Medida 214 Tabela 229. Frequêcias da variável crimial A Cumprir Regime 215 Tabela 230. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Evolvimeto em Actividades Ilegais 215 Tabela 231. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1 º Evolvimeto em Actividades Ilegais 216 Tabela 232. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Problemas com a Lei 216 XXVII

29 Tabela 233. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1º Problema com a Lei 216 Tabela 234. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Etrada em Cetro Educativo 217 Tabela 235. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1ª Etrada em Cetro Educativo 217 Tabela 236. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável crimial Tempo (meses) de Codeação a Iterameto 217 Tabela 237. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Tipo de Crime 218 Tabela 238. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Tipo de Medida 218 Tabela 239. Frequêcias da variável crimial A Cumprir Regime 218 Tabela 240. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Evolvimeto em Actividades Ilegais 219 Tabela 241. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1 º Evolvimeto em Actividades Ilegais 219 Tabela 242. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável Crimial Problemas com a Lei 220 Tabela 243. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade 1º Problema com a Lei 220 Tabela 244. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Etrada em Cetro Educativo 220 Tabela 245. Descritivas e ANOVA da variável crimial Idade de 1ª Etrada em CE 221 Tabela 246. Descritivas e ANOVA da variável crimial Tempo (meses) de Codeação a Iterameto 221 Tabela 247. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Tipo de Crime 221 Tabela 248. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial Tipo de Medida 222 Tabela 249. Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável crimial A Cumprir Regime 222 Tabela 250. MANOVA II para Escalas RSES, SDQ-SR, ASDS, MCSDS-SF 223 Tabela 251. Descritivas e ANOVA das Escalas do SDQ-SR 224 Tabela 252. Descritivas e ANOVA da variável RSES 225 Tabela 253. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável ASDS 225 Tabela 254. Descritivas e ANOVA da variável MCSDS-SF 225 Tabela 255. MANOVA II para Escalas RSES, SDQ-SR, ASDS, MCSDS-SF 226 Tabela 256. Descritivas e ANOVA das Escalas do SDQ-SR 227 XXVIII

30 Tabela 257. Descritivas e ANOVA da variável RSES 228 Tabela 258. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável ASDS 228 Tabela 259. Descritivas e ANOVA da variável MCSDS-SF 228 Tabela 260. MANOVA II para Escalas RSES, SDQ-SR, ASDS, MCSDS-SF 229 Tabela 261. Descritivas e ANOVA das Escalas do SDQ-SR 230 Tabela 262. Descritivas e ANOVA da variável RSES 231 Tabela 263. Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável ASDS 231 Tabela 264. Descritivas e ANOVA da variável MCSDS-SF 231 Tabela 265. Coeficietes do modelo de regressão logística biária da variável Grupos Forese e Escolar 240 Tabela 266. Coeficietes do modelo de regressão logística biária da variável Grupos APSD de Traços Psicopáticos Baixos (APSD <11) e Altos (APSD 12) 241 Tabela 267. Sumário de aálise de regressão múltipla simultâea para auto-estima e arcisismo a predição da deliquêcia auto-relatada 242 XXIX

31 PARTE I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO 1. Itrodução A deliquêcia juveil é um feómeo cada vez mais saliete as sociedades actuais. As otícias sobre joves deliquetes violetos e ão-violetos são amplamete divulgadas pelos órgãos de comuicação social e têm um eorme impacto a opiião pública, causado um alarme social que pressioa o Estado a actuar. A deliquêcia juveil pode assumir muitas formas e pode ser etedida de modos muito distitos. Actos como furtar algo uma loja ou agredir uma pessoa diferem a gravidade com que são ecarados quer pelas autoridades quer pelo cidadão comum. Estes tipos de comportametos ocorrem tão frequetemete em joves que têm vido a ser coceptualizados como ormativos (e.g., Eklud & Af Klitberg, 2009; Lyam, 1996). Apesar de muitos joves se evolverem, em que seja potualmete, em actos trasgressivos ou ilegais apeas uma pequea mioria comete actos graves de forma persistete. Todavia, essa pequea mioria é resposável por uma parte substacial dos actos deliquetes cometidos (e.g., Baro, 1995; Elliott & Ageto, 1980; Farrigto & West, 1993; Hery, Caspi, Moffitt & Silva, 1996; Howell, Krisberg & Joes, 1995; Loeber & Farrigto, 2001; Nagi & Tremblay, 1999; Office of Juveile Justice ad Deliquecy Prevetio, 1995), o que faz aumetar substacialmete a importâcia de se proceder à sua ivestigação. Assiste-se actualmete a um iteresse reovado pelo estudo da deliquêcia juveil e ao desevolvimeto de ovas teorias e hipóteses de ivestigação (e.g., Moffitt, Caspi, Rutter & Silva, 2006; Patterso & Yoerger, 2002). Autores proemietes esta área de ivestigação (e.g., Farrigto, Loeber e Kalb, 2001) efatizam a ecessidade de se icetivar a ivestigação empírica das características dos joves deliquetes graves de 1

32 forma a obter coclusões cietíficas sólidas que permitam posteriormete fudametar as iterveções o terreo, quer em termos de eficácia terapêutica quer em termos de custo/beefício. É facto sobejamete cohecido pela ivestigação efectuada as últimas décadas que os comportametos ati-sociais têm uma grade estabilidade ao logo da vida (Farrigto, 2004), sedo que o melhor preditor do comportameto ati-social futuro é o comportameto ati-social passado (Tremblay & LeMarquad, 2001) e a idade em que este se iiciou (Farrigto, Loeber & Va Kamme, 1990). Actualmete sabe-se que os meores que se iiciam precocemete (i.e., ates dos 12 aos de idade) as actividades ati-sociais têm um risco acrescido de duas a três vezes relativamete a torarem-se deliquetes persistetes que cometem crimes graves de forma cotiuada (Loeber & Farrigto, 2001; Farrigto, Loeber & Kalb, 2001) e a ivestigação sugere que os melhores preditores do comportameto ati-social ifatil e juveil se ecotram a ível das características idividuais e familiares (Wasserma & Seracii, 2001). De etre as características idividuais acima referidas o costructo da psicopatia equato aplicado a adolescetes e a criaças tem vido recetemete a gahar uma importâcia crescete, apesar da sua loga história as ciêcias biomédicas e psicológicas (Vaugh & Howard, 2005b). Têm-se vido a acumular evidêcias de que este costructo estará associado a uma maior estabilidade dos comportametos ati-sociais, a comportametos deliquetes mais graves e violetos, a um iício precoce das actividades crimiais, a deteções precoces pela polícia e a codeações precoces pelos tribuais (e.g., Forth & Book, 2010; Kruh, Frick & Clemets, 2005; Va Baardewijk, Vermeire, Stegge & Doreleijers, 2011). 2

33 Na última década tem-se assistido a um eorme iteresse a aplicação do costructo da psicopatia a adolescetes e a criaças, que se tem vido a revelar o otório aumeto de istrumetos psicométricos e de artigos de ivestigação empírica publicados sobre o tema. Numa pesquisa efectuada a PsycINFO, por exemplo, foram idetificados 542 artigos o período de 2003 a 2009 (Saleki & Lyam, 2010). Revistas como Behavioral Scieces ad the Law, Joural of Abormal Child Psychology, Law ad Huma Behavior e Joural of Cliical Child ad Adolescet Psychology têm dedicado edições especiais iteiras a este tópico. A cosideração da iclusão do diagóstico de psicopatia a secção de Perturbações Disruptivas do Comportameto e de Défice de Ateção da futura DSM-V, cujo laçameto está previsto para 2013, é prova da sua crescete importâcia (Frick & Moffitt, cit. Saleki & Lyam, 2010). Cosiderado os aspectos acima referidos relacioados com a deliquêcia juveil, a primeira parte desta dissertação é dedicada ao equadrameto teórico do tema a ser focado, omeadamete o estudo de algumas variáveis psicológicas e relacioais com êfase os traços psicopáticos. Etre essas variáveis cotam-se os traços psicopáticos e as dimesões que os costituem, os problemas de comportameto, a auto-estima, os comportametos deliquetes, a desejabilidade social e a perturbação do comportameto, além de variáveis moderadoras de tipo sócio-demográfico e de tipo crimial. A seguda parte da dissertação é dedicada aos vários estudos empíricos efectuados, iiciado-se esta por questões relativas à metodologia que icluem o delieameto dos estudos e as hipóteses, a caracterização das amostras de participates, os istrumetos utilizados e os procedimetos. Para cada um dos estudos os respectivos resultados são apresetados, aalisados e discutidos. No primeiro estudo procede-se à validação dos istrumetos psicométricos utilizados de forma a assegurar que as suas propriedades métricas os torem adequados a 3

34 serem utilizados com a população juveil portuguesa em geral e a medição dos costructos utilizados a presete ivestigação. No segudo estudo comparam-se os participates de ambos os sexos da amostra forese e da amostra escolar e os rapazes e raparigas da amostra forese relativamete às características psicológicas e relacioais seleccioadas. No terceiro estudo comparam-se os participates de ambos os sexos dos grupos de traços psicopáticos altos e de traços psicopáticos baixos relativamete às características psicológicas e relacioais. No quarto estudo aalisa-se a capacidade de previsão de perteça dos participates a amostras e a grupos diferetes com base as características psicológicas e relacioais estudadas, aalisado-se também a importâcia relativa da auto-estima e do arcisismo a predição de comportametos deliquetes. 2. Trajectórias deliqueciais A ivestigação empírica tem demostrado que os comportametos deliquetes graves estão desproporcioalmete cocetrados em joves do sexo masculio (Hawkis, Laub & Lauritse, 1998; Lipsey & Derzo, 1998), e que o período da vida do idivíduo em que ocorrem as primeiras maifestações ati-sociais (e.g., iício precoce versus iício tardio) é um aspecto fulcral o etedimeto dos processos deliquetes. Os ivestigadores a trabalhar esta área têm feito tetativas sistemáticas de categorização das múltiplas maifestações desses comportametos ati-sociais, coforme veremos em seguida. Gottfredso e Hirschi (1990) cocebem o autocotrolo como um traço relativamete estável ao logo da vida, mais ou meos desevolvido cosoate o idivíduo, que fucioa como uma barreira etre o idivíduo e os beefícios obtidos através do crime. Um autocotrolo baixo que se desevolva cedo a vida do idivíduo 4

35 devido a comportametos educativos iadequados por parte dos pais aumeta a probabilidade do surgimeto precoce de actos ati-sociais e de que estes se mateham durate mais tempo. Loeber e Farrigto (2001) admitem a existêcia de três trajectórias distitas a evolução dos comportametos deliquetes: a) agressiva/versátil, b) ão agressiva e c) exclusivamete de abuso de drogas. Cada uma destas trajectórias teria características distitas. Na agressiva/versátil, por exemplo, haveria problemas de comportameto a ifâcia, comportametos agressivos, relações muito pobres, problemas de hiperactividade/impulsividade/ateção, competêcias sociais deficietes, etc. Estes autores coceptualizam a existêcia de três lihas de evolução a deliquêcia: a) coflito com a autoridade, b) ecoberta e c) aberta. Cada uma destas lihas estaria associada a uma idade específica de iício e seguiria uma sequêcia previsível, sedo que combiações destas levariam às trajectórias distitas acima referidas. Kazdi (1996), a partir da aálise estatística de costelações de sitomas, divide os ofesores juveis em dois subtipos: o agressivo e o deliquete. Os idivíduos de tipo agressivo seriam caracterizados por comportametos como lutas, actos de crueldade para com pessoas ou aimais, ou destruição de propriedade. Os idivíduos de tipo deliquete seriam caracterizados pela prática de furtos, fugas de casa ou escola, metiras cróicas e actos de fogo posto. O subtipo agressivo seria mais estável ao logo do tempo, havedo evidêcias empíricas mais fortes para o perscurso deliquecial deste tipo de idivíduos. De salietar que certos sujeitos poderiam demostrar uma combiação hibrida de ambos os subtipos. Moffitt (1993) descreve duas modalidades distitas de percursos ati-sociais, que desiga por comportameto ati-social limitado à adolescêcia e por comportameto atisocial persistete ao logo da vida. A deliquêcia limitada à adolescêcia, como o ome 5

36 idica, estaria cofiada à própria adolescêcia e termiaria com o iício da idade adulta, podedo ser caracterizada como um feómeo trasgressivo ormativo quase uiversal e delimitado o tempo fometado pela votade de acesso a recursos materiais e de status. Para Moffitt o comportameto ati-social persistete ao logo da vida eglobaria um meor úmero de idivíduos cujas maifestações ati-sociais emergiriam precocemete e se materiam ao logo de grade parte da vida. A autora atribui tal a vulerabilidades euro-psicológicas (lesões cerebrais periatais e problemas eurológicos pós-atais) e a cotextos educacioais desfavoráveis em que os próprios pais têm dificuldades de temperameto e de persoalidade semelhates, possivelmete devido a atecedetes geéticos. Quisey, Skillig, Lalumiére e Craig (2004) defedem uma categorização em três grupos. O primeiro grupo, à semelhaça do que é descrito por Moffitt (1993), seria composto por adolescetes com comportametos ati-sociais limitados à adolescêcia, havedo uma associação destes comportametos à toma de riscos que cotribuiria para o seu sucesso reprodutivo os ambietes acestrais. O segudo grupo seria composto por deliquetes persistetes ao logo da vida com um historial de problemas de desevolvimeto eurológico, apoio paretal e ambiete istável, e exposição a joves com modelos desviates. O terceiro grupo também cosistiria em deliquetes persistetes ao logo da vida, mas cujas causas do seu comportameto ão seriam patológicas. Estes últimos idivíduos, frequetemete classificados como psicopatas, utilizariam uma estratégia adaptativa de maipulação, domiação, coacção e agressão, ocupado um icho fora do ambiete da cooperação social. Nas teorias acima referidas, de uma forma geral um iício precoce tem vido a ser coceptualmete associado a um tipo de crimialidade mais persistete, grave e violeta, equato um iício mais tardio tem sido associado a um tipo meos grave, meos violeto 6

37 e mais trasitório de crimialidade (e.g., Adershed, Gustafso, Kerr & Statti, 2002), permaecedo em aberto a questão de até que poto estes tipos de deliquetes diferem realmete etre si qualitativamete e quatitativamete. A teoria tipológica de Moffitt (1993), por exemplo, defede que existem difereças qualitativas fudametais, equato a teoria do autocotrolo de Gottfredso e Hirschi (1990), por exemplo, defede que se trata de difereças a itesidade de certos défices psicossociais. Apesar de os últimos vite aos terem havido avaços teóricos otáveis o campo da deliquêcia ifatil e juveil, grade parte dos pressupostos aguarda aida comprovação empírica. Algo de comum à maioria das teorias, idepedetemete dos processos etiológicos teoricamete evolvidos ou de se tratar de características categoriais ou dimesioais, é a importâcia que se atribui a variáveis idividuais (e.g., traços psicopáticos) e familiares (e.g., famílias mooparetais). É esse tipo de variáveis que a ivestigação actual se tem cetrado. 3. Coceptualização dos feómeos comportametais ati-sociais Muitas defiições têm sido propostas para defiir os actos que etram em coflito com as ormas ou expectativas sociais e a lei. O termo comportameto ati-social (Negreiros, 2001) será o mais abragete, referido-se a um espectro lato de actividades como fugas, agressão, furto, roubo, vadalismo, e outros actos que violam as ormas da sociedade em que o jovem se (des)isere. O termo comportameto deliquete é mais restrito, estado associado ao equadrameto jurídico-peal, omeadamete focado-se os actos que podem ser alvo de sação peal caso o idividuo teha atigido a idade de resposabilização crimial. 7

38 Os comportametos ati-sociais juveis têm sido estudados desde o poto de vista de diversas vertetes cietíficas que em sempre tetam ou coseguem itegrar etre si os cohecimetos obtidos. A crimiologia teta focar-se os cofrotos etre os sistemas legais e os joves que cometem os actos ati-sociais. A psicologia e a psiquiatria foreses estudam esses comportametos desde a perspectiva desevolvimetista, focado o desvio da ormalidade psíquica. A sociologia teta eteder as diâmicas sócio-culturais que provocam o surgimeto e mauteção dos comportametos ati-sociais as diversas sociedades. A epidemiologia forece dados sobre a sua prevalêcia e icidêcia. Os comportametos ati-sociais estão itrisecamete relacioados com a icapacidade ou falta de votade dos idivíduos se coformarem às ormas de determiada sociedade e ao respeito pela autoridade ou direitos de outras pessoas (Frick, 1998). A violação das ormas sociais e/ou dos direitos dos outros pode assumir um carácter mais ligeiro (e.g., faltas à escola) ou pelo cotrário ter aspectos marcadamete graves (e.g., homicídio). Todavia, é relativamete frequete que estes comportametos ão surjam isoladamete, mas sim agregados us aos outros, i.e., associados. Daí falar-se em comportametos ati-sociais o plural ou em perturbações do comportameto o plural. Desde o poto de vista psíquico tem-se ecarado o feómeo quer desde uma coceptualização categorial (e.g., Harris, Rice & Quisey, 1994) quer desde uma coceptualização dimesioal (e.g., Hare, 2003). Ambas as coceptualizações o fudo estabelecem uma divisão etre o ormal e o aormal. Por exemplo, equato a psiquiatria pode cosiderar patológico que o sujeito apresete três critérios os últimos doze meses, a psicologia pode cosiderar aormal que as potuações dos sujeitos uma determiada escala se situem acima do percetil 95. Falar em classificação psiquiátrica implica icotoravelmete falar o Maual de Diagóstico e Estatística das Perturbações Metais, actualmete a sua quarta edição 8

39 revista (DSM-IV-TR; America Psychiatric Associatio, 2002). Os critérios de diagóstico da Perturbação do Comportameto do DSM-IV-TR equadram-se um sistema psicopatológico. A defiição de perturbação de comportameto utilizada implica e situa o comportameto perturbado como estado para além do cliicamete ormal, iterferido egativamete a vida do sujeito. Etra-se assim o campo da disfução clíica por oposição aos processos ati-sociais ormativos da adolescêcia em que se tem especificamete em cosideração a frequêcia, itesidade e persistêcia com que os ditos comportametos se maifestam em coflito com as outras pessoas (Kazdi, 1996). Desde o poto de vista dimesioal de classificação das perturbações de comportameto há que ter em cota a vertete multivariada ou empírica (Frick, 1998), que se diferecia da categorial a comparação com uma amostra ormativa e pela idetificação de co-variações comportametais relativas à perturbação. Esta vertete dimesioal utiliza métodos estatísticos multivariados (e.g., aálise factorial) para isolar dimesões do comportameto altamete correlacioadas. A fragilidade deste método resulta pricipalmete dos comportametos e das amostras icluídos a aálise Idepedetemete de a abordagem ser categorial ou dimesioal (Filho, Teixeira, & Dias, 2009), é ilusório e artificial cosiderar que existem potos de corte limpos: e se o jovem está o percetil 94 ou se apreseta três critérios mas apeas há oze meses? Apesar deste tipo de classificações serem ievitáveis há que ter em mete o seu carácter abstracto e recohecer objectivamete que os seus fudametos podem ser falíveis. A dificuldade em defiir os limites operacioais da psicopatia também traz à toa questões coceptuais acerca da legitimidade do costructo, omeadamete a questão cetral de a psicopatia poder ser ou ão cosiderada uma perturbação metal com características próprias que justifiquem a sua avaliação específica. 9

40 4. Psicopatia e traços psicopáticos As teorizações e operacioalizações actuais sobre psicopatia derivam, a sua maioria, da obra de Herbert Cleckley (1976) The Mask of Saity, origialmete publicada em 1941, ode este retrata os psicopatas como idivíduos profudamete perturbados as suas relações com os outros e com a sociedade, mas camuflados sob uma máscara de aparete saidade. A defiição da psicopatia por Cleckley teve um profudo impacto ao chamar a ateção para o seu forte valor preditivo do comportameto ati-social em geral (Harpur, Hare & Hakstia, 1989) e particularmete para as suas relações com os comportametos violetos, impulsivos e agressivos em adultos (Hare, Clark, Gra & Thorto, 2000). A sua obra costituiu a grade referêcia que deu origem ao gold stadard da avaliação psicométrica da psicopatia desevolvido por Robert Hare (1980; 2003): a Psychopathy Checklist (PCL; Hare, 1980, 2003), que por sua vez deu origem a outros istrumetos como o Atisocial Process Screeig Device (APSD; Frick & Hare, 2001), a Child Psychopathy Scale (CPS; Lyam, 1997) ou o Youth Psychopathic Traits Ivetory (YPI; Adershed, Kerr, Statti & Levader, 2002). É importate fazer uma difereciação etre os termos psicopatia e traços psicopáticos (Adershed, 2010; Cooke & Michie, 2001; Hare, 2003). A psicopatia é geralmete coceptualizada como uma sídrome que se matém ao logo da vida e que egloba uma costelação de traços extremos a ível iterpessoal, afectivo, comportametal e de estilo de vida. Os sujeitos psicopáticos tedem a demostrar comportametos violetos proactivos com mais frequêcia, motivados por razões istrumetais como gahos materiais e vigaça (e.g., Seri, 1991). Os traços psicopáticos, por sua vez, podem ser defiidos como os traços/sitomas e comportametos idividuais, que se maifestam de forma mais ou meos itesa e estável, 10

41 e que costituem a sídrome da psicopatia. O costructo de traços psicopáticos actualmete refere-se a um padrão maipulador, egaador, isesível e sem remorsos que tem sido demostrado ser importate para compreeder o comportameto ati-social. A preseça de traços psicopáticos também tem vido a ser associada a um tipo de comportameto ati-social mais grave, persistete e violeto, de iício precoce, com preferêcia por actividades excitates e perigosas (e.g., Adershed, Gustafso, Kerr & Statti, 2002; Frick, Kimois, Dadreaux & Farrel., 2003; Vitacco et al., 2002). A importâcia desta distição reside o facto de ser possível um dado idividuo possuir traços psicopáticos mais ou meos itesos e estáveis cosoate estejam ou ão itegrados com outros traços da sídrome de psicopatia. Os traços calosos/ão-emocioais, por exemplo, podem existir com ou sem demostrações comportametais sigificativas de impulsividade. Há portato que ter em cota qual a abordagem que os autores de diferetes estudos adoptaram, sedo que a maior parte dos estudos foca traços psicopáticos e ão a sídrome de psicopatia per se. Até recetemete o estudo da psicopatia em mulheres, adolescetes e criaças foi praticamete igorado por psicólogos foreses e psicopatologistas (Veroa & Vitale, 2006; Veroa, Sadeh & Javdai, 2010). Desde etão os ivestigadores têm vido a modificar a rede omológica da psicopatia em crimiosos adultos de forma a adaptar os istrumetos de ivestigação e avaliação a adolescetes e criaças. Algus autores têm questioado a utilidade e correcção da aplicação do costructo da psicopatia aos joves, argumetado que estes traços podem ão represetar características estáveis que persistirão a idade adulta sedo sim trasitórios à adolescêcia (Grisso, 1998; Hart, Watt & Vicet, 2002; Seagrave & Grisso, 2002). Estes autores defedem que colocar este tipo de diagóstico os joves leva a que sejam erradamete rotulados como perigosos e irrecuperáveis para a sociedade, prejudicado-os gravemete 11

42 o seu percurso de vida sem que haja evidêcias empíricas suficietemete fortes que o justifiquem. Como veremos mais à frete estas objecções têm sido refutadas pela maioria dos estudos empíricos e das revisões de literatura que têm vido a ser efectuados. Pardii e Loeber (2008), por exemplo, demostraram que uma maior estabilidade de traços psicopáticos em joves predizia íveis mais altos de características ati-sociais de persoalidade a idade adulta, equato Saleki, Rosebaum e Lee (2008) cocluíram que existem amplas evidêcias de que os idicadores de psicopatia em criaças, adolescetes e adultos partilham muitas semelhaças a ível de prevalêcia (cerca de 20%) em cetros de deteção de adolescetes e prisões de adultos, a ível da ligação de problemas de comportameto a comportametos ati-sociais e violetos e a ível de estrutura factorial. No que diz respeito à estrutura factorial do costructo, tem-se vido a defeder que os traços psicopáticos se combiam e maifestam as mesmas três dimesões que caracterizam a psicopatia em adultos, omeadamete traços calosos/ão-emocioais, impulsividade e arcisismo, mesmo em cotextos culturais/éticos diferetes (Bijttebier & DeCoee, 2009; Cook & Michie, 2001; Frick, Bodi & Barry, 2000; Fug, Gao & Raie, 2010; Va Baardewijk, Stegge, Adershed, Thomaes, Scholte & Vermeire, 2008; Va Baardewijk, Vermeire, Stegge & Doreleijers, 2011). Apesar dessa relativa cocordâcia o tópico ão está fechado, e cotiua a decorrer o debate acerca da melhor forma de coceptualizar a psicopatia e de aplicar o costructo a criaças e adolescetes de ambos os sexos. Tal como acoteceu o caso dos adultos (Hare, 2003), outras estruturas factoriais têm sido descritas. Frick, O Brie, Wootto, & McBurett (1994) evideciaram a existêcia de um modelo com dois factores: Impulsividade-Problemas de comportameto (I-CP) e traços calosos/ão-emocioais (CU). O factor I-CP é cosistete com o Factor 2 do PCL-R dado que parece idexar tedêcias 12

43 desiibitórias (exteralizates) gerais, equato o factor CU é associado com baixa asiedade, reactividade emocioal egativa, desiibição, busca de sesações e agressão proactiva (Patrick, 2010). Já Dadds, Fraser, Frost e Hawes (2005) descreveram uma prolífera estrutura de cico factores. De qualquer forma, a estrutura de três factores traços calosos/ão-emocioais, impulsividade e arcisismo é a que tem vido a ser mais trabalhada a literatura. Os traços calosos/ão emocioais referem-se a um estilo afectivo (e.g., ausêcia de culpa, restrição da emoção demostrada) e iterpessoal (e.g., falta de empatia) que emerge como uma dimesão distita do costructo da psicopatia. Este tipo de traços têm sido refereciados como tedo a capacidade de difereciar um tipo de adolescetes deliquetes mais graves e agressivos (Caputo, Frick & Brosky, 1999; Kruh, Frick & Clemets, 2005) de uma forma que outras dimesões (e.g., impulsividade) ão coseguem. A impulsividade tem vido a ser cosiderada uma das peças cetrais de várias teorias actuais do crime e da toxicodepedêcia, além de ser um eixo fudametal em qualquer teoria da persoalidade (Lyam & Miller, 2004). Os comportametos impulsivos em adolescetes têm sido cosistetemete associados a uma maior diversidade e quatidade de crimes (e.g., Lyam, 1996, 1998). A impulsividade é possivelmete um dos critérios diagósticos mais frequetemete utilizados a versão actual do Diagostic ad Statistical Maual for Metal Disorders (DSM-IV-TR; America Psychiatric Associatio, 2002). O arcisismo é outra das dimesões que surge da decomposição do costructo da psicopatia. Teorizado classicamete como uma defesa cotra setimetos de iadequação e iferioridade, mais recetemete tem sido coceptualizado como a ecessidade do idivíduo em ter um apreço elevado por si próprio e de levar as pessoas em seu redor a demostrar esse mesmo apreço elevado. O arcisismo em adolescetes tem sido associado 13

44 a problemas de comportameto, a agressão proactiva e a baixa auto-estima (Washbur et al., 2004). De seguida iremos desevolver as coceptualizações ligadas a cada uma destas dimesões e a forma como se iter-relacioam Modelo tridimesioal da psicopatia Traços calosos/ão-emocioais A preseça de traços calosos/ão-emocioais (e.g., ausêcia de culpa, de empatia, de ivestimeto afectivo os outros) tem vido cada vez mais a ser cosiderada um importate camiho causal para eteder o comportameto ati-social e agressivo os joves, tal como já acotece os adultos (Hare, 1999) os quais a preseça destes traços idica um tipo particularmete grave e violeto de deliquetes. Barry, Frick, DeShazo, McCoy, Ellis e Loey (2000) focaram-se a utilização dos traços calosos/ão-emocioais para idetificar um subgrupo de criaças Perturbação de Hiperactividade e de Défice de Ateção e com Perturbação da Oposição ou Perturbação do Comportameto que demostravam ter características semelhates a adultos com psicopatia. Os resultados idicaram que as criaças com traços elevados demostravam características tipicamete associadas a psicopatia (e.g., ausêcia de medo, estilo de resposta domiado pela recompesa) e pareciam meos perturbadas com os seus problemas de comportameto. Os autores cocluíram que apeas a impulsividade e os comportametos ati-sociais eram isuficietes para classificar pessoas que se ecaixam o diagóstico de psicopatia. Loey, Frick, Clemets, Ellis e Kerli (2003) aalisaram a reactividade emocioal de adolescetes com problemas de comportameto ati-social utilizado um paradigma de decisão lexical dado que em amostras foreses de adultos os traços psicopáticos estão 14

45 associados a aormalidades o processameto de estímulos emocioais. Os resultados idicaram que a dimesão de traços calosos/ão-emocioais estava associada com reacções mais letas a palavras egativas, equato os problemas de cotrolo de impulsos estavam associados com reacções mais rápidas. Os autores sugerem que os diferetes padrões de reactividade emocioal podem caracterizar subgrupos distitos de joves com problemas de comportameto ati-social. Pardii, Lochma e Frick (2003) aalisaram a relação etre factores traços calosos/ão-emocioais e impulsividade/perturbação do comportameto em adolescetes detidos. Os resultados apoiaram a atureza bidimesioal dos dois factores, sedo que os traços calosos/ão-emocioais estavam fortemete associados com défices a empatia emocioal e cogitiva, equato o factor impulsividade/perturbação do comportameto estava mais fortemete relacioado com desregulação do comportameto. Kimois, Frick e Barry (2004) examiaram a associação etre os traços calosos/ão-emocioais e a afiliação a grupos de joves deliquetes, tedo cocluído que os joves com potuações mais altas os traços calosos/ão-emocioais e os problemas de comportameto eram os que demostravam ter maior afiliação com grupos de pares deliquetes. Frick, Stickle, Dadreaux, Farrell e Kimois (2005) procuraram ivestigar se a preseça de traços calosos/ão-emocioais caracterizava criaças com problemas de comportameto e um padrão especialmete grave e cróico de deliquêcia. Os resultados idicaram que as criaças com traços calosos/ão-emocioais altos eram as que tiham maiores íveis de perturbação do comportameto, deliquêcia auto-relatada e cotactos com a polícia. Frick e Dataga (2005) aalisaram preditores de persistêcia de problemas de comportameto em criaças com e sem traços calosos/ão-emocioais. Os autores 15

46 cocluíram que a estabilidade dos problemas de comportameto em criaças sem traços calosos/ão-emocioais estava fortemete relacioada com o ível de impulsividade e com o ível sócio-ecoómico, equato as criaças com traços calosos/ão-emocioais demostraram ter perturbações de comportameto mais estáveis se combiadas com íveis mais altos de stress. Dadds, Fraser, Frost e Hawes (2005) procuraram avaliar a validade dos traços calosos-ão-emocioais equato percursor de perturbação de comportameto e de comportameto ati-social. Os resultados idicaram que os traços calosos/ão-emocioais aumetaram sigificativamete a capacidade de prever o comportameto ati-social em rapazes e raparigas, apesar de haver alguma sobreposição com as dimesões de perturbações do comportameto disruptivas. Frick e White (2008), a sua revisão de literatura sobre a importâcia dos traços calosos/ão-emocioais, apotaram fortes evidêcias da relação etre os traços calosos/ão-emocioais em particular (e dos traços psicopáticos em geral) com perturbações do comportameto mais graves, deliquêcia, agressão e violêcia. Existe um úmero crescete de evidêcias de que os traços calosos/ão-emocioais distiguem qualitativamete e caracterizam um subgrupo de joves com um padrão particularmete marcado de comportameto ati-social e agressivo, que emerge precocemete a sua vida e os tora particularmete susceptíveis a torarem-se deliquetes cróicos. Os comportametos ati-sociais e agressivos dos joves com estes traços elevados parecem estar meos relacioados com factores de adversidade (e.g., más práticas paretais, baixa iteligêcia), sedo que estes joves aparetam ter características qualitativamete distitas a ível emocioal e cogitivo (e.g., ausêcia de medo a puições e perigos; busca persistete de sesações e ovidades) que levam a que a sua trajectória deliquecial seja qualitativamete diferete o pior setido. 16

47 Têm vido a ser feitos estudos para desevolver e aperfeiçoar medidas psicométricas de traços calosos/ão-emocioais em criaças e adolescetes (e.g., Essau, Sasagawa & Frick, 2006; Kimois, Frick, Skeem, Marsee, Cruise, Muoz, Aucoi & Morris, 2008; Roose, Bitttebier, Decoee, Claes & Frick, 2010) Impulsividade Desde há décadas que ivestigadores de reome têm defedido que a impulsividade é uma característica importate do comportameto ati-social e psicopático (e.g., Barratt & Patto, 1983; Cleckley, 1976; Eyseck, 1977; Hirschi, 1969). Durate os últimos 50 aos o coceito de psicopatia, desde o poto de vista psiquiátrico, tem-se subsumido aida mais e refere-se actualmete a uma forma de perturbação da persoalidade da qual a impulsividade é um sitoma chave (Hart & Dempster, 1997). Todavia, até há pouco tempo existiam poucas evidêcias empíricas que suportassem cosistetemete a afirmação do papel fudametal desempehado pela impulsividade, possivelmete devido a uma falta de rigor metodológico que levava à obteção de resultados cotraditórios (e.g., Oas, 1985). Wallace, Newma e Bachorowski (1991) argumetaram que impulsividade, hiperactividade, comportameto ati-social e psicopatia, etre outros, são aspectos de uma sídrome de desiibição caracterizada por um padrão de respostas essecialmete determiado por cotigêcias de reforço imediato em vez de gratificações prospectivas. Estes autores sugeriram que a icapacidade de adiar a gratificação observada em psicopatas se pode dever a défices a modulação de respostas associada com um ível mais alto de impulsividade. Moffitt (1993) defedeu que a impulsividade aumeta o risco de comportameto ati-social persistete a logo prazo através de métodos directos e idirectos. Directos ao iterferir com a capacidade da criaça ou jovem cotrolar os seus comportametos e 17

48 pesar as cosequêcias futuras dos seus actos. Idirectos devido a que défices o cotrolo dos impulsos podem levar ao isucesso escolar, fometado a icapacidade futura de ter sucesso sócio-profissioal que leva o idivíduo a procurar os beefícios a curto prazo associados ao evolvimeto em actividades ati-sociais. White, Moffitt, Caspi, Bartusch, Needles e Stouthamer-Loeber (1994), utilizado uma metodologia de avaliação multi-método multi-fote aalisaram logitudialmete uma amostra de rapazes com 11 medidas de impulsividade, o que revelou a existêcia de dois factores: impulsividade cogitiva e impulsividade comportametal. A impulsividade cogitiva estava mais relacioada com o Quociete de Iteligêcia (QI). A impulsividade comportametal estava mais relacioada com a deliquêcia grave e persistete que é mais estável ao logo do tempo. Luego, Carrillo-de-la-Peña, Otero e Romero (1994) aalisaram logitudialmete a relação etre impulsividade e comportameto ati-social uma amostra de adolescetes ão-istitucioalizados tedo em cota a atureza multidimesioal da impulsividade e a diversidade dos comportametos ati-sociais. Os autores cocluíram que as medidas de impulsividade estavam fortemete correlacioadas com os comportametos ati-sociais e também com a escalada futura desses comportametos. Lyam (1996, 1997, 1998) deu especial relevâcia à impulsividade ao propor aplicar o costructo da psicopatia a criaças e adolescetes. Segudo ele, as criaças que exibiam uma combiação de impulsividade, hiperactividade e défice de ateção, bem como de perturbação do comportameto, teriam uma variate especialmete viruleta de perturbação de comportameto que os torava fledglig psychopaths (termo que pode ser traduzido como jovezihos psicopatas ). Lyam defedeu que estas criaças teriam muitos dos atributos descritos os psicopatas adultos (e.g., Leistico, Saleki, DeCoster & Rogers, 2008), e podiam ser distiguidas das restates utilizado medidas de psicopatia, de 18

49 comportameto ati-social e de tarefas laboratoriais costruídas para avaliar a modulação de respostas e a dificuldade em adiar a gratificação. Christia, Frick, Hill, Tyler e Frazer (1997) idetificaram um subgrupo de criaças que acreditaram ter características psicopáticas. Recorredo a uma amostra clíica de 120 criaças avaliaram impulsividade, traços calosos/ão-emocioais e perturbações do comportameto/oposição. As criaças com elevações a impulsividade e as restates duas áreas ( = 11) foram classificadas como tedo um comportameto de tipo psicopático, demostrado comportametos agressivos, destrutivos e de desafio às figuras de autoridade. Vitacco, Neuma, Robertso e Durrat (2002) avaliaram as cotribuições da impulsividade e dos traços calosos/ão-emocioais a avaliação de adolescetes do sexo masculio detidos em cetro de deteção juveil. Os resultados idicaram que os joves que obtiveram potuações mais altas em impulsividade e em traços calosos passaram mais dias detidos, tiham mais comportametos ati-sociais, mais sitomas psicopatológicos e piores ligações sócio-familiares. Numa ivestigação posterior Vicet, Vitacco, Grisso e Corrado (2003) procuraram idetificar subgrupos de deliquetes juveis com base em dimesões comportametais, afectivas e iterpessoais. Os autores cocluíram que a impulsividade estava fortemete associada de forma retrospectiva com os comportametos ati-sociais graves, mas ão de forma prospectiva. Segudo eles, apeas a impulsividade e os comportametos disruptivos (dimesão comportametal) ão eram suficietes para idetificar correctamete os trasgressores graves, devedo-se usar uma combiação das três dimesões (comportametal, afectiva e iterpessoal) para classificar correctamete o subgrupo mais cróico e grave. 19

50 Carroll, Hemigway, Bower, Ashma, Houghto e Durki (2006) ivestigaram as difereças os íveis de impulsividade etre adolescetes com iício de actividade deliquete precoce (i.e., 12 aos), adolescetes com iício de actividade deliquete tardia (i.e., 13 aos) e adolescetes ão deliquetes. Os sujeitos foram avaliados recorredo a uma ampla selecção de istrumetos de medição de impulsividade (e.g., Eyseck Impulsiveess Questioaire; Stroop colour ad Word Test), tedo os resultados sugerido que os adolescetes que exibem alta impulsividade, tempo cogitivo rápido e cotrolo metal iibitório baixo teriam mais probabilidades de serem adolescetes com iício de actividade deliquete precoce. De salietar que têm vido a ser feitos estudos para desevolver e aperfeiçoar medidas psicométricas de impulsividade (e.g., Chahi, Cosi, Lorezo-Seva & Vigil-Colet, 2010; Dieme, Szobot, Kessler & Pechasky, 2007; Eyseck, Eastig & Pearso, 1984; Fossati, Barratt & Acquarii, 2002) Narcisismo O arcisismo equato coceito tem origem a mitologia grega. Narciso era um rapaz jovem e muito belo que rejeitou a ifa Eco, que o desejava desesperadamete. Como castigo, foi amaldiçoado de forma a apaixoar-se icotrolavelmete pela sua própria imagem reflectida a água. Icapaz de cocretizar a sua paixão, Narciso suicidouse por afogameto. A teoria psicaalítica do iício do século XX redefiiu o arcisismo desde o poto de vista do desevolvimeto psíquico e da psicopatologia. Freud (1914/1980) acreditava que algum ível de arcisismo costitui uma parte de todos desde o ascimeto: o arcisismo ão seria apeas uma codição patológica, mas também um protector do psiquismo que promove a costituição de uma imagem de si uificada, perfeita, cumprida e iteira. 20

51 Para Kerberg (cit. Calhou, Glaser, Stefurak & Bradshaw, 2000) o arcisista patológico é aquele que ão cosegue resolver a tesão atural etre o self actual e o self idealizado, e assim isufla a sua auto-imagem para se proteger da rejeição dos outros. Para Kohut (cit. Calhou, Glaser, Stefurak & Bradshaw, 2000) o arcisismo é uma estrutura istável de cariz defesivo, orgaizada sob a forma de uma auto-imagem gradiosa e ideal, que ão se cosegue mater face às realidades da vida. Segudo Rhodewalt e Morf (1995) os arcisistas isuflam a imagem que têm de si próprios de forma a protegerem-se da rejeição dos outros, tedem a alterar a sua iterpretação da realidade e procuram maximizar a sua auto-estima através de actos que gahem a aprovação e admiração de outras pessoas de forma a validarem exteramete a sua auto-imagem gradiosa. Raski e Terry (1988) propuseram uma coceptualização mais complexa do arcisismo, separado-o uma estrutura bidimesioal: arcisismo adaptativo e arcisismo mal adaptativo. Os traços adaptativos seriam os mais semelhates à auto-estima alta (e.g., cofiaças as próprias capacidades; capacidade de lideraça). Os traços mal adaptativos, por sua vez, estariam relacioados com o desejo de ser visto como mais importate e superior às outras pessoas e com a ecessidade de receber ateção e elogios. O arcisismo, equato forma exagerada de auto-avaliação, tem sido cosiderado um preditor de deliquêcia, de reicidêcia e de reacções emocioais extremas como raiva e fúria (Emmos, 1987; Gacoo, Meloy & Heave, 1990). Uma explicação possível para o arcisismo estar ligado à agressão e à hostilidade asseta a hipótese de a passagem ao acto violeto ou ati-social acotecer quado a imagem ideal do arcisista é posta em questão por pessoas das quais o seu autococeito está altamete depedete (Baumeister, Smart & Bode, 1996). 21

52 Bushma e Baumeister (1998) evideciaram uma experiecia em laboratório que as pessoas com arcisismo alto eram as mais agressivas quado lhes era dada a oportuidade de demostrar agressividade relativamete a alguém que as tiha avaliado egativamete. Desta forma, os altos íveis de arcisismo combiados com as ameaças ao eu gradioso eram os melhores preditores de agressão e de hostilidade, ão tedo sido ecotrada qualquer relação o que diz respeito à auto-estima. Estes autores demostraram que a agressão dos arcisistas ão diferia da do grupo cotrolo desde que ão houvesse provocação. Apeas quado havia uma ameaça à autopercepção gradiosa é que as respostas agressivas aumetavam. Provavelmete o arcisismo ão é uma causa directa de agressão, mas ates um factor de risco que pode cotribuir para uma resposta agressiva após estimulação ou provocação. Papps e O Carroll (1998) procuraram aalisar a relação etre arcisismo e autoestima relativamete à expressão de setimetos de raiva, tedo evideciado que as pessoas com alto arcisismo e baixa auto-estima tedem a relatar sigificativamete mais emoções de raiva que as pessoas com baixo arcisismo e alta auto-estima. As pessoas com baixo arcisismo e alta auto-estima relatavam ter íveis de raiva mais baixos provavelmete porque teriam uma visão muito mais realista das suas próprias qualidades, setido-se meos ameaçadas pelo feedback egativo. Os autores argumetaram que o ível de arcisismo determia o ível de raiva, idepedetemete da auto-estima, sedo o arcisismo alto o melhor preditor. Barry, Thompso, Barry, Lochma, Adler e Hill (2007) examiaram a importâcia do arcisismo a predição de agressão reactiva e proactiva e de problemas de comportameto em criaças moderadamete agressivas e altamete agressivas. Estes autores demostraram que agressão e as perturbações do comportameto estavam sigificativamete relacioadas com o arcisismo (mas ão com a auto-estima), e que são 22

53 os aspectos emocioais e motivacioais do arcisismo que o distiguem da auto-estima alta. Barry, Frick, Adler e Grafema (2007) focaram-se a utilidade diferecial etre arcisismo adaptativo e arcisismo mal adaptativo para predizer a deliquêcia posterior. O arcisismo mal adaptativo predizia sigificativamete a deliquêcia auto-relatada o follow-up a um, dois e três aos. Este padrão matiha-se mesmo cotrolado outros factores de risco itrapessoais (e.g., impulsividade, traços calosos/ão-emocioais), práticas paretais e perturbações do comportameto prévias. O arcisismo mal adaptativo era particularmete preditivo da deliquêcia quado estavam presete práticas paretais egativas. Barry, Pickard e Asel (2009) aalisaram a relação etre diversas variáveis, etre as quais etre arcisismo, auto-estima, deliquêcia e agressão uma amostra de adolescetes em risco. Estes autores cocluíram que apeas o arcisismo mal adaptativo era preditor de deliquêcia e agressão, ão tedo as variáveis arcisismo adaptativo e auto-estima capacidade de previsão. A correlação bivariada de auto-estima com arcisismo adaptativo foi moderada (r =.39, p.001) e com o mal adaptativo foi baixa (r =.19, p.01). Recetemete têm sido feitos estudos para desevolver e aperfeiçoar medidas psicométricas de arcisismo as populações juveil forese (e.g., Calhou, Glaser, Stefurak & Bradshaw, 2000; Washbur, McMaho, Kig, Reiecke & Silver, 2004). 23

54 4.2. Estabilidade de comportametos ati-sociais e de traços psicopáticos Algumas das características mais iteressates e em comum etre os comportametos ati-sociais e os traços psicopáticos (Forth & Book, 2010) são a sua forte associação mútua e a sua grade estabilidade durate a vida adulta quado se maifestaram precocemete a vida dos sujeitos, pelo meos o que diz respeito aos sujeitos do sexo masculio (Frick & Loey, 1999; Moffitt, Caspi, Rutter & Silva, 2006). Os traços psicopáticos têm sido associados a um iício mais precoce da actividade crimial, a uma maior frequêcia de actividade crimial, a uma maior persistêcia da actividade crimial, a uma maior versatilidade crimial e também a uma maior gravidade e frequêcia dos crimes cometidos. Relativamete aos comportametos ati-sociais, tem havido uma crescete acumulação de evidêcias que demostra que estes são relativamete estáveis da ifâcia à idade adulta (Farrigto, 1989a; Huesma, Ero, Lefkowitz & Walder, 1984; Moffitt, 1993). Estes feómeos têm sido ivestigados em diversos estudos logitudiais prospectivos (e.g., Capaldi, Chamberlai & Patterso, 1997; Dishio, Patterso, Stoolmiller & Skier, 1991; Patterso, DeBaryshe & Ramsey, 1989; Stice & Barrera, 1995). Existem evidêcias empíricas que sugerem que as primeiras maifestações do comportameto ati-social podem ser detectadas precocemete, aproximadamete aos 18 meses (Keea & Shaw, 1998). Nessa idade, a criaça já apresetaria comportametos como agredir os pais e destruir objectos. Patterso, DeGarmo e Kutso (2000) defedem que até mesmo ates dessa idade é possível idetificar algus idícios precursores do comportameto ati-social a criaça, omeadamete a ível de temperameto. Loeber e Farrigto (2001) afirmam haver evidêcias de que os comportametos ati-sociais mais graves se iiciam geralmete o decurso dos primeiros aos de escolaridade e muito ates do pico da curva idade-crime para a população juveil 24

55 deliquete geral. Os autores referem que a realidade americaa os crimes graves cometidos por meores de 12 aos chegam a atigir 10% de todos os crimes juveis, e que a probabilidade destes cotiuarem a reicidir é sigificativamete maior. Vicet et al. (cit. Forth & Book, 2010) evideciaram que os joves que potuavam alto uma medida de psicopatia recebiam as suas primeiras seteças do sistema judicial sigificativamete mais cedo a vida que os que potuavam baixo. Bradt et al. e Saleki et al. (cit. Forth & Book, 2010) ecotraram associações de traços psicopáticos com a idade de primeira deteção pela polícia e com a idade de iício de evolvimeto em actividades crimiais. Marsee, Silverhor e Frick (2005) evideciaram que os traços psicopáticos prediziam agressão e deliquêcia em joves da população ormal. Loeber e Farrigto (2001) aalisaram a questão da relação etre a idade e os comportametos ati-sociais. Após revisão de várias ivestigações, cocluíram que a frequêcia da actividade crimial parece aumetar fortemete etre os 12 e os 17 aos, após o que se verifica um declíio acetuado a partir do fial da adolescêcia e mais leto o iício da idade adulta. Já ateriormete Elliott (cit. Howell, Krisberg & Joes, 1995) tiha chegado a uma coclusão semelhate ao aalisar a relação idade-crime em joves bracos e egros do sexo masculio a cidade de Nova Iorque, mas cocluíram que etre os 18 e os 25 aos as deteções cotiuavam altas. Outros estudos (Blumstei et al., cit. Negreiros, 2001; Farrigto, cit. Negreiros, 2001) evideciaram que perto do iício da terceira década de vida o úmero de deliquetes activos dimiui etre 50% a 85%. Farrigto, Ohli e Wilso (cit. Frick, 1998) demostraram que os 5% a 6% dos trasgressores juveis mais persistetes foram resposáveis por cerca de 50% dos crimes participados e que existia uma estabilidade de cerca de 68% associada ao diagóstico de perturbação do comportameto. Wolfgag, Figlio e Selli (cit. Howell, Krisberg & Joes, 1995) cocluíram que os trasgressores cróicos (operacioalizados como tedo cico 25

56 ou mais cotactos com a polícia) costituíam 6% da amostra e eram resposáveis por 51% de todos os delitos e por cerca de 66% de todos os delitos violetos. Osbor e West (cit. Negreiros, 2001) referem uma percetagem de 71% de deliquetes juveis codeados por crimes cometidos a idade adulta. Kratzer e Hodgis (1997) referem que 64% dos rapazes e 17% das raparigas com perturbações do comportameto tiham cadastro equato adultos. Negreiros (2001), a aálise geral que faz da literatura referete ao feómeo da estabilidade dos comportametos ati-sociais, refere que etre três a sete em cada dez deliquetes juveis cotiuam a praticar actos deliquetes a idade adulta, dos quais irá resultar pelo meos uma deteção. Freidefelt e Af Kliteberg (2007) demostraram que o comportameto hiperactivo em joves deliquetes estava ligado a psicopatia a vida adulta. Forsma, Lichtestei, Adershed e Larsso (2010) recorreram a uma amostra de gémeos, tedo cocluído que a persoalidade psicopática a adolescêcia predizia o comportameto ati-social adulto. Obradovic, Pardii, Log e Loeber (2007) recorreram aos dados do Pittsburgh Youth Study para aalisar a estabilidade dos traços psicopáticos a coorte mais jovem desse estudo. Recorredo aos dados relativos a ove aos cocluíram que a estabilidade variava de moderada a alta tedo em cota o tempo decorrido etre as avaliações. Barry, Barry, Demig e Lochma (2008) estudaram a estabilidade temporal dos traços psicopáticos em pré-adolescetes cosiderados agressivos ao logo de três aos, tedo cocluído que pela existêcia de uma estabilidade de moderada a muito alta cosoate os tipos de traços psicopáticos aalisados. Lyam, Caspi, Moffitt, Loeber e Stouthamer-Loeber (2007) optaram por estudar o tema com estudos logitudiais a logo prazo e métodos múltiplos de avaliação. Estes autores aalisaram a estabilidade dos traços psicopáticos desde a pré-adolescêcia até ao iício da idade adulta ao logo de um período de doze aos recorredo a diferetes 26

57 métodos de avaliação e iformates, tedo cocluído que os traços tiham uma estabilidade moderada. Frick e Loey (1999) idetificaram algus preditores de estabilidade temporal em criaças com perturbação do comportameto, etre os quais se icluem: iício precoce (i.e., ates dos oze aos) de problemas graves de comportameto, úmero elevado e grade variedade de problemas de comportameto, problemas de comportameto de cariz agressivo, diagóstico de Perturbação de Hiperactividade com Défice da Ateção, iteligêcia baixa, história paretal de comportameto ati-social cróico ou de crimialidade, ambietes familiares disfucioais, e ível sócio-ecoómico baixo. Quisey, Skillig, Lalumiére e Craig (2004) referem que em criaças dos seis aos oze aos os melhores preditores de deliquêcia futura eram costituídos por: comportametos ati-sociais prévios, utilização de substâcias estupefacietes, perteça ao sexo masculio, ível sócio-ecoómico baixo e ter um dos pais com características atisociais. Nas criaças dos doze aos catorze aos os melhores preditores idetificados eram costituídos pelas seguites variáveis: falta de laços sociais fortes, pares ati-sociais, e comportametos ati-sociais prévios. Podemos cocluir que existem actualmete evidêcias empíricas suficietes para que se possa afirmar com relativa seguraça que os traços psicopáticos demostram ter uma estabilidade de moderada a alta a trasição da ifâcia e da adolescêcia para a idade adulta (e.g, Lyam et al., 2007; Pardii & Loeber, 2008; Va Baarewijk et al., 2011). 27

58 4.3. Co-morbilidade A co-morbilidade dos traços psicopáticos com outras perturbações é alta (Frick, 1998), podedo até ser cosiderada a regra, pelo que se tora importate aalisá-la. As criaças e adolescetes diagosticadas com combiações co-mórbidas de Perturbação do Comportameto, Perturbação de Oposição e de Perturbação de Hiperactividade com Défice de Ateção, agregadas o DSM-IV-TR sob o título de Perturbações Disruptivas do Comportameto e de Défice de Ateção, têm sido associadas a um tipo de comportameto ati-social particularmete grave e agressivo similar ao dos adultos com psicopatia (Barry, Frick et al., 2000; Leistico, Saleki, DeCoster & Rogers, 2008; Lyam, 1996). Algus estudos têm focado especificamete a questão da ligação da psicopatia às perturbações disruptivas. Por exemplo, Saleki, Leistico, Neuma, DiCicco e Duros (2004) aalisaram a relação etre psicopatia juveil e psicopatologia exteralizate defiida em termos de comportametos disruptivos, tedo cocluído pela existêcia de correlações moderadas altas (r =.36.49) etre as duas Perturbação do Comportameto A característica essecial da Perturbação do Comportameto (PC) é um padrão de comportameto persistete e repetitivo em que são violados os direitos básicos dos outros ou importates regras ou ormas sociais próprias da idade do sujeito. Segudo a DSM-IV- TR (America Psychiatric Associatio, 2002) a prevalêcia deste diagóstico (ver critérios gerais deste diagóstico a Tabela 1) a população geral situa-se etre meos de 1% e os 10%. Sevecke e Kosso (2010), ao aalisarem estudos mais recetes, referem prevalêcias a população geral de 1.8% a 16% para rapazes e de 0.8% a 9.2% para raparigas; em amostras foreses de adolescetes deliquetes a prevalêcia situa-se os 31% a 100%. 28

59 Tabela 1 Critérios de diagóstico DSM-IV-TR para Perturbação do Comportameto Critérios A. Um padrão de comportameto repetitivo e persistete, em que são violados os direitos básicos dos outros ou importates regras ou ormas sociais próprias da idade, maifestado-se pela preseça de três (ou mais) dos seguites critérios, durate os últimos 12 meses, e pelo meos, de um critério durate os últimos 6 meses: Agressão a pessoas ou aimais (1) com frequêcia isulta, ameaça ou itimida as outras pessoas; (2) com frequêcia iicia lutas físicas; (3) utilizou uma arma que pode causar graves prejuízos físicos aos outros (por exemplo: pau, tijolo, garrafa partida, faca, arma de fogo); (4) maifestou crueldade física para com as pessoas; (5) maifestou crueldade física para com os aimais; (6) roubou cofrotado-se com a vítima (por exemplo: roubo por esticão, extorsão, roubo à mão armada); (7) forçou alguém a ter uma actividade sexual; Destruição da propriedade (8) laçou deliberadamete fogo com iteção de causar prejuízos graves; (9) destruiu deliberadamete a propriedade alheia (por meios diferetes do icêdio); Falsificação ou roubo (10) arrombou a casa, a propriedade ou o automóvel de outra pessoa; (11) mete com frequêcia para obter gahos ou favores ou para evitar obrigações (por exemplo: "vigariza" os outros); (12) rouba objectos de certo valor sem cofrotação com a vítima (por exemplo: roubo em lojas mas sem arrombameto, falsificações); Violação grave das regras (13) com frequêcia permaece fora de casa de oite apesar da proibição dos pais, iiciado este comportameto ates dos 13 aos de idade; (14) fuga de casa durate a oite, pelo meos duas vezes, equato vive em casa dos pais ou seus substitutos (ou uma só vez, mas durate um período prologado); (15) faltas frequetes à escola, com iício ates dos 13 aos. B. A Perturbação do Comportameto causa um défice cliicamete sigificativo o fucioameto social, escolar ou laboral. C. Se um sujeito tem 18 aos ou mais, mas ão reúe os critérios de Perturbação da Persoalidade. A Perturbação do Comportameto (PC) é frequetemete diagosticada em criaças e joves, particularmete os rapazes (Frick, 1998). Diversos estudos retrospectivos (ver Sevecke & Kosso, 2010) relatam a existêcia de uma ligação retrospectiva etre psicopatia o adulto e perturbações do comportameto a ifâcia, tais como iício precoce de comportametos ati-sociais, violêcia cróica, delitos diversificados e impulsividade. 29

60 Myers, Burket e Harris (1995) aalisaram a relação etre psicopatia e certas formas de psicopatologia em adolescetes hospitalizados, tedo ecotrado correlações positivas e estatisticamete sigificativas da psicopatia com perturbação do comportameto e com comportametos ati-sociais. Frick, Barry e Bodi (2000) ecotraram correlações fortes e sigificativas (R =.52.65; p.001) etre as dimesões do APSD (Impulsividade, Narcisismo e Traços Calosos/Não-emocioais) e a perturbação do comportameto, equato o R 2 relativo ao APSD total foi de.48 (p.001) Perturbação da Hiperactividade e de Défice de Ateção A característica essecial da Perturbação da Hiperactividade e de Défice de Ateção (PHDA) é um padrão persistete de falta de ateção e/ou de impulsividadehiperactividade com uma itesidade que é mais frequete e grave que o observado habitualmete os sujeitos com um ível semelhate de desevolvimeto. Segudo a DSM-IV-TR (America Psychiatric Associatio, 2002) a prevalêcia deste diagóstico (ver critérios gerais deste diagóstico a Tabela 2) está estimada etre 3% a 7% as criaças em idade escolar de acordo com a atureza da amostra populacioal e método de avaliação. Mauzza et al. (cit. Seveke & Kosso, 2010) sugerem que etre 10% a 60% dos casos persistem a vida adulta como uma sídrome icompleta ou total. Vermeire (cit. Seveke & Kosso, 2010) relata que 4% dos adolescetes detidos, 14% a 19% dos adolescetes adjudicados e 20% a 72% dos adolescetes ecarcerados cumprem os critérios diagósticos para PHDA. Frick, Barry e Bodi (2000) ecotraram correlações fortes e sigificativas (R =.50.72; p.001) etre as dimesões do APSD (Impulsividade, Narcisismo e Traços Calosos/Não-emocioais) e a perturbação do comportameto, equato o R 2 relativo ao APSD total foi de.57 (p.001). 30

61 Tabela 2 Critérios de diagóstico para Perturbação de Hiperactividade e de Défice de Ateção Critérios A. (1) ou (2): (1) Seis (ou mais) dos seguites sitomas de falta de ateção devem persistir pelo meos durate seis meses com uma itesidade que é desadaptativa e icosistete com o ível de desevolvimeto: Falta de ateção (a) com frequêcia ão presta ateção suficiete aos pormeores ou comete erros por descuido as tarefas escolares, o trabalho ou outras actividades; (b) com frequêcia tem dificuldade em mater a ateção em tarefas ou actividades; (c) com frequêcia parece ão ouvir quado se lhe fala directamete; (d) com frequêcia ão segue as istruções e ão termia os trabalhos escolares, ecargos ou deveres o local de trabalho (sem ser por comportametos de oposição ou por icompreesão das istruções); (e) com frequêcia tem dificuldades em orgaizar tarefas e actividades; (f) com frequêcia evita, sete repugâcia ou está relutate em evolver-se em tarefas que requeiram um esforço metal matido (tais como trabalhos escolares ou de ídole admiistrativa); (g) com frequêcia perde objectos ecessários a tarefas ou actividades (por exemplo: briquedos, exercícios escolares, lápis, livros ou ferrametas); (h) com frequêcia distrai-se facilmete com estímulos irrelevates; (i) esquece-se com frequêcia das actividades quotidiaas. (2) Seis (ou mais) dos seguites sitomas de hiperactividade-impulsividade persistiram pelo meos durate seis meses com uma itesidade que é desadaptativa e icosistete com o ível de desevolvimeto: Hiperactividade (a) com frequêcia movimeta excessivamete as mãos e os pés, move-se quado setado; (b) com frequêcia levata-se a sala de aula ou outras situações em que se espera que esteja setado; (c) com frequêcia corre ou salta excessivamete em situações em que é iadequado fazê-lo (em adolescetes ou adultos pode limitar-se a setimetos subjectivos de impaciêcia); (d) com frequêcia tem dificuldades em jogar ou dedicar-se traquilo a actividades de ócio; (e) com frequêcia «ada» ou só actua como se estivesse «ligado a um motor»; (f) com frequêcia fala em excesso; Impulsividade (g) com frequêcia precipita as respostas ates que as pergutas teham acabado; (h) com frequêcia tem dificuldade em esperar pela sua vez; (i) com frequêcia iterrompe ou iterfere as actividades dos outros (por exemplo, itromete-se as coversas ou jogos); B. Algus sitomas de hiperactividade-impulsividade ou de falta de ateção que causam défices surgem ates dos 7 aos de idade. C. Algus défices provocados pelos sitomas estão presetes em dois ou mais cotextos [por exemplo, escola (ou trabalho) e em casa]. D. Devem existir provas de um défice cliicamete sigificativo do fucioameto social, académico ou laboral. E. Os sitomas ão ocorrem exclusivamete durate uma Perturbação Global do Desevolvimeto, Esquizofreia ou outra Perturbação Psicótica e ão são melhor explicados por outra perturbação metal (por exemplo, Perturbações do Humor, da Asiedade, Dissociativas ou da Persoalidade). 31

62 Deve ser feita uma clara difereciação do diagóstico de Perturbação do Comportameto com o diagóstico de Perturbação de Hiperactividade com Défice da Ateção dado que esta última aida que o comportameto hiperactivo e impulsivo possa ser disruptivo, ão há violação por si mesmo das ormas sociais adequadas à idade Perturbação da Oposição A característica essecial da Perturbação da Oposição (PO) é um padrão recorrete de comportameto egativista, desafiate, desobediete e hostil relativamete às figuras de autoridade que dura pelo meos 6 meses. Segudo a DSM-IV-TR (America Psychiatric Associatio, 2002) a prevalêcia deste diagóstico (ver critérios gerais deste diagóstico a Tabela 3) situa-se etre os 2% e os 16% depededo da atureza da amostra da população estudada e dos métodos de avaliação. A relação etre a Perturbação da Oposição e os traços psicopáticos tem sido cosideravelmete meos estudada que as duas perturbações ateriores. Frick, Barry e Bodi (2000) ecotraram correlações fortes (R =.53.72; p.001) etre as dimesões do APSD (Impulsividade, Narcisismo e Traços Calosos/Não-emocioais) e a perturbação da oposição, equato o R 2 relativo ao APSD total foi de.57 (p.001). Deve-se difereciar claramete etre o diagóstico de Perturbação do Comportameto e o diagóstico de Perturbação de Oposição dado que o caso da Perturbação de Oposição, embora haja algumas características comus (e.g., desobediêcia e oposição a figuras de autoridade), ão existe um padrão persistete de formas de comportameto mais graves que implicam a violação dos direitos básicos de outras pessoas ou das ormas sociais adequadas à idade do sujeito. Abikoff & Klei (cit. por Frick, 1998) sugerem que a sobreposição destes dois diagósticos pode atigir valores que vão até aos 90%. 32

63 Tabela 3 Critérios de diagóstico DSM-IV-TR para Perturbação da Oposição Critérios A. Implica um padrão de comportameto egativista, hostil, desafiate, que dura pelo meos 6 meses, durate os quais estão presetes 4 (ou mais) dos seguites comportametos: (1) com frequêcia ecoleriza-se; (2) com frequêcia discute com os adultos; (3) com frequêcia desafia ou recusa cumprir os pedidos os regras dos adultos; (4) com frequêcia aborrece deliberadamete as outras pessoas; (5) com frequêcia culpa os outros dos seus erros ou mau comportameto; (6) com frequêcia é susceptibilizado ou facilmete molestado pelos outros; (7) com frequêcia sete raiva ou está ressetido; (8) com frequêcia é racoroso ou vigativo. B. A perturbação do comportameto causa um défice cliicamete sigificativo o fucioameto social, escolar ou laboral. C. Os comportametos ão ocorrem exclusivamete durate a evolução de uma Perturbação Psicótica ou de uma Perturbação do Humor. D. Não estão preechidos os critérios de Perturbação do Comportameto e, se o sujeito tem 18 aos ou mais, ão estão preechidos os critérios de Perturbação Ati-social da Persoalidade. Nota. Cosiderar que o critério só está preechido se o comportameto ocorrer com mais frequêcia do que é tipicamete observado os sujeitos de idade e ível de desevolvimeto comparáveis Outras perturbações Além das perturbações disruptivas de comportameto e de défice de ateção existem outras perturbações co-mórbidas à psicopatia, embora cosideravelmete meos ivestigadas. Uma delas é o abuso de substâcias, que tem sido estudado tato em adultos (Crocker, Mueser, Drake, Clark, McHugo, Ackerso, et al., 2005) como em adolescetes (Frick, 1998), embora em sempre os resultados dos estudos sejam cosistetes. Harvey et al. (cit. Sevecke & Kosso, 2010) demostraram que os adolescetes cosumidores de múltiplas substâcias tiham potuações mais altas em psicopatia que os cosumidores de álcool. Roussy e Toupi (cit. Sevecke & Kosso, 2010) ecotraram evidêcias de que reclusos que potuavam alto em psicopatia tiham mais probabilidades de serem diagosticados como abusadores de álcool ou droga do que os reclusos que potuavam baixo. 33

64 Outras perturbações co-mórbidas à psicopatia são a asiedade e as perturbações afectivas, embora os estudos evolvedo criaças ou adolescetes sejam muito raros. De uma forma geral parece haver uma associação ula ou egativa etre traços psicopáticos e asiedade e perturbações afectivas (Sevecke & Kosso, 2010). Por exemplo, Frick et al. (1994) demostraram haver correlações maioritariamete egativas etre os traços calosos/ão-emocioais e as potuações de asiedade e depressão. A relação etre psicopatia e patologia da persoalidade de tipo ati-social tal como defiida pelos sistemas de classificação psiquiátricos também tem sido ivestigada, por vezes de formas coceptualmete pouco estruturadas. Algus ivestigadores como Lyam & Gudois (2005) têm vido a defeder que as perturbações da persoalidade em geral e a Perturbação Ati-social da Persoalidade (PAP) em particular podem ser estudadas com fiabilidade em adolescetes a partir da idade de 14 aos. De salietar que os critérios actuais do DSM-IV-TR cotiuam a especificar que a Perturbação Ati-social da Persoalidade só deve ser diagosticada em pessoas com pelo meos 18 aos de idade (Critério B), mas também referem que se deve ter em cota o padrão global de meosprezo e violação dos direitos dos outros com iício a ifâcia ou adolescêcia precoce e cotiuidade até à idade adulta (ver Tabela 4). 34

65 Tabela 4 Critérios de diagóstico DSM-IV-TR para Persoalidade Perturbação Ati-social da Critérios A. Padrão global de desrespeito e violação dos direitos dos outros ocorredo desde os 15 aos, idicado por três (ou mais) dos seguites: (1) icapacidade para se coformarem com as ormas sociais o que diz respeito a comportametos legais, como é demostrado pelos actos repetidos que são motivo de deteção; (2) falsidade, como é demostrado por metiras e omes falsos, ou cotrariar os outros para obter lucro ou prazer; (3) impulsividade ou icapacidade para plaear atecipadamete; (4) irritabilidade e agressividade, como é demostrado pelos repetidos coflitos e lutas físicas; (5) desrespeito temerário pela seguraça de si próprio e dos outros; (6) irresposabilidade cosistete, como é demostrado pela icapacidade repetida para mater um emprego ou horar obrigações fiaceiras; (7) ausêcia de remorso, como é demostrado pela racioalização e idifereça com que reagem após terem magoado, maltratado ou roubado alguém. B. A pessoa ter uma idade míima de 18 aos. C. Existe evidêcia de Perturbação do Comportameto ates dos 15 aos. D. O comportameto ati-social ão ocorre exclusivamete durate a evolução de Esquizofreia ou de um Episódio Maíaco. O mesmo se passa a ível da CID-10 (World Health Orgaizatio, 1993), em que se refere que o trastoro da persoalidade tede a aparecer o fial da ifâcia ou a adolescêcia e cotiua a se maifestar pela idade adulta. O diagóstico pode ser feito ates dos 18 aos, embora a CID-10 cosidere improvável que o diagóstico seja apropriado ates dos 16 ou 17 aos (ver Tabela 5). Filho, Teixeira e Dias (2009) alertam para a importâcia de a psicopatia e da Perturbação Ati-social da Persoalidade serem estudadas equato costructos diferetes embora correlacioados, alertado que existem actualmete evidêcias coceptuais e empíricas que os separam a ível estrutural. Estes autores salietam o facto de os critérios psiquiátricos de diagóstico focarem predomiatemete os aspectos compostametais, deixado de fora aspectos importates como a motivação ou as características afectivas e iterpessoais. 35

66 Tabela 5 Critérios de diagóstico CID-10 para F60.2 Trastoro de Persoalidade Ati-social Critérios Trastoro de persoalidade, usualmete vido de ateção por uma disparidade flagrate etre o comportameto e as ormas sociais predomiates, e caracterizado por: (a) idifereça isesível pelos setimetos alheios; (b) atitude flagrate e persistete de irresposabilidade e desrespeito por ormas, regras e obrigações sociais; (c) icapacidade de mater relacioametos, embora ão haja dificuldade em estabelecêlos; (d) muito baixa tolerâcia à frustração e um baixo limiar para descarga de agressão, icluido violêcia; (e) icapacidade de experimetar culpa e de apreder com a experiêcia, particularmete puição; (f) propesão marcate para culpar os outros ou para oferecer racioalizações plausíveis para o comportameto que levou o paciete a coflito com a sociedade. Iclui: persoalidade (trastoro) amoral, dissocial, associal, psicopática e sociopática Exclui: trastoros de coduta (F91.-) trastoro de persoalidade emocioalmete istável (F60.3) Kosso, Lorez e Newma (2006), por exemplo, estudaram a relação etre psicopatia e Perturbação Ati-social da Persoalidade (PAP) em reclusos do sexo masculio, procurado clarificar três hipóteses: a) a PAP com psicopatia e a PAP sem psicopatia reflectem uma patofisiologia comum subjacete; b) a PAP com psicopatia e a PAP sem psicopatia idetificam duas sídromas distitas mas semelhates algus aspectos; c) a maioria dos correlatos da PAP reflectem a sua comorbilidade com a psicopatia. Os resultados obtidos levaram os autores à coclusão de que a PAP com psicopatia e a PAP sem psicopatia são sídromas distitas, sedo que a PAP com psicopatia estava claramete relacioada com comportametos crimiais mais graves e com facilitação emocioal mais fraca Traços psicopáticos e géero Apesar de Cleckley (1976) ter defedido que a psicopatia também ocorre em mulheres (e ter descrito vários exemplos clíicos) até recetemete muito pouca ateção tem sido dada à questão. Seria importate que a ivestigação empírica se debruçasse sobre 36

67 a validade da aplicabilidade do costructo da psicopatia em mulheres e sobre o desevolvimeto de factores etiológicos e de sídromas diagósticos aplicados à psicopatia e ao comportameto ati-social femiio (Veroa & Vitale, 2006). O actual estado de ivestigação da psicopatia o femiio ão será de estrahar dada a forma como o estudo do costructo se tem vido a desevolver. De facto, os ivestigadores têm feito uma adaptação descedete do costructo da psicopatia, origialmete desevolvido em homes adultos, para as mulheres, para os adolescetes e para as criaças. A escassez de ivestigação é especialmete otória em adolescetes e criaças do sexo femiio. Seguidamete são aalisados algus dos poucos estudos que focam a questão da psicopatia em criaças e adolescetes do sexo femiio. Frick, O Brie, Wootto e McBurett (1994), utilizado uma amostra clíica de 95 criaças etre os 6 e os 13 aos, ão ecotraram difereças etre rapazes e raparigas quato à dimesão de traços calosos/ão-emocioais (CU) do APSD, mas a dimesão impulsividade/perturbação do comportameto (I/CP) os rapazes obtiveram resultados sigificativamete mais altos. As potuações a dimesão I/CP estavam altamete relacioadas com medidas tradicioais de perturbação do comportameto, equato as potuações derivadas da dimesão CU demostravam ter associações com diversos critérios de psicopatia (e.g., busca de sesações) e comportametos ati-sociais. Os autores cosideraram que as características psicopáticas de persoalidade e os problemas de comportameto são costructos idepedetes que iteragem mutuamete. Frick, Bodi e Barry (2000), recorredo a uma amostra escolar costituída por 1136 criaças, demostraram a existêcia de uma estrutura tridimesioal o APSD e ecotraram difereças etre rapazes e raparigas as dimesões traços calosos/ãoemocioais e arcisismo, sedo os resultados dos rapazes sigificativamete mais elevados. As dimesões arcisismo e impulsividade estavam altamete relacioadas com 37

68 sitomas de perturbação do comportameto, de défice de ateção e hiperactividade e perturbação da oposição, mas ão a dimesão traços calosos/ão-emocioais. Pardii, Lochma e Frick (2003), utilizado uma amostra forese de 169 adolescetes detidos, procuraram clarificar a relação etre a estrutura bidimesioal do APSD com os problemas sócio-cogitivos dos adolescetes istitucioalizados. Estes autores evideciaram que as raparigas da sua amostra obtiham resultados sigificativamete mais elevados a dimesão impulsividade/perturbação do comportameto. Os traços calosos, por sua vez, estariam relacioados com baixo mal-estar emocioal e um padrão específico de processameto da iformação social. Campbell, Porter e Sator (2004) utilizaram o PCL:YV para avaliar uma amostra forese de 226 adolescetes de ambos os sexos istitucioalizados em cetro de deteção. Não foram ecotradas difereças etre rapazes e raparigas relativamete aos factores 1 e 2 do PCL:YV. As potuações mais altas o APSD estavam positivamete associadas com deliquêcia auto-relatada e comportameto agressivo, mas ão com dificuldades emocioais. Saleki, Leistico, Trobst, Schrum e Lochma (2005) avaliaram 114 adolescetes ecarcerados de ambos os sexos com três medidas de psicopatia, omeadamete o Atisocial Process Screeig Device (APSD), o Psychopathy Checklist - Youth Versio (PCL:YV) e a Child Psychopathy Scale (CPS). Não foram ecotradas difereças estatisticamete sigificativas etre rapazes e raparigas relativamete a estas três medidas. Todavia, foi ecotrada alguma associação etre duas das medidas e características de euroticismo, o que idicia que a asiedade e a preocupação podem acompahar o desevolvimeto da psicopatia as suas fases iiciais. Dadds, Fraser, Frost e Hawes (2005) utilizaram uma amostra de criaças dos 4 aos 9 aos de ambos os sexos para aalisarem o papel dos traços calosos/ão-emocioais como 38

69 percursores da perturbação do comportameto e dos comportametos ati-sociais. Foram ecotradas difereças etre rapazes e raparigas relativamete à potuação do APSD total, tedo os rapazes valores sigificativamete mais altos. Os autores cosideraram que apesar das dimesões do APSD se sobreporem às dimesões das perturbações disruptivas do comportameto, os traços calosos têm uma validade preditiva úica a ifâcia. Marsee, Silverthor e Frick (2005) ivestigaram a associação de traços psicopáticos com agressão e com deliquêcia uma amostra comuitária costituída por 86 rapazes e 114 raparigas. Os rapazes apresetaram valores sigificativamete mais elevados que as raparigas o APSD total. Não foram ecotradas difereças sigificativas etre as associações das três dimesões do APSD com a agressão e a deliquêcia, sedo que a úica difereça clara foi a associação mais forte etre os traços psicopáticos e a agressão relacioal para as raparigas. Schrum e Saleki (2006) examiaram a aplicabilidade do PCL:YV através da teoria item-resposta (IRT) recorredo a uma amostra de adolescetes detidas por ordem do tribual. De forma cosistete com a ivestigação prévia, os aspectos iterpessoais e afectivos da psicopatia foreceram mais iformação que os aspectos comportametais, destacado-se o papel dos aspectos iterpessoais. Comparado os sexos relativamete à potuação o PCL:YV, as raparigas obtiveram valores sigificativamete mais baixos. Baker, Jacobso, Raie, Lozao e Bezdija (2007) examiaram as ifluêcias geéticas e ambietais sobre o comportameto ati-social e agressivo uma amostra de gémeos (idade 9 a 10 aos) de ambos os sexos. Os rapazes demostraram obter resultados sigificativamete mais elevados em traços psicopáticos medidos a escala CPS (Lyam, 1997). Aálises multivariadas revelaram que o factor relativo ao comportameto atisocial e agressivo tiha uma forte carga hereditária (.96). 39

70 Peey e Moretti (2007) aalisaram a relação etre as características da psicopatia medidas pela estrutura tridimesioal do PCL:YV e os comportametos agressivos e atisociais uma amostra de 142 adolescetes em risco de ambos os sexos. As medidas depedetes foram expadidas para icluir forma de agressão físicas e relacioais e assim captar melhor as características de ambos os sexos. Os rapazes obtiveram valores sigificativamete mais altos em duas das dimesões e a terceira ão se ecotraram difereças sigificativas. Os resultados idicaram que os défices o compoete afectivo estavam cosistetemete relacioados com agressão tato os rapazes como as raparigas. Rucevic (2010) ivestigou a associação de traços psicopáticos com deliquêcia violeta versus ão-violeta, versatilidade crimial e comportametos sexuais de risco uma amostra comuitária de rapazes ( = 226) e raparigas ( = 480). Os rapazes potuaram sigificativamete mais alto as dimesões de Gradiosidade-Maipulação e Traços Calosos/ão-emocioais do YPI, mas ão foram ecotradas difereças a dimesão de Impulsividade-Irresposabilidade. Todavia, os resultados demostraram que a dimesão Impulsividade-Irresposabilidade tiha uma maior ifluêcia os comportametos sexuais de risco das raparigas, equato para os rapazes estava associada com deliquêcia ão violeta e versatilidade crimial. Veroa, Sadeh e Javdai (2010) efectuaram uma revisão de estudos sobre prevalêcia de traços psicopáticos em rapazes e raparigas, tedo cocluído que os resultados são icosistetes: existem estudos que revelam uma maior prevalêcia em rapazes, outros revelam uma maior prevalêcia em raparigas, equato outros ão ecotram difereças a prevalêcia etre rapazes e raparigas. As autoras cosideram que a icosistêcia que terão detectado pode dever-se a várias questões, omeadamete: ao período de desevolvimeto em que a avaliação é feita 40

71 (ifâcia versus adolescêcia), à amostragem (comuitária versus forese), às dimesões específicas da psicopatia a serem avaliadas (impulsividade versus traços calosos/ãoemocioais) ou aos istrumetos utilizados (PCL:YV versus APSD) e respectivos métodos de avaliação (ratig scale versus auto-resposta). Relativamete ao período de desevolvimeto em que a avaliação é feita pode colocar-se a questão dos traços psicopáticos a ifâcia serem mais precoces e salietes os rapazes, equato o que diz respeito à amostragem é possível que as amostras comuitárias as difereças etre os sexos sejam mais salietes dado que é sabido que os problemas de comportameto são cosideravelmete mais prevaletes em rapazes (Kazdi, 1996; Zoccolillo, 1993). Quato ao aspecto das dimesões a serem avaliadas, é possível que existam difereças etre os sexos dado que, por exemplo, tradicioalmete se cosideram os rapazes como sedo mais impulsivos. No que cocere aos istrumetos é comum utilizarse o APSD (Frick & Hare, 2001) com criaças e o PCL:YV (Forth, Kosso & Hare, 2003) com adolescetes, sedo que tal pode afectar a medição do costructo da psicopatia e cosequetemete a sua prevalêcia. Outra explicação possível é que a forma como se têm vido a coceber os istrumetos psicométricos que medem o costructo da psicopatia esteja eviesada por se cetrar a medição do costructo tedo em mete as características do sexo masculio, deixado de lado aspectos específicos da forma com a sídrome se maifesta o sexo femiio. Saleki et al. (cit. Veroa, Sadeh & Javdai, 2010) evideciaram isso ao cocluírem que uma grade maioria de ites retirados de diversos istrumetos utilizados para avaliar a psicopatia a adolescêcia eram idetificados sobretudo com o sexo masculio. Formas de agressão ecobertas (covert) típicas do sexo femiio, tais como 41

72 agressão relacioal ou utilização da sua rede social para causar mal, estavam claramete sub-represetadas. Veroa, Sadeh e Javdai (2010) cocluem que as difereças relativamete aos traços psicopáticos etre rapazes e raparigas se devem a artefactos metodológicos dado que, segudo estas autoras, as difereças se esbatem e aulam quado a amostra é costituída por adolescetes istitucioalizados. As difereças ecotradas resumir-se-iam quado muito ao aspecto comportametal da impulsividade, em que os rapazes classicamete tedem a obter potuações mais elevadas. A revisão de literatura efectuada por ós diverge da efectuada por Veroa, Sadeh e Javdai (2010) dado que a tedêcia que ecotrámos apota para uma maior prevalêcia de traços psicopáticos em criaças e adolescetes do sexo masculio. Aliás essa é a tedêcia que cosistetemete se ecotra também em estudos de prevalêcia de costructos relacioados, como perturbação de comportameto e perturbação ati-social da persoalidade, e a própria prevalêcia de traços psicopáticos em adultos (Veroa & Vitale, 2006). 5. Auto-estima e comportametos ati-sociais Desde há muito que psicólogos, sociólogos e crimiologistas cosideram que a auto-estima se correlacioa de forma importate com o comportameto ati-social (Caldwell, Beutler, Ross & Silver, 2006; Maso, 2001). É um pressuposto amplamete difudido cosiderar que todas as pessoas têm a ecessidade básica de pesarem e setirem bem acerca delas próprias, e que portato a auto-estima é um motivador fudametal e uiversal para o ser humao. 42

73 Uma das lihas de ivestigação da relação etre a auto-estima e os problemas de comportameto ati-social está relacioada com o coceito de baixa auto-estima. Nesta perspectiva cosidera-se que as criaças apresetam problemas de comportameto e de agressão porque têm setimetos egativos sobre elas próprias que por sua vez as levam a passar ao acto e a cosiderarem que ada têm a perder (Baumeister, Smart & Bode, 1996; Bushma & Baumeister, 1998). McCarthy e Hoge (1984) cosideram que baixa auto-estima efraquece os laços sociais, a coformidade às ormas sociais e leva a um aumeto da deliquêcia, além de produzir um feedback egativo as pessoas que iteragem com o jovem que reforça aida mais a queda da auto-estima. Bode, Fergusso e Horwood (2007) ivestigaram a relação etre a auto-estima a adolescêcia e a deliquêcia violeta e hostilidade futura, tedo cocluído que baixos íveis de auto-estima aos 15 aos estavam relacioados, embora de forma modesta, com maiores riscos de delitos violetos e de hostilidade aos 18, 21 e 25 aos. A baixa auto-estima pode levar o jovem a relacioar-se com outros joves com comportametos ati-sociais dado que estes satisfazem as ecessidades afectivas em termos de amizade e de apoio afectivo. Barow, Lucht e Freyberger (2005) demostraram como os adolescetes com baixa auto-estima são mais frequetemete rejeitados pelos seus pares e como esta rejeição produz um ciclo vicioso que provoca aida mais baixa auto-estima. Tais experiecias egativas moldam as atitudes do jovem face às outras pessoas duma forma que aumeta o comportameto agressivo. Existem evidêcias que demostram que os joves com baixa auto-estima tedem a evolver-se em comportametos ati-sociais com mais frequêcia e que a sua auto-estima sai aumetada como cosequêcia desse evolvimeto ati-social. Toch (1993) e 43

74 Baumeister, Smart e Bode (1996) cosideram que a violêcia serve para que as pessoas com baixa auto-estima a elevem focado-se em vítimas mais fracas ou desprotegidas como forma de reduzir as probabilidades de retaliação (que iria baixar aida mais a auto-estima). A percepção que o sujeito tem da sua competêcia é um dos possíveis factores associados à baixa auto-estima e aos problemas de comportameto. Kuther (2000) evideciou que os joves que percepcioam ter íveis mais reduzidos de competêcia a ível escolar e comportametal se evolvem mais frequetemete em actividades de risco. Desta forma a competêcia relacioa-se com a auto-estima, pelo meos em algumas áreas, como forma de compesação. A outra liha de ivestigação está relacioada com íveis altos de auto-estima, que é tida por algus autores (e.g., Taylor, 1989; Taylor & Brow 1988) como sedo adaptativa e desejável. Todavia, outros autores como Baumeister, Smart e Bode (1996) ecotraram evidêcias empíricas o setido oposto, em que a alta auto-estima está associada a comportametos agressivos e à passagem ao acto com desrespeito pelos direitos das outras pessoas. Traços como a visão gradiosa do próprio, a ecessidade de ser visto de forma positiva e a protecção cotra ameaças à auto-imagem caracterizam as pessoas com alta auto-estima. As pessoas que se vêem como superiores podem cosiderar que têm mais direitos que os outros. Podem também cosiderar que os actos violetos, que geralmete evolvem algum tipo de risco, ão terão cosequêcias para elas o que as faz aida mais protamete correr riscos. Kapla (1980) evideciou que joves que se relacioavam com grupos de deliquetes ou gagues passavam a ter uma auto-estima mais alta, possivelmete porque se passavam a comparar com estes grupos e ão com a geeralidade dos grupos da comuidade. Bredge, Vitaro e Bukowski (1998) verificaram que os adolescetes com 44

75 baixa auto-estima tediam a adoptar atitudes positivas face aos comportametos deliquetes e a associar-se a joves com comportametos desviates, e que tal tiha repercussões a sua auto-estima previamete baixa. Baumeister, Smart e Bode (1996) cosideram que se uma pessoa tem o seu autococeito como correcto, mas recebe um feedback cotrário à sua auto-imagem positiva, etão a sua auto-estima é ameaçada; e quato mais ideal é a sua auto-imagem mais exposta está a avaliações desfavoráveis dos outros. Tal pode provocar reacções agressivas e hostis de forma a evitar ter de redefiir o auto-coceito de maeira desfavorável. Keris, Graema e Barclay (1989) sugerem que as pessoas com alta auto-estima istável (que varia coforme as situações) têm uma maior tedêcia para reagir com hostilidade e raiva porque possivelmete têm muito a perder e são mais vuleráveis a um ataque à autoestima. Tal coceptualização levata a questão pertiete de ser realmete a alta autoestima que está relacioada com o comportameto ati-social e a agressão, ou, se em vez dela, ão será o coceito de arcisismo que melhor explica a relação (Barry, Thompso, Barry, Lochma, Adler & Hill, 2007). A baixa auto-estima e o arcisismo podem ser costructos distitos, e ão pólos extremos do mesmo espectro. Roseberg (1989) defede que a auto-estima se refere ao facto de o idividuo se cosiderar ou ão adequado, i.e., uma pessoa de valor, e ão se se cosidera superior aos outros. Assim, um sujeito pode ter auto-estima alta sem ser arcísico de uma forma patológica que o defede cotra setimetos de iseguraça. Todavia, a atureza da relação etre os costructos de auto-estima e de arcisismo permaece em aberto. Têm sido propostas diversas coceptualizações, etre as quais: o arcisismo equato forma exagerada de alta auto-estima, o arcisismo como uma faceta 45

76 específica da auto-estima, o arcisismo equato forma altamete istável de auto-estima, o arcisismo como ecessidade de a pessoa se setir superior aos outros ou o arcisismo como defesa cotra setimetos icoscietes de iadequação ou iferioridade (Doella, Trzesiewski, Robis, Moffitt & Caspi, 2005). Barry, Frick e Killia (2003) procuraram ivestigar a relação da auto-estima e do arcisismo com os problemas de comportameto em criaças, tedo cocluído que são costructos idepedetes que matêm, cada um deles, associações úicas com os problemas de comportameto. No seu estudo cocluíram que era o arcisismo que especificamete predizia as características mal adaptativas, tedo a auto-estima basicamete um efeito moderador: as criaças com íveis altos de arcisismo e baixa autoestima eram as que demostravam a maior quatidade de sitomas de problemas de comportameto. Barry, Grafema, Adler e Pickard (2007) ecotraram resultados a mesma liha, defededo que apeas o arcisismo estava sigificativamete relacioado com a deliquêcia e a agressão, e que a baixa auto-estima apeas se correlacioava idirectamete com a deliquêcia mediate o cotrolo do efeito do arcisismo. Doella, Trzesiewski, Robis, Moffitt e Caspi (2005) exploraram a relação etre a auto-estima global e problemas de exteralização como agressão, comportameto ati-social e deliquêcia. Utilizado metodologias trasversais e logitudiais com avaliação multi-método em amostras de criaças orte-americaas e eozeladesas, e cocluíram que auto-estima e arcisismo são costructos distitos (correlacioado-se de forma fraca) que têm efeitos idepedetes os problemas de exteralização. Os autores demostraram que existe uma relação robusta etre a baixa auto-estima e os problemas de comportameto quado se cotrolavam as variáveis moderadoras. O arcisismo, por sua vez, também teria o seu efeito específico os problemas de comportameto. 46

77 Podemos cocluir que, embora os estudos empíricos mais recetes demostrem haver idepedêcia etre os costructos de auto-estima e arcisismo (Lochma, Powell, Boxmeyer, Youg & Bade, 2010), cotiua a ão existir coseso quato à relação etre auto-estima e comportametos ati-sociais. Apesar disso, muitos programas de preveção e iterveção em deliquêcia juveil baseiam-se a premissa de que a baixa auto-estima é um factor de risco os comportametos ati-sociais e cosideram fudametal para o seu sucesso o reforço da auto-estima os joves (Eastma, 2004; Wooldredge, Harma, Latessa, & Holmes, 1994). 6. Auto-relato de comportametos ati-sociais e traços psicopáticos 6.1. Comportametos ati-sociais Os questioários de auto-resposta que icidem em comportametos ati-sociais e crimiais são actualmete amplamete utilizados em crimiologia, sociologia e psicologia forese. Algus autores (e.g., Thorberry & Kroh, 2000) cosideram que estes questioários, que começaram a ser utilizados a década de 40 do século XX, são uma das iovações mais importates a ivestigação crimiológica. Um dos pricipais motivos que levaram os ivestigadores a desevolver questioários de comportametos ati-sociais tem a ver com o descotetameto com as estatísticas crimiais oficiais. Existem úmeros egros por detrás das estatísticas oficiais dado que muitos delitos ão são sequer detectados (e.g., roubo, crimes de colariho braco ) ou etão as vítimas ão chegam sequer a apresetar queixa pelo facto de cosiderarem que ão vale a pea. Tal leva a que as estatísticas crimiais colectadas pela polícia represetem apeas uma visão eviesada da realidade crimial. 47

78 Com alguma frequêcia acotece as ivestigações que utilizam métodos de autoresposta chegarem a coclusões diferetes das que utilizam dados obtidos por fotes policiais ou judiciais. Esta questão foi recohecida quase desde o iício da utilização dos questioários de auto-resposta e foi ivestigada por diversos autores (e.g., Elliott & Ageto, 1980; Hidelag, Hirschi, & Weis, 1979; Huiziga & Elliott, 1986). Loeber, Farrigto e Waschbusch (1998) referem que estudos que utilizam a metodologia de auto-resposta costumam demostrar uma escalada a gravidade dos actos cometidos por sujeitos que mais tarde se toram deliquetes cróicos ou frequetes. Todavia, tal ão é à primeira vista aparete através das aálises logitudiais de dados obtidos juto de fotes policiais ou judiciais. Por outro lado, ambas as fotes de iformação idicam que a gravidade dos actos tede a aumetar com a idade, o que sugere a cosistêcia geral deste idicador. Estes autores defedem que ambos os métodos forecem idicadores válidos desde que se teha em ateção que existem áreas em que cada um tem a sua especificidade própria e áreas em que ambos se complemetam. Estes questioários têm essecialmete dois tipos de objectivos: 1) medir a prevalêcia e/ou icidêcia de delitos em certas populações, 2) testar teorias etiológicas dos crimes e seus correlatos (Juger-Tas, Marshall & Reibeaud, 2003). A prevalêcia refere-se à percetagem ou proporção de pessoas que reportam ter-se evolvido em actos deliquetes, equato a icidêcia (ou frequêcia) se refere ao úmero de actos deliquetes reportados. Uma difereça importate relativamete aos questioários outras áreas (e.g., educação, saúde) tem a ver com o facto de os comportametos alvo de iquérito serem ilegais e socialmete cesuráveis, o que leva a que, caso ão sejam tomadas certas precauções (e.g., aoimato), os sujeitos se esforcem por os ocultar. 48

79 Desde cedo a utilização desta metodologia que se dedicou uma ateção cosiderável à sua melhoria e aperfeiçoameto, fazedo com que este tipo de medidas se teha desevolvido de forma muito cosiderável (Thorberry, cit. Thorberry & Kroh, 2000). Actualmete estes questioários cobrem um leque muito abragete de comportametos crimiais, dos meos graves aos mais graves e com escalas de frequêcia de resposta amplas, como seria esperado de forma a represetar adequadamete o costructo da actividade crimial. Os coceitos de validade e de precisão estão itrisecamete ligados ao aperfeiçoameto destes questioários. Para qualquer medida ser cietificamete útil deve possuir tato validade como fiabilidade. A fiabilidade (ou precisão) pode ser defiida como a cosistêcia com que o istrumeto mede o que mede. Nehuma medida é perfeitamete fiável, havedo sempre alguma variação de uma medição para outra. Portato, o importate é saber o grau de fiabilidade da medida. A validade pode ser defiida como o grau em que o istrumeto mede o costructo que pretede medir. A questão crucial aqui é a relação etre o costructo teórico que se está a tetar medir e o que a realidade se está a medir. A relação etre a validade e a fiabilidade é assimétrica. Uma medida em particular pode ser altamete fiável, mas ter pouca ou ehuma validade. Em cotraste, se uma medida é válida etão também é fiável. Thorberry e Kroh (2000), a revisão de literatura que efectuaram, cosideram que os questioários de auto-resposta que icidem em comportametos ati-sociais têm demostrado possuir fiabilidade e validade equivalete à da maioria das medidas utilizadas em ciêcias sociais, e, algus casos, até melhor. Existe idubitavelmete uma preocupação por parte da maioria dos ivestigadores a área em avaliar as propriedades psicométricas dos istrumetos utilizados e em cotribuir para o seu aperfeiçoameto. 49

80 Kight, Little, Losoya e Mulvey (2004), por exemplo, ivestigaram a equivalêcia de medição duma medida de comportameto crimial auto-relatado etre deliquetes juveis proveietes de grupos éticos diversificados (bracos, egros, hispâicos) através de técicas sofisticadas de aálise factorial cofirmatória. Os resultados demostraram que o istrumeto avaliado era um idicador razoavelmete bom das actividades ilegais de joves de ambos os sexos e de grupos éticos diferetes, e que os ites pareciam avaliar o mesmo costructo subjacete. As potuações a medida estavam sigificativamete associadas com os costructos teóricos relacioados a rede omológica Traços psicopáticos Liliefeld e Fowler (2006) fizeram uma revisão das vatages e desvatages associadas à avaliação da psicopatia através de métodos de auto-resposta. Uma das vatages associadas ao método de auto-resposta cosiste a oção do Self equato observador subjectivo privilegiado dos seus traços e estados emocioais. As auto-respostas podem ser particularmete úteis o recohecimeto da relativa ausêcia de estados e traços como culpa, empatia, medo e itimidade, e da preseça vicada de certas emoções como raiva e alieação. Outra vatagem evidete associada aos métodos de auto-resposta cosiste a simplicidade da sua utilização. Equato ratig scales como o PCL-R requerem treio e certificação em etrevistas semiestruturadas demoradas (e.g., 90 miutos) e o acesso a dados processuais, os métodos de auto-resposta são relativamete fáceis de admiistrar e de cotar. Além disso, podem ser facilmete utilizados em equadrametos ãoistitucioais. 50

81 As medidas de auto-resposta podem também avaliar sistematicamete os estilos de resposta através de escalas de validade, algo especialmete útil quado se trata de avaliar psicopatas. Neste aspecto têm vatagem relativamete às ratig scales baseadas em etrevistas, que quase uca têm idicadores de estilos de resposta icorporados (PCL-R icluído). Por último, ão se coloca o problema da baixa precisão iter-cotadores porque estas medidas são preechidas pelos próprios sujeitos e portato ão requerem coerêcia a avaliação extera de vários observadores. Vale a pea salietar que o caso da psicopatia, em que existem vicadamete características como maipulação e ausêcia de culpa, é aida mais importate a capacidade de iferêcia cliica por parte dos cotadores e portato aida mais improvável é que se atija uma precisão iter-cotadores muito boa. Relativamete às desvatages das medidas de auto-resposta, estas são variadas e cohecidas desde há décadas. A primeira desvatagem classicamete recohecida está relacioada com a questão da desoestidade. Os psicopatas metem frequetemete sem setirem em culpa em asiedade, iclusivamete em situações em que ão existe ehuma mais-valia em fazê-lo. Apesar das medidas de auto-resposta frequetemete possuírem escalas de validade, em sempre estas coseguem detectar tetativas sofisticadas de falsificação de respostas que tato podem ir um setido positivo (e.g., etrevista de emprego) como egativo (e.g., figir-se iimputável). Outra desvatagem pode estar relacioada com a falta de isight sobre a atureza e extesão dos seus problemas. Ao psicopata falta a capacidade de se descetrar de forma a ver-se como os outros o vêm. Este aspecto pode torar-se aida mais saliete a adolescêcia dado que os joves ão dispõem aida da experiecia de vida que lhes permita acumular autocohecimeto de si e das suas reacções emocioais ou da ausêcia 51

82 delas para com os outros. Desta forma, este aspecto as avaliações feitas por observadores exteros estariam em vatagem. Outro aspecto desvatajoso a ter em cota tem a ver com o facto de a maioria dos questioários psicopatológicos estarem fortemete saturados em emocioalidade egativa, dimesão da persoalidade que reflecte a disposição a experieciar afectos egativos tais como irritação, hostilidade, asiedade e descofiaça. Devido a isso existe a possibilidade de as medidas de psicopatia serem cotamiadas pela emocioalidade egativa, sedo tal especialmete verdade para as medidas de auto-resposta que avaliam o estilo de vida atisocial e comportameto impulsivo associado à psicopatia. As desvatages acima referidas levaram a que algus autores (e.g., Hayes et al. cit. Liliefeld & Fowler, 2006) cocluíssem que as medidas de auto-resposta ão são as ideais para avaliar o costructo da psicopatia. Existiria o que chamam de descompasso método-modo resultate do uso de um método que ão é óptimo para a avaliação de determiado costructo (a psicopatia, este caso em particular). Liliefeld e Fowler (2006), todavia, apotam para a existêcia de várias ideias précocebidas erradas a literatura quato à validade das medidas de auto-resposta relativamete à psicopatia, que levaram a que algus autores prematuramete rejeitassem o valor deste tipo de medidas. Uma dessas ideias erradas asseta o pressuposto das respostas verdadeiras, argumetado-se que a falta de hoestidade e de isight do psicopata levaria a respostas icorrectas. As respostas, de facto, podem ser ou ão ser factualmete certas, mas forecem iformação diagóstica útil em termos da percepção que os sujeitos têm de si e do mudo. Outra ideia errada está relacioada com a propesão dos psicopatas em darem cosistetemete uma imagem positiva de si as medidas de auto-resposta. Pelo cotrário, 52

83 as medidas de auto-resposta tedem a estar egativamete correlacioadas com ídices de desejabilidade social porque os traços de persoalidade e comportametos dos idivíduos psicopatas tedem a ser socialmete idesejáveis. Esta correlação egativa sugere que os psicopatas frequetemete relatam com fiabilidade a preseça de características socialmete desvalorizadas tais como comportametos ati-sociais, hostilidade e fraco cotrolo dos impulsos. Deve também ter-se em mete que as escalas de validade ão são idepedetes da variâcia dos traços. Uma terceira ideia errada tem a ver com a aptidão para dissimular. Com bastate frequêcia cosidera-se erradamete que os psicopatas são supostamete muito mais hábeis que os dissimuladores ão psicopatas a maipular as suas respostas os questioários. Todavia ão existem evidêcias empíricas que de forma cosistete suportem tal afirmação, apeas existem algumas observações clíicas potuais (e.g., Hare, 1985). Há que ter em mete qual o cotexto de aplicação e o método de avaliação. Assim, a aplicação em grupo de medidas de auto-resposta para fis de ivestigação, a coberto do aoimato, facilita a obteção de respostas fidedigas. Já o cotexto clíico e o cotexto forese é cosesual que uca se deve utilizar apeas os questioários de auto-resposta para avaliar a psicopatia, mas sim adoptar uma abordagem multi-método com recolha de dados de outras fotes (e.g., dados processuais, ratigs de observadores exteros). Vaugh e Howard (2005b) fizeram uma revisão de literatura sobre os istrumetos de auto-resposta actualmete dispoíveis que icidem sobre o costructo da psicopatia em joves. Os autores idetificaram ove istrumetos que avaliaram de acordo com critérios de validade (covergete, discrimiate, de costructo, preditiva), precisão (teste-reteste, cosistêcia itera), deseho do estudo, características da amostra e outros resultados 53

84 chave. Cico desses istrumetos foram classificados como tedo demostrado evidêcias múltiplas de adequada validade e precisão, omeadamete: Atisocial Process Screeig Device (APSD), Modified Childhood Psychopathy Scale (mcps), Murrie ad Corell Psychopathy Scale (MC-P), Psychopathic Persoality Ivetory (PPI) e NEO Persoality Ivetory Revised (NEO-PI-R). 7. Objectivos e questões de ivestigação A presete dissertação tem diversos objectivos que assetam a pretesão de, o cotexto do que é a realidade portuguesa, esclarecer cietificamete questões de ivestigação relacioadas com o tema da deliquêcia juveil sob o efoque dos traços psicopáticos. A revisão de literatura acima efectuada permite equadrar teoricamete certas questões de ivestigação que euciamos de seguida. Será que os joves deliquetes portugueses de ambos os sexos possuem características a ível psicológico e relacioal que os distiguem da restate população juveil? Haverá difereças etre rapazes e raparigas deliquetes a ível de traços psicopáticos? Será o costructo dos traços psicopáticos útil a caracterização dos joves? Será possível predizer a perteça dos joves à amostra forese e/ou ao grupo com traços psicopáticos altos a partir das potuações obtidas as variáveis seleccioadas que exploram costructos relacioados com deliquêcia juveil? Será que os costructos de auto-estima e de arcisismo têm uma importâcia diferete a predição dos comportametos deliquetes? Adicioalmete, para proceder à cocretização desses objectivos pretede-se efectuar procedimetos de validação de cico istrumetos psicométricos, omeadamete a Escala de Auto-estima de Roseberg (RSES; Roseberg, 1989, 2000), o Questioário de Capacidades e de Dificuldades versão de auto-resposta (SDQ-SR; Goodma, Meltzer, & 54

85 Bailey, 1998), o Dispositivo de Despiste de Processo Ati-social versão de auto-resposta (APSD-SR; Frick & Hare, 2001; Muñoz & Frick, 2007), a Escala de Deliquêcia Autorelatada Adaptada (ASDS; Carroll, Durki, Houghto & Hattie, 1996) e a Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowe versão curta (MCSDS-SF; Ballard, 1992), dada a escassez de istrumetos validados para a população juveil portuguesa o âmbito forese. 55

86 PARTE II - ESTUDOS EMPÍRICOS 1. Método 1.1. Delieameto dos estudos e hipóteses O tema da deliquêcia juveil ão tem sido muito estudado em Portugal. A presete ivestigação tem como pricipais efoques a avaliação de traços psicopáticos, da auto-estima, de problemas de comportameto e de comportametos ati-sociais em joves portugueses a cumprir medidas tutelares-educativas os Cetros Educativos do Miistério da Justiça (amostra forese), cotrastado-os com joves da população geral a frequetar o esio escolar (amostra escolar). O deseho da ivestigação pode ser defiido como quatitativo, trasversal e ão-experimetal (Bachma & Schutt, 2003; Glier & Morga, 2000). O objectivo iicial, que cosistiu em proceder-se à validação dos istrumetos psicométricos utilizados, prede-se com a relativa escassez de validações feitas a ível acioal de medidas o âmbito juveil forese. Pretede-se demostrar que estes possuem qualidades métricas adequadas em termos de fiabilidade e de validade o que diz respeito à medição dos costructos em estudo esta ivestigação, além de assegurar que estes estão aptos a serem utilizados com a população juveil portuguesa. Como istrumetos psicométricos a utilizar a ivestigação escolheram-se a Escala de Auto-estima de Roseberg (RSES; Roseberg, 1989, 2000), o Questioário de Capacidades e de Dificuldades versão de auto-resposta (SDQ-SR; Goodma, Meltzer & Bailey, 1998), o Dispositivo de Despiste de Processo Ati-social versão de auto-resposta (APSD-SR; Frick & Hare, 2001; Muñoz & Frick, 2007), a Escala de Deliquêcia Autorelatada Adaptada (ASDS; Carroll, Durki, Houghto & Hattie, 1996) e a Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowe versão curta (MCSDS-SF; Ballard, 1992) 56

87 devido à sua pertiêcia relativamete ao tema a ser estudado. Algus destes istrumetos são clássicos, como é o caso da Escala de Auto-estima de Roseberg, e outros relativamete recetes, como é o caso do Dispositivo de Despiste de Processo Ati-social. Tedo por base o equadrameto teórico efectuado a primeira parte desta dissertação, foram formulados mais cico objectivos que, por sua vez, levaram à colocação das respectivas hipóteses de ivestigação: I. Aálise de difereças a ível de características psicológicas e relacioais etre joves de ambos os sexos da amostra forese e da amostra escolar. Relativamete a este objectivo colocou-se a hipótese de que os joves da amostra forese apresetam valores sigificativamete mais altos de traços psicopáticos, de problemas de comportameto e de comportametos deliquetes, bem como valores mais baixos de auto-estima. II. Aálise de difereças a ível de traços psicopáticos etre joves do sexo masculio e joves do sexo femiio da amostra forese. Relativamete a este objectivo colocou-se a hipótese de que os rapazes da amostra forese apresetam traços psicopáticos sigificativamete mais elevados que as raparigas da amostra forese. III. Aálise de difereças a ível de características psicológicas e relacioais etre joves de ambos os sexos do grupo de traços psicopáticos altos e do grupo de traços psicopáticos baixos. No que diz respeito a este objectivo colocou-se a hipótese de que os joves com traços psicopáticos altos apresetam valores sigificativamete mais elevados de 57

88 problemas de comportameto e de comportametos deliquetes, bem como valores mais baixos de auto-estima. IV. Aálise da capacidade de previsão de perteça a amostras e a grupos distitos com base as características psicológicas e relacioais. Relativamete a este objectivo colocou-se a hipótese de que é possível predizer a perteça de joves às amostras forese e escolar e aos grupos de traços psicopáticos altos e baixos a partir dos valores obtidos as medidas de auto-estima, de problemas de comportameto, de traços psicopáticos e de comportametos deliquetes. V. Aálise da importâcia da auto-estima e do arcisismo a predição de comportametos deliquetes. No que cocere a este objectivo colocou-se a hipótese de que o arcisismo tem maior importâcia a predição dos comportametos deliquetes auto-relatados. Os objectivos de ivestigação acima referidos foram aalisados os quatro estudos empíricos efectuados a presete dissertação pela seguite ordem: Estudo 1 - Validação de istrumetos; Estudo 2 - Objectivos I e II; Estudo 3 - Objectivo III; Estudo 4 - Objectivos IV e V Participates A amostra total fial ficou costituída por 760 participates. Desse total, 250 participates costituíram a amostra forese e 510 participates a amostra escolar. Com o 58

89 objectivo de caracterizar os participates procedeu-se ao tratameto descrito e comparativo de algumas variáveis moderadoras de tipo sócio-demográfica e de tipo crimial. Na tabela seguite (ver Tabela 6) podem-se observar dados relativos ao sexo, ao úmero e à percetagem de participates segudo a proveiêcia. Tabela 6 Sexo, Número e Percetagem de Participates por Cetros Educativos e Escolas Sexo masculio Sexo femiio N total Percetagem total Amostra Forese CE da Belavista CE Navarro de Paiva CE Padre A. Oliveira CE dos Olivais CE de Sato Atóio CE do Modego Amostra Escolar Escola Bas/Sec da Amora Escola Sec Mote da Caparica Escola Bas/Sec A. Adrade Escola Bas/Sec A. Neves Amostra Total % 8% 10.5% 4.2% 4,6% 3.8% 1.7% 67.1% 37.8% 11.1% 8.8% 9.5% 100% Nota. N = úmero de participates; CE = Cetro Educativo; Escola Bas/Sec = Escola Básica e Secudária; Escola Sec = Escola Secudária. Comparado a idade dos participates de cada amostra verifica-se que ão existem difereças estatisticamete sigificativas quato à média das idades, que se situa, por arredodameto, os 16 aos (ver Tabela 7). Tabela 7 Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Idade Idade Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* M (DP) Míimo-Máximo Assimetria-Curtose (1.317) (1.549) F = p =.165 Nota. *Valor p obtido por ANOVA. 59

90 Quato à variável sexo ecotraram-se difereças estatisticamete sigificativas a proporção de participates do sexo masculio, sedo estes mais umerosos tato a amostra forese como a escolar (ver Tabela 8). Tabela 8 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Sexo Sexo Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* Masculio Femiio 221 (88.4%) 29 (11.6%) 250 (100%) 322 (63.1%) 188 (36.9%) 510 (100%) χ 2 = p.001 Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. Relativamete à variável Grupo Ético ecotraram-se difereças estatisticamete sigificativas as proporções de cada categoria ética, com excepção das categorias Mulato e Outro (ver Tabela 9). Estas difereças foram pricipalmete favoráveis à amostra escolar, com excepção das categorias Negro e Cigao que foram favoráveis à amostra forese (i.e., existêcia de uma maior proporção de sujeitos pertecedo aos grupos éticos Negro e Cigao a amostra forese). O grupo ético mais umeroso foi o Braco, seguido do Negro e do Mulato. Tabela 9 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Grupo Ético Braco Negro Mulato Cigao Outro Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 125 (50%) 328 (64.3%) χ 2 = (30.8%) 107 (21%) p (14%) 67 (13.1%) 13 (5.2%) 1 (0.2%) 0 (0%) 7 (1.4%) 250 (100%) 510 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. 60

91 No que diz respeito à variável Nacioalidade ão foram ecotradas difereças estatisticamete sigificativas etre as duas amostras (ver Tabela 10). Coforme pode ser costatado a acioalidade portuguesa é a predomiate, seguida da dos países de África. Tabela 10 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Nacioalidade Portuguesa Países da Europa Países de África Outras Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 205 (82%) 402 (78.8%) χ 2 = (0.8%) 7 (1.4%) p = (14.8%) 86 (16.9%) 6 (2.4%) 15 (2.9%) 250 (100%) 510 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. No caso da variável Rural versus Urbao/Semi-urbao foram ecotradas difereças estatisticamete sigificativas, sedo que apeas a amostra forese foram idetificados sujeitos com a proveiêcia Rural (ver Tabela 11). Tabela 11 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Rural vs. Urbao/Semi-urbao Rural Urbao/Semi-urbao Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 9 (3.6%) 0 (0%) χ 2 = (96.4%) 510 (100%) p (100%) 510 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. Relativamete à variável Ao de escolaridade completo do jovem foram ecotradas difereças estatisticamete sigificativas, tedo-se verificado que os joves da amostra escolar apresetam em média mais aos de escolaridade completos (ver Tabela 12). 61

92 Tabela 12 Descritivas e ANOVA da variável sócio-demográfica Ao de Escolaridade Completo do Jovem Idade Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* M (DP) Míimo-Máximo Assimetria-Curtose (1.393) (1.461) F = p.001 Nota. *Valor p obtido por ANOVA. No que cocere à variável Ciclo de escolaridade completo do pai ecotraram-se difereças estatisticamete sigificativas favoráveis à amostra escolar, i.e., a amostra escolar tiha em termos de média das ordes ciclos de escolaridade completos do pai mais elevados (ver Tabela 13). Tabela 13 Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo do Pai Média das ordes Mediaa Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* U = p Nota. *Valor p obtido por Teste de U Ma-Whitey (Exact sig. 2-sided); U = U de Ma-Whitey. Os mesmos resultados sigificativos favoráveis à amostra escolar foram ecotrados para o ciclo de escolaridade completo da mãe (ver Tabela 14). 62

93 Tabela 14 Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Ciclo de Escolaridade Completo da Mãe Média das ordes Mediaa Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* U = p Nota. *Valor p obtido por Teste de U Ma-Whitey (Exact sig. 2-sided); U = U de Ma-Whitey. Relativamete ao ível sócio-ecoómico do pai ecotraram-se resultados sigificativos e favoráveis à amostra escolar, i.e., a amostra escolar tiha uma média das ordes mais alta relativamete ao ível sócio-ecoómico do pai. (ver Tabela 15). Tabela 15 Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Nível Sócioecoómico (NSE) do Pai Média das ordes Mediaa Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* U = p Nota. *Valor p obtido por Teste de U Ma-Whitey (Exact sig. 2-sided); U = U de Ma-Whitey. O mesmo se passou com o ível sócio-ecoómico da mãe, dado que os resultados foram estatisticamete sigificativos (ver Tabela 16). 63

94 Tabela 16 Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Nível Sócioecoómico (NSE) da Mãe Média das ordes Mediaa Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* U = p Nota. *Valor p obtido por Teste de U Ma-Whitey (Exact sig. 2-sided); U = U de Ma-Whitey. No caso da situação civil dos pais ecotramos difereças estatisticamete sigificativas etre as duas amostras (ver Tabela 17). De salietar a ível da amostra escolar a maior proporção de pais casados/jutos, equato a amostra forese havia maior proporção de pais divorciados/separados, de situações em que o pai havia falecido ou em que tato a mãe ou o pai haviam falecido. Tabela 17 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Situação Civil dos Pais Pais casados/jutos Pais divorciados /separados Pai faleceu Mãe faleceu Pais faleceram Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 68 (27.3%) 344 (68%) χ 2 = p (54.2%) 32 (12.9%) 8 (3.2%) 6 (2.4%) 249 (100%) 144 (28.5%) 12 (2.4%) 6 (1.2%) 0 (0%) 506 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. Relativamete à variável de com quem habita o jovem ecotraram-se também difereças estatisticamete sigificativas (ver Tabela 18). Realça-se a maior proporção de joves da amostra escolar a habitar com ambos os pais, equato relativamete aos joves da amostra forese havia maior proporção de casos a viver com a mãe, com a mãe e outros 64

95 familiares, com o pai e outros familiares, com familiares que ão os pais e em istituições de acolhimeto. Tabela 18 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Com Quem Vive Pais Pais e outros familiares Mãe (e irmãos) Mãe e outros familiares Pai (e irmãos) Pai e outros familiares Outros familiares Istituição de acolhimeto Outras situações Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 52 (20.8%) 297 (59%) χ 2 = p (4.4%) 56 (22.4%) 58 (23.2%) 7 (2.8%) 13 (5.2%) 38 (15.2%) 10 (4%) 5 (2%) 250 (100%) 37 (7.4%) 72 (14.3%) 43 (8.5%) 7 (1.4%) 9 (1.8%) 30 (6%) 0 (0%) 8 (1.6%) 503 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. No que cocere à quatidade de pessoas com quem os joves vivem foram ecotradas difereças estatisticamete sigificativas etre os dois grupos, favoráveis à amostra forese, i.e., os joves desta amostra viviam com um úmero maior de pessoas (ver Tabela 19). Tabela 19 Descritivas e A Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Pessoas com Quem Vive Média das ordes Mediaa Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* U = p Nota. *Valor p obtido por Teste de U Ma-Whitey (2-sided); U = U de Ma-Whitey. 65

96 As mesmas difereças estatisticamete sigificativas foram ecotradas a variável quatidade de irmãos/meios-irmãos, sedo ovamete favoráveis à amostra forese, i.e., a amostra forese tiha uma maior quatidade de irmãos/meios-irmãos (ver Tabela 20). Tabela 20 Descritivas e Teste de U Ma-Whitey da variável sócio-demográfica Quatidade de Irmãos/Meios-irmãos Média das ordes Mediaa Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* U = p Nota. *Valor p obtido por Teste de U Ma-Whitey (2-sided); U = U de Ma-Whitey. No que diz respeito à variável toma de medicametos psiquiátricos, ecotraram-se difereças estatisticamete sigificativas, verificado-se uma proporção maior de joves da amostra forese a tomar a dita medicação (ver Tabela 21). Tabela 21 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável sócio-demográfica Medicametos Psiquiátricos Não Sim Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 194 (76.7%) 493 (97.2%) χ 2 = (22.4%) 14 (2.8%) p (100%) 507 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. Etrado a área das variáveis de tipo crimial, ecotraram-se difereças estatisticamete sigificativas ao ível recohecimeto que os joves faziam quato a terem participado em actividades ilegais, omeadamete 100% dos joves da amostra forese recoheciam tê-lo feito cotra 19.7% dos joves da amostra escolar (ver Tabela 22). 66

97 Tabela 22 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável Crimial Evolvimeto em Actividades Ilegais Não Sim Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 0 (0%) 408 (80.3%) χ 2 = (100%) 100 (19.7%) p (100%) 508 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. Comparado as duas amostras quato à idade de primeiro evolvimeto em actividades ilegais ecotraram-se difereças estatisticamete sigificativas, sedo que os joves da amostra forese revelaram ter iiciado sigificativamete mais cedo a vida o evolvimeto em actividades cotra a lei (ver Tabela 23). Tabela 23 Descritivas e ANOVA da variável Crimial Idade de 1 º Evolvimeto em Actividades Ilegais M (DP) Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Nota. *Valor p obtido por ANOVA; F W = F de Welch. Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* F W = p Relativamete à variável problemas com a lei ecotraram-se difereças estatisticamete sigificativas etre as duas amostras, sedo que a amostra forese 100% declararam ter tido tais problemas cotra 14.7% dos joves da amostra escolar (ver Tabela 24). 67

98 Tabela 24 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável Crimial Problemas com a Lei Não Sim Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 0 (0%) 431 (85.3%) χ 2 = (100%) 74 (14.7%) p (100%) 505 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. Comparado as duas amostras quato à idade do primeiro problema com lei, ovamete se ecotraram difereças estatisticamete sigificativas, tedo os joves da amostra forese declarado ter tido tais problemas mais precocemete a vida que os joves da amostra escolar (ver Tabela 25). Tabela 25 Descritivas e ANOVA da variável Crimial Idade de 1º Problema com a Lei M (DP) Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Nota. *Valor p obtido por ANOVA. Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* F = (1.784) (2.101) p No que cocere à etrada em Cetro Educativo (CE) do Miistério da Justiça, igualmete foram ecotradas difereças estatisticamete sigificativas, sedo que ehum dos joves da amostra escolar declarou ter estado em CE cotra 100% dos joves da amostra forese (ver Tabela 26). Tabela 26 Descritivas e Teste de Qui-quadrado da variável Crimial Etrada em Cetro Educativo Não Sim Amostra Forese Amostra Escolar Valor p* 0 (0%) 506 (100%) χ 2 = (100%) 0 (0%) p (100%) 506 (100%) Nota. *Valor p obtido por Qui-quadrado (Exact sig. 2-sided); χ 2 = Qui-quadrado. 68

99 A idade média da primeira etrada em CE dos joves da amostra forese foi de aos (desvio-padrão = 1.207), sedo a idade míima de etrada de 12 aos e a máxima de 19 aos (ver Tabela 27). Recordamos que, segudo a legislação tutelareducativa em vigor, um jovem pode estar em CE até ao dia em que faz 21 aos, desde que os factos teham ocorrido etre o dia em que fez 12 aos e o dia em que fez 16 aos. Tabela 27 Descritivas da Variável Crimial Idade de 1ª Etrada em CE M (DP) Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Amostra Forese (1.207) Relativamete aos joves para os quais já havido sido proferida uma decisão de iterameto em CE verifica-se que a média de tempo de iterameto foi de meses (ver Tabela 28). Tabela 28 Descritivas da Variável Crimial Tempo (meses) de Codeação a Iterameto M (DP) Míimo-Máximo Assimetria-Curtose Amostra Forese (6.57) A maioria dos joves ecotrava-se em CE devido a crimes classificados como violetos (83.5%), coforme se pode verificar a tabela seguite (ver Tabela 29). 69

100 Tabela 29 Frequêcias da variável Crimial Tipo de Crime a Amostra Forese Não grave/violeto Grave Violeto Amostra Forese 6 (2.5%) 34 (14%) 203 (83.5%) 243 (100%) O tipo de medida aplicada pelo tribual foi predomiatemete o iterameto, seguido da medida cautelar de guarda (ver Tabela 30). Tabela 30 Frequêcias da variável Crimial Tipo de Medida Cautelar de guarda Iterameto Perícia da persoalidade Fis-de-semaa Amostra Forese 49 (20.2%) 173 (71.2%) 8 (3.3%) 13 (5.3%) 243 (100%) O tipo de regime mais aplicado pelo tribual foi o semi-aberto, seguido pelo fechado e fialmete o aberto (ver Tabela 31). Tabela 31 Frequêcias da variável Crimial A Cumprir Regime Aberto Semi-aberto Fechado Amostra Forese 28 (11.5%) 149 (61%) 67 (27.5%) 244 (100%) Adicioalmete, os participates costituites da amostra total foram redistribuídos em grupos de traços psicopáticos baixos e traços psicopáticos altos, tomado por referêcia o poto de corte cosiderado mais adequado o APSD-SR. 70

101 1.3. Istrumetos Questioário sócio-demográfico O questioário sócio-demográfico e crimial ficou costituido por uma parte iicial sócio-demográfica que abrageu do item 1 ao item 12, represetado variáveis moderadoras sócio-demográficas cosideradas teoricamete importates para a ivestigação (ver Aexo 1). O item 1 serviu o propósito de saber a idade de cada participate. O item 2 permitiu saber o sexo de cada participate. O item 3 permitiu saber em que grupo ético cada participate se icluía. O item 4 iquiria a acioalidade de cada participate. O item 5, ao iquirir sobre a localidade de residêcia, permitiu categorizar os participates quato à proveiêcia Rural versus Urbaa/semi-urbaa. O item 6 permitiu cohecer a escolaridade que cada participate havia completado, equato o item 7 permitiu cohecer o ciclo de escolaridade completado pelo seu pai e mãe. O item 8 permitiu saber a profissão dos pais de cada participate para que, cojugado com o item aterior, se pudesse estabelecer o ível sócio-ecoómico (NSE) dos pais segudo o sistema de classificação defiido por Simões (1994). O item 9 serviu para cohecer o estado civil dos pais de cada participate. Os ites 10.1 e 10.2 permitiram cohecer respectivamete quem habita o domicílio de cada participate e a quatidade de coabitates. O item 11 pretedeu saber o úmero de irmãos/meios-irmãos de cada participate. Fialmete o item 12 iquiria sobre a toma de medicametos psiquiátricos de cada participate Questioário crimial A parte crimial do questioário foi elaborada tedo em mete questões relacioadas com as variáveis crimiais cosideradas pertietes para a ivestigação 71

102 abrageu do item 13 ao item 15.2 (ver Aexo 1). O item 13 iquire cada participate quato à participação em actividades crimiais, sedo complemetado pelo item que, em caso de resposta positiva ao item aterior, o questioa quato à idade que tiha quado tal acoteceu. O item 14 iquire cada participate quato a ter tido problemas com a lei, sedo complemetado pelo item que o iquire quato à idade que tiha quado tal ocorreu. O item 15 iquire cada participate quato a já ter estado iterado um Cetro Educativo do Miistério da Justiça, e, em caso positivo, o item questioa-o quato à idade que tiha quado tal acoteceu pela primeira vez Escala de Auto-estima de Roseberg (RSES) A Escala de Auto-estima de Roseberg (Roseberg Self-Esteem Scale RSES; Roseberg, 1986; 1989; Corcora & Fischer, 2000), é uma medida uidimesioal que avalia a auto-estima em adultos e adolescetes, sedo esta defiida como a orietação positiva ou egativa relativamete a si mesmo. Roseberg (1989) refere-se à auto-estima como um dos compoetes do auto-coceito, que defie como a totalidade dos pesametos e setimetos do idividuo com referêcia a si próprio equato objecto. A RSES foi desevolvida a partir das potuações de cerca de 5000 participates de ambos os sexos, icluido estudates uiversitários e pessoas adultas proveietes de meios sociais diferetes e grupos éticos diversificados. Origialmete cocebida como escala Guttma, o RSES também pode ser cotada simplesmete somado os ites tipo Likert de quatro potos (Discordo fortemete = 0, Discordo = 1, Cocordo = 2, Cocordo fortemete = 3), após se ter feito a reversão dos ites idicados (omeadamete os ites 2, 5, 6, 8, 9). A potuação a escala varia etre 0 e 30, sedo que potuações elevadas a 72

103 escala idicam auto-estima elevada e vice-versa. Algus autores têm utilizado escalas tipo Likert de 5 ou 7 potos. Os estudos efectuados revelam que esta escala tem demostrado possuir boas propriedades psicométricas. A ível de estabilidade temporal obtiveram-se correlações de.82 a.88 (Blascovich & Tomaka, 1993; Roseberg, 1986). A ível de cosistêcia itera por alfa de Crobach obtiveram-se valores de.77 a.88 (Blascovich & Tomaka, 1993; Roseberg, 1986). A RSES demostra ter boa validade de costructo ao correlacioar-se de forma forte e sigificativa com outras medidas de auto-estima (e.g., Coopersmith Self- Esteem Ivetory) e ao ão se correlacioar com medidas que evolvem outros costructos diferetes ão sobrepoíveis (Corcora & Fischer, 2000). No site é possível ecotrar uma versão itegral da escala dispoibilizada gratuitamete e documetação relacioada Questioário de Capacidades e de Dificuldades (SDQ-SR) O Questioário de Capacidades e de Dificuldades (Stregths ad Difficulties Questioaire SDQ; Goodma, 1997; Goodma, 2001; Goodma & Scott, 1999), que existe a versão ratig scale e a versão de auto-resposta (SDQ-SR; Goodma, Meltzer & Bailey, 1998) é um questioário comportametal curto dirigido a pré-adolescetes e adolescetes dos 11 aos 16 aos. É composto por 25 ites com escala tipo Likert de três potos (Falso = 0; Por vezes verdade = 1; Muitas vezes verdade = 2) distribuídos por cico dimesões: Sitomas emocioais (Emotioal Symptoms - ES; ites 3, 8, 13, 16 e 24), Problemas de comportameto (Coduct Problems - CP; ites 5, 7, 12, 18 e 22), Hiperactividade (Hyperactivity - H; ites 2, 10, 15, 21 e 25), Problemas com os pares (Peer Problems - PP; ites 6, 11, 14, 19 e 23), e Comportameto pró-social (Prosocial Behaviour - P; ites 1, 4, 9, 17 e 20). As potuações de todas as dimesões, com excepção da última, 73

104 são somadas após se ter revertido os ites idicados (omeadamete os ites 7, 11, 14, 21 e 25) de forma a obter a potuação total de dificuldades. O SDQ existe as versões ratig scale para pais, ratig scale para professores e a versão de auto-resposta, esta última utilizada a presete ivestigação. A úica difereça etre as versões de ratig scale e a de auto-resposta é a mudaça gramatical da terceira pessoa para a primeira pessoa. Em termos de validade factorial tem havido alguma discordâcia quato à estrutura factorial, depededo dos métodos estatísticos utilizados (aálise factorial exploratória ou cofirmatória) e das versões do SDQ utilizadas (ratig scale ou versão de auto-resposta). Goodma, Meltzer e Bailey (1998) ão efectuaram aálise factorial o seu artigo origial sobre o SDQ-SR. Becker, Hageberg, Roesser, Woerer e Rotheberger (2004) que avaliaram a versão alemã do SDQ-SR, afirmam ter ecotrado através de Aálise de Compoetes Pricipais (ACP) com rotação Varimax as cico dimesões postuladas apesar de ão terem forecido dados estatísticos. Por sua vez d Acremot e Va der Lide (2008) utilizaram aálise factorial cofirmatória com a versão fracesa do SDQ ratig scale e ecotraram uma estrutura factorial em coformidade com a origial. Percy, McCrystal e Higgis (2008) ão coseguiram, uma amostra 3753 aluos irladeses, cofirmar a estrutura factorial peta-dimesioal do SDQ-SR através de aálise factorial cofirmatória, evideciado problemas a uidimesioalidade das subescalas, saturações cruzadas de ites, ausêcia de saturação de algus ites em qualquer factor e limitações sérias a própria estrutura compoete. Ruchki, Joes,Vermeire & Schwab- Stoe (2008), uma amostra de 4661 joves americaos, utilizado aálise factorial cofirmatória cocluíram que o SDQ-SR apreseta diversos problemas (e.g., saturação baixa dos ites os factores, cosistêcia itera baixa) que levam a cocluir que o SDQ- SR tem características psicométricas iadequadas, recomedado ivestigação futura o setido de o aperfeiçoar. 74

105 Em termos de cosistêcia itera por alfa de Crobach, Goodma, Meltzer e Bailey (1998) ecotraram um valor de.82 para o total de dificuldades e um leque de.61 a.75 para as dimesões. Becker, Hageberg, Roesser, Woerer e Rotheberger (2004) ecotraram um valor de.78 para o total de dificuldades e um leque de.58 a.78 para as dimesões. Por sua vez, d Acremot e Va der Lide (2008) ecotraram um leque de.64 a.90 para as dimesões, equato Va Baardewijk, Vermeire, Stegge e Doreleijers (2011) ecotraram valores claramete abaixo do recomedável a ordem de.40 a.53. Goodma, Meltzer e Bailey (1998) aalisaram aida a capacidade de o SDQ-SR distiguir etre amostras da população cliica e da população comuitária. Cocluíram, através do procedimeto estatístico ROC, que o SDQ tem capacidade de discrimiar etre os dois grupos, tato a ível de subescalas como de potuação total de dificuldades. Os autores cocluíram que os resultados da avaliação psicométrica do SDQ-SR são promissores, mas recomedaram mais ivestigação. Marzocchi, Capro, Di Pietro, Tauleria, Duyme, Frigerio, Gaspar, Hamilto, Pitho, Simões e Thérod (2004), referido-se à utilização do SDQ os países do sul da Europa, cosideram-o bastate promissor equato istrumeto a avaliação de perturbações comportametais e emocioais em criaças e adolescetes. Estes autores, todavia, ão forecem valores objectivos substaciais quato às propriedades psicométricas do SDQ. No site é possível ecotrar a versão itegral da escala dispoibilizada gratuitamete em português de Portugal e diversas outras líguas, assim como artigos de validação e de ivestigação empírica, além de outra documetação relacioada. 75

106 Dispositivo de Despiste de Processo Ati-social (APSD-SR) O Dispositivo de Despiste de Processo Ati-social (Atisocial Process Screeig Device APSD; Frick & Hare, 2001) é uma medida psicométrica projectada para avaliar traços psicopáticos em criaças e adolescetes. Origialmete chamado Psychopathy Screeig Device (PSD), foi modelado a partir da Psychopathy Checklist - Revised (PCL- R; Hare, 2003) com a colaboração do próprio Hare, tedo por base amostras clíicas e comuitárias. É actualmete cosiderada a medida de avaliação de psicopatia em criaças mais extesivamete estudada (Patrick, 2010). O APSD existe as versões ratig scale para pais e professores, e a versão de auto-resposta (APSD-SR), em que os ites surgem escritos a primeira pessoa. É costituído por 20 ites cotados uma escala ordial tipo Likert de três potos (Falso = 0; Por vezes verdade = 1; Muitas vezes verdade = 2). A potuação a escala total e as dimesões é obtida somado os valores dos ites, revertedo-se previamete os idicados (omeadamete os ites 3, 7, 12, 18 e 20). Na presete ivestigação utilizou-se a versão de auto-resposta (e.g., Muñoz & Frick, 2007), em que se optou por reverter também o item 19. Tem havido alguma discordâcia quato à estrutura factorial do APSD. Os autores (Frick, O Brie, Wootto & McBurett, 1994), baseado-se em aálises factoriais exploratórias com amostras comuitárias e cliicas, defederam iicialmete uma estrutura bidimesioal costituída pelas dimesões de Traços Calosos/ão-emocioais (Callous- Uemotioal - Cal-Ue; ites 3, 5, 12, 14, 18, 19) e Impulsividade/Problemas de comportameto (Impulsivity/Coduct problems I/CP; ites 1, 2, 4, 8, 9, 11, 13, 15, 16, 20). Actualmete, após estudos com amostras de grade dimesão que icluíram a utilização de aálise factorial cofirmatória em amostras foreses (Frick, Barry & Bodi, 76

107 2000; Frick, Bodi & Barry, 2000), os autores cosideram que o APSD é melhor coceptualizado como tedo uma estrutura factorial tridimesioal costituída pelas dimesões de Traços Calosos/ão-emocioais (Callous-Uemotioal Cal-Ue; ites 3, 7, 12, 18, 19, 20) Impulsividade (Impulsivity Imp; ites 1, 4, 9, 13, 17) e Narcisismo (Narcissism Nar; ites 5, 8, 10, 11, 14, 15, 16), embora cosiderem que a solução bidimesioal também tem o seu mérito. Deve-se salietar que tato o modelo a dois factores como o modelo a três factores existem ites isolados que simplesmete ão saturaram as dimesões idetificadas. De otar também as correlações relativamete fortes ecotradas etre os factores Narcisismo e Impulsividade (de r =.61 a r =.66) e etre o factor Traços calosos/ão-emocioais e os factores Impulsividade (de r =.49 a r =.57) e Narcisismo (de r =.52 a r =.55). Muñoz e Frick (2007), o seu artigo de avaliação das propriedades psicométricas do APSD-SR, ão testaram a estrutura factorial do istrumeto devido ao tamaho pequeo da amostra ( = 91) comuitária que utilizaram. Outros autores, recorredo a amostras maiores, fizeram-o. Vitacco, Rogers e Neuma (2003), utilizado duas amostras foreses costituídas por adolescetes americaos detidos por deliquêcia ( = 78 e = 79) a quem aplicaram o APSD-SR, ecotraram apoio para o modelo de três factores através de aálise factorial cofirmatória. O apoio ao modelo de três factores por aálise factorial cofirmatória ão é uaimemete defedido. Fritz, Ruchki, Kaposov e Kliteberg (2008), utilizado uma amostra forese de 250 adolescetes russos que preecheram o APSD-SR, ão coseguiram através de aálise factorial cofirmatória ajustametos suficietemete bos dos modelos de dois e três factores para estes serem utilizáveis. Estes autores recorreram etão a uma Aálise de Compoetes Pricipais exploratória com rotação Oblimi que 77

108 foreceu apoio ao modelo de três factores (apesar de terem ecotrado quatro factores com eigevalues superiores a um, terem sobrado dois ites que ão saturavam em ehum dos três factores, e haver uma cosiderável saturação cruzada de ites em diversos factores). Fite, Greeig, Stoppelbei e Fabiao (2009), utilizado uma amostra ( = 328) clíica de criaças americaas a quem os pais aplicaram a versão ratig scale do APSD, ecotraram, através de aálise factorial cofirmatória, apoio limitado para o modelo de três factores, tedo ates optado pelo modelo de dois factores por o cosiderarem mais parcimoioso. Muñoz e Frick (2007) avaliaram a cosistêcia itera do APSD-SR. No seu estudo os valores obtidos variaram etre.78 a.81 para a escala total, e etre.50 a.68 para as subescalas. Os próprios autores cosideraram que, apesar da cosistêcia itera da escala total ser adequada, a cosistêcia itera das subescalas ficou aquém do ível cosiderado adequado (especialmete a dimesão Impulsividade). Relativamete à estabilidade temporal, Muñoz e Frick (2007) obtiveram para a escala total correlações de.70 a.72 a um ao, e uma correlação de.64 a dois aos. As subescalas demostraram ter uma estabilidade mais baixa, omeadamete de.49 a.63 a um ao, e de.43 a.48 a dois aos. Apesar de a estabilidade temporal da escala total ser adequada, pelo meos à duração de um ao, a estabilidade das subescalas ficou aquém do desejável. Muñoz e Frick (2007) ecotraram também associações com outras medidas de comportameto ati-social, idicadoras de validade de critério e de costrução (especialmete a ível da dimesão impulsividade). Na validade covergete com a Selfreport of Deliquecy Scale (Elliott & Ageto, 1980), por exemplo, o APSD obteve correlações estatisticamete sigificativas de.25 a.58. Na validade de critério com o diagóstico de Perturbação do Comportameto (America Psychiatric Associatio, 2002) 78

109 obteve uma correlação de.48 para a escala total, de.65 para a dimesão Narcisismo, de.58 para a dimesão Impulsividade e de.52 para a dimesão Traços calosos/ão-emocioais (Frick, Barry & Bodi 2000). Outros autores ão ecotraram tais idícios. Lee, Vicet, Hart e Corrado (2003), por exemplo, avaliaram a validade cocorrete do APSD com o Psychopathy Checklist Youth Versio (PCL:YV; Hare, 2003) uma amostra de 100 adolescetes detidos, tedo cocluído que existem limitações da parte do APSD face ao PCL:YV (embora admitido que parece haver um efeito de método a avaliação da psicopatia). No site está dispoível gratuitamete o APSD Self-report e outra documetação associada; todavia, as versões ratig scale devem ser adquiridas comercialmete (Frick & Hare, 2001) Escala de Deliquêcia Auto-relatada Adaptada (ASDS) A Escala de Deliquêcia Auto-relatada Adaptada (Adapted Self-reported Deliquecy Scale ASDS; Carroll, Durki, Houghto & Hattie, 1996) é uma medida de auto-resposta adaptada da escala origialmete cocebida por Mak (1993), que mede o evolvimeto dos adolescetes em actividades ilegais e ati-sociais. As potuações obtidas esta escala têm sido utilizadas como um ídice de actividade crimial, iclusive para obteção de valores de icidêcia e de prevalêcia. Carroll, Durki, Houghto e Hattie (1996) utilizaram duas amostras, de 230 e de 260 adolescetes respectivamete, o processo de validação da escala. Os 38 ites tipo Likert da escala foram submetidos a processos de aálise factorial por máxima verosimilhaça, tedo sido demostrado que todos tiham saturação superior a.40. Os autores têm utilizado ites tipo Likert de 5 a 7 potos com a escala. Os procedimetos de aálise factorial permitiram idetificar a preseça de sete factores (com eigevalues 79

110 superiores a 1): Roubo e furto (Theft ad burglary; ites 1 a 6), Crimes rodoviários (Motor vehicle offeses; ites 7 a 13), Crimes relacioados com drogas (Drug-related offeses; ites 14 a 19), Agressão (Assault; ites 20 a 23), Vadalismo (Vadalism; ites 24 a 29), Crimes escolares (School-related offeses; ites 30 a 32), Perturbação da ordem pública (Public disorder; ites 33 a 38). A cosistêcia itera por alfa de Crobach de cada um dos factores idetificados variou etre.67 e.91. Foi possível também demostrar que a ASDS tem validade discrimiate ao distiguir etre grupo deliquete e grupos ão-deliquetes. Podemos cocluir que a ivestigação empírica já efectuada quato às propriedades psicométricas da escala tem demostrado que estas são satisfatórias, apesar de serem ecessários procedimetos psicométricos adicioais (e.g., validade covergete e divergete; validade cocorrete) Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowe (MCSDS-SF) A Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowe (Marlowe-Crowe Social Desirability Scale MCSDS; Crowe & Marlowe, 1960; Johsto, Wright & Weima, 1995) foi origialmete cocebida para avaliar a tedêcia que certas pessoas têm em apresetar as suas qualidades de forma iflacioada ou exagerada, miimizado simultaeamete as suas fraquezas, i.e., tetam apresetar-se a si próprias como estado detro dos ideais das ormas da sua sociedade. Ballard (1992), tomado os 33 ites dicotómicos da escala origial de Marlowe- Crowe e uma amostra de 399 estudates uiversitários, costruiu várias versões curtas, sedo que a mais difudida em termos de utilização, costituída por 13 ites, ficou cohecida como subescala compósita (Marlowe-Crowe Social Desirability Scale - Short Form MCSDS-SF; Ballard, 1992). A potuação total desta versão curta é obtida 80

111 somado os resultados dos ites dicotómicos (e.g., Falso = 1; Verdadeiro = 2), sedo que previamete se devem reverter os ites idicados (omeadamete os ites 1, 2, 3, 5, 6, 8, 11 e 12 da escala curta). Através de aálise de compoetes pricipais Ballard (1992) seleccioou os ites que saturavam mais de.39, chegado assim aos 13 ites fiais da versão compósita, que demostrou ser uidimesioal e ter uma cosistêcia itera (Kuder-Richardso) de.70. Esta escala curta tem demostrado possuir propriedades psicométricas adequadas, embora algus aspectos algo modestas (Loo & Loewe, 2004). A utilização da versão curta desta escala (MCSDS-SF) é gratuita para fis de ivestigação, ão sedo comercializada. Apeas a versão completa da MCSDS é comercializada (Johsto, Wright & Weima, 1995) Escala Taxioómica para Criaças e Adolescetes (CATS) A Escala Taxioómica para Criaças e Adolescetes (Child ad Adolescet Taxo Scale - CATS; Harris, Rice & Quisey, 1994; Quisey, Harris, Rice & Cormier, 2006) é uma ratig scale actuarial desevolvida a partir de oito variáveis relacioadas com coduta ati-social e agressiva a ifâcia e adolescêcia que permitem discrimiar os idivíduos que pertecem ou ão à categoria ati-social (psicopatas versus ão-psicopatas). Dado que as variáveis utilizadas a costrução da CATS são seleccioadas por critérios meramete estatísticos que distiguem sigificativamete os dois grupos, ão seguem o método clássico tradicioalmete utilizado a costrução e validação de escalas psicométricas. A cotação faz-se somado os potos obtidos por cada item (Não = 0; Sim = 1), após a reversão do item idicado (omeadamete o item 8). Apesar de ão existirem publicados potos de corte oficiais, os autores sugerem que potuações iguais ou superiores a 4 são sigificativas. 81

112 Os ites que a costituem são os seguites: 1) Má adaptação durate a escolaridade básica; 2) Problema de álcool a adolescêcia; 3) Problema de agressividade a ifâcia; 4) Problema comportametal ates dos 15 aos; 5) Suspesão ou expulsão da escola; 6) Detido ates de ter 16 aos; 7) Progeitores alcoólicos; 8) Viveu com ambos os progeitores biológicos até aos 16 aos (R). A CATS ão é comercializada, sedo a sua utilização gratuita Procedimetos Procedimetos relativos a istituições e a autores Istituições No âmbito desta ivestigação foram cotactadas duas istituições, omeadamete a Direcção-Geral de Reiserção Social (DGRS), itegrada o Miistério da Justiça, e a Direcção-Geral de Iovação e Desevolvimeto Curricular (DGIDC), itegrada o Miistério da Educação (ver Aexo 2). A DGRS foi cotactada de forma a autorizar a aplicação dos questioários os Cetros Educativos do Miistério da Justiça, que serviu de base à amostra forese. A DGIDC, por sua vez, foi cotactada para autorizar a aplicação dos questioários as escolas da região da grade Lisboa sob alçada do Miistério da Educação, que serviu de base à amostra escolar Autores De forma a obter as devidas autorizações para proceder à adaptação e validação para Portugal dos istrumetos escolhidos para serem utilizados esta ivestigação, os respectivos autores dos istrumetos foram cotactados (ver Aexo 3). Nos casos do APSD-SR, SDQ-SR e ASDS foram cotactados directamete os autores por , omeadamete Paul Frick para o APSD-SR, Robert Goodma para o SDQ-SR e 82

113 Aemaree Carroll para a ASDS. Nos casos da RSES, MCSDS-SF e CATS, estas estão dispoibilizadas gratuitamete aos ivestigadores, ão ecessitado de autorização formal para a sua utilização Procedimetos de validação de istrumetos Para proceder à tradução dos istrumetos seguiram-se guidelies estabelecidas (Hambleto, 2001; Va de Vijver & Hambleto, 1996). Cotou-se com a colaboração de dois juízes idepedetes biligues, a Dr.ª Clara Satos e a Dr.ª Rita Caraça, ambas liceciadas em Português-Iglês e professoras o esio secudário. A Dr.ª Clara Satos fez a tradução para português, tedo a Dr.ª Rita Caraça feito a respectiva retroversão para iglês, que foi etão comparada com o istrumeto origial. O resultado fial foi cosiderado satisfatório pelo ivestigador e pelas duas tradutoras. Posteriormete foram feitas algumas aplicações experimetais o cotexto forese do Cetro Educativo da Belavista e o cotexto escolar da Escola Secudária da Amora que permitiram detectar a ecessidade de efectuar algumas modificações adicioais a liguagem utilizada a formulação dos ites respeitates às variáveis de tipo sóciodemográfico, de tipo crimial e aos ites costituites das escalas, de forma a torar essa mesma liguagem mais directa e mais facilmete etedível pelos participates. No item 3, por exemplo, relativo à Etia, teve de se acrescetar a expressão Raça dado que muitos joves ão compreediam o termo Etia em o termo Grupo Ético. Outros exemplos: o item 2 do APSD-SR foi acrescetada a expressão (cotra a lei) porque se costatou que algus joves ão sabiam o que eram actividades ilegais ; o item 14 da ASDS acrescetaram-se os termos em calão gaza e erva porque algus joves ão sabiam o que sigificavam os termos haxixe e marijuaa. 83

114 No caso da ASDS as modificações efectuadas ao istrumeto foram de maior dimesão dado que tiveram de se elimiar/fudir algus dos ites que foram cosiderados redudates ou culturalmete descotextualizados, optado-se também por um formato de resposta tipo Likert de três potos (Nuca = 0; Algumas vezes = 1; Muitas vezes = 2) de forma a facilitar a resposta por parte dos participates (ver resultados e discussão da validação da ASDS). No caso do APSD-SR tomou-se a opção de reverter pela egativa o setido do item 19 dado a ser o úico item dessa dimesão que ão era iversamete cotado. Somete após todas as ecessidades de aperfeiçoameto detectadas os istrumetos terem sido efectuadas se cosiderou que se chegou às versões fiais do questioário sócio-demográfico e tipo crimial (ver Aexo 1), da RSES (ver Aexo 4), do SDQ-SR (ver Aexo 5), do APSD-SR (ver Aexo 6), da ASDS (ver Aexo 7) e da MCSDS-SF (ver Aexo 8). Pode-se etão avaçar para a recolha dos dados propriamete dita Procedimetos de recolha de dados Amostra forese A recolha dos questioários em meio forese decorreu etre os aos de 2008 e 2010, após se ter obtido autorização por parte da Direcção-Geral de Reiserção Social (DGRS), pertecete ao Miistério da Justiça. Foram feitas aplicações em todos os Cetros Educativos existetes a altura a ível acioal de forma a avaliar o maior úmero possível de participates (ver Tabela 31). Os directores de cada Cetro Educativo foram previamete cotactados para combiar datas de deslocação e codições de aplicação dos questioários e cosulta dos dossiers judiciais respeitates a cada jovem. Foi explicado a cada um dos joves o propósito da ivestigação, sedo-lhes salietado de que a participação era volutária, que os dados recolhidos eram cofideciais 84

115 e que de forma alguma esses dados seriam alguma vez utilizados o âmbito da medida que estavam a cumprir em cetro educativo. Cada uma das cópias da versão itegral dos questioários aplicados à amostra forese e também à amostra escolar era precedida pelo termo de cosetimeto iformado, em que era dado cohecimeto formal aos participates do carácter volutário e cofidecial (ver Aexo 9). A aplicação dos questioários foi feita idividualmete, estado o ivestigador sempre presete para dar istruções de preechimeto (e.g., remeter para cotexto pré-etrada em Cetro Educativo) e esclarecer quaisquer dúvidas que surgissem. Após o preechimeto das escalas de auto-resposta seguiu-se a aplicação da ratig scale CATS e dos critérios de diagóstico de Perturbação do Comportameto (DSM-IV-TR), que implicaram uma etrevista breve e a cosulta dos dossiers jurídicos de cada jovem. Nem todos os joves cocordaram ou puderam participar, sedo que a ão participação icluiu motivos como recusa em participar, impossibilidade de participar devido a ão etedimeto da lígua portuguesa e impossibilidade de participar devido a questões de seguraça. Todos os questioários dos joves que participaram foram cosiderados válidos. A taxa de participação foi de cerca de 90%. Obteve-se um úmero total fial de 250 participates o caso da amostra forese (ver Tabela 32). Tabela 32 Participação por Cetro Educativo Amostra Forese Cetro Educativo da Belavista Cetro Educativo Navarro de Paiva Cetro Educativo Padre Atóio Oliveira Cetro Educativo dos Olivais Cetro Educativo de Sato Atóio Cetro Educativo do Modego Participaram Não participaram

116 Amostra escolar A recolha dos questioários em meio escolar decorreu etre os aos de 2009 e 2010, após se ter obtido autorização por parte da Direcção-Geral de Iovação e de Desevolvimeto Curricular (DGIDC), Miistério da Educação. Foram aleatoriamete seleccioadas doze escolas básicas/secudárias da região da grade Lisboa, para as quais foram eviados os pedidos de permissão para efectuar a presete ivestigação, jutamete com uma cópia da autorização dada pela DGICD. Num primeiro mometo houve recusa de uma das escolas em participar (alegado que os aluos que ali estudavam ão cometem crimes ) e a aceitação em participar de duas outras escolas que respoderam ao cotacto do ivestigador. Fizeram-se repetidos cotactos por correio e por telefoe para as restates escolas, sedo que por meio desta isistêcia se coseguiu a participação de mais duas escolas. Ficou-se com um total de quatro escolas participates, sedo que relativamete às restates (com excepção da escola acima referida que explicitamete se recusou a participar) ão se coseguiu obter qualquer resposta por parte dos resposáveis, quer positiva quer egativa. Regra geral os questioários foram aplicados pelo ivestigador o iício de cada aula, tedo a lista de turmas participates sido forecida pelos resposáveis da direcção de cada escola, e estado o ivestigador pessoalmete presete para dar istruções de preechimeto e esclarecer quaisquer dúvidas da parte dos participates. A excepção foi para a Escola Básica e Secudária A. Neves, que colocou a imposição de que os questioários fossem aplicados as várias turmas por uma professora do quadro da escola, à qual foram dadas istruções para o efeito pelo ivestigador. Posteriormete, e sempre que possível, aplicou-se isoladamete a cada aluo a parte do questioário que implicava a iterveção directa do ivestigador (e.g., CATS, diagóstico de Perturbação do Comportameto da DSM-IV-TR). 86

117 A maior parte das escolas impuseram que a participação de cada aluo fosse previamete autorizada através de um termo de cosetimeto assiado pelo ecarregado de educação (ver Aexo 10), o que foi feito. Cada questioário era precedido pelo termo de cosetimeto iformado, em que era dado cohecimeto aos participates do carácter volutário e cofidecial. No fial, foram excluídos cerca de 13% dos participates devido a estarem fora do itervalo etário estabelecido ou a motivos como terem etregado questioários ão preechidos, icompletos ou ilegíveis. Ficou-se com um úmero total fial de 510 participates o caso da amostra escolar (ver Tabela 33). Tabela 33 Participação por Escola Amostra Escolar Escola Básica e Secudária da Amora Escola Secudária do Mote da Caparica Escola Básica e Secudária A. Adrade Escola Básica e Secudária A. Neves Válidos Excluídos Procedimetos de tratameto de dados No tratameto de dados estatísticos plaeou-se recorrer a uma ampla variedade de técicas estatísticas, icluido testes paramétricos e ão-paramétricos de comparação de grupos, correlações paramétricas e ão paramétricas, regressão logística, regressão múltipla, aálise factorial exploratória e cofirmatória, aálise de compoetes pricipais, cosistêcia itera (alfas de Crobach, Kuder-Richardso), aálise discrimiate, curvas ROC, potêcia de teste, dimesão de efeito, etre outras. 87

118 Os dados relativos aos questioários cosiderados válidos foram iseridos em SPSS v18 (SPSS, a IBM compay, Chicago, IL) e posteriormete tratados em SPSS v19. No processo de iserção as variáveis de tipo sócio-demográfico foram devidamete codificadas. Por exemplo: a variável Rural versus Urbao/Semi-urbao utilizou-se a classificação do Istituto Nacioal de Estatística dispoível o site que estava em vigêcia a altura do iício desta dissertação, ficado a proveiêcia codificada como: 0 = Rural e 1 = Urbaa/Semi-urbaa. Outro exemplo: a Classificação do Nível Sócio-ecoómico (NSE) do agregado familiar foi feita segudo o sistema utilizado por Simões (1994), em que: 0 = NSE baixo, 1 = NSE médio e 2 = NSE elevado (ver Aexo 11). O mesmo se passou relativamete à codificação das variáveis de tipo crimial. Por exemplo: os diversos tipos de crimes foram codificados da seguite forma: 0 = Não Grave / Não Violeto, 1 = Grave e 2 = Violeto e Grave; ver Aexo 12). Posteriormete à iserção dos dados ter sido feita foram aleatoriamete seleccioados 10% dos questioários iseridos, de forma a avaliar a qualidade de iserção dos mesmos. Visto que a percetagem de erros detectada esta amostragem foi de 1.3%, a qualidade de iserção de dados foi cosiderada muito boa. No caso dos questioários cosiderados válidos em que haviam sido potualmete detectados valores omissos (missig) efectuaram-se os seguites procedimetos de substituição: os ites ordiais os valores omissos foram substituídos pelas mediaas das respectivas variáveis; os ites escalares os valores omissos foram substituídos pela média; ão foram feitas substituições de dados omissos o caso dos ites omiais. De salietar que os ites ordiais das escalas psicométricas foram revertidos quado tal era adequado. Seguidamete foram pedidas descritivas e frequêcias das variáveis costates o dicioário de variáveis do ficheiro em que os dados foram iseridos. 88

119 As amostras forese e escolar, os grupos de traços psicopáticos altos e baixos e as potuações a ASDS o modelo de regressão foram operacioalizadas como variáveis idepedetes (VI) de atributo (i.e., ão activas) dado que a presete ivestigação é de tipo ão-experimetal (Glier & Morga, 2000), equato as potuações os ites de tipo sócio-demográfico, de tipo crimial e as potuações as escalas e suas dimesões foram operacioalizadas como variáveis depedetes (VD). Os grupos de traços psicopáticos altos e baixos resultaram da redistribuição dos participates da amostra total fial (amostras forese e amostra escolar, acima descritas). Tedo por base a potuação o APSD, adoptou-se posteriormete ao processo de validação deste istrumeto o poto de corte 12 como critério de separação etre traços psicopáticos baixos (APSD-SR < 11) e traços psicopáticos altos (APSD-SR 12). Posteriormete procedeu-se ao processo de validação dos istrumetos, seguidose a soma de ites de forma a obter-se a potuação total por escala e por dimesões (quado tal era aplicável). No processo de validação psicométrica dos istrumetos utilizaram-se técicas de aálise de compoetes pricipais, de aálise factorial exploratória, de aálise factorial cofirmatória, de aálise de cosistêcia itera e aálise discrimiate, etre outras. A aálise exploratória da estrutura factorial das escalas foi efectuada recorredo a aálise factorial exploratória (AFE) propriamete dita e a aálise de compoetes pricipais (ACP), com e sem rotação de factores (Marôco, 2010a). Na extracção de factores foram tidos em cota os critérios de Kaiser (eigevalue superior a 1) e de Scree Plot (represetação gráfica). Utilizaram-se aida o teste de adequação da amostragem de Kaiser-Meyer-Olki (KMO >.7) e o teste de esfericidade de Bartlett (p.001) para avaliar a adequabilidade dos dados aos procedimetos de aálise factorial. Como critério 89

120 de saturação dos ites os factores utilizou-se um valor míimo de saturação de.30 (Nually & Berstei, 1994). Para a aálise factorial cofirmatória (AFC), que se pretedeu utilizar a validação da estrutura factorial do APSD-SR, empregou-se o programa iformático EQS v6.1 (Multivariate Software, Ic; Betler, 2004; Betler & Wu, 2002; Byre, 2006). Recorreuse ao método de estimação por Máxima Verosimilhaça (ML) sobre matrizes de correlação assitóticas e cosideraram-se a sigificâcia da estatística χ 2 e os resultados obtidos os seguites ídices de ajustameto: CFI (Comparative Fit Idex), GFI (Goodess of Fit Idex) e RMSEA (Root Mea Square Error of Aproximatio), além do χ 2 /gl. No CFI e o GFI valores superiores a.90 idicam um ajustameto bom; o RMSEA valores iferiores a.05 com p.05 idicam um ajustameto bom; o χ 2 /gl valores etre 2 e 1 idicam um ajustameto de bom a muito bom (Marôco, 2010b). Na avaliação da cosistêcia itera através do alfa de Crobach optou-se por uma abordagem de liberal para propósitos de ivestigação (α.60) a coservadora (α.80), aplicada tato à escala total como a cada uma das suas dimesões (Cortia, 1993). No caso do teste de homogeeidade, defiiram-se os limites da correlação média iter-ites etre.15 e.50 (Clark & Watso, 1995), e o limite míimo da correlação item-total corrigida de.20 (Nually & Berstei, 1994). A ível da validade covergete e divergete cosideraram-se valores.70 como bos (Domio & Domio, 2006; Klie, 2000), o mesmo se passado para a estabilidade temporal ou teste-reteste. No caso da validade discrimiate valores estatisticamete sigificativos são iterpretados como evidêcia de que a escala (e as suas dimesões, quado existam) cosegue discrimiar eficazmete etre os grupos ou amostras, tidos 90

121 como estruturalmete e mutuamete exclusivos (Leech, Barrett & Morga, 2008; Marôco, 2010a). Nos casos das escalas em que se optou por calcular os diversos potos de corte utilizaram-se três critérios: curvas ROC, sesibilidade e especificidade (estas duas últimas calculadas através de regressão logística biomial). Da poderação cojuta dos melhores valores estes três critérios escolheu-se o poto óptimo. Relativamete às comparações etre grupos, sempre que possível utilizaram-se técicas paramétricas quado os dados eram de atureza escalar, omeadamete quado se estava perate distribuição ormal (assimetria e curtose etre -2 e 2) e homogeeidade de variâcias. Nos casos em que havia distribuição ormal mas ão havia homogeeidade de variâcias (aalisada através do teste de Levee) optou-se pela utilização da correcção de Welch. Quado ão havia distribuição ormal (idepedetemete de haver ou ão haver homogeeidade de variâcias) optou-se pelas técicas ão paramétricas, omeadamete o teste U de Ma-Whitey. Quado os dados eram de atureza omial utilizou-se o teste de Qui-Quadrado com a opção Exact do SPSS. Relativamete às correlações quado a distribuição das variáveis era ormal (assimetria e curtose etre -2 e 2) optou-se por técicas paramétricas (correlação de Pearso) e por técicas ão paramétricas quado ão o era (correlação de Spearma). Nos modelos de regressão em que as variáveis depedetes eram de tipo dicotómico optou-se pela regressão logística biomial, equato o modelo em que a variável depedete era escalar se optou pela regressão múltipla (Tabachick & Fidell, 2007). Nos modelos de regressão que utilizaram amostras e grupos como variáveis depedetes utilizou-se a seguite codificação: 0 = Amostra escolar, 1 = Amostra forese; 0 = Grupo de traços psicopáticos baixos (APSD < 11), 1 = Grupo de traços psicopáticos altos (APSD 12). 91

122 Cosideraram-se que os valores de teste eram sigificativos quado p.05 e que eram margialmete sigificativos quado p se situava icluído o itervalo ].05.1]. Nas comparações etre amostras e etre grupos calculou-se a potêcia de teste de forma a quatificar a probabilidade de rejeitar correctamete H 0 quado esta é falsa, e a dimesão do efeito da familia-d (que quatifica difereças relativas etre as médias da variável depedete os diferetes grupos) ou da família-r (que quatifica a fração da variabilidade da variável depedete que é explicada pelo fator (Everitt & Skrodal, 2010; Marôco, 2010a; Morga, Leech, Gloecker & Barrett, 2007). 92

123 5. Resultados e Discussão 5.1. Estudo 1: Validação dos istrumetos De seguida são apresetados os resultados e as respectivas discussões das validações das medidas psicométricas utilizadas esta dissertação, omeadamete da RSES, do SDQ-SR, do APSD-SR, da ASDS e da MCSDS-SF Resultados e discussão da validação da RSES Na tabela seguite podem-se observar as descritivas da RSES por amostras e por sexo dos participates (ver Tabela 34). Tabela 34 Descritivas RSES por Amostras Forese e Escolar M (DP) Mi-Max Assimetria EP Assimetria Curtose EP Curtose Amostra Forese Amostra Escolar Masculio Femiio Masculio Femiio (4.74) (3.92) 23 (4.67) (5.06) Nota. = úmero de participates; M = Média; DP = Desvio-padrão; Mi-Max = Míimo-Máximo; EP Assimetria = Erro-padrão da Assimetria; EP Curtose = Erro-padrão da Curtose. O primeiro passo a validação do RSES foi a aálise dos ites de forma a verificar a existêcia de evetuais desvios grosseiros da ormalidade, tomado os valores da assimetria e da curtose que se ecotrassem fora do itervalo -2 a 2 (ver Tabela 35). 93

124 Tabela 35 Descritivas dos Ites RSES por Amostra Total Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5 Item 6 Item 7 Item 8 Item 9 Item 10 Média Mediaa Míimo Máximo Assimetria Curtose Seguidamete procedeu-se à aálise da estrutura factorial da escala. Foi efectuada uma Aálise de Compoetes Pricipais (ACP) com extracção de um úico factor devido à escala ser teoricamete uidimesioal (ver Tabela 36). Para a amostra total o teste Kaiser- Meyer-Olki (KMO) idicou um valor de.86, equato o valor p obtido o teste de esfericidade de Bartlett foi de p.001; a amostra forese o teste KMO idicou valor de.79 e o teste de Bartlett um valor p.001; a amostra escolar o teste KMO idicou valor.86 e o teste de Bartlett um valor de p.001. Tabela 36 Cargas Factoriais da ACP para RSES por Amostras Ites Amostra Total Amostra Forese Amostra Escolar Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5 Item 6 Item 7 Item 8 Item 9 Item 10 Eigevalue Variâcia % % % 94

125 O passo seguite cosistiu em calcular as três amostras a cosistêcia itera, as correlações médias iter-ites e o leque de correlações item-total corrigidas (ver Tabela 37). Tabela 37 Alfas de Crobach, Correlações Médias Iter-ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para RSES por Amostras α Crobach CMII LCITC Amostra Total Amostra Forese Amostra Escolar Nota. α Crobach = Alfa de Crobach; CMII = Correlação média iter-ites; LCITC = Leque de correlações item-total corrigidas. No que diz respeito à estabilidade temporal obteve-se uma correlação estatisticamete sigificativa (ver Tabela 38). Tabela 38 Teste-reteste para Amostra Forese Spearma rho Valor p RSES.86 p.01 Nota. Spearma rho = Correlação rho de Spearma. Relativamete à validade divergete obteve-se uma correlação de.10 estatisticamete sigificativa (ver Tabela 39). Tabela 39 Validade Divergete com MCSDS-SF para Amostra Total Pearso r Valor p RSES.10 p.01 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso. 95

126 No caso da validade discrimiate etre a amostra forese e a amostra escolar obteve-se um valor estatisticamete sigificativo as potuações da escala (ver Tabela 40). Tabela 40 Validade Discrimiate para RSES etre Amostra Forese e Amostra Escolar Λ Wilks χ 2 Valor p RSES (1) p.001 Nota. Λ Wilks=Lambda de Wilks; χ 2 =Qui-quadrado. Em termos de discussão da validação da RSES, a aálise dos ites de forma a verificar a existêcia de evetuais desvios grosseiros da ormalidade ão foram ecotrados desvios dado que tato a assimetria como a curtose se mativeram o itervalo pré-determiado de -2 a 2. Seguidamete procedeu-se à aálise factorial da escala. Foi efectuada uma Aálise de Compoetes Pricipais (ACP) com extracção de um úico factor devido à escala ser teoricamete uidimesioal. Os testes de Kaiser-Meyer-Olki (KMO), que são idicadores de recomedação relativamete à aálise factorial, idicaram valores de médios a bos, além de que os testes de Bartlett foram sempre estatisticamete sigificativos (p.001). Na ACP propriamete dita, relativamete a todas as amostras, os ites saturaram pelo meos adequadamete o factor uidimesioal devido a apresetarem pesos factoriais superiores a.30 (Nually & Berstei, 1994). Relativamete a cosistêcia itera, a correlações médias iter-ites e ao leque de correlações item-total corrigidas de uma forma geral os resultados ecotrados foram de satisfatórios a bos as três amostras. Os alfas obtiveram valores sempre superiores ao limite defiido de.70, tedo a amostra escolar iclusivamete ultrapassado.80 (Cortia, 1993). As correlações médias iter-ites mativeram-se detro dos limites recomedáveis 96

127 estabelecidos de.15 a.50 (Clark & Watso, 1995). O leque de correlações item-total corrigidas foi superior a.20 as amostras total e escolar, todavia a amostra forese ficou ligeiramete abaixo do desejável (Nually & Berstei, 1994). No que diz respeito à estabilidade temporal a três meses obteve-se uma correlação forte e estatisticamete sigificativa, cosiderado-se tal um resultado bastate bom (Klie, 2000). Relativamete à validade divergete efectuada para a amostra total o resultado evideciou a fraca correlação esperada com a Escala de Desejabilidade Social de Marlowe- Crowe Versão Curta (MCSDS-SF), devido a que os costructos medidos são coceptualmete diferetes (Klie, 2000). No caso da validade discrimiate costatou-se que o RSES cosegue discrimiar sigificativamete etre a amostra forese e a amostra escolar (Nually & Berstei, 1994), tidas como mutuamete exclusivas e estruturalmete diferetes (Marôco, 2010a). Podemos cocluir que o processo de validação da RSES se obtiveram bos resultados os aspectos psicométricos aalisados, sedo que a escala possui validade e precisão adequadas. Tal permite que seja recomedada a sua utilização com a população juveil portuguesa forese e escolar Resultados e discussão da validação do SDQ-SR De seguida apresetam-se os resultados da validação do SDQ-SR. 97

128 Na tabela abaixo podem observar-se as descritivas das escalas do SDQ-SR para a amostra forese (ver Tabela 41). Tabela 41 Descritivas das Escalas do SDQ-SR por Amostra Forese M DP Míimo Máximo Assimetria EP Assimet Curtose EP Curtose Amostra Forese Masculio Femiio ES CP H PP P ES CP H PP P Nota. ES = Sitomas emocioais; CP = Problemas de comportameto; H = Hiperactividade; PP = Problemas de relacioameto com os colegas; P = Comportameto pró-social; = úmero de participates; M = Média; DP = Desvio-padrão; EP Assimet = Erro-padrão da Assimetria; EP Curtose = Erro-padrão da Curtose

129 Na tabela abaixo podem observar-se as descritivas das escalas do SDQ-SR para a amostra escolar (ver Tabela 42). Tabela 42 Descritivas das Escalas do SDQ-SR por Amostra Escolar M DP Míimo Máximo Assimetria EP Assimet Curtose EP Curtose Amostra Escolar Masculio Femiio ES CP H PP P ES CP H PP P Nota. ES = Sitomas emocioais; CP = Problemas de comportameto; H = Hiperactividade; PP = Problemas de relacioameto com os colegas; P = Comportameto pró-social; = úmero de participates; M = Média; DP = Desvio-padrão; EP Assimet = Erro-padrão da Assimetria; EP Curtose = Erro-padrão da Curtose. 99

130 Como primeiro passo de validação aalisaram-se as descritivas dos ites de forma a detectar a existêcia de evetuais desvios da ormalidade (ver Tabela 43). Tabela 43 Descritivas dos Ites das Escalas do SDQ-SR por Amostra Total Escala ES Item 3 Item 8 Item 13 Item 16 Item 24 Escala CP Item 5 Item 7 Item 12 Item 18 Item 22 Escala H Item 2 Item 10 Item 15 Item 21 Item 25 Escala PP Item 6 Item 11 Item 14 Item 19 Item 23 Escala P Item 1 Item 4 Item 9 Item 17 Item 20 Média Mediaa Míimo Máximo Assimetria Curtose Nota. ES = Sitomas emocioais; CP = Problemas de comportameto; H = Hiperactividade; PP = Problemas de relacioameto com os colegas; P = Comportameto pró-social Seguidamete procedeu-se ao processo de aálise da estrutura factorial. Não foi possível ecotrar a estrutura origial da escala devido a saturação cruzada de ites, ausêcia de saturação de ites os devidos factores, ausêcia de saturação dos ites em qualquer um dos factores idetificados e ao meor úmero de factores idetificados. 100

131 Optou-se pela aálise de cada uma das escalas costituites do SDQ-SR tomado cada uma delas isoladamete através do método da Aálise de Compoetes Pricipais, também cohecido por ACP (ver Tabela 44). Tabela 44 Cargas Factoriais de ACP para Escalas do SDQ-SR por Amostras Ites Amostra Total Amostra Forese Amostra Escolar Escala ES Item 3 Item 8 Item 13 Item 16 Item 24 Eigevalue Variâcia Escala CP Item 5 Item 7 Item 12 Item 18 Item 22 Eigevalue Variâcia Escala H Item 2 Item 10 Item 15 Item 21 Item 25 Eigevalue Variâcia Escala PP Item 6 Item 11 Item 14 Item 19 Item 23 Eigevalue Variâcia Escala P Item 1 Item 4 Item 9 Item 17 Item 20 Eigevalue Variâcia % % % % % % % % % % % % % % % Nota. Cargas factoriais omissas se <.30; ES = Sitomas emocioais; CP = Problemas de comportameto; H = Hiperactividade; PP = Problemas de relacioameto com os colegas; P = Comportameto pró-social. 101

132 Relativamete à escala ES para a amostra total o teste KMO idicou um valor de.68 e o teste de esfericidade de Bartlett p.001; para a amostra forese.68 e p.001 respectivamete; para a amostra escolar.67 e p.001 respectivamete. Relativamete à escala CP para a amostra total o teste KMO idicou um valor de.63 e o teste de Bartlett p.001; para a amostra forese.55 e p.001 respectivamete; para a amostra escolar.56 e p.001 respectivamete. Relativamete à escala H para a amostra total o teste KMO idicou um valor de.59 e o teste de Bartlett p.001; para a amostra forese.60 e p.001 respectivamete; para a amostra escolar.60 e p.001 respectivamete. Relativamete à escala PP para a amostra total o teste KMO idicou um valor de.61 e o teste de Bartlett p.001; para a amostra forese.59 e p.001 respectivamete; para a amostra escolar.59 e p.001 respectivamete. Relativamete à escala P para a amostra total o teste KMO idicou um valor de.71 e o teste de Bartlett p.001; para a amostra forese.72 e p.001 respectivamete; para a amostra escolar.71 e p.001 respectivamete. As itercorrelações etre as escalas do SDQ-SR revelaram a preseça de correlações a sua maioria estatisticamete sigificativas (ver Tabela 45). Tabela 45 Itercorrelações de Escalas SDQ-SR por Amostra Total ES CP H PP P ES CP H PP P 1.12**.18**.23**.27** 1.34**.22** -.14** ** ** 1 Nota. **Sigificativo ao ível p.01; Valores p obtidos por Pearso r e por Spearma rho; ES = Sitomas emocioais; CP = Problemas de comportameto; H = Hiperactividade; PP = Problemas de relacioameto com os colegas; P = Comportameto pró-social. 102

133 Os alfas de Crobach e outras correlações foram calculados (ver Tabela 46). Tabela 46 Alfas de Crobach, Correlações Médias Iter-Ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para Escalas do SDQ-SR por Amostras Escala ES α Crobach CMII LCITC Escala CP α Crobach CMII LCITC Escala H α Crobach CMII LCITC Escala PP α Crobach CMII LCITC Escala PS α Crobach CMII LCITC Amostra Total Amostra Forese Amostra Escolar Nota. α Crobach = Alfa de Crobach; CMII = Correlação média iter-ites; LCITC = Leque de correlações item-total corrigidas; ES = Sitomas emocioais; CP = Problemas de comportameto; H = Hiperactividade; PP = Problemas de relacioameto com os colegas; P = Comportameto pró-social. A validade divergete das escalas do SDQ-SR com a escala de auto-estima de Roseberg (RSES) revelou correlações estatisticamete sigificativas (ver Tabela 47). Tabela 47 Validade Divergete de Escalas do SDQ-SR com RSES para Amostra Total Pearso r / Spearma Valor p rho ES CP H PP PS p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso; Spearma rho = Correlação rho de Spearma; ES = Sitomas emocioais; CP = Problemas de comportameto; H = Hiperactividade; PP = Problemas de relacioameto com os colegas; P = Comportameto pró-social. 103

134 A validade cocorrete das escalas do SDQ-SR com o diagóstico de perturbação do comportameto do DSM-IV-TR revelou a existêcia de duas correlações estatisticamete sigificativas, omeadamete as escalas ES e CP (ver Tabela 48). Tabela 48 Validade Cocorrete com DSM-IV-TR Diagóstico de Perturbação do Comportameto a Amostra Forese ES CP H PP PS r pb Valor p p.05 p.05 s s s Nota. r pb = Correlação Bisserial por Poto; ES = Sitomas emocioais; CP = Problemas de comportameto; H = Hiperactividade; PP = Problemas de relacioameto com os colegas; P = Comportameto pró-social; s = ão sigificativo. A validade discrimiate relativamete ao cojuto das escalas do SDQ-SR obteve um valor estatisticamete sigificativo (ver Tabela 49). Tabela 49 Validade Discrimiate para escalas do SDQ-SR etre Amostra Forese e Amostra Escolar Λ Wilks χ 2 Valor p SDQ-SR Escalas (5) p.001 Nota. Λ Wilks = Lambda de Wilks; χ 2 = Qui-quadrado. Em termos de discussão, o iício da validação através da aálise dos ites permitiu detectar desvios da ormalidade em algus omeadamete os ites 3, 11, 12 e

135 Seguidamete procedeu-se à aálise da estrutura factorial. Apesar de se terem tetado vários métodos de aálise factorial com e sem rotação de factores (Marôco, 2010a) ão foi possível ecotrar estrutura factorial postulada da escala devido a saturação cruzada de ites, ausêcia de saturação de ites os devidos factores, ausêcia de saturação dos ites em qualquer um dos factores idetificados e ao meor úmero de factores idetificados. Recordamos que Goodma, Meltzer e Bailey (1998) o artigo de validação prelimiar origial do SDQ-SR ão aalisaram a estrutura factorial do istrumeto, e que outros autores (e.g., Percy, McCrystal & Higgis, 2008; Ruchki et al., 2008) ão a coseguiram replicar. Após alguma reflexão optou-se por aalisar cada dimesão isoladamete através do método da Aálise de Compoetes Pricipais (ACP). Os valores obtidos o teste KMO foram de mau (mas aida tolerável) a médio quato à recomedação para efectuar aálise factorial, apesar de o teste de esfericidade de Bartlett obter sempre p.001. Desta forma a amostra total todos os ites saturaram adequadamete as escalas a que perteciam. Na amostra forese os ites 22, 21, 25 ão saturaram adequadamete (<.30) as respectivas dimesões CP e H. Na amostra escolar o item 11 ão saturou adequadamete (<.30) a respectiva dimesão PP. As itercorrelações etre as escalas revelaram a preseça de correlações de baixas a moderadas, positivas e egativas. A maioria das correlações obtidas foram estatisticamete sigificativas. De salietar as correlações egativas da escala P com a maioria das outras escalas, que já eram teoricamete esperadas dada a valoração positiva a ível de comportameto pró-social associada a esta escala. Seguidamete foram calculados os alfas de Crobach, as correlações médias iter-ites e o leque de correlações item-total corrigidas. Os alfas de Crobach das 105

136 escalas variaram etre.29 e.67, sedo que apeas os alfas da escala PS apresetaram valores miimamete adequados (Cortia, 1993). Estes valores são maifestamete mais baixos que os obtidos por Goodma, Meltzer e Bailey (1998) que apresetaram alfas etre.61 e.85, e os de Becker et al. (2004) etre.58 e.78. As correlações médias iter-ites ficaram aquém do esperado as escalas CP e PP dado que a maioria das amostras ão atigiram o limite míimo recomedado de.15 (Clark & Watso, 1995). O mesmo se passou relativamete ao leque de correlações item-total corrigidas dado que as escalas CP, H, e PP ão atigiram o valor míimo recomedado de.20 (Nually & Berstei, 1994). A validade divergete das escalas do SDQ-SR com a escala de auto-estima de Roseberg revelou correlações estatisticamete sigificativas de baixas a moderadas, positivas e egativas. Tais correlações foram algo iesperadas dado que os costructos medidos teoricamete ão se sobrepõem (Klie, 2000). Tal poderá derivar da quatidade de erro existete a medição, tal como evideciado o alfa de Crobach. A validade cocorrete das escalas do SDQ-SR com o diagóstico de perturbação do comportameto do DSM-IV-TR revelou a existêcia de apeas duas correlações estatisticamete sigificativas mas fracas, omeadamete as escalas ES e CP. Teoricamete esperar-se-iam correlações de moderadas a altas e estatisticamete sigificativas a maioria das escalas, em particular a escala CP, dada a sobreposição teórica de costructos (Klie, 2000; Nually & Berstei, 1994). Mais uma vez tal poderá derivar da quatidade de erro associado à medição, tal como evideciado o alfa de Crobach. A validade discrimiate revelou que o cojuto das escalas do SDQ-SR tem capacidade de discrimiar (Nually & Berstei, 1994) de forma estatisticamete 106

137 sigificativa etre as amostras forese e escolar, tal como Becker et al. (2004) haviam demostrado. Perate tais resultados, maioritariamete abaixo do esperado, tora-se algo difícil de apoiar a pretesão de Simões e restates colaboradores (ver Marzocchi, Capro, Di Pietro, Tauleria, Duyme, Frigerio, Gaspar, Hamilto, Pitho, Simões & Thérod, 2004) relativamete ao carácter promissor do SDQ-SR equato istrumeto psicométrico, pelo meos o que diz respeito à ossa amostra da população portuguesa em particular Resultados e discussão da validação do APSD-SR Na tabela abaixo podemos observar as descritivas do APSD-SR e das escalas que o costituem por amostra forese (ver Tabela 50). 107

138 Tabela 50 Descritivas do APSD-SR e suas Escalas por Amostra Forese M DP Míimo Máximo Assimetria EP Assimet Curtose EP Curtose Amostra Forese Masculio Femiio APSD Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp APSD Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp Nota. APSD = APSD Total; Nar-Imp = Narcisismo-Impulsividade; Cal-Ue = Traços calosos/ão-emocioais; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade; = úmero de participates; M = Média; DP = Desvio-padrão; EP Assimet = Erro-padrão da Assimetria; EP Curtose = Erro-padrão da Curtose. 108

139 Na tabela seguite podemos observar as estatísticas descritivas do APSD-SR e das escalas que o costituem por amostra escolar (ver Tabela 51). Tabela 51 Descritivas do APSD-SR e suas Escalas por Amostra Escolar M DP Míimo Máximo Assimetria EP Assimet Curtose EP Curtose Amostra Escolar Masculio Femiio APSD Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp APSD Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp Nota. APSD = APSD Total; Nar-Imp = Narcisismo-Impulsividade; Cal-Ue = Traços calosos/ão-emocioais; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade; = úmero de participates; M = Média; DP = Desvio-padrão; EP Assimet = Erro-padrão da Assimetria; EP Curtose = Erro-padrão da Curtose. 109

140 O passo iicial a validação do APSD-SR cosistiu a verificação da existêcia de evetuais desvios da ormalidade dos ites (ver Tabela 52). Previamete, durate o pré-teste, tomou-se a opção de reformular o item 19 pela egativa devido a ser o úico item dessa dimesão que ão era iversamete cotado (revertido). Tabela 52 Descritivas dos ites APSD-SR por Amostra Total Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5 Item 6 Item 7 Item 8 Item 9 Item 10 Item 11 Item 12 Item 13 Item 14 Item 15 Item 16 Item 17 Item 18 Item 19 Item 20 Média Mediaa Míimo Máximo Assimetria Curtose O passo seguite cosistiu a aálise da estrutura factorial da escala. A tetativa iicial de cofirmar a estrutura factorial foi feita através do software iformático EQS 6.1 (Multivariate Software, Ic.; Betler, 2004; Betler & Wu, 2002). Todavia, devido aos ídices de ajustameto para a estrutura de dois factores (χ 2 = , p.001; χ 2 /df = 5.12; GFI =.88; CFI =.72; RMSEA =.074 ( )) e para a estrutura de três factores (χ 2 = , p.001; χ 2 /df = 4.19; GFI =.92; CFI =.77; RMSEA =.065 ( )) ão atigirem bos valores (Marôco, 2010b), optou-se por ão prosseguir essa 110

141 via cofirmatória. Apesar dos ídices de ajustameto da estrutura tridimesioal se aproximarem do tolerável, a maioria dos ites ão saturavam coveietemete. Utilizaram-se etão vários métodos de aálise factorial exploratória (AFE) e de compoetes pricipais (ACP), com e sem rotação de factores, para ivestigar a estrutura factorial do APSD-SR a amostra portuguesa. A melhor aproximação obtida foi relativa à estrutura bidimesioal ecotrada a amostra escolar empregado Aálise de Compoetes Pricipais (ACP) sem rotação (ver Tabela 53). Tabela 53 Cargas Factoriais de ACP para Dimesões do APSD-SR por Amostras Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5 Item 6 Item 7 Item 8 Item 9 Item 10 Item 11 Item 12 Item 13 Item 14 Item 15 Item 16 Item 17 Item 18 Item 19 Item 20 Eigevalue Variâcia Amostra Total Amostra Forese Amostra Escolar Factor 1 Factor 2 Factor 1 Factor 2 Factor 1 Factor % 10.28% Nota. Cargas factoriais omissas se < % % % % Na amostra escolar o teste KMO idicou um valor de.79 e o teste de esfericidade de Bartlett um valor p.001. Na amostra forese o teste de KMO idicou um valor de.76 e o teste de Bartlett um valor p.001. Na amostra total o teste de KMO idicou um valor de.83 e o de Bartlett um valor p

142 As iter-correlações etre as dimesões do APSD-SR revelaram correlações estatisticamete sigificativas (ver Tabela 54). Tabela 54 Iter-correlações de Dimesões APSD-SR APSD Total Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp APSD Total Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp 1.91** 1.57**.18** 1.77**.87**.10** 1.75**.83**.14**.52** 1 Nota. **Sigificativo ao ível.01; Valores p obtidos por Pearso r; Nar-Imp = Narcisismo- Impulsividade; Cal-Ue = Traços calosos/ão-emocioais; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade. Seguidamete foram calculados os alfas de Crobach, as correlações médias iter-ites e os leques de correlações item-total corrigidas (ver Tabela 55). Tabela 55 Alfas de Crobach, Correlações Médias Iter-Ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para Dimesões do APSD-SR por Amostras APSD Total α Crobach CMII LCITC Nar-Imp α Crobach CMII LCITC Cal-Ue α Crobach CMII LCITC Nar α Crobach CMII LCITC Imp α Crobach CMII LCITC Amostra Total Amostra Forese Amostra Escolar Nota. α Crobach = Alfa de Crobach; CMII = Correlação média iter-ites; LCITC = Leque de correlações item-total corrigidas; Nar-Imp = Narcisismo-Impulsividade; Cal-Ue = Traços calosos/ãoemocioais; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade. 112

143 A estabilidade temporal a três meses para a amostra forese obteve uma correlação estatisticamete sigificativa (ver Tabela 56). Tabela 56 Teste-reteste para Amostra Forese do APSD-SR Pearso r Valor p APSD.80 p.01 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso. A validade divergete do APSD-SR e suas dimesões com a Escala de Autoestima de Roseberg (RSES) evideciou a existêcia de correlações estatisticamete sigificativas a sua maioria (ver Tabela 57). Tabela 57 Validade Divergete de APSD-SR e suas Dimesões com RSES para Amostra Total Pearso r Valor p APSD Total Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp p.01 p.01 p.01 s p.01 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso; Nar-Imp = Narcisismo-Impulsividade; Cal-Ue = Traços calosos/ão-emocioais; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade. A validade covergete do APSD-SR e suas dimesões com a CATS e com a ASDS revelou correlações estatisticamete sigificativas (ver Tabela 58). 113

144 Tabela 58 Validade Covergete de APSD-SR e suas Dimesões com CATS e ASDS CATS APSD Total Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp ASDS APSD Total Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp Pearso r Valor p p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso; Nar-Imp = Narcisismo-Impulsividade; Cal-Ue = Traços calosos/ão-emocioais; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade. A validade de critério cocorrete do APSD-SR total e suas dimesões com o diagóstico de Perturbação do Comportameto da DSM-IV-TR revelou a existêcia de correlações estatisticamete sigificativas (ver Tabela 59). Tabela 59 Validade Cocorrete com DSM-IV-TR Diagóstico de Perturbação do Comportameto APSD Total Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp r pb Valor p p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 Nota. r pb = Correlação Bisserial por Poto; Nar-Imp = Narcisismo-Impulsividade; Cal-Ue = Traços calosos/ão-emocioais; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade. A validade de critério retrospectiva do APSD-SR total e suas dimesões com as variáveis auto-relatadas Idade do primeiro crime cometido e Idade do primeiro problema com a lei revelou a existêcia de correlações estatisticamete sigificativas (ver Tabela 60). 114

145 Tabela 60 Validade Retrospectiva de APSD-SR e suas Dimesões com Idade 1ª Crime Cometido e Idade 1º Problema com a Lei a Amostra Total Idade 1º crime cometido APSD Total Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp Idade 1º problema com a lei APSD Total Nar-Imp Cal-Ue Nar Imp Pearso r Valor p p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 p.01 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso; Nar-Imp = Narcisismo-Impulsividade; Cal-Ue = Traços calosos/ão-emocioais; Nar = Narcisismo; Imp = Impulsividade. Na validade discrimiate o APSD-SR e suas dimesões tomadas em cojuto obteve-se um valor estatisticamete sigificativo (ver Tabela 61). Tabela 61 Validade Discrimiate etre Amostra Forese e Amostra Escolar para APSD-SR Λ Wilks χ 2 Valor p APSD Escalas (4) p.001 Nota. Λ Wilks = Lambda de Wilks; χ 2 = Qui-quadrado. O cálculo do poto de corte foi efectuado tedo em cota a sesibilidade e a especificidade, calculadas por regressão logística biomial, e a Área ROC (ver Tabela 62). 115

146 Tabela 62 Sesibilidade, Especificidade e Área ROC para diversos Potos de Corte do APSD-SR Total PC 7 PC 8 PC 9 PC 10 PC 11 PC 12 PC 13 PC 14 PC 15 PC 16 PC 17 PC 18 PC 19 Sesibilidade Especificidade Área ROC Valor p* 0% 100%.60 p.001 0% 99.6%.63 p.001 0% 100%.66 p.001 0% 99.8%.69 p.001 0% 99.8%.71 p % 68.8%.72 p % 75.9%.69 p % 99.6%.68 p % 85.1%.67 p % 89.6%.66 p % 92.7%.64 p % 94.7%.62 p % 95.9%.60 p.001 Nota. PC = Poto de Corte; Sesibilidade = verdadeiros positivos; Especificidade = verdadeiros egativos; *Hipótese ula: área verdadeira =.5 Na figura seguite podem-se observar as áreas da curva ROC para cada um dos potos de corte calculados idividualmete (ver Figura 1). Coforme pode ser verificado a figura, foram aalisados através da curva ROC 32 potos de corte diferetes. 116

147 Figura 1 Curvas ROC dos potos de corte do APSD-SR total Em termos de discussão dos resultados obtidos a validação, a fase iicial, que cosistiu a verificação da existêcia de evetuais desvios da ormalidade dos ites, foram detectados os ites 5, 10 e 16 desvios da ormalidade, embora pouco marcados. Seguidamete passou-se à aálise da estrutura factorial da escala. Foi testada a existêcia da estrutura bidimesioal origial e de uma estrutura tridimesioal do APSD-SR recorredo a vários métodos de aálise factorial cofirmatória. Não foi possível ecotrar a estrutura tridimesioal da escala mais recetemete defedida (e.g., Frick, Bodi & Barry, 2000) devido a valores isatisfatórios os ídices de ajustameto e a baixa saturação de ites os devidos factores. 117

148 A melhor aproximação obtida foi relativa à estrutura bidimesioal ecotrada a amostra escolar empregado Aálise de Compoetes Pricipais (ACP) sem rotação, sedo portato essa que foi adoptada como referêcia. Tal estrutura bidimesioal é semelhate, mas ão idêtica à ecotrada por Frick et al. (1994) os estudos iiciais de validação do APSD com amostras comuitárias. A pricipal difereça ecotra-se o facto de a ossa amostra todos os ites saturarem pelo meos adequadamete um dos dois factores, equato o estudo de Frick et al. (1994) havia ites isolados que ão saturavam em ehum dos factores. Relativamete à ACP o teste KMO idicou valores de médio a bos para efectuar aálise factorial, sedo que o teste de Bartlett obteve sempre um valor de p.001. A presete ivestigação evidecia que a melhor solução factorial para a escala a realidade portuguesa é uma variate da solução de dois factores, à semelhaça do que é defedido por outros ivestigadores como, por exemplo, Fite, Greeig, Stoppelbei e Fabiao (2009). Desta forma, a ossa amostra a dimesão mista Narcisismo-Impulsividade ficou costituída pelos ites 1, 2, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16 e 17, equato a dimesão Traços Calosos/ão-emocioais ficou costituída pelos ites 3, 7, 12, 18, 19, 20. Todos os ites saturam uma destas dimesões, coforme já foi referido. Por questões de utilização prática poder-se-á separar o factor misto Narcisismo- Impulsividade, cotado-os idepedetemete. Mais uma vez se salieta que a estrutura bidimesioal que ecotrámos ajustou-se adequadamete somete à amostra escolar, tal como os estudos iiciais de Frick e Hare (2001), pelo que mais ivestigação ecessita ser feita relativamete a este aspecto. As iter-correlações etre as dimesões do APSD revelaram correlações positivas de baixas a altas e sempre estatisticamete sigificativas. A correlação mais alta ocorreu etre a dimesão mista Narcisismo-Impulsividade e o APSD total, 118

149 equato a correlação mais baixa ocorreu etre a dimesão Narcisismo e a dimesão Traços calosos/ão-emocioais. Tal é compatível com os estudos previamete feitos. Na cosistêcia itera, através de alfas de Crobach, as dimesões Traços Calosos/ão-emocioais e Impulsividade revelaram valores excessivamete baixos (Cortia, 1993), algo para que Muñoz e Frick (2007) já haviam alertado o seu estudo sobre o APSD-SR, e que põe em risco a precisão das medidas destas dimesões quado tomadas isoladamete. Relativamete às correlações médias iter-ites o APSD-SR total ão atigiu o limite míimo recomedado de.15 (Clark & Watso, 1995) a maioria das amostras, apesar de as suas dimesões costituites o terem atigido, sedo que tal revela heterogeeidade dos ites que o costituem. No que diz respeito ao leque de correlações item-total corrigidas o APSD-SR total e as dimesões Traços Calosos/ão-emocioais e Impulsividade ão atigiram a maioria das amostras o valor míimo recomedado de.20 (Nually & Berstei, 1994), o que revela fraca associação etre algus destes ites. A estabilidade temporal a três meses para a amostra forese obteve uma correlação de.80 estatisticamete sigificativa. Tal valor é cosiderado bom (Klie, 2000) e superou mesmo os obtidos por Muñoz e Frick (2007), apesar destes terem sido obtidos com itervalos temporais de um a dois aos. A validade divergete do APSD-SR e suas dimesões com a Escala de Autoestima de Roseberg (RSES) evideciou a existêcia de correlações baixas e egativas a sua maioria. Apeas a dimesão Impulsividade revelou uma correlação moderada baixa e egativa, além de estatisticamete sigificativa. Desta forma ficou demostrada 119

150 a fraca sobreposição de costructos que era teoricamete esperada (DeVellis, 1991; Klie, 2000). A validade covergete do APSD-SR e suas dimesões com a CATS e com a ASDS revelou correlações moderadas baixas e moderadas altas, além de estatisticamete sigificativas. As correlações mais altas acoteceram com o APSD-SR total, com a dimesão mista Narcisismo-Impulsividade e com a dimesão Impulsividade. Desta forma ficou demostrada a sobreposição parcial de costructos que era teoricamete esperada (DeVellis; 1991; Klie, 2000). A validade de critério cocorrete do APSD-SR total e suas dimesões com o diagóstico de Perturbação do Comportameto da DSM-IV-TR revelou a existêcia de correlações positivas moderadas baixas e estatisticamete sigificativas. A correlação mais elevada foi obtida com o APSD-SR total. Aida assim estas correlações ficaram aquém das obtidas por Frick, Barry e Bodi (2000), que tederam a ser moderadas altas. A validade de critério retrospectiva do APSD-SR total e suas dimesões com as variáveis auto-relatadas Idade do primeiro crime cometido e Idade do primeiro problema com a lei revelou a existêcia de correlações egativas de baixas a moderadas baixas estatisticamete sigificativas. Relativamete à variável Idade do primeiro crime cometido a maior correlação foi obtida com o APSD-SR total, e relativamete à variável Idade do primeiro problema com a lei a maior correlação foi obtida com a dimesão Traços Calosos/ão-emocioais. Tais associações idicam que quato mais precoce é o iício a actividade crimial mais altas tedem a ser as potuações a ível de traços psicopáticos, algo que já havia sido evideciado por Kruh, Frick & Clemets (2005) e por Va Baardewijk, Vermeire, Stegge e Doreleijers (2011). 120

151 A ível de validade discrimiate o APSD-SR e suas dimesões em cojuto revelam ter a capacidade de discrimiar etre a amostra forese e a amostra escolar, tidos como estruturalmete diferetes e mutuamete exclusivos (Marôco, 2010a). O cálculo do poto de corte teve em cota três critérios: a sesibilidade e especificidade (calculadas por regressão logística biomial) e a Área ROC. O poto de corte 12 foi seleccioado como a opção mais correcta e equilibrada dado ter uma sesibilidade de 74.4%, uma especificidade de 68.8% e uma área ROC de.72 estatisticamete sigificativa (Domio & Domio, 2006; Marôco, 2010a). Os resultados obtidos o processo de validação forecem apoio adicioal à extesão do costructo da psicopatia aos adolescetes e à sua geeralização a outras culturas. Tato quato sabemos esta é a primeira vez que se teta validar o APSD-SR a população portuguesa. Apesar de terem sido detectadas algumas uaces a estrutura factorial, todavia cosistetes com o argumeto de que esta pode variar em certa medida de acordo com o cotexto cultural (e.g., Fritz, Ruchki, Kaposov & Kliteberg, 2008), de uma forma geral é legítimo cocluir que foi possível demostrar adequadas propriedades psicométricas que justificam a utilização do APSD-SR a população juveil portuguesa. 121

152 Resultados e discussão da validação da ASDS Na tabela abaixo temos as descritivas fiais da ASDS por amostras e por sexo dos participates (ver Tabela 63). Tabela 63 Descritivas ASDS por Amostras Forese e Escolar M (DP) Mi-Max Assimetria EP Assimetria Curtose EP Curtose Amostra Forese Amostra Escolar Masculio Femiio Masculio Femiio (13.59) (10.03) 9.44 (9.09) 6.45 (5.13) Nota. = úmero de participates; M = Média; DP = Desvio-padrão; Mi-Max = Míimo-Máximo; EP Assimetria = Erro-padrão da Assimetria; EP Curtose = Erro-padrão da Curtose. Como parte do processo de validação foi feita a aálise de ites de forma a verificar possíveis desvios da ormalidade (ver Tabela 64). Devido ao facto de que o processo de tradução e pré-teste da escala foram elimiados três ites (ver Discussão adiate), a tabela costam um total de 35 ites. 122

153 Tabela 64 Descritivas dos ites ASDS por Amostra Total Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5 Item 6 Item 7 Item 8 Item 9 Item 10 Item 11 Item 12 Item 13 Item 14 Item 15 Item 16 Item 17 Item 18 Item 19 Item 20 Item 21 Item 22 Item 23 Item 24 Item 25 Item 26 Item 27 Item 28 Item 29 Item 30 Item 31 Item 32 Item 33 Item 34 Item 35 Média Mediaa Míimo Máximo Assimetria Curtose De seguida procedeu-se à aálise factorial da escala. Não foi possível ecotrar a estrutura origial da escala devido a saturação cruzada de ites, ausêcia de saturação de ites os devidos factores e ao meor úmero de factores idetificados. Optou-se pela extracção de um úico factor geral através de Aálise de Compoetes Pricipais (ACP). Na tabela abaixo podem-se observar as saturações dos ites (ver Tabela 65). 123

154 Para a amostra total o teste de KMO idicou um valor de.96 equato o valor p obtido o teste de esfericidade de Bartlett foi de p.001; a amostra forese o KMO foi de.90 e o teste de Bartlett idicou p.001; a amostra escolar o KMO foi de.89 e Bartlett p.001. Tabela 65 Cargas Factoriais para ASDS por Amostras Ites Amostra Total Amostra Forese Amostra Escolar Item 1 Item 2 Item 3 Item 4 Item 5 Item 6 Item 7 Item 8 Item 9 Item 10 Item 11 Item 12 Item 13 Item 14 Item 15 Item 16 Item 17 Item 18 Item 19 Item 20 Item 21 Item 22 Item 23 Item 24 Item 25 Item 26 Item 27 Item 28 Item 29 Item 30 Item 31 Item 32 Item 33 Item 34 Item 35 Eigevalue Variâcia % % % Nota. Cargas factoriais omissas se <

155 Seguidamete calculou-se o alfa de Crobach, as correlações médias iter-ites e o leque de correlações item-total corrigidas (ver Tabela 66). Tabela 66 Alfas de Crobach, Correlações Médias Iter-Ites e Leque de Correlações Item-Total Corrigidas para ASDS por Amostras α Crobach CMII LCITC Amostra Total Amostra Forese Amostra Escolar Nota. α Crobach = Alfa de Crobach; CMII = Correlação média iter-ites; LCITC = Leque de correlações item-total corrigidas. A estabilidade temporal da ASDS para a amostra forese a três meses foi estatisticamete sigificativa (ver Tabela 67). Tabela 67 Teste-reteste para Amostra Forese Pearso r Valor p ASDS.88 p.01 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso. A validade divergete com a escala de auto-estima de Roseberg (RSES) obteve uma correlação estatisticamete sigificativa (ver Tabela 68). Tabela 68 Validade Divergete com RSES para Amostra Total Pearso r Valor p RSES -.13 p.01 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso. 125

156 A validade covergete com o Dispositivo de Despiste de Processo Ati-social (APSD) e com a Escala Taxioómica para Criaças e Adolescetes (CATS) obteve correlações sigificativas com ambos (ver Tabela 69). Tabela 69 Validade Covergete com APSD e com CATS a Amostra Forese Pearso r APSD.66 CATS.46 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso. Valor p p.01 p.01 A validade cocorrete com o diagóstico de Perturbação de Comportameto do DSM-IV-TR revelou uma correlação estatisticamete sigificativa (ver Tabela 70). Tabela 70 Validade Cocorrete com DSM-IV-TR Diagóstico de Perturbação do Comportameto a Amostra Forese r pb Valor p DSM-IV-TR PC.40 p.01 Nota. r pb = Correlação Bisserial por Poto. A validade retrospectiva com as variáveis Idade em que cometeu o 1º crime e Idade em que teve o 1º problema com a lei revelou correlações sigificativas (Tab. 71). Tabela 71 Validade Retrospectiva com Idade do 1º Crime Cometido e com Idade do 1º Problema com a Lei a Amostra Total Pearso r Idade 1º crime cometido -.44 Idade 1º problema com a lei -.44 Nota. Pearso r = Correlação r de Pearso. Valor p p.01 p

157 Em termos de validade discrimiate a ASDS obteve um valor estatisticamete sigificativo (ver Tabela 72). Tabela 72 Validade Discrimiate etre Amostra Forese e Amostra Escolar Λ Wilks χ 2 Valor p ASDS (1) p.001 Nota. Λ Wilks = Lambda de Wilks; χ 2 = Qui-quadrado. O cálculo do poto de corte foi efectuado tedo em cota a sesibilidade e a especificidade, calculadas por regressão logística biomial, e a Área ROC (ver Tabela 73). Tabela 73 Sesibilidade, Especificidade e Área ROC para diversos Potos de Corte da ASDS PC 9 PC 10 PC 11 PC 12 PC 13 PC 14 PC 15 PC 16 PC 17 PC 18 PC 19 PC 20 PC 21 PC 22 Sesibilidade Especificidade Área ROC Valor p* 96.4% 66.1%.81 p % 69.2%.82 p % 73.5%.84 p % 75.5%.84 p % 77.3%.84 p % 82%.86 p % 83.5%.86 p % 85.5%.86 p % 87.8%.85 p % 89.6%.85 p % 91%.83 p.001 0% 99.2%.82 p % 94.3%.82 p % 94.7%.81 p.001 Nota. PC = Poto de Corte; Sesibilidade = verdadeiros positivos; Especificidade = verdadeiros egativos; *Hipótese ula: área verdadeira =.5 127

158 Na figura abaixo podem-se observar as curvas ROC relativas aos diversos potos de corte da ASDS (ver Figura 2). Figura 2 Curvas ROC dos potos de corte da ASDS Relativamete à discussão dos resultados obtidos a validação, o processo de tradução e pré-teste teve-se em cota o cotexto cultural e a realidade local (tal como recomedado por Mak, 1993), o que levou a que fossem elimiados/fudidos três ites cosiderados redudates ou culturalmete descotextualizados. Da escala origial com 38 ites, o item 4 ( Roubaste uma bicicleta ou peças de uma bicicleta? ) e o item 5 ( Roubaste coisas como, por exemplo, peças de um carro ou mota? ) da dimesão Roubo e furto foram reformulados dado origem ao item Roubaste coisas de outras 128

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